Marcelo Leite defendeu uma teoria científica em situação de risco

sexta-feira, dezembro 05, 2008

No seu artigo “Criacionismo no Mackenzie” Marcelo Leite fez uma bombástica, mas leviana declaração:

“Inúmeras observações comprovam postulados centrais do darwinismo, como a ascendência comum (todas as espécies provêm de um ancestral único).”

Os leitores não-especializados sem acesso às publicações científicas acreditam piamente no que escreve o jornalista científico da Folha de São Paulo, o maior jornal do Brasil, mesmo em artigo onde não dá para se declinar as “fontes” por razões de espaço.

Por que a afirmação de Leite é leviana? As inúmeras observações comprovando os postulados centrais do darwinismo (ele destacou, alto e bom som, a hipótese do ancestral comum), são na verdade, pesquisas sobre processos microevolutivos e não macroevolutivos.

Apesar de bombástica, a declaração de Leite é vazia, pois está em descompasso com a verdade das evidências encontradas na natureza e na literatura especializada e em livros de renomados especialistas, demonstrando nitidamente que o neodarwinismo é uma teoria científica em situação de risco.



Como o Pravda de São Paulo, ooops, a Folha de São Paulo, um jornal a serviço de Darwin, ooops, a serviço do Brasil, não dá espaço, neste blog a gente mata a cobra e mostra o pau. Abaixo uma pequena amostra do que evolucionistas honestos e capacitados dizem sobre o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução:

“Um dos problemas mais antigos em biologia evolucionária permanece largamente não resolvido. [SIC ULTRA PLUS 1] [...] historicamente, os sintetizadores neodarwinistas enfatizaram a predominância das micromutações em evolução, enquanto outros destacaram as semelhanças entre algumas mutações dramáticas e as transições evolucionárias para argumentarem a favor do macromutacionismo.” [1]

“Uma questão em biologia evolucionária existente há muito tempo [SIC ULTRA PLUS 2] é se os processos observáveis em populações e espécies existentes (microevolução) são suficientes para darem conta das mudanças de maior escala evidentes em períodos mais longos da história da vida (macroevolução).” [2]

“Um debate persistente em biologia evolucionária [SIC ULTRA PLUS 3] é um sobre a continuidade da microevolução e macroevolução — se as direções macroevolucionárias são governadas pelos princípios de microevolução.” [3]

Gente, o que esses autores evolucionistas estão dizendo, na verdade questionando, é se o que cientistas têm estudado e pesquisado todos esses anos, a microevolução, tem alguma coisa a ver com a questão fundamental — qual mecanismo evolutivo resulta em macroevolução? Marcelo Leite não tem a resposta. Nem pode ter. Nenhum cientista tem a resposta. Sobre o “Mysterium tremendum”, os cientistas continuam em profunda ignorância evangélica...

O problema da macroevolução, e Leite não aborda, exige mutações de desenvolvimento. Mudar uma proteína aqui e outra ali não resolve a questão. Então, como que os organismos são “construídos” [a teleologia sempre se intrometendo...]? Os genes estruturais tendem a ter pouco efeito no desenvolvimento de um plano corporal.

Contudo, os genes que controlam o desenvolvimento, e por fim influenciam o plano corporal, eles tendem a encontrar sua expressão bem no início do desenvolvimento.
NOTA BENE 1: É justamente aqui que mora o perigo, pois o embrião em desenvolvimento é bastante sensível às mutações iniciais de desenvolvimento:

“Esses genes que controlam os principais processos de desenvolvimento iniciais estão envolvidos no estabelecimento do plano corporal básico. As mutações nesses genes geralmente serão extremamente desvantajosas, e é concebível que elas sejam sempre assim.” [4]

Mas não são exatamente essas mutações necessárias para a alteração dos planos corporais? Gente, sabe o que isso significa, que os evolucionistas há décadas vêm estudando e pesquisando as mutações erradas. Por quê? Porque a totalidade da evidência esmagadora a favor do fato, Fato, FATO da evolução, através das pesquisas com genes estruturais, são apenas sobre microevolução — como que os organismos sobrevivem como eles são.

Como está o coração? E o colesterol? Está de bem com a vida? Está sentado? Essa montanha de evidências esmagadora mencionada nauseabundantemente a favor do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução nada nos diz como que eles chegaram a ser o que são:

“A Síntese Moderna [ou neodarwinismo, não é Claudio Angelo?] é um empreendimento científico extraordinário. Todavia, começando nos anos 1970s, muitos biólogos começaram a questionar a sua suficiência em explicar a evolução [...] [SIC ULTRA PLUS 4] A microevolução considera as adaptações que dizem respeito somente com a sobrevivência do mais apto, não com a chegada do mais apto.” [5]

NOTA BENE 2: A teoria geral da evolução deve explicar “a chegada do mais apto”
Bem, até aqui no meio do caminho, a coisa está preta [sem preconceito racial, por favor], mais vai ficar ainda mais preta:

“Em uma abordagem explicitamente desenvolvimentista é claro que muitas mudanças posteriores não podem se acumular para resultar numa mais antiga. Assim, se organismos distantes taxonomicamente diferirem bem lá na sua embriogênese inicial, como geralmente é o caso, as mutações envolvidas na sua divergência evolucionária não envolveram os mesmos genes como aqueles envolvidos no evento típico de especiação.” [6]

Traduzindo em graúdos, o nosso dilema científico atual é que mudanças morfológicas significantes exigem mutações de desenvolvimento inicial, mas essas mutações são quase que totalmente desvantajosas. [SIC ULTRA PLUS 5]

E aqui o bicho vai pegar contra os autores de livros-texto de Biologia do ensino médio. A microevolução, apesar de aparecer nesses livros como prova do fato, Fato, FATO da evolução, na verdade pouco diz sobre o processo macroevolutivo. Razão? Se essas mutações de desenvolvimento que podem oferecer um benefício real são tão RARAS, então, a macroevolução teria de acontecer num difícil processo lento e gradual. Esta era a esperança de Darwin, mas a natureza se recusa em fornecer-lhe as “inúmeras observações” corroborando suas hipóteses evolutivas fundamentais.

A origem dos planos corporais pode ser contada pela paleontologia e pela biologia de desenvolvimento embrionário. Mas o que diz o registro fóssil sobre a origem dos planos corporais básicos? Se nós formos em busca de fósseis que “corroborem” as esperanças de Darwin de um processo lento e gradual, a gente vai quebrar a cara. Daremos com os burros n’água.

A “Explosão Cambriana continua a mistificar e a intrigar: há mais ou menos 543 milhões de anos, numa janela evolutiva de alguns milhões de anos, quase todos os filos de animais fizeram sua aparição na história da vida.

NOTA BENE 3: A Explosão Cambriana é muito importante para o entendimento do fato, Fato, FATO da evolução, mas os nossos melhores autores de livros didáticos de Biologia sabem das implicações negativas que esta evidência depõe contra o fato, Fato, FATO da evolução que eles, INTENCIONALMENTE, omitem dos alunos. O nome disso é DESONESTIDADE ACADÊMICA. E nenhum deles me processa por danos morais. Estranho, muito estranho. É que Darwin vai junto comigo para o banco dos réus...

“O termo ‘explosão’ não deveria ser considerado tão literalmente, mas em termos de evolução isso ainda é muito dramático. O que significa é diversificação rápida da vida animal. ‘Rápida’ neste caso significa alguns milhões de anos, em vez das dezenas e centenas de milhões de anos que são mais típicos [...] [SIC ULTRA PLUS 6][7]

“A diversidade dos planos corporais indicados pelas combinações de todos esses restos fósseis do início do Cambriano é muito grande. Julgando-se a partir da árvores da vida filo genética, todos os filos vivos (animais) provavelmente estavam presentes no final do intervalo da explosão.” [8]

QED: o registro fóssil não é tão incompleto assim como disse Darwin e como dizem os darwinistas pós-modernos, chiques e perfumados.[9]

Gente, o que significa esta “súbita e abrupta explosão cambriana” para a corroboração do fato, Fato, FATO da evolução? É que esses animais surgiram sem nenhuma evidência de ancestral comum nos períodos anteriores. Esta explosão de planos corporais exige um aumento quântico de informação biológica — novas informações genéticas e regulação são exigidas. [10]

São necessárias mutações nos estágios inicias de desenvolvimento embriológico, e elas têm de vir rapidamente em seqüência. Como? Não sabemos. Teoricamente plausível que houve uma flexibilidade de plasticidade de planos corporais, mas é fisica e quimicamente plausível?

É aqui que a porca torce o rabo! É preciso um tipo de mutação e uma taxa de mutação. Não é assim simplesmente - Presto, KABOIN! [Obrigado, Calvin, minha tirinha predileta] porque a evolução é mais inteligente do que você idiota!

“demoraria 10 milhões de anos para sofrer 1% de mudança na base das seqüências de DNA [...] A emergência de aproximadamente todos os filos existentes do Reino Animalia dentro do mesmo espaço de tempo de 6-10 milhões de anos não pode ser possivelmente explicado pela divergência mutacional das funções de gene individual.” [11]

O surgimento súbito e abrupto de planos corporais e a falta de novos planos corporais desde o período cambriano indicam um limite à mudança biológica. Há treze anos, Rudolf Raff, biólogo evolucionista, disse à revista Time que “deve haver limites à mudança. Afinal de contas, nós tivemos estes mesmos planos corporais antigos por meio bilhão de anos.” [12]

Marcelo Leite, ainda há muito mais problemas e dificuldades sobre o fato, Fato, FATO da evolução que a razão embotada pelo naturalismo filosófico que posa como ciência não permite raciocinar e seguir as evidências aonde elas forem dar. Suas “inúmeras observações” comprovando o darwinismo [êta, neo-positivismo besta...] são apenas projeções de sua mente.

O neodarwinismo [Claudio Angelo, FSP, prefere Síntese Moderna Evolutiva] é verdadeiramente uma teoria em situação de risco.

Risco de uma iminente e eminente mudança paradigmática.

Fui, rindo, não sei por que, desse “monte Ararate de evidências esmagadoras” a favor do fato, Fato, FATO da evolução.

NOTAS

1. David L. Stern, "Perspective: evolutionary developmental biology and the problem of variation," Evolution 54 (2000): 1079-1091. “One of the oldest problems in evolutionary biology remains largely unsolved. [...] historically, the neo-Darwinian synthesizers stressed the predominance of micromutations in evolution, whereas others noted the similarities between some dramatic mutations and evolutionary transitions to argue for macromutationism.”

2. Sean B. Carroll, "The big picture," Nature 409 (2001): 669. “A long-standing issue in evolutionary biology is whether the processes observable in extant populations and species (microevolution) are sufficient to account for the larger-scale changes evident over longer periods of life’s history (macroevolution).”

3. Andrew M. Simons, "The continuity of microevolution and macroevolution," Journal of Evolutionary Biology 15 (2002): 688-701. “A persistent debate in evolutionary biology is one over the continuity of microevolution and macroevolution — whether macroevolutionary trends are governed by the principles of microevolution.”

4. Wallace Arthur, The Origin of Animal Body Plans (Cambridge: Cambridge University Press, 1997), p. 14. “Those genes that control key early developmental processes are involved in the establishment of the basic body plan. Mutations in these genes will usually be extremely disadvantageous, and it is conceivable that they are always so.”

5. S. Gilbert, J. Optiz, and R. Raff, "Review--Resynthesizing Evolutionary and Developmental Biology," Developmental Biology 173 (1996): 361. “The Modern Synthesis is a remarkable achievement. However, starting in the 1970’s, many biologists began questioning its adequacy in explaining evolution. . . . Microevolution looks at adaptations that concern only the survival of the fittest, not the arrival of the fittest.”

6. Wallace Arthur, The Origin of Animal Body Plans, p. 22. “In a developmentally explicit approach it is clear that many late changes can not accumulate to give an early one. Thus if taxonomically distant organisms differ right back to their early embryogenesis, as is often the case, the mutations involved in their evolutionary divergence did not involve the same genes as those involved in the typical speciation event.”

7. S. S. Conway Morris, Crucible of Creation (Oxford: Oxford University Press, 1998), p. 31. “The term ‘explosion’ should not be taken too literally, but in terms of evolution it is still very dramatic. What it means is rapid diversification of animal life. ‘Rapid’ in this case means a few million years, rather than the tens or even hundreds of millions of years that are more typical [...]

8. James Valentine, On the Origin of Phyla (Chicago: University of Chicago Press, 2004), p. 183. “The diversity of body plans indicated by combining all of these Early Cambrian remains is very great. Judging from the phylogenetic tree of life, all living phyla (animal) were probably present by the close of the explosion interval.”

9. Ibid., p. 194.

10. Stephen C. Meyer, "The origin of biological information and the higher taxonomic categories," Proceedings of the Biological Society of Washington 117 (2), (2004):213-239.

11. Susumo Ohno, "The notion of the Cambrian pananimalia genome," PNAS USA 93 (1996): 8475-78. “it still takes 10 million years to undergo 1% change in DNA base sequences. . . . [The] emergence of nearly all the extant phyla of the Kingdom Animalia within the time span of 6-10 million years can’t possibly be explained by mutational divergence of individual gene functions.”

12. Rudolf Raff, quoted in "Then Life Exploded," by J. Madeleine Nash, Time, Dec. 4, 1995, p. 74. “There must be limits to change. After all, we’ve had these same old body plans for half a billion years.”