O manifesto de André Petry, ateu fundamentalista, pós-moderno, chique e perfumado, em reportagem especial de VEJA, Natal de 2007

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Eu vou sair um pouco da linha editorial deste blog — apresentar as insuficiências epistêmicas fundamentais das atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida, e defender a teoria do Design Inteligente — e fazer mais uma vez o papel de “Advogado do Diabo” em defesa dos crentes de concepções religiosas.

Eu faço esta defesa “ex-cathedra”, pois na condição de ex-ateu, há muito tempo venho percebendo uma ação muito insidiosa e extremamente perigosa da parte da Grande Mídia contra os de concepções religiosas: “perseguição cinzenta”.

Já se tornou padrão midiático em Pindorama: sempre no final do ano, os grandes representantes da GM brasileira como a VEJA, ÉPOCA, Superinteressante e Galileu, aproveitam as crenças das tradições religiosas para em reportagens especiais tipo “uma no cravo, outra na ferradura” executar a sua “perseguição cinzenta” aos crentes que, até o presente momento, vivem pacifica e ordeiramente neste país multicultural. Amando os ateus, agnósticos, céticos e quejandos. Exemplo mais recente desta “perseguição cinzenta” é a reportagem especial de capa da revista VEJA de Natal de 2007, assinado por André Petry.



A característica dessa “perseguição cinzenta” é apresentar os crentes das concepções religiosas como obtusos, mas extremamente perigosos devido a um passado beligerante — são capazes de derramar sangue por causa da divindade que cultuam. Esta divindade inexiste porque os avanços da ciência moderna já demonstraram assim. A ciência é racional, e a fé é irracional. Ciência versus religião, quando a ciência moderna somente ocorreu porque se deu no berço da Europa de civilização cristã.

Formadores de opinião como André Petry, que eu presumo ateu fundamentalista, pós-moderno, perfumado e chique a la Dawkins, exaltam o racionalismo encontrado nos ateus, agnósticos, céticos e quejandos como virtudes a serem seguidas e o ‘ódio’ dos crentes de concepções religiosas contra a subjetividade ideológica deles. Nada mais patentemente falso e extremamente perigoso: o secularismo, como política de Estado, foi responsável pelo genocídio de 100 milhões de morte no século 20 abordado en passant por Petry, o terrible enfant ateu.

Esta ditadura ou mordaça secularista, encastelada nas suas torres de marfim, visa entocar os crentes nas suas catacumbas, guetos e ‘pogroms’ eclesiásticos sem nenhuma participação na cultura da sociedade brasileira. Ela é extremamente perigosa porque as páginas daqueles veículos midiáticos se aproveitam deste período de congraçamento fraterno religioso para destilar seu ódio venenoso contra os de fé religiosa.

Eu acredito que já se faz imperativo uma ação conjunta dos de concepções religiosas apresentar um manifesto aberto à nação endereçado ao Exmo. Sr. Ministro da Justiça sobre esta perigosa cruzada secularista que ainda vai incendiar este país em noites de Krystalnacht.

Se os Srs. nada fizerem, as pedras clamarão. Denegrir a religião, especialmente a fé cristã, como vem fazendo a Grande Mídia tupiniquim, é denegrir toda a civilização ocidental. [1] Sem ela, Petry, você não teria direitos humanos e nem liberdade de expressão, inclusive para elogios à loucura como o seu artigo um no cravo, outro na ferradura.

Petry, por direitos constitucionais, você vai ter que engolir os crentes de concepções religiosas, e vai ter que aprender a conviver numa sociedade democrática e plural.

Vade retro, Petry, Dawkins et caterva!

P.S.: Aos de concepções religiosas um conselho - deixem de assinar e/ou comprar revistas e jornais assim como a VEJA. Uma tungada no bolso deles pode mudar em parte o discurso. Ou escrever para os anunciantes que você não vai mais comprar os produtos anunciados em VEJA.

NOTA:

1. Vide artigo de um ateu sobre a “doença infantil” do ateísmo fundamentalista, pós-moderno, chique e perfumado à la Dawkins: “What the New Atheists Don’t See” [O que os neo-ateus não percebem].