A teoria geral da evolução passa no teste do contexto da justificação teórica?

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

São várias as teorias da evolução (Ernst Mayr lista pelo menos cinco no capítulo 6 do seu livro “Biologia, Ciência Única”, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, pp. 113-132).

Que a teoria especial da evolução é um fato, Fato, FATO [microevolução intra-espécies com limitação na variabilidade genética] tão bem estabelecido como a lei da gravidade, ninguém discute. Até os criacionistas estão convencidos disso. Muito mais a turma do Design Inteligente. Aqui, realmente, há uma montanha de evidências corroborando a teoria especial da evolução de Darwin.

E a teoria geral da evolução [macroevolução interespécies, uma espécie se transformando em outra]? Aqui, os darwinistas ortodoxos fundamentalistas [obrigado Stephen Jay Gould pela pérola] retoricamente afirmam existir uma “montanha de evidências” corroborando o fato, Fato, FATO da evolução. Só que ninguém até hoje viu essa montanha. Se a montanha inexiste, Darwin chama a montanha à existência:

Abracadabra! Oops, é preciso aceitar a verdade do axioma transformista a priori. Não é preciso demonstrá-lo...

Na condição de “simples professorzinho do ensino médio” [será?], eu lanço o seguinte desafio para a Nomenklatura científica, e espero contar com o apoio maciço da Grande Mídia tupiniquim, especialmente o caderno de Ciências da Folha de São Paulo (Claudio Ângelo, dá uma força, cara!), para encampar esta idéia epistêmica revolucionária:

Que tal os cientistas darwinistas de carteirinha partirem para uma pesquisa científica objetivando validar de vez as idéias de Darwin além da evolução microevolutiva, i.e., que tal validar empiricamente a evolução macroevolutiva? Os resultados, quaisquer que eles forem devem ser anunciado publicamente nas grandes publicações científicas e na Grande Mídia internacional e tupiniquim.

Não vale apelar para a estratégia de Ernst Mayr “saída para esquerda, saída para a direita” descrita no capítulo 2 do livro acima mencionado (pp. 27-35) de que a Biologia evolutiva é uma ciência autônoma em relação às demais ciências. Por que esse status epistêmico diferente? É por que a teoria geral da evolução faz parte das ciências históricas? Se for o caso, o que isso significa para a teoria geral da evolução em termo de “robustez” científica no contexto da justificação teórica? Seria realmente uma teoria científica ou apenas uma mera hipótese promovida a status de teoria sem o devido embasamento empírico???

Please, mais Bacon aqui no meu “sanduba” epistêmico, porque o recurso retórico de Mayr é para blindar “a idéia mais brilhante que a humanidade já teve” [obrigado Dennett por esta pérola] de quaisquer críticas, mesmo as científicas: mais empirismo em biologia evolutiva e seguir as evidências aonde elas forem dar. Se o desafio for aceito, e deveria, pois se é “a idéia mais brilhante que a humanidade já teve”, ela deveria ser rigorosa e objetivamente examinada. Aqui eu ouso fazer uma predição, aquela “montanha de evidências” a favor do fato, Fato, FATO da evolução, subitamente, vai se transformar em miragens, oops, “just-so-stories”, oops novamente, estórias da carochinha...

Darwin faleceu no dia 19 de abril de 1882. Será que em 19 de abril de 2012, nós veremos finalmente o “enterro” da teoria geral da evolução de Darwin? Afinal de contas, a Nomenklatura científica já está elaborando a síntese da síntese da teoria sintética, mais conhecida como neodarwinismo. Esta nova teoria da evolução ainda não foi anunciada, para não estragar as celebrações de louvaminhice a Darwin em 2009.
Em 1909, apesar das celebrações de louvaminhice, Darwin não passou no teste epistêmico rigoroso. Houve muito “beija-mão” e “beija-pé” de Darwin, mas houve também ousada contestação de alguns aspectos de sua teoria: especialmente o mecanismo evolutivo da seleção natural. [1]

Por ocasião das celebrações dos 200 anos de Darwin e dos 150 anos de publicação do Origem das Espécies, a Nomenklatura científica internacional e tupiniquim será obrigada a reexaminar o papel pífio da seleção natural na origem das espécies e a sua nova teoria da evolução à luz da complexidade irredutível [Michael Behe] e da informação complexa especificada [William Dembski].
Quem viver, verá!

NOTA:

1. Vide RICHMOND, Marsha L., “The 1909 Darwin Celebration — Reexamining Evolution in the Light of Mendel, Mutation, and Meiosis”. ISIS 2006 97:447-484.

UM CONVITE DESTE BLOGGER PARA OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL:

Encostem seus professores de Biologia na parede, e peçam para eles fornecerem esta “montanha de evidências”. Não vale “just-so stories”, oops, estórias da carochinha. Às vezes é necessário abandonar a fé que temos em qualquer coisa para que ela sobreviva de forma mais salutar e menos ideológica.

O ensino da teoria geral da evolução deve ser um baseado não na metafísica darwinista, mas nas evidências encontradas na natureza: Empirica, empirice tratanda! Das coisas empíricas, considera-se empiricamente!!!