O discurso stalinista de dois agentes de elite da KGB da Nomenklatura científica Parte 1 de 2

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Quando Hitler começou a sua campanha de ódio contra os ciganos, muitos alemães silenciaram — “Não é com a gente”. Em seguida vieram os homossexuais, e a maioria heterossexual ficou silenciosa — “Não é com a gente”. Mais adiante Hitler desencadeou a sua política de limpeza étnica — “a solução final”, eliminando fisicamente a mais de 6 milhões de judeus. Os alemães ficaram em silêncio — “Não é com a gente”. Depois Hitler se voltou contra os de concepções religiosas, eliminando os cristãos (Dietrich Bonhöeffer é o exemplo-mor de resistência ao nazismo), “Agora é com a gente”, mas já era tarde demais para pedir ajuda a alguém...

O silêncio tem pelo menos três significados: o silêncio que fala mais alto, o silêncio que nada diz, e o silêncio que tudo consente. Eu fui ateu e marxista-leninista na juventude (agitador estudantil na Escola Técnica de Manaus e Universidade Federal do Amazonas). Hoje, eu não tenho mais fé no ateísmo e nem em Marx (engraçado, ele ainda reina perene nas universidades públicas brasileiras, especialmente na USP).

Hoje, eu também não tenho mais fé nas especulações transformistas da teoria geral da evolução de Darwin. Eu sou pós-darwinista, mas não é por razões de relatos de criação das concepções religiosas, mas a não corroboração do fato, Fato, FATO da evolução pelas evidências encontradas na natureza. Daí o desafio à Nomenklatura científica.

Quando eu assumo neste blog o papel de “Advogado do Diabo” dos criacionistas, é porque, na condição de proponente e defensor das teses da teoria do Design Inteligente, eu rompo a covardia dos silêncios que fala mais alto, que nada diz, e que tudo consente, para falar mais alto, para dizer alguma coisa, e não consentir com a demonização dos de concepções religiosas e críticos científicos de Darwin pelos discursos epistêmicos unilaterais e totalitários como os artigos de Marcos Cesar Danhoni Neves (professor titular da Universidade Estadual de Maringá e secretário regional da SBPC-PR) e Heloisa Maria Bertol Domingues (coordenadora de História das Ciências do Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST) recentemente publicados no JC E-Mail.

Aliás, o órgão da SBPC deveria se prestar à sua função específica original: divulgar tão-somente a ciência e a tecnologia. Mijar fora do caco, como está fazendo agora, é malversação de fundos públicos e utilizar indevidamente o espaço do JC E-Mail para a defesa da agenda do materialismo-filosófico.

Como alguém que paga os salários da turma do JC E-Mail e dos augustos membros da SBPC, vai aqui o meu protesto com a má utilização daquele veículo que está virando um pasquim dos neo-ateus fundamentalistas pós-modernos chiques e perfumados a la Dawkins, Dennet, Harris et caterva.

Esses Bérias da vida intimidam os demais membros da comunidade científica em nome, supostamente, da defesa de um Estado laico e da manutenção da ciência qua ciência. Nada mais falso. Eu sei de onde eles estão vindo e para onde estão indo: o discurso monolítico materialista-filosófico que se traveste de discurso científico blindando certas teorias científicas de serem questionadas e debatidas. A cantilena desses agentes de elite da KGB da Nomenklatura científica deve ser repudiada por todos os acadêmicos por ferir justamente o ideário da universidade: o livre debate das idéias.

Os leitores deste blog que me perdoem o longo texto, mas vou entremear meus comentários nos dois artigos com os sinais >>> e o texto do autor com +++++.

JC e-mail 3455, de 22 de Fevereiro de 2008.

13. Um grito de alerta!: De criacionismo, educação e liberdade, artigo de Marcos Cesar Danhoni Neves

“Devemos lutar para que o Estado laico se imponha”

Marcos Cesar Danhoni Neves é professor titular da Universidade Estadual de Maringá e secretário regional da SBPC-PR. Artigo enviado pelo autor ao “JC e-mail”:

Hoje vou despir-me de meu papel de Secretário Regional da SBPC-Paraná para falar só como pai preocupado com a educação no país e, especialmente, com a educação de minhas filhas num Estado que necessariamente deveria ser laico em sua essência.

>>> Danhoni Neves usa de dois pesos e duas medidas — do tipo, façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço. Essa liberdade de se “despir” do seu papel de Secretário regional da SBPC-Paraná e falar só como pai preocupado com a educação no país, não estaria cara-pálida em claro conflito de interesses? Danhoni Neves pode se despir, mas a ministra Marina Silva não??? Danhoni Neves usa de Novilíngua no seu discurso materialista-filosófico em defesa de Darwin.

Danhoni Neves afirma que a ministra Marina Silva, em claro conflito de interesses, aceitou pagamento de um grêmio religioso para participar de um evento privado durante o exercício de um cargo público. Não conheço pessoalmente a ministra, mas sabendo de sua formação religiosa, a acusação do mequetrefe paranaense deve ser investigada a fundo. Se demonstrada a falsidade da acusação, cabe processo pela ministra Marina Silva por danos morais. Uns R$ 100.000 (cem mil reais, pelo menos). Danhoni Neves, você tem este dinheiro? Espero que tenha, pois creio que cabe aqui um processo jurídico contra você.

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Tenho duas meninas, uma de dez e outra de dois anos. A de dez encontra-se atualmente na 5ª. série do Ensino Fundamental, e eu e minha mulher, como fazemos todos os anos, procuramos nos inteirar sobre os professores e sobre os materiais didáticos (livros, inclusive) que serão utilizados na escola.

Em relação à escola, minha filha a tem freqüentado por oito anos. A razão da escolha foi a estrutura, o corpo docente, a qualidade do ensino ali ministrado e, principalmente, seu caráter laico.

Ano passado, no mês de dezembro, fomos, eu e minha esposa, conversar com a coordenação pedagógica da escola para conhecer melhor o projeto didático para a 5ª. série. Pedimos também para ver os livros didáticos que seriam utilizados.

Folheamos todos eles, buscando informações sobre qualidade, ausência de preconceitos, conteúdo, cientificidade e laicidade. Preocupava-me a escolha do livro de ciências, pois acompanhei, preocupado, o recrudescimento de agremiações religiosas em ações para influenciar políticas públicas e livros didáticos para o ensino de religião e de mitos cristãos criacionistas. Respirei aliviado ao terminar de examinar o livro de ciência.

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É compreensível a preocupação de Danhoni Neves e sua esposa com o conteúdo dos livros didáticos. Ele respirou aliviado porque não encontrar certo tipo de conteúdo nos livros de ciência. Pergunto a Danhoni Neves: Onde você estava quando em várias décadas constavam duas fraudes e várias distorções de evidências científicas a favor do fato, Fato, FATO na abordagem da evolução nos livros-texto de Biologia do ensino médio? Em 2003, não estava. Em 2005, muito menos, pois ele não fez parte do grupo que elaborou e enviou uma análise-crítica desses livros-texto ao MEC/SEMTEC.

A omissão de Danhoni Neves nesta questão é compreensível: Darwin locuta, causa finita, mas a sua omissão é uma covardia gritante. Como cientista, ele deveria saber melhor que o neodarwinismo se encontra nos seus estertores epistêmicos e uma nova teoria da evolução deve ser anunciada. Não será antes de 2010, para não estragar as festas de louvaminhice dos 200 anos de Darwin e dos 150 anos do Origem das Espécies.

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No entanto, qual não foi minha espantosa e desagradável surpresa ao examinar o livro de História, intitulado “História, Sociedade e Cidadania” (5ª. série), de Alfredo Boulos Jr. (Editora FTD: São Paulo). O livro apresentava uma tendência muito forte em impregnar nas cabeças de crianças de 10 a 11 anos o mito criacionista cristão, quando, especialmente, tenta confrontar duas “teorias”: a dos evolucionistas e a dos (pasmem!) “criacionistas bíblicos modernos” (o adjetivo “moderno” empregado aqui já denota uma tentativa de dar lustro a uma velha e obscura história mítica ligada a uma das tantas religiões monoteístas atualmente existentes, especialmente a cristã).

Perguntei à coordenação da escola se aquele livro ainda estava em análise ou se seria efetivamente utilizado: desgraçadamente, foi-me respondido que o livro já era adotado há um ano e continuaria a ser empregado por todos os quatro anos seguintes do Ensino Fundamental.

Protestei com veemência porque o livro mistura ciência e religião, relativiza a ciência e força alunos (e professor, como conversei mais tarde) a se verem diante de uma absurda escolha entre ciência (evolucionismo) e religião (criacionismo).

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Em defesa do Estado laico, aqui eu me posiciono do lado de Danhoni Neves: as cosmovisões de criação das concepções religiosas não devem ser ensinadas nas escolas públicas. Contudo, em defesa maior do Estado laico e da ciência, eu me posiciono contra a posição canhestra de Danhoni Neves de blindar as atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida de críticas científicas: nós do Design Inteligente somos a favor que essas teorias sejam ensinadas objetiva e honestamente, com as evidências a favor e contra sendo informadas aos alunos.

Do que jeito que está atualmente, é desonestidade acadêmica. Danhoni Neves, como educador preocupado com a educação de suas duas filhas e dos filhos dos outros, nem se incomoda com isso. Darwin é capo de tutti capi, capice???

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Após essa conversa, pensei que havia estimulado a reflexão na escola para que fosse repensada a adoção de um livro de idolatria religiosa numa área que pertence às Ciências Humanas (História). Porém, tal não ocorreu. Um mês depois, recebemos a lista de material didático e o famigerado livro lá estava listado.

Com a matrícula já feita, comprei o exemplar num sebo pois me recusei a pagar R$ 67,00 num livro doutrinário (acabei pagando R$ 10,00 no sebo).

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Danhoni Neves defendeu a sua cosmovisão com unhas e dentes ao pedir a adoção de um livro de idolatria religiosa. Por que não pediu um livro que relata as muitas fraudes perpetradas por cientistas para corroborar o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução. Mas o que é uma fraude, duas fraudes, três fraudes, quatro fraudes, cinco fraudes, seis fraudes, em nome da ciência quando a questão é Darwin, não é mesmo Danhoni???

Danhoni Neves nos deu uma aula de economia: comprou o livro no sebo e economizou R$ 57,00. Alô Lula, chama o Danhoni Neves para ministro da Fazenda. Mantega, se cuida mano, o Danhoni Neves está no pedaço!

Se a cosmovisão materialista-filosófico de Danhoni Neves pode ser ensinada nas escolas públicas, e a posição dele e da atual Nomenklatura científica é uma posição ideológica, o Estado laico só pode ser laico se autorizar tão-somente o ensino desta Weltanschauung??? O buraco, Danhoni Neves, é mais embaixo!

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Pedi então para conversar com o professor da disciplina de História para colocá-lo à par de minhas objeções em relação ao livro, entre as quais, listei:

- apresentação de propaladores de idéias religiosamente canhestras (ligadas a diversos credos cristãos fundamentalistas) como “estudiosos”. O autor afirma que sua “obra” apresentará “versões divergentes” da História;

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Eu não conheço o livro em questão, mas Danhoni Neves como “professor de História e Epistemologia da Ciência num curso de graduação em Física e no curso de Mestrado em Educação para a Ciência” revela profunda ignorância (intencional???) sobre o surgimento da ciência moderna.

Ele sabe, mas finge não saber porque lhe é conveniente na sua catilinária excludente, mas Johannes Kepler, Blaise Pascal, Robert Boyle, Nicolaus Steno, Isaac Newton, Michael Faraday, Charles Babbage, Louis Agassiz, James Young Simpson, Gregor Mendel, Louis Pasteur, Lord Kelvin, Joseph Lister, James Clerk Maxwell, William Ramsay, foram os antigos “propaladores de idéias religiosamente canhestras”, homens “estudiosos”, que Danhoni Neves procura demonizar nos seus exemplares modernos desqualificando-os academicamente.

Será que Danhoni Neves, professor História e Epistemologia da Ciência num curso de graduação em Física e no curso de Mestrado em Educação para a Ciência, sabe em quais áreas científicas esses “propaladores de idéias religiosamente canhestras” pontificaram???

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- à página 39 existe um absurdo que precede o outro absurdo do suposto “confronto” evolucionismo X criacionismo: uma ilustração que coloca grandes répteis do Jurássico junto com pequenos e grandes símios modernos;

- às pgs. 42 a 43 é feita a exposição da teoria evolucionista e a apresentação da discutível “tese” (que, afinal, é questão de fé...cristã!) dos “criacionistas bíblicos modernos”, como se isso fosse matéria de ciência. Depois, para mostrar um suposto equilíbrio entre “versões divergentes”, aparecem dois textos: um em defesa do evolucionismo e outro em defesa do criacionismo.

- à pg. 48, um estranho exercício de redação convida o aluno a escrever sobre uma “réplica” de um grande dinossauro (estranho o uso da palavra “réplica” e não de uma expressão como “réplica fiel de um fóssil de ...”);

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Eu não vou entrar em detalhes quanto aos supostos “absurdos” dos criacionistas. Eles são adultos para se defenderem nesta questão, mas quero destacar para este professor de História da ciência que o confronto “evolucionismo” vs “criacionismo” é muito mais antigo do que ele imagina. Vai além do tempo de Darwin. Deve ter ocorrido em outras civilizações além da dos gregos antigos.

Como educador, entendo que a prática educacional deve ser uma preconizada por Edgar Morin, francês, um dos maiores filósofos contemporâneos, descrita no
livro Os sete saberes necessários à educação do futuro (Brasília/São Paulo, UNESCO/Cortez, 2000). Mesmo sendo academicamente evolucionista, na sua sugestão à UNESCO para a educação do futuro, Morin assim se expressou:

“As ciências permitiram que adquiríssemos muitas certezas, mas igualmente revelaram, ao longo do século XX, inúmeras zonas de incerteza. A educação deveria incluir o ensino das incertezas que surgiram nas ciências físicas (microfísica, termodinâmica, cosmologia), nas ciências da evolução biológica e nas ciências históricas” (MORIN, 2000:16).

Além desta sugestão de Morin, a educação deveria favorecer o ensino das ciências baseadas nas evidências conforme as teses propostas por Gary Thomas e Thomas Pring no livro Educação Baseada em Evidências (Porto Alegre, Artmed, 2007).

Nós não vemos a sugestão de Morin e nem a educação baseada em evidências ocorrendo em nossas escolas públicas. O que nós assistimos passivamente, é a doutrinação de nossos filhos no materialismo filosófico travestido de ciência. Já chegou a hora de um confronto diretos das idéias.

Alô MEC/SEMTEC/PNELEM, aguardem a enxurrada de contestações de conteúdos inadequados e favorecendo a Weltanschauung filosófico-materialista.
em livros didáticos daqui pra frente

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- o texto apresenta também à pg. 101 um estranho texto que quer fazer passar uma tese absurda de que o mundo egípcio foi essencialmente monoteísta. Como professor de História e Epistemologia da Ciência num curso de graduação em Física e no curso de Mestrado em Educação para a Ciência, sei que o único período monoteísta da longa história (~ três mil anos) do Egito Antigo foi o do faraó Akhenaton.

Diz Cardoso: “nos ambientes culturais marcados pelas grandes religiões monoteístas da atualidade, como o cristianismo e o islamismo, “politeísmo” é muitas vezes termo pejorativo, carregado de preconceitos derivados de acreditar-se numa superioridade inerente, intrínseca, do monoteísmo. Preconceitos a que muitos egiptólogos não eram imunes. Alguns chegam a explicitar abertamente sua convicção de haver grandes semelhanças da religião egípcia - por trás de uma fachada politeísta enganosa - com o cristianismo. É o caso de Christiane Desroches-Noblecourt e de François Daumas (Amour de la vie et sens du divin dans l’Égypte ancienne. Cognac: Fata Morgana, 1998. Col. “Hermès”): este último faz, por exemplo, um paralelo absolutamente anacrônico entre o texto egípcio Reflexões de um desesperado com a segunda epístola aos coríntios do apóstolo cristão Paulo.” (In: CARDOSO, C.F. “O faraó Akhenaton e nossos contemporâneos”)

- além da vontade inequívoca do autor da “obra” em tela de passar uma visão cristã da História, distorcendo fatos históricos, encontramos também, à pg. 155, um erro imperdoável para um livro de História: uma fotografia do templo de Hatschepsut (construído pela única mulher faraó do Egito Antigo). Erroneamente, a legenda do livro apresenta o templo como pertencente a uma cidade-estado grega [sic]!

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Danhoni Neves tem toda razão aqui em relação aos erros históricos e de um favorecimento à visão monoteísta.

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- em todo o livro há longos trechos destinados à Moisés, à diáspora judaica, ao “Cântico dos Cânticos” (sem os trechos mais picantes desse poema de amor...), à fundação do Estado de Israel (sem falar na fragmentação do território palestino), etc. Procurei pelos grandes filósofos gregos, Sócrates, Platão e Aristóteles: encontrei-os, pobres, em duas únicas páginas quase ao final da “obra”.
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Lamentável estas omissões.

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O que é muito estranho (e compreensível!) numa “obra” desse naipe é a total ausência da propalada “divergência de versões”, pois, em relação ao criacionismo, não se menciona em nenhum momento o movimento de fundamentalistas cristãos nos EUA que foi responsável direto pela proibição do ensino do darwinismo em diversos Estados daquele país ou da inacreditável política “educaticida” (termo que acabei de inventar para “homicídio da educação) do casal Rosinha-Garotinho em ensinar nas escolas cariocas o criacionismo como verdade científica. Não há versões divergentes!

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Danhoni Neves desconhece a realidade histórica jurídico-educacional dos Estados Unidos. Na maior democracia do mundo, as comunidades têm participação direta e opinam sobre o conteúdo do que vai ou não ser ensinado. Aqui em Pindorama, o conteúdo é enfiado goela abaixo dos tupiniquins.

Sem dúvida que grupos fundamentalistas cristãos nos EUA foram responsáveis pela proibição do darwinismo em muitos estados daquele país. Contudo, Danhoni Neves não menciona que John Scopes declarou ser favorável ao ensino de visões extremas da evolução. Coisa que os Danhonis Neveses dos EUA estão hoje impedindo de ocorrer nas escolas públicas americanas com processos judiciais caríssimos. Hoje, nos Estados Unidos, e aqui em Pindorama, não há versões divergentes apresentadas nas escolas públicas. Darwin locuta, evolutio finita!

Danhoni Neves é lingüisticamente sub-reptício. Novilíngua de 1984 de Orwell.

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O livro parece que foi escrito para sobreviver de alguma forma à avaliação do PNLD (Plano Nacional do Livro Didático), tentando se adaptar aos critérios avaliativos, mas mantendo sua linha doutrinária cristã.

Em relação ao PNLD de História, que pode ser consultado diretamente no site, é decepcionante saber como a resenha e a escolha do livro foi feita de forma apressada e superficial. Afirmo isso até como participante de processos de avaliação educacional em diferentes níveis de ensino (incluindo o Ensino Fundamental).

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Será que Danhoni Neves consegue distinguir a mão direita da esquerda? Parece que não. Como “participante de processos de avaliação educacional em diferentes níveis de ensino (incluindo o Ensino Fundamental)” como é que ele deixou passar as duas fraudes e as distorções das evidências científicas a favor do fato, Fato, FATO da evolução naqueles livros?

Se sabia, Danhoni Neves ficou em silêncio pétreo mais do que conveniente para um agente da elite da KGB da Nomenklatura científica. Eu chamo isso de “síndrome ricuperiana” — o que Darwin tem de bom a gente mostra, o que Darwin tem de ruim, a gente esconde! Chamam isso de objetividade científica. Eu chamo de desonestidade acadêmica. Mas, fazer o quê se o que impera na comunidade científica atual é a “síndrome dos soldadinhos-de-chumbo”: todo o mundo pensando igual e ninguém pensando em nada!

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Para as coleções de livro de História, podemos encontrar no PNLD, o seguinte texto:

“Concepção de História: A concepção de História adotada na Coleção deve viabilizar que o ALUNO APRENDA A PENSAR HISTORICAMENTE, compreendendo os diferentes processos e sujeitos históricos, as relações que se estabelecem entre os grupos humanos nos diferentes tempos e espaços. Deve possibilitar a incorporação da renovação historiográfica, partir de um problema ou conjunto de problemas, ou de diferentes versões, proporcionando a formação para a autonomia, a crítica e a participação na sociedade.

Construção da cidadania: Este item considera se a coleção aborda a diversidade das experiências humanas com respeito e interesse, ESTIMULANDO O CONVÍVIO SOCIAL, o respeito, a tolerância e a liberdade, se abrange a formação da cidadania no conjunto do texto didático, e não apenas nas atividades ou em um capítulo, relacionando-a ao conteúdo histórico. Se aborda as temáticas das relações étnico-sociais e gênero, considerando o COMBATE AO PRECONCEITO, à discriminação racial e sexual e à violência contra a mulher, visando à construção de uma sociedade anti-racista, justa e igualitária e, enfim, se discute a historicidade das experiências sociais, trabalhando conceitos, habilidades e atitudes na CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA e contribuindo para o desenvolvimento da ética necessária ao convívio social.” [grifos meus]

Se pensássemos como as diretrizes de concepção e avaliação do PNLD o livro “História, Sociedade e Cidadania” deveria ter recebido os piores scores dos itens avaliativos, pois deturpa a história (veja, p.ex., o caso de misturar, numa ilustração, grandes répteis com mamíferos e primatas modernos), compara o que não deve ser comparado (misturando, propositalmente, ciência e religião, confundindo alunos e pais, e repercutindo preconceitos religiosos, mesmo que de forma dissimulada), e não constrói uma sociedade igualitária pois, desde o princípio, a “obra” atenta contra a laicidade.

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Por que será que Danhoni Neves “pinçou” exclusivamente um livro de História e não de Biologia? É porque aqui a porca torce o rabo! No nível do ensino Médio, o MEC propôs “a formação geral, em oposição à formação específica”, mas com “o desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização”. Esse projeto de reforma curricular do Ensino Médio teve por objetivo “facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, numa perspectiva de interdisciplinaridade e contextualização”, pois a interdisciplinaridade estabelece “ligações de complementaridade, convergência, interconexões e passagens entre os conhecimentos” (PCN, 1999, p. 16, 18, 26).

A Lei de Diretrizes Básicas (LDB) 9.394/96 preconiza no Art. 35, I, III que o ensino médio tem entre suas finalidades habilitar o educando a ser capaz de continuar aprendendo, a ter autonomia intelectual e pensamento crítico. Os PCNs do Ensino Médio, nas suas Diretrizes Curriculares Nacionais (Competências e Habilidades das Ciências Naturais) afirmam que o currículo deve permitir ao educando “compreender as ciências como construções humanas, entendendo que elas se desenvolvem por acumulação, continuidade ou ruptura de paradigmas...” e que “a ciência não tem respostas definitivas para tudo, sendo uma de suas características a possibilidade de ser questionada e de se transformar”.


A “laicidade” do Estado pressupõe o questionamento das teorias científicas. Coisa que, aparentemente, Danhoni Neves et caterva são contra!


Mas como o PNLD avaliou a “obra”?!? É aí que reside talvez o maior perigo: o MEC dar aval a um material “didático” que compromete as bases da própria educação básica. A obra foi avaliada da forma que segue:

1.Concepção de História = bom
2.Conhecimentos históricos = bom
3. Fontes históricas / documentos = bom
4. Imagens = bom
5. Metodologia de ensino-aprendizagem = suficiente
6. Capacidades e habilidades =ótimo
7. Atividades e exercícios = bom
8. Construção da cidadania = bom
9. Manual do Professor = bom
10. Editoração e aspectos visuais = não [contemplado]

Em síntese, o livro em discussão está dentro de parâmetros de “qualidade” adotado pelo MEC e valida seu pressuposto fundamental: “(a obra) deve possibilitar a incorporação da renovação historiográfica, partir de um problema ou conjunto de problemas, ou de diferentes versões, proporcionando a formação para a autonomia, a crítica e a participação na sociedade.

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Com a palavra os meus amigos do MEC/SEMTEC/PNLEM. A integridade de sua avaliação foi colocada em xeque por Danhoni Neves.

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Pergunto-me: será que com todos os problemas aqui apresentados, a escola que adotou o livro estará proporcionando “autonomia, crítica e participação na sociedade”?

Os únicos dois “poréns” listados sobre a “obra” em tela pelo PNLD foram:

- “não se verifica eficaz preocupação quanto aos graus de complexidade e especificidade na abordagem dos conteúdos”. (PNLD, 2008, p. 97);

- “Permanecem, no entanto, algumas lacunas, podendo-se apontar muitas expressões incomuns, de difícil compreensão para os alunos e não contemplados no glossário. Em relação ao conjunto dos aspectos gráficos, verifica-se um certo descuido quanto à harmonia da página, contendo excesso de recuos, algumas ilustrações pouco integradas, em muitos casos, uma impressão visual que desfavorece a atenção do leitor”. (PNLD, 2008, p. 98)

Vê-se pois que a avaliação da “obra” tocou apenas aspectos superficiais, irrelevantes para um processo que deveria avaliar a correção histórica e a construção da autonomia, da crítica, e da formação integral do sujeito na sociedade plural que vivemos.

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Os questionamentos de Danhoni Neves são lícitos. Ele deveria redirecionar esses seus questionamentos para os livros didáticos de Biologia no que diz respeito à autonomia, à crítica. Afinal de contas, a justiça epistêmica que Danhoni Neves se sente lesado, é uma via de duas mãos: é preciso encampar o questionamento do conteúdo de outros saberes em nossos melhores autores de livros-texto de Biologia. O que temos hoje, não é ciência, mas doutrinação no materialismo-filosófico.

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No entanto, analisando esse caso podemos colocá-lo dentro de um contexto mais amplo como foi, p.ex., a participação da ministra Marina Silva na reunião de um grêmio religioso evangélico sobre a “discussão” do criacionismo.

“Ao participar do 3o Simpósio sobre Criacionismo e Mídia, em São Paulo, ela equiparou o evolucionismo, a teoria mais aceita entre os cientistas para explicar a evolução da vida na Terra, ao criacionismo, a crença religiosa em que a vida foi criada por Deus exatamente como descreve a Bíblia. Depois, em entrevista a um blog de jovens adventistas, Marina – uma ex-candidata a freira que se tornou evangélica e é missionária da igreja Assembléia de Deus desde 2004 – defendeu o ensino nas escolas do criacionismo ao lado do evolucionismo.” (In)

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A estratégia retórica de Danhoni Neves ao “pinçar” o pronunciamento da ministra Marina Silva, “despida” de sua função de ministra, num evento público, deixaria Göebells, ministro de Propaganda de Hitler, babando de inveja. Eu fiz uma paródia do editorial da Folha de São Paulo que criticou a ministra. Vide mais abaixo a réplica deste blogger ao editorial da Folha “Pravda” de São Paulo.

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Francis Collins, famoso geneticista do Projeto Genoma, e devoto do cristianismo, afirma que se faz uma perigosa confusão semântica quando se afirma que a o evolucionismo é mais uma “teoria” entre tantas outras.

“Em ciência, uma teoria é uma coleção de observações reunidas numa visão consistente”, diz Collins. “A teoria eletromagnética é um exemplo. O termo ‘teoria’ não significa que ela ainda seja hipotética ou que não esteja correta. A biologia não faz quase sentido algum sem o evolucionismo para sustentá-la.” (In)

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Danhoni Neves é menino maroto. Ele usou aqui da estratégia “uma no cravo, outra na ferradura”, ao “pinçar” Francis Collins, em contraposição à ministra Marina Silva, como exemplo de “devoto do cristianismo”. Ledo engano de Danhoni Neves: a ministra Marina Silva é cristã. Francis Collins não é cristão, é deísta.

Realmente Danhoni Neves está coberto de razão com a confusão semântica sobre o termo “teoria”, esclarecida por Francis Collins acima. Contudo, e aqui eu tomo outra direção em relação ao “famoso geneticista do Projeto Genoma, e devoto do cristianismo” quanto a biologia não fazer sentido algum “sem o evolucionismo para sustentá-la”. Isso é o famoso mantra dobzhanskyano de que nada em biologia faz sentido a não ser à luz da evolução. Contrariando Dobzhansky, nada em evolução faz sentido, a não ser à luz das evidências.

Não se esqueçam que Theodosius Dobzhansky quando esteve no Brasil, quando as evidências não corroboravam a teoria, disse; “As evidências? Ora, que se danem as evidências, o que vale é a teoria”.

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A despeito de toda a admiração que tenho pela Ministra Marina Silva (a quem conheci durante uma de suas palestras em Roma em 1995, quando realizei meu pós-doutorado na Università La Sapienza), pergunto-me se uma ministra de Estado, em claro conflito de interesses (aceitar pagamento de um grêmio religioso para participar de um evento privado durante o exercício de um cargo público), deveria emitir uma opinião dessa espécie num Estado laico. Portanto, dentro desse macro-contexto, não é de surpreender as razões da superficialidade da avaliação do PNLD e a aprovação de livros em claro confronto com os princípios basilares da ciência e da laicidade.

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A Exma. Ministra Marina Silva que me perdoe, mas eu vou ser grosseiro aqui no exemplo para detonar as falácias deste argumento orwelliano de Danhoni Neves. Se após a leitura dos “Cântico dos Cânticos”, a ministra e o seu legítimo esposo se deleitarem com os trechos mais picantes desse poema de amor, e partirem para os finalmentes na cama, ela faz isso na capacidade de ministra de Estado ou de mulher amada pelo seu marido?

Como vê, pobre Danhoni Neves, a subjetividade é direito sagrado de cada cidadão. Dizer que a ministra Marina Silva não tem direito de opinião porque investida de função pública, é ser sim canhestro e castrador no discurso. Em que pese a defesa do Estado laico, nós ainda somos humanos, profundamente humanos: amando, odiando, sorrindo, chorando, esperando contra a esperança...

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Sobre a questão do Estado laico, fruto da Revolução Francesa, interessante recorrer à visão de um homem de religião, Padre Sorge:

“A Revolução Francesa sanciona uma descristianização inicial muito tempo antes, com o fim da cristandade medieval. O distanciamento entre fé e cultura, entre religião e progresso, entre política e ética, entre Igreja e Estado, entre sacro e profano inscreve-se num processo histórico plurissecular que tem suas origens no Humanismo, na Renascença, na reforma protestante, no Iluminismo. A Revolução Francesa representa apenas a passagem crítica desse processo. Com ela “cristão” cessa definitivamente de ser sinônimo de “cidadão”. Agora, no centro da vida social, instala-se o homem em vez do fiel.” (SORGE, 1989, pp.114-115)

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Danhoni Neves, defensor do Estado laico, se esquece, intencionalmente, que o homem como medida de todas as coisas tem se mostrado um péssimo capitão de seu destino e dos outros. Ao tentarem imputar todas as mazelas deste mundo somente aos de concepções religiosas, Danhoni Neves et caterva se esquecem
Intencionalmente que o materialismo filosófico cometeu o genocídio de mais de 100 milhões de pessoas através de Hitler, Lenin, Stalin, Fidel Castro, Pol Pot.

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Sobre a deplorável questão da Ministra Marina Silva, a Folha de S. Paulo, em Editorial, salientou que: "Sob uma aparência de equanimidade, a tese faz parte de uma investida anticientífica que, com firmeza, cumpre repudiar. Pode-se, é claro, sustentar que a fé pessoal é compatível com o espírito científico; que religião e ciência não se opõem. Talvez não se oponham, mas certamente não se misturam. E é isto o que o criacionismo tenta fazer, sem base comprovada, e com um aparato de falácias que um estudante médio, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, não tem condições de identificar. Que a religião fique onde está, e não se faça de ciência: eis uma exigência, afinal modesta, mas inegociável, da modernidade" (FOLHA DE S. PAULO, Editorial, 2008).

>>>

Eis a íntegra do texto que eu repliquei o editorial orwelliano da Folha “Pravda” [Verdade] de São Paulo”:

Ateísmo, não!

GRAVES E COMPLEXOS problemas não faltam à ministra Marina Silva, em suas atividades na pasta do Meio Ambiente. Como se estes não bastassem, sua participação no 3º Simpósio sobre Ateísmo e Mídia, promovido pelo Centro Universitário Ateísta de São Paulo – Diálogos Impertinentes (Folha “Pravda” de São Paulo), veio a colocá-la em dificuldades de outro tipo, diante das quais o cargo que ocupa no Estado brasileiro recomenda cautela que não soube observar.

Em palestra intitulada “Meio Ambiente e Ateísmo”, Marina Silva valeu-se de sua formação ateísta para transpor em chave filosófico-ateísta o tema da preservação dos recursos do planeta.

Nada que inspirasse maiores reparos, portanto – assim como não se discute o direito de um ministro professar, pessoalmente, qualquer tipo de ateísmo ou teísmo.

Os adeptos do ateísmo, entretanto, não se contentam com pouco – como política de Estado eles cometeram um Holocausto global: mataram mais de 100 milhões de pessoas no século 20 – e depois da conferência a ministra foi instada, em entrevista, a dar sua opinião sobre o ensino das filosofias ateísta-materialistas nas escolas públicas brasileiras. Num estilo próximo ao dos ultraliberais russos, considerou a la Mikhail Gorbachev que “as duas visões” devem ser oferecidas aos alunos, para que “decidam” por si mesmos.

Sob uma aparência de equanimidade, a tese faz parte de uma investida anticientífica que, com firmeza, cumpre repudiar. Pode-se, é claro, sustentar que o ateísmo pessoal é compatível com o espírito científico; que ateísmo e ciência não se opõem.
Talvez não se oponham, mas certamente não se misturam. E é isto o que o ateísmo tenta fazer, sem base cientificamente comprovada, e com um aparato de falácias que um estudante médio, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, não tem condições de identificar, mas é enfiado goela abaixo e sem direito a questionar ou de espernear. Que o ateísmo fique onde está, e não se faça de ciência: eis uma exigência, afinal modesta, mas inegociável, da modernidade.

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Definitivamente a separação entre Estado e Religião, Ciência e Religião é mister que ocorra. Estamos assistindo nos últimos dias, a tentativa de uma Igreja Evangélica em silenciar a imprensa, para, num ato autoritário, usando os instrumentos da democracia, solapar a liberdade de pensamento.

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Nós do Design Inteligente somos a favor da separação de Estado e da Religião, mas entendemos também que o Estado laico não deve privilegiar uma posição filosófico-materialista, pois assim o estado estaria defendo uma posição ideológica em detrimento das outras posições. Não existe isso de separar a ciência da religião ou a religião da ciência. A ciência é tão-somente a descrição aproximada da realidade. Ateus, agnósticos, e teístas filosóficos podem sim fazer ciência.

Infelizmente, o bom naturalismo metodológico foi seqüestrado pelo naturalismo filosófico promovendo a agenda espúria dos ateus, agnósticos, céticos e quejandos, como se isso fosse a própria ciência. Nada mais falso!

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Devemos lutar para que o Estado laico se imponha, ou estaremos construindo o terreno fértil para o nascimento de “madrassas” (escolas fundamentalistas do Islã) cristãs e de um Estado baseado no sectarismo religioso perpetuado pela des-educação de sistemas e livros ditos didáticos.

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Estou com Danhoni Neves e não abro. Nós devemos lutar sim para que o Estado laico se imponha, ou nós estaremos construindo o terreno fértil para o nascimento dos campos de concentrações e os Gulags para a “reeducação” dos críticos e oponentes de determinadas teorias científicas. Não se esqueçam que Dennett afirmou que pessoas de concepções religiosas deveriam ser colocadas em zoológicos. Fazendo assim, nós estaremos evitando a implantação de um Estado baseado no sectarismo materialista perpetuado pela deseducação de sistemas e abordagens capciosas de livros didáticos.

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A modernidade deve, enfim, se impor como um ato próprio da democracia e da convivência plural. Do contrário, estaremos fadados ao fundamentalismo e ao analfabetismo completo, num mundo privado da liberdade de pensar e da democracia!

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Danhoni Neves, eu estou com você não abro neste parágrafo. Especialmente no que diz respeito à “convivência plural”. Se não, nós “estaremos fadados ao fundamentalismo e ao analfabetismo completo, num mundo privado da liberdade de pensar e da democracia!”

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REFERÊNCIAS
FOLHA DE S. PAULO. Criacionismo, Não! (Editorial – A2). Edição de 20 de janeiro de 2008.
SORGE, P. “Enfim a Igreja Aprovou 1789”. In: A Revolução Frnacesa”. São Paulo: Editora Três, 1989, pp. 114-116.
TRAUMANN, T. “A Ministra Criacionista: Marina Silva, do Meio Ambiente, mistura Religião e Ciência e defende o Ensino do Criacionismo”. Rio de Janeiro: Revista Época, Ed. 506, 2008. Disponível em.

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O discurso materialista-filosófico de Danhoni Neves em defesa do Estado laico é, na verdade, ditatorial e antropofágico, pois silencia os oponentes, e impede o avanço da ciência na consideração de novas idéias.

Danhoni Neves, você é um perigo para o avanço da ciência e das liberdades de consciência.

Vade retro, Danhoni Neves!!!

DESAFIO IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:

Eu creio que já chegou a hora de os membros da SBPC dissonantes do atual discurso materialista-filosófico manifestaram publicamente o seu desagrado no JC E-Mail, caso contrário, o que aconteceu com os alemães de concepções religiosas, que ficaram sem ter a quem pedir ajuda, cairá sobre vocês. Aí, será muito tarde...