JC e-mail 3613, de 06 de Outubro de 2008.
12. Jornalismo científico na pauta das FAPs de todo o País
Fundações de Amparo à Pesquisa investem em popularização da ciência para informar e ganhar apoio da sociedade
Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP) de todo o País devem ampliar investimentos em difusão e popularização da ciência para incentivar a cultura científica na sociedade, a exemplo de programas e prêmios voltados ao Jornalismo Científico em desenvolvimento.
As experiências foram apresentadas durante a reunião técnica do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Confap), iniciado na manhã desta quarta-feira (02), em Belo Horizonte, Minas Gerais.
De acordo com a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (Fapern), Isaura Rosado, está lançando um programa voltado à fixação de jornalistas interessados em cobrir temas ligados à ciência nas redações de veículos de comunicação em Natal, capital do Estado. “Vamos oferecer bolsas tanto para profissionais quanto para estudantes de graduação”, explicou aos participantes da reunião.
Antes do programa, porém, a FAP do Rio Grande do Norte lançou o Prêmio Fapern de Jornalismo com o tema “Pesquisa Científica no RN: Avanços e Desafios”, que pretende premiar trabalhos nas categorias jornalismo impresso (jornal e revista) e eletrônico (tv, rádio e intenet), que tenham sido publicados entre outubro de 2007 e setembro de 2008.
“A imprensa tem papel fundamental na divulgação dos avanços da ciência e tecnologia. Ela tem o poder de adquirir um dado científico e transmitir de forma clara para a população”, disse a presidente.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão, Sofiane Labidi, ressaltou a importância de investimentos em difusão científica. A instituição também mantém um prêmio de jornalismo científico, com as categorias impresso e eletrônico, entre as principais iniciativas nesse sentido.
O presidente do Confap e diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, disse que compartilha do interesse pela popularização da ciência. “Percebo que, felizmente, essa não é uma preocupação exclusivamente nossa”, afirmou.
Sena ressaltou ainda a importância de ações como o Programa Comunicação Científica, iniciativa da Fapeam que, em sua terceira edição, oferece quinze vagas para jornalistas, radialistas, designers e estudantes de graduação em jornalismo que atuam na difusão científica.
(Assessoria de Imprensa da Fapeam)
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NOTA IMPERTINENTE DO BLOGGER:
O jornalismo científico é importante para o pleno exercício de cidadania: o acesso a informações de maneira objetiva e isenta. Raríssimas exceções são encontradas na Grande Mídia onde há poucos jornalistas científicos capacitados. Especialmente quando a questão é Darwin.
Por serem jovens, aqui e ali eu chamo os chamo jocosamente de “a galera dos meninos e meninas de Darwin”. É para despertá-los do sono profundo epistêmico em que se encontram, para que saibam que não existe “Theoria perennis” em ciência, que a dissensão e a crítica fazem parte da ciência.
O que temos, e aí não é culpa deles jornalistas, pois se encontra enraizado nas universidades e é reforçado culturalmente pela tropa de choque e os guarda-cancelas da Nomenklatura científica: é a “síndrome dos soldadinhos-de-chumbo”, onde todo o mundo pensa igual e ninguém pensa em mais nada. "Marias vão com as outras". Aquele marasmo sonolento em salas-de-aulas nas universidades. Mentes amordaçadas que não podem se expressar porque são 'castradas' no seu direito de livremente questionar quaisquer teorias.
Todo este ‘modus operandi’ violenta o espírito liberal investigatório de Darwin:
“Pois eu estou bem ciente do fato de existirem neste volume [Origem das espécies] poucos pontos de vista discutidos sobre os quais não possam ser aduzidos fatos freqüente e aparentemente levando a conclusões diametralmente opostas àquelas a que cheguei. Um resultado imparcial somente pode ser obtido através do exame e confronto dos fatos e argumentos dos dois lados de cada questão; e isto é difícil de ser feito aqui.”
[Introdução, p. 16, Origin of species, 6ª. ed.]
O paradigma é importante para o funcionamento da ciência, mas a função do paradigma não é somente isso. Alan Touraine destacou:
“Um paradigma não é somente um instrumento nas mãos da ordem dominante, mas igualmente a construção de defesas, de críticas, e de movimentos de libertação.” [in “Um novo paradigma para compreender o mundo de hoje”]
Além disso, o Homo sapiens sapiens é um animal “cavador de respostas”. Não fazer novas perguntas para se obter novas respostas é uma violência frontal ao espírito humano de livre pensar. O Homo sapiens sapiens “nega-se a si mesmo quando se acomoda à rotina de uma ciência já desenvolvida. [...] Nenhuma geração pode dar-se por satisfeita com um mundo de segunda mão.” [Antonio Raimundo dos Santos, “Metodologia científica: a construção do cohecimento”, Rio de janeiro, Lamparina, 2007, p. 24].
É preciso acabar com este espectro proibitivo de Darwin na Grande Mídia em se discutir as suas muitas insuficiências epistêmicas fundamentais, a nova teoria Síntese Evolutiva Ampliada [que não será ‘selecionista’] porque do jeito como é praticado o jornalismo científico no Brasil lembra muito as linhas editoriais do Pravda [Verdade em russo] quando Marx reinava perene nas editorias da Grande Imprensa da "Ditadura do proletariado", e de Göebbels que propôs a massificação de uma mentira nazista para que ela se tornasse verdade no Grande Reich.
O jornalismo científico foi seqüestrado pelo naturalismo e materialismo científicos que posam como se fossem ciência. É preciso libertar o jornalismo científico do cativeiro da Nomenklatura científica.
Fui, pensando que, de uma forma ou de outra, eu estou contribuindo para o avanço da ciência neste país pela minha postura de confronto e desafio dos discursos prontos e pontificados como verdades finais.
O verdadeiro espírito científico segue as evidências aonde elas forem dar.