Não é somente a revista VEJA que é VESGA há muito tempo

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

NASSIF X VEJA
Fonte: Direto da Redação

Urariano Mota

A série de artigos de Luis Nassif publicados em http://www.projetobr.com.br/blog/5.html , sobre a revista Veja, tem sido uma das coisas mais importantes da imprensa brasileira nos últimos tempos. Pela clareza, pesquisa, conhecimento dos bastidores e das redações, é algo que deveria ser indispensável nos cursos de jornalismo. O bom repórter, essa qualidade rara que nunca entra em pauta, deveria também ler e meditar os fatos ali noticiados, mas não só, deveria também estudar a sua carpintaria, de como se faz um livro, um seriado, um folhetim de suspense, em processo.

Começado por “O maior fenômeno de antijornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico”.

Assim começados, os artigos continuam em capítulos devastadores, como esse perfil de um certo Diogo Mainardi: “um ‘colunista sela’ – nome que se dá ao colunista pouco informado que se deixa ‘cavalgar’ pela fonte, tornando-se mero repassador de recados, em troca da repercussão que as notas proporcionam... com falta de escrúpulos suficiente para cometer qualquer assassinato de reputação que lhe fosse encomendado... (dotado de) escassa informação em política, história e, especialmente, sobre o intrincado mundo dos negócios e das disputas empresariais. Mas ávido pelas benesses que a exposição jornalística trazia..”.

E vêm casos, mais casos, que vão além do ridículo, como a história do “boimate” divulgado na revista nos termos de “num ousado avanço da biologia molecular, dois biólogos de Hamburgo, na Alemanha, fundiram pela primeira vez células animais com células vegetais - as de um tomateiro com as de um boi. Deu certo”, de monstros do lago Loch Ness, ou de capas festeiras da queda de Hugo Chávez. A série de Nassif se dirige mais para as negociatas, para as matérias plantadas por interesses privados, que atapetam decisões judiciais ou procuram torcer o caminho de políticas do Governo. Desvenda “notícias” políticas e econômicas, enfim.

Como vêem, o serviço de utilidade pública, o desmascaramento de uma farsa na grande imprensa não é pequeno. No entanto, senhores, a repercussão nos jornais, na imprensa de papel – que papel ! – tem sido de um cerrado silêncio. Não fosse a Internet, esse trabalho seria solitário, de um Davi fracassado contra Golias. Mas não, a série se transformou em produção coletiva. Para ele acorrem cidadãos das mais diferentes especialidades e competências, que já desconfiavam da natureza da revista, mas não tinham substância, dados, provas, que vêm agora com aquilo que na retórica é conhecido como argumento ad hominem, ou seja, nesse caso, as provas contra a revista estão na revista.

Bismarck afirmava que as pessoas não sabiam como se fazem as leis e as salsichas. Com os artigos de Nassif aprendemos agora como também se fazem revistas como a Veja. E por isso largamos a digestão dessa Reader’s Digest.

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Comentário impertinente deste blogger: Quando a questão é Darwin, a revista é VESGA!

Interessante a chamada para este artigo “A NOTÍCIA, O QUE É?” Todo mundo sabe o que é, mas ninguém sabe definir com exatidão. Para resumir: Notícia é aquilo que o editor no poder disser que é. E isso não se ensina na escola. (24/01/2008 )

Claudio Weber Abramo foi articulista na Folha de São Paulo e sabe muito bem como funciona a “censura” na redação. Marcelo Leite, também da FSP, encerrando uma mesa-redonda numa conferência sobre evolução, instado sobre como a mídia reagiria diante do avanço do criacionismo no Brasil (leia-se Design Inteligente por tabela), respondeu: “Não damos espaço!”. É esse o jornalismo intelectual, oops unilateral que nós temos em Pindorama: “Não damos espaço”. E o Manual de Redação da FSP tem diretrizes para seus jornalistas “ouvirem o outro lado”. Nós do Design Inteligente há uma década não somos ouvido por este grande jornal.

Cheira muito mais a diktadura epistêmica, oops, relação incestuosa da Grande Mídia com a Nomenklatura científica violentando a cidadania de toda uma nação em ter acesso a informações sobre as dificuldades fundamentais das atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida discutida intramuros. Os alunos do ensino médio estão sendo engabelados há décadas pelo conteúdo distorcido e uso de fraudes para corroborar o fato, Fato, FATO da evolução.

O nome disso é desonestidade acadêmico-jornalística! Esses oráculos do Olimpo da Grande Mídia se ofendem facilmente quando denunciados com a mão na cumbuca.

Não é somente a revista VEJA que é VESGA em relação a esconder as insuficiências epistêmicas das especulações transformistas de Darwin.