Paradoxo: bactéria "antiga" com genes codificando proteínas "modernas"

quarta-feira, outubro 31, 2007

Um artigo interessante. O PDF pode ser baixado gratuitamente aqui.

The Paradox of the "Ancient" Bacterium Which Contains "Modern" Protein-Coding Genes
Heather Maughan*, C. William Birky Jr.*, Wayne L. Nicholson*, William D. Rosenzweig and Russell H. Vreeland

*Graduate Interdisciplinary Program in Genetic
Department of Ecology and Evolutionary Biology,
Department of Veterinary Science and Microbiology, University of Arizona; and Department of Biology, West Chester University

The isolation of microorganisms from ancient materials and the verification that they are as old as the materials from which they were isolated continue to be areas of controversy. Almost without exception, bacteria isolated from ancient material have proven to closely resemble modern bacteria at both morphological and molecular levels. This fact has historically been used by critics to argue that these isolates are not ancient but are modern contaminants introduced either naturally after formation of the surrounding material (for further details, see Hazen and Roeder 2001Citation and the reply by Powers, Vreeland, and Rosenzweig 2001Citation ) or because of flaws in the methodology of sample isolation (reviewed recently in Vreeland and Rosenzweig 2002Citation ).

Such criticism has been addressed experimentally by the development of highly rigorous protocols for sample selection, surface sterilization, and contamination detection and control procedures. Using the most scrupulous and well-documented sampling procedures and contamination-protection techniques reported to date, Vreeland, Rosenzweig, and Powers (2000)Citation reported the isolation of a sporeforming bacterium, Bacillus strain 2-9-3, from a brine inclusion within a halite crystal recovered from the 250-Myr-old Permian Salado Formation in Carlsbad, NM.

EXTRA! EXTRA! "The Design of Life" vai ser lançado brevemente

terça-feira, outubro 30, 2007

Os teóricos e proponentes da teoria do Design Inteligente têm o prazer de anunciar o lançamento de mais um livro: "The Design of Life", de William Dembski e Jonathan Wells.



Descobrindo sinais de inteligência em sistemas biológicos.

Este livro será traduzido brevemente para o português.

Dois cientistas da UFSCar apontam a crise de informação da evolução prebiótica

segunda-feira, outubro 29, 2007

Daniel A. M. M. Silvestre e José F. Fontanari fontanari@ifsc.usp.br, dois cientistas brasileiros do Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 369, 13560-970 São Carlos SP, Brasil publicaram recentemente um excelente artigo Package models and the information crisis of prebiotic evolution [Modelos de pacote e a crise da informação da evolução prebiótica. PDF de 433.50 KB pode ser baixado gratuitamente aqui]

Abstract:

The coexistence between different types of templates has been the choice solution to the information crisis of prebiotic evolution, triggered by the finding that a single RNA-like template cannot carry enough information to code for any useful replicase. In principle, confining d distinct templates of length L in a package or protocell, whose survival depends on the coexistence of the templates it holds in, could resolve this crisis provided that d is made sufficiently large. Here we review the prototypical package model of Niesert et al. (1981) which guarantees the greatest possible region of viability of the protocell population, and show that this model, and hence the entire package approach, does not resolve the information crisis. This is so because to secure survival the total information content of the protocell, Ld, must tend to a constant value that depends only on the spontaneous error rate per nucleotide of the template replication mechanism. As a result, an increase of d must be followed by a decrease of L to ensure the protocell viability, so that the net information gain is null.

Key words: Prebiotic evolution, package models, hypercycles, error threshold, genetic diversity

The coexistence of different types of templates has been the choice solution to the information crisis of prebiotic evolution, triggered by the finding that a single RNA-like template cannot carry enough information to code for any useful replicase. In principle, confining d distinct templates of length L in a package or protocell, whose survival depends on the coexistence of the templates it holds in, could resolve this crisis provided that d is made sufficiently large.

We review the prototypical package model of Niesert et al. (1981) which guarantees the greatest possible region of viability of the protocell population, and show that this model, and hence the entire package approach, does not resolve the information crisis. This is so because to secure survival the total information content of the protocell, Ld, must tend to a constant value that depends only on the spontaneous error rate per nucleotide of the template replication mechanism. As a result, an increase of d must be followed by a decrease of L to ensure the protocell viability, so that the net information gain is null.

Coming up with a coherent scenario to explain the coexistence of distinct templates has proved to be a most difficult endeavor and it may already be time to turn to new approaches to solve the information crisis of prebiotic evolution. We have nothing to offer on this direction.

NOTA BENE:

Conclusão dos pesquisadores

“Coming up with a coherent scenario to explain the coexistence of distinct templates has proved to be a most difficult endeavor and it may already be time to turn to new approaches to solve the information crisis of prebiotic evolution. We have nothing to offer on this direction.”


Silvestre e Fontanari concluem afirmando que talvez seja hora de buscarmos novas abordagens para resolver a crise de informação da evolução prebiótica, e que os evolucionistas ortodoxos não têm nada para oferecer nesta direção. Design Inteligente???

Os teóricos e proponentes da teoria do Design Inteligente têm proposto que certos eventos do universo e do mundo biótico são melhor explicados por causas inteligentes, e que essas causas são empiricamente detectadas.

William Dembski, no seu livro “Design Inference: Eliminating Chance Through Small Probabilities” [Cambridge, Cambridge University, 2001] aborda a questão da informação. Não consta na bibliografia dos autores.

Darwin, Lyell e Hooker: a camarilha de Down “roubou” a primazia teórica de Wallace

domingo, outubro 28, 2007

Eu estudo Darwin desde 1998. Fico surpreso cada vez mais com que leio a respeito deste personagem, especialmente alguns detalhes omitidos intencionalmente pela historiografia “mainstream”: o comportamento de Darwin e seu grupo de elite no affair da Linnean Society de 1858 em que, literalmente, “roubaram” a primazia de Alfred Russel Wallace da teoria da evolução através da seleção natural.



Eu registro aqui tão-somente a minha indignação pelo que vem sendo historiograficamente “sanitizado” a respeito deste aspecto sombrio de Darwin, Hooker e Lyell neste episódio sórdido: “roubaram” a primazia de uma teoria científica de alguém que sequer foi comunicado do “arranjo” sórdido feito às pressas para conceder a Darwin a primazia teórica.

Quem quiser saber mais a respeito deste “roubo” teórico, que a historiografia “mainstream” sanitizou, leia:

BEDDALL, Barbara. “Wallace, Darwin, and the Theory of Natural Selection”. Journal of the History of Biology, No. 1, 1968.

______. “Wallace, Darwin and Edward Blyth: Further Notes on the Development of Evolution Theory”. Journal of the History of Biology, Vol 5, No. 1, Fall, 1972.

BROOKS, John L. “Extinction and the Origin of Organic Diversity”. Connecticut Academy of Arts and Science, Transaction, Vol. 44, December 1972.

DARLINGTON, C.D. "Darwin's Place in History". Oxford, Blackwell, 1959.

Uma calamidade ética para Darwin, Hooker e Lyell que muitos historiadores da ciência sabem, mas omitem intencionalmente, e muitos leigos desconhecem por não terem acesso a este lado “cinza” do homem que “roubou” a maior idéia que a humanidade já teve: a evolução através da seleção natural.

Alfred Russel Wallace, você, Edward Blyth e St. George Jackson Mivart ainda vão ser vindicados historiograficamente. Se a Nomenklatura científica deixar...

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NOTA DESTE BLOGGER: John L. Brooks foi professor na não menos famosa Yale University, e dirigente da National Science Foundation, Washington, D.C.

EXTRA! EXTRA! A revista ÉPOCA desafia a Nomenklatura científica: os livros didáticos distorcem a realidade???

sábado, outubro 27, 2007

Agentes do NBDI infiltrados na redação da revista ÉPOCA conseguiram a parte do especial Brasil − Educação de Alexandre Mansur, Luciana Vicária e Renata Leal, que não foi publicada na edição da revista ÉPOCA № 492, de 22 de outubro de 2007. Ela foi vetada por agentes da KGB da Nomenklatura científica instalados no MEC/SEMTEC/PNLEM: a origem e a evolução da vida.

O amazonense Enézio Eugênio de Almeida Filho, como educador, se sentiu incomodado com a abordagem fraudulenta e distorcida da origem e evolução da vida nos melhores livros didáticos de Biologia do ensino médio que em 2003 e 2005 enviou uma análise crítica para o MEC/SEMTEC e a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Resultado? Nenhuma ação pública sobre o denunciado.

Este caso suscita uma discussão relevante para as famílias de 42 milhões de estudantes do ensino fundamental e médio no Brasil. Afinal, o que se ensina às crianças e aos adolescentes do país? Ciência ou ideologia materialista? A LDB 9394/96, prescreve que o educando deveria ser aprimorados pelo desenvolvimento de sua autonomia intelectual e do pensamento crítico e despertar nos estudantes a capacidade crítica de ver além das aparências e de levar em conta múltiplos aspectos da realidade.

Não é o que ocorre. A maioria dos livros de Biologia é simpática ao materialismo filosófico posando como naturalismo metodológico. O dado que assusta é a quantidade de distorções de evidências científicas que os autores fazem em nome da visão materialista e não científica. O problema maior desses livros-texto são as omissões intencionais das dificuldades fundamentais das atuais teorias da origem e evolução da vida quando essas dificuldades são discutidas pelos especialistas nas publicações científicas. Um verdadeiro estelionato intelectual.

Alguns autores, como Amabis e Martho, diante das críticas, afirmam que os livros didáticos com problemas serão revisados. É o caso de “Fundamentos da Biologia Moderna”, de Amabis e Martho [São Paulo, Moderna, 2004], que já não traz as fraudes das mariposas de Manchester (como exemplo de evolução em ação) e os embriões de vertebrados (como exemplo de ancestralidade comum), mas não informa aos alunos por que foram retiradas. Amabis e Martho não informaram se vão notificar isso em futuras edições, apesar de estarem reformulando aspectos conceituais de modo a tornar seu livro mais objetivo e em consonância com as atuais evidências científicas.

Enézio procurou todas as editoras em 2003 sobre esta inusitada situação, mas elas não se pronunciaram. Será que os editores não sabem que livros com problemas conceituais e desatualizados cientificamente levam a uma formação acadêmica errada? Ele destacou que isso não é educação, mas simplesmente uma descancarada doutrinação na filosofia materialista. Pensar que boa parte desses livros com este viés ideológico passa pela análise do governo federal. Em cada disciplina, os livros são analisados por uma banca de especialistas de universidades públicas. Enézio conhece alguns desses analistas.

Uma nota de louvor para esta comissão de especialistas do MEC: eles costumam rejeitar títulos por má qualidade do conteúdo (informações incorretas), mas a banca deixa passar títulos que condenam visões extremas da origem e evolução da vida, e enaltecem, veladamente, o materialismo filosófico posando como ciência.

Apesar desta polêmica, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que não vai reformular o sistema de avaliação por bancas: “O Ministério da Educação não pode, sob pena de cometer gravíssimo erro, adotar a postura de censor. Em educação, a avaliação que dá certo é a avaliação feita por pares. Ela pode ter imperfeições, mas é melhor que qualquer outra.” Concordo em parte como o ministro da Educação. Discordo dele porque os pares são mais pares do que os outros pares. O que temos hoje no MEC/SEMTEC/PNLEM é um bando de cabritos ideológicos tomando conta de uma horta de evidências contrárias às especulações transformistas de Darwin, e com essa turma os alunos do ensino fundamental, médio e superior, nunca ficarão sabendo que a teoria da evolução é uma teoria em séria crise epistêmica, e que em breve teremos uma mudança paradigmática em biologia evolutiva (2010???).

A qualidade dos livros didáticos de Biologia e a preocupação com a abordagem das teorias da origem e evolução da vida são importantes. Bárbara Sontag, pedagoga da Universidade de São Paulo, afirmou: “Os livros de Biologia devem ter um compromisso com a verdade. Afinal de contas, ciência e mentira não podem andar de mãos dadas.” Mas, para milhões de crianças e jovens, isso não é verdade. “O material didático tem uma importância grande na formação do aluno pelo mero fato de ele ser, muitas vezes, o único livro com o qual a criança entrará em contato”, afirmou Sontag, da USP.

O preocupante com tudo isso, declarou Enézio a Alexandre Mansur (editor de ÉPOCA), é que o conhecimento registrado no livro escolar também tem status maior do que a televisão, da internet ou mesmo da conversa dos pais. O mais preocupante, continuou Enézio, é que quanto mais nova é a criança, menos capacidade ela tem de questionar o que mostrado nos livros. Ele não está sozinho nesta conclusão: “O didático representa para a criança a fonte de conhecimento valorizado pela sociedade. Por isso, ela tende a acreditar piamente em tudo que está ali. Aquele conteúdo é visto como absolutamente verdadeira”, disse Andréa Toledo, coordenadora de educação da UNICAMP.

A esperança de Enézio e de outros pais preocupados com esta abordagem fraudulenta e distorcida das atuais teorias da origem e evolução da vida nos livros didáticos de Biologia do ensino fundamental, médio e superior, é que embora a supremacia do livro seja incontestável, a internet já começa a proporcionar conteúdos contraditórios capazes de rivalizar e incomodar o atual consenso epistêmico.

O eminente cientista político Loumanier Livarob afirma que o dano que os livros didáticos ruins podem causar ao país vai além da questão ideológica: “Eles ensinam para as crianças e jovens fatos que não são verdadeiros, distorcendo a finalidade da educação. Razão? É nessa fase do ensino fundamental e do ensino médio que os jovens se interessam por questões existenciais e a verdade científica da realidade. Livarob destacou: “Se receberem uma informação distorcida e fraudada, criarão uma visão da verdade científica também distorcida e fraudulenta.”

A presença de duas fraudes (uma centenária, e outra mais recente) e de distorções de evidências científicas a favor do fato, Fato, FATO da evolução que passam pelo próprio crivo do MEC/SEMTEC/PNLEM é um problema científico complexo, mas, segundo Livarob, pode ser resolvido. Ele apontou alguns caminhos: “Um deles seria criar comissões de análise mais pluralistas, com membros de diversas filosofias e ideologias. Outra estratégia seria convidar, para escrever os livros, pessoas com capacidade de expor os fatos de forma mais objetiva.”

Para Antonio Marcos Cidade, historiador da UFSCar, a solução precisa ser drástica: o ideal seria haver uma profunda revisão dos livros: “A universidade precisa estar ligada a esse processo. Livros didáticos não podem ser obras individuais, precisam ser coletivas.” Enézio foi mais além: “Os livros precisam abordar a origem e evolução da vida objetiva e honestamente.”

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O DISCURSO DOS LIVROS: Como é a origem e a evolução da vida, segundo alguns dos melhores livros usados por alunos das escolas brasileiras dos ensinos fundamental e médio.

A ORIGEM DA VIDA
O QUE DIZEM: As teorias de Oparin-Haldane e a experiência de Urey-Miller são apresentadas como sendo a explicação científica para a origem da vida na Terra.


O QUE FALTA: A teoria da evolução química não goza mais de respeitabilidade científica, mas a experiência de Urey-Miller ainda continua nos livros “demonstrando” como a vida surgiu.

A EXPLOSÃO CAMBRIANA
O QUE DIZEM: Pouco ou nada dizem sobre este aspecto evolutivo fundamental. Alguns apenas citam a data do evento: mais ou menos 560 milhões de anos.

O QUE FALTA:
Os principais filos aparecem no registro fóssil há mais de 540 milhões de anos, sem intermediários, plenamente funcionais, contrariando a evolução gradual. Segundo Darwin, uma “objeção fatal” à sua teoria, mas omitida nos livros-texto de Biologia.

HOMOLOGIA
O QUE DIZEM: Semelhança devido à ancestralidade comum é evidência de ancestralidade comum.

O QUE FALTA: Tautologia é um argumento circular que nada diz em ciência.

EMBRIÕES VERTEBRADOS:
O QUE DIZEM: Os embriões de vertebrados são apresentados como sendo idênticos no estágio inicial

O QUE FALTA:
Há mais de um século os biólogos sabem que os embriões vertebrados não são semelhantes no estágio inicial, e os desenhos de Haeckel (ou fotografias) que os mostram assim foram “forjados” para “apoiar” o fato, Fato, FATO da teoria da evolução.

MELANISMO INDUSTRIAL
O QUE DIZEM: É o exemplo-mor de evolução em ação diante de nossos olhos.

O QUE FALTA:
A foto de mariposas Biston betularia “camuflando-se” nos troncos das árvores como evolução em ação é falsa. Desde 1980 os biólogos sabem: não descansam nos troncos das árvores e foram “coladas” nos troncos para apoiar o “fato da evolução”!

OS TENTILHÕES DE DARWIN
O QUE DIZEM: Tentam induzir os alunos que a variação dos tentilhões de Darwin explica a origem das espécies por meio da seleção natural.

O QUE FALTA: Não ocorreu nenhuma megaevolução. Os tentilhões, apesar da variedade de bicos e costumes alimentares, continuam tentilhões.

A EVOLUÇÃO HUMANA
O QUE DIZEM: Os macacos-antropóides ilustram nossos supostos ancestrais.

O QUE FALTA: Os paleoantropólogos discordam sobre quais foram nossos ancestrais e como pareciam. Os cladogramas aqui “supõem” como esta relação filogenética teria ocorrido. Não há um “elo perdido”, mas toda uma “corrente perdida”.

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PARÓDIA, MAS QUE SERÁ VERDADE EM BREVE!
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O CONVITE DE DARWIN

Quando Darwin publicou "A Origem das Espécies", em 1859, os cientistas desconheciam a complexidade da célula, a herança genética e minimizavam as dificuldades encontradas no registro fóssil. As idéias confusas, e não muito originais de Darwin revolucionaram a ciência e as concepções filosófico-religiosas — o homem evoluiu de uma forma simples através da seleção natural ao longo de bilhões de anos.

Sem apoio das evidências, Darwin conseguiu a adesão da comunidade científica tão ignorante desses fatos quanto ele. Contudo, admitiu existir objeções a sua teoria e que poderia haver visões extremas da evolução:

"Estou bem a par do fato de existirem neste volume pouquíssimas afirmativas acerca das quais não se possam invocar diversos fatos passíveis de levar a conclusões diametralmente opostas àquelas às quais cheguei. Uma conclusão satisfatória só poderá ser alcançada através do exame e confronto dos fatos e argumentos em prol deste ou daquele ponto de vista, e tal coisa seria impossível de se fazer na presente obra". [1]

Esse convite gera debates apaixonantes. As objeções não são feitas unicamente por religiosos fanáticos. Sóbrios e renomados cientistas ainda questionam por motivos científicos.

O sociólogo Edgar Morin, no livro “Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro” para a UNESCO, afirmou e sugeriu:

“As ciências permitiram que adquiríssemos muitas certezas, mas igualmente revelaram, ao longo do século 20, inúmeras zonas de incerteza. A educação deveria incluir o ensino das incertezas que surgiram nas ciências físicas, nas ciências da evolução biológica e nas ciências históricas.”

A LDB 9394/96 estabeleceu as bases da educação nacional para aprimorar o educando pelo desenvolvimento de sua autonomia intelectual e do pensamento crítico. Isso somente ocorrerá quando algumas “zonas de incertezas” nas ciências biológicas forem abordadas.

A ciência é a expressão de curiosidade. Por causa do convite de Darwin, da sugestão de Morin e da proposta da LDB, você pode e deve questionar o neodarwinismo, pois a melhor inferência às evidências é o Design Inteligente.

NOTA

1. DARWIN, Charles R. Origem das Espécies. Trad. Eugênio Amado. Belo Horizonte/Rio de Janeiro, Villa Rica, 1994, p. 36

Uma crítica à teoria endosimbiótica da origem da mitocôndria

quarta-feira, outubro 24, 2007

Interessante este site de Albert de Roos, biólogo holandês, criticando a teoria endosimbiótica da origem da mitocôndria. Ele também tem seu site acadêmico.

imagens de mitocôndria e de endosimbiontes bacteriais, bem como a afirmação de cientistas sobre o fato, Fato, FATO da teoria endosimbiótica e os seus mecanismos por demais simples.

Vale a pena conferir. Mais uma teoria científica que vai pra lata do lixo da História da Ciência? Quando será a vez de Darwin-duro-na-queda?

80.000 visitantes em menos de 2 anos!!!

terça-feira, outubro 23, 2007

Muito obrigado aos 80.000 visitantes deste blog científico # 1 do Brasil:



Gente, e a Grande Mídia tupiniquim nem txum pra isso? Alô Observatório da Imprensa, não é justa esta indiferença para com este blogger fenômeno! Alô Claudio Angelo, Folha de São Paulo, quando é que o caderno Mais! vai me entrevistar?

No contexto da justificação teórica, cadê a evolução que estava aqui? A evidência comeu!!!

Alguém me chame a atenção se porventura extrapolei na afirmação: algumas características fundamentais da teoria da evolução não batem com as evidências da natureza observadas no contexto da justificação teórica da teoria geral da evolução Como é que eu sei disso? Como é que os cientistas sabem disso? Como é que alguém pode saber disso? Lendo recente literatura especializada cum granum salis, nas entrelinhas, enfocando justamente os detalhes que as lentes ultradarwinistas fundamentalistas xiitas se recusam não enxergar: as evidências contrárias ao fato, Fato, FATO da evolução [Obrigado, Michael Ruse, por esta pérola lingüística do mantra evolutivo].

Todos os exemplos de abstracts abaixo saíram na não menos famosa publicação científica americana PNAS [Proceedings of the National Academy of Sciences − Anais da Academia Nacional de Ciências]:

1. O DILEMA DE OHNO [galera de meninos e meninas de Darwin, não confundir com a Yoko Ono!]: Quem é a mãe de todas as invenções evolutivas? Supostamente, a duplicação gênica. Contudo, alguns biólogos evolucionistas suecos enxergaram um baita problema com esta idéia evolutiva: “Manter um gene duplicado pela seleção da função original restringiria a liberdade em divergir. (Nós referimos a este problema como sendo o dilema de Ohno).” Anos atrás, Susumi Ohno tinha considerado que os genes duplicados alimentam a inovação. Neste artigo, a equipe modelou um jeito em torno do dilema −, mas somente se − “antes da duplicação, o gene original tenha um traço de atividade lateral (a inovação) além da sua função original.” [1]

NOTA BENE: O artigo somente especulou que novas funções podem surgir, e. g., “Novos genes podem surgir durante a especiação sob seleção.” O mais importante, eles não identificaram: quaisquer inovações evolutivas surgidas por duplicação: “É sugerido que novas funções genéticas surgem quando a seleção é imposta sobre um função lateral menor de um gene preexistente”.

NAVALHA DE OCCAM AFIADA EM AÇÃO: a amplificação de uma função existente não e a inovação de uma nova função.

Sean B. Carroll e Chris Todd escreveram na Nature, edição de 10/10/2007, sobre experiências mostrando a adaptação de um gene duplicado. [1A] Apesar de terem ganhado um elogio favorável no PhysOrg como um exemplo de seleção natural em ação, a pesquisa original descreveu somente, NOTA BENE, somente um caso de sub-funcionalização no fermento. Traduzido em graúdos: um gene com duas funções aparentemente se dividiu em dois genes com outra função em outra espécie. Ué, nesta “divisão de trabalho”, nenhuma inovação genética foi adicionada.

OLHAR CÉTICO LOCALIZADO: Os autores também “planejaram” os organismos de fermento no laboratório de acordo com as suas medidas humanas do que constituía a aptidão. Isso, seguindo os passos dados por Darwin no Origem das Espécies, é uma forma de seleção artificial, e não de seleção natural. Mesmo assim, Carroll disse ao PhysOrg que eles tinham “retraçado as etapas da evolução” do gene. PhysOrg disse que “o trabalho ilustra, no nível mais básico, a força motriz da evolução.” Carroll, que é considerado como “um dos biólogos evolucionistas eminentes” foi além disso, extrapolando esta experiência com fermento para toda biologia: “É assim que as novas capacidades surgem e a novas funções evoluem. É assim que ocorre com as borboletas, elefantes, e humanos. É a evolução em ação.”

SPC [SÓ PRA CONTRARIAR]: Nesta experiência, Carroll e Todd nem sequer lidaram com a possibilidade de suplantar o dilema de Ohno. OH, NO!!!

2. PIADA DO CARVALHO: “Um equilíbrio entre crescimento e reprodução, freqüentemente inferido de uma correlação inversa entre essas duas variáveis, é um paradigma fundamental da história da evolução da vida”, assim três biólogos começaram seu artigo no PNAS.[2] Como recordes esportivos, os paradigmas são feitos para serem superados. “As espécies de carvalho fornecem um teste único desta relação porque diferentes espécies amadurecem suas sementes ou no ano da polinização ou no ano após a polinização”, eles disseram após estudarem os dados de cinco espécies de carvalho por 13 anos.

PERGUNTA IMPERTINENTE: E o que a evolução tem a ver com isso? Nada, absolutamente nada. Eles descobriram que esta relação é provocada por condições ambientais. “Assim, ao contrário do atual consenso, o crescimento e a reprodução nessas espécies são aparentemente bem independente de cada uma delas”, eles concluíram.

“Contrastando, os equilíbrios entre a atual e a futura reprodução parecem ser mais importantes na história da evolução da vida destas plantas longevas. Nós também concluímos que uma correlação negativa não implica necessariamente em um mecanismo causal, e não deveria ser usado como a única evidência apoiando um equilíbrio.”

3. ROBUSTEZ CONTRA A EVOLUÇÃO: Alguns cientistas britânicos e americanos estudaram os efeitos da pleiotropia (um gene afetando mais de uma característica) e a epistase (a supressão da expressão de um gene por outro gene situado num lócus diferente do correspondente ao alelo do gene suprimido) em plantas. “Embora a ocorrência de epistase e pleiotropia seja amplamente aceita no nível molecular, seu efeito sobre o valor adaptivo dos genes relacionados com a aptidão é raramente investigado em plantas...”. Mesmo assim, “o conhecimento dessas características de um gene é crítico para o entendimento da base molecular da evolução adaptiva.”

MÃOS À OBRA: Sendo assim, chegou a hora da onça evidência beber água, oops, hora de fazer a experiência. Trabalhando com a Arabidopsis thaliana, a planta de laboratório escolhida, eles pesquisaram um gene candidato, o FRI, associado com o tempo de floração − um gene supostamente tido como gene de aptidão.

INSPEÇÃO DA OBRA: Quais foram os resultados obtidos? O FRI foi menos associado com a aptidão do que previamente considerado. Os pesquisadores também descobriram uma relação epistática com o lócus do FLC.

QED 1 [para a galera dos meninos e meninas de Darwin: em latim “Quod erat demonstrandum” significa “o que era preciso demonstrar”] A variação em FRI, portanto, não estava associada com a aptidão.

“Nós demonstramos que os alelos não-funcionais de FRI têm efeitos pleiotrópicos sobre a aptidão reduzindo os números de nódulos e ramos na inflorescência. Nós propomos que esses efeitos pleiotrópicos antagônicos reduzem o valor adaptivo de FRI, e ajudam explicar a manutenção de estratégias alternativas da história de vida pelas populações naturais de A. thaliana.” [3]

QED 2: Isso não é evolução adaptiva, mas robustez contra a evolução.

4. LIMITE DE VELOCIDADE: Três biólogos da Universidade Harvard estudaram o “limite de velocidade da mutação” de proteínas, e publicaram seus resultados no PNAS. [4] Eles mostraram com modelos de aptidão evolutiva que existe uma linha distinta entre a estabilidade e capacidade evolutiva das proteínas. Se muito instável ou mutável, uma proteína pode provocar um “colapso mutacional” e a extinção da espécie.

“A teoria fornece uma relação fundamental entre a taxa de mutação, o tamanho máximo do genoma, e a reação termodinâmica [Comentário impertinente deste blogger: ARGH, isso é como cometer um assassinato!] das proteínas a mutações pontuais. Isso estabelece um limite universal de velocidade na taxa de evolução molecular ao predizer que as populações se extinguem (via mutagênese letal) quando a taxa de mutação excede em aproximadamente seis mutações por parte essencial do genoma por replicação de organismo mesofílicos, e uma ou duas por genoma por replicação de organismos termofílicos. Diversos RNA vírus funcionam perto do limite de velocidade evolutiva, enquanto que mecanismos de correção de erros usados por DNA vírus, e linhagens não mutantes de bactérias apresentando vários tamanhos de genomas, e taxas de mutação trouxeram esses organismos universalmente ~1,000 vezes abaixo do limite de velocidade natural.”

SE A MUTAÇÃO ULTRAPASSAR O LIMITE DE VELOCIDADE, NEM A EVOLUÇÃO SABE AONDE A MUTAÇÃO VAI PARAR: Os custos dos mecanismos de correção dos erros e da divisão celular, contudo, colocam limites adicionais na carga mutacional. NOTA BENE: os autores também não consideraram os efeitos da epistase e pleiotropia no seu modelo. Eles basicamente mostraram que, mesmo sem essas complicações, há limites de quantas mutações um organismo pode suportar na sua busca para evoluir em algo mais complexo.

CUM GRANUM SALIS: Os pesquisadores acham que a sua teoria precisa ser considerada em modelos computacionais de evolução, e nos cenários [CENÁRIOS???] da origem da vida a fim de evitar o colapso mutacional e a catástrofe de erros.

5. CABO-DE-GUERRA DA SELEÇÃO NATURAL: Outro artigo recente no PLoS One de Steven A. Frank (Universidade da Califórnia, Irvine) parece sugerir que a evolução resulta em mal adaptação das espécies, e não em adaptação benéfica. [5] Razão? Porque “os organismos usam uma variedade de mecanismos para se protegerem contra perturbações.” A robustez dos organismos contra perturbações (como a mutação) protege-os contra a seleção natural. Ele concluiu que “a dinâmica evolutiva conduz os sistemas na direção de ciclos repetidos de robustez acentuada e deterioração.” Porque a robustez opera contra a seleção natural, a seleção tenderá em direcionar o organismo para “designs mais baratos” e baixo desempenho, i.e., má adaptação.

Frank pensou que a robustez aumentaria a variabilidade genética ao longo do tempo porque a “sensibilidade reduzida às mutações herdadas diminui a velocidade na qual a seleção natural remove as mutações deletérias da população.”

COMENTÁRIO IMPERTINENTE CATCH 22: Se considerarmos o artigo acima sobre os limites de velocidade mutacional, parece que isso pode também acelerar um organismo em direção ao “colapso mutacional” e à extinção.

Traduzindo em graúdos: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

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A idéia que ganhei dos abstracts, e alguém me corrija se eu estiver errado, é que parece que cada equipe de cientistas tentou verificar um aspecto fundamental da teoria da evolução, mas encontrou evidência contrária às verdades aceitas consensualmente.

E o fato, Fato, FATO da evolução foi estabelecido por alguma evidência nova? Especialmente as mutações aleatórias filtradas pela seleção natural? E desde quando a natureza “escolhe”? Eu pensei que isso fosse atributo télico de inteligência. Em nenhum dos artigos os autores demonstraram que a mutação aleatória pode inventar na verdade algo novo e benéfico para o indivíduo biótico. Isso é simplesmente assumido, aceito a priori, que pode sim inventar.

Interessante: nitidamente em cada caso estudado, o mecanismo impotente da seleção natural não foi capaz de compensar o dano acumulado de mutações deletérias. O melhor que pode fazer foi manter o status quo do indivíduo biótico, e isso graças à ajuda de mecanismos [design intencional???] de revisão e reparos. Seleção natural: um pangaré de quinta categoria que muitos apostaram todas as fichas epistêmicas para demonstrar o fato, Fato, FATO da evolução.

Fui, porque tem um crítico anônimo na minha cola, e espezinhando um amigo meu pedindo que meus textos não sejam reproduzidos no seu blog. Por que será, hein???

TAREFA PARA ESTE COMENTARISTA ANÔNIMO: Leia atentamente estes artigos e, se tiver competência, conteste as afirmações feitas. Pode enviar e-mail. Você não fará isto porque se abriga debaixo do expediente vil do anonimato. Seja homem, mostre a sua cara!

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NOTAS

1. Bergthorsson and Andersson and Roth, “Ohno’s dilemma: Evolution of new genes under continuous selection” Proceedings of the National Academy of Sciences published online before print October 17, 2007, 10.1073/pnas.0707158104.


1A. Hittinger and Carroll, “Gene duplication and the adaptive evolution of a classic genetic switch” Nature 449, 677-681 (11 October 2007) | doi:10.1038/nature06151.

2. Knops et al, “Negative correlation does not imply a tradeoff between growth and reproduction in California oaks” Proceedings of the National Academy of Sciences USA, published online before print October 16, 2007, 10.1073/pnas.0704251104.

3. Scarcelli et al, “Antagonistic pleiotropic effects reduce the potential adaptive value of the FRIGIDA locus” Proceedings of the National Academy of Sciences USA, published online before print October 16, 2007, 10.1073/pnas.0708209104.


4. Zeldovich, Chen and Shakhnovich, “Protein stability imposes limits on organism complexity and speed of molecular evolution” Proceedings of the National Academy of Sciences USA, October 9, 2007 (vol. 104, no. 41) pp. 16152-16157,
10.1073/pnas.0705366104.

5. Steven A. Frank, “Maladaptation and the Paradox of Robustness in Evolution” Public Library of Science One, 2(10): e1021. doi:10.1371/journal.pone.0001021.

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Todos os artigos do PNAS e do PLOS One podem ser baixados gratuitamente.

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SOBRE OS OMBROS DE UM GIGANTE!

A seleção natural não é mais uma Brastemp de mecanismo evolutivo de especiação

domingo, outubro 21, 2007

Pro bonum publico, especialmente alunos do ensino médio e superior que há décadas vêm sendo engabelados que a seleção natural é o mecanismo evolutivo par excellence na origem e evolução das espécies. Nada mais falso como tem sido denunciado ampla e livremente aqui neste blog, e desde 1998 junto à Nomenklatura científica e as editorias de ciência da Grande Mídia tupiniquim, especialmente a Folha de São Paulo, VEJA, Superinteressante e Galileu.

Remeto meus leitores para o abstract da pesquisa de Rieseberg et al, publicado no PNAS em 2002. Abstract parcial do artigo de Rieseberg et al (2002), PNAS 99, 12241-12245:

“A seleção [natural] é amplamente aceita como a principal força modelando a variação fenotípica dentro das populações [SIC ULTRA PLUS 1]. Contudo, a sua importância na especiação e macroevolução tem sido questionada, porque as diferenças fenotípicas entre as espécies ou taxon superiores algumas vezes parecem ser não adaptivas. Aqui, nós utilizamos o teste de sinal quantitativo de característica de local [em inglês quantitative trait locus (QTL)] para avaliar a importância de seleção direcional em divergência fenotípica. Se uma característica tem uma história de seleção direcional, os efeitos de QTL devem ser na maior parte na mesma direção; senão os QTLs com efeitos antagônicos devem ser comuns. A análise de efeitos de QTL de 572 características de 86 estudos revelou significativamente pouquíssimos QTLs antagônicos do que os esperados sob neutralidade, um resultado que valida a assertiva de Darwin de que a diversificação fenotípica é provocada principalmente pela seleção [natural]. Além disso, as diferenças de características interespecíficas foram mais forte ou consistentemente selecionadas do que as diferenças intra-específicas, fortalecendo um crescente consenso entre os estudiosos da especiação de que a seleção direcional é a causa primária de especiação [SIC ULTRA PLUS 2].” [1]

Se não for o mecanismo X, então é Y; se não for Y, então é Z; se não for Z, então é todo o ABC! Ué, a navalha de Occam não cabe aqui??? Sabe cumé, para os amigos, os favores da lei, para os inimigos, os rigores da lei! Objetividade e isenção em ciência? Isso não te pertence mais!

Nota bene: os estudiosos da especiação em 2002 não aceitavam mais a seleção natural como causa primária da especiação. Então, por que os livros didáticos de Biologia do ensino médio e superior ainda afirmam que a evolução se dá através da seleção natural? Eles estão enganando descarada e impunemente aos nossos alunos.
Alô MEC/SEMTEC/PNLEM e CEC – Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados: estão lesando a cidadania de nossos alunos no acesso às informações e discussões intramuros da comunidade científica sobre o fato, Fato, FATO da evolução há mais de duas décadas.

O nome disso é estelionato intelectual. Forte invectiva, não? Já me me disseram que eu poderia ser processado por isso. Eles não vão me processar juridicamente. Razão? Darwin iria junto comigo para o banco dos réus. Se algum autor tupiniquim de livro-texto de Biologia de ensino médio se sentir ofendido, que me processe por calúnia, danos morais e materiais. Alguém aí topa esta parada?

Eu adoraria ver Darwin on trial, oops Darwin no banco dos réus em Pindorama.

NOTA:

1. “Selection is widely accepted as the principal force shaping phenotypic variation within populations. Its importance in speciation and macroevolution has been questioned, however, because phenotypic differences between species or higher taxa sometimes appear to be nonadaptive. Here, we use the quantitative trait locus (QTL) sign test to evaluate the importance of directional selection in phenotypic divergence. If a trait has a history of directional selection, QTL effects should be mostly in the same direction; otherwise QTLs with antagonistic effects should be common. Analysis of QTL effects for 572 traits from 86 studies revealed significantly fewer antagonistic QTLs than expected under neutrality, a result that validates Darwin's claim that phenotypic diversification is caused mainly by selection. Moreover, interspecific trait differences were more strongly or consistently selected than intraspecific differences, strengthening a growing consensus among students of speciation that directional selection is the primary cause of speciation.”
O PDF do artigo completo em inglês [sorry periferia, obrigado Ibrahim Sued] pode ser baixado gratuitamente aqui. Clique em Download.

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NOTAS IMPERTINENTES DESTE BLOGGER

1. GRANDE MÍDIA TUPINIQUIM: É este tipo de divulgação científica que os jornalistas científicos não têm coragem de abordar.

2. MENINOS E MENINAS DA GALERA DE DARWIN: Não fiquem ofendidos, blog para mim é conversa de botequim!

3. AUTORES DE LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA: Quando vocês vão abordar objetiva e honestamente os atuais conhecimentos sobre a origem e evolução do universo e da vida?

4. NOMENKLATURA CIENTÍFICA: Vocês não vão transferir o lançamento de Darwin 3.0 para depois de 2010 só pra me contrariar, vão?

5. MEC/SEMTEC/PNLEM e CEC − Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados: Até quando os srs. vão ser coniventes com este estelionato intelectual?


Papel do advogado do Diabo do Design Inteligente

sexta-feira, outubro 19, 2007

Com toda sua licença, este blogger vai sair um pouco da sua linha editorial e vai lançar mão aqui do papel de um advogado do Diabo, i.e., vou usar o escrito de um crente de concepção religiosa para defender o Design Inteligente. Razão? Ué, se os darwinistas podem lançar mão deste expediente maroto, por que eu não? Lembre-se dos garotos-propaganda, advogados do Diabo de Darwin − Kenneth Miller (católico deísta) e Francis Collins (protestante deísta).

Então agüenta firme que aqui vem chumbo grosso de um religioso que já foi extremamente poderoso, esteve envolvido no escândalo de espionagem de Watergate durante o governo de Richard Nixon, foi condenado a 10 anos de cadeia, para fazer o papel de advogado do Diabo defendendo a teoria do Design Inteligente: Chuck Colson.



O que o darwinismo não pode fazer

O limite da evolução

19 de outubro de 2007

O movimento do design inteligente (DI) tem sido acusado de um punhado de coisas ao longo dos anos. Entre a mais suave daquelas acusações é a de que o DI é apenas religião mascarando-se como ciência.

Quem quer que possa pensar isso seriamente, não está prestando atenção. O design inteligente, conforme definido pelo Discovery Institute, ensina simplesmente “que certas características do universo e das coisas vivas são melhor explicadas por uma causa inteligente, e não por um processo não dirigido [aleatório] tal como a seleção natural.” Pronto, é isso. Nem tenta definir ou descrever aquela causa. A maioria dos cientistas que endossa o design inteligente acredita em alguma forma de evolução. E alguns deles nem são crentes na Bíblia — eles são secularistas. Eles acreditam simplesmente que o darwinismo não tem todas as respostas, especialmente sobre como a vida se originou. (Darwin mesmo nunca presumiu certeza sobre isso.)

Bem, com a publicação do Segundo livro de Michael Behe, há pouca desculpa para quem quiser permanecer ignorante sobre o que o design inteligente é na verdade. Behe, talvez você se lembre, é professor de ciência biológica [sic, Behe é professor de Bioquímica] da Lehigh University que sacudiu o mundo científico quando publicou o livro “A Caixa Preta de Darwin” [Rio de Janeiro, Zahar, 1997] há mais de uma década atrás. Agora ele escreveu o The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism [O Limite da Evolução: a busca dos limites do darwinismo. (Mariana Zahar, vamos menina, coragem, publique este livro!] Behe não deixa dúvida sobre sua crença na seleção natural. Ele vai até muito mais além do que muitos de nós, inclusive eu, ao declarar sua crença na tese da ancestralidade comum.

Em resumo, ele está mais do que desejoso de reconhecer uma base comum com os evolucionistas. Tudo o que ele está tentando mostrar aqui é que há certas coisas que o darwinismo não pode responder. Mas até por isso ele é atacado verbalmente. O jornal New York Times mostrou ao livro de Behe o maior desrespeito ao designer alguém que publicamente discordou dele, e denunciou interesse em fazer a resenha: o veemente “antiteísta” Richard Dawkins, de todas as pessoas. Isso basta pela objetividade do jornal New York Times. Isso seria aproximadamente o equivalente para o jornal New York Times pedir que eu fizesse a resenha de um dos livros de Dawkins. Sem chance.
Naturalmente, Dawkins acusa Behe de fazer exatamente o que ele não faz: Isto é, ele sugere que Behe afirma que onde a evolução alcançou os seus limites, “Deus precisa se intrometer para ajudar.”

Behe não faz nada disso. O que ele faz é fornecer uma série de estudos de casos, tais como o vírus da malaria, o vírus da AIDS, e o sistema imunológico humano, e demonstra que a evolução fez e não fez por eles. Por exemplo, ele mostra que, embora as células humanas evoluíram de muitas maneiras para combater a malária, muitos humanos ainda são vulneráveis a ela — e em alguns casos, aquelas células humanas eram até muito mais piores do que eram antes. Isso significa que a evolução nem sempre é progressiva como os darwinistas gostariam que nós acreditássemos. Conforme Behe afirma, o que Dawkins e outros têm chamado de uma “corrida de armas” é realmente muito mais parecido com “guerra de trincheira”, liberando forças que podem provocar danos aos organismos tão facilmente quanto pode ajudá-los. Dessa maneira, a evolução tem seus limites.

Eu sugiro que você ignore as forças que querem suprimir toda a dissensão, e dê uma olhada no livro The Edge of Evolution do Behe. [Nota deste blogger: você pode comprá-lo aqui. Há vários exemplares bem à vista no terceiro piso no Conjunto Nacional na Av. Paulista]. Mesmo que você não concorde com tudo no livro, como eu não concordo, você não precisa seguir a linha darwinista de que tudo que você discorda deve ser reprimido. Ouse pensar por si mesmo. Você pode até aprender aquilo que os darwinistas e os antiteístas não querem que você saiba.

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Advogado do Diabo, quem diria, aqui no blog científico # 1 do Brasil [e né, não??? Quase 80.000 visitantes em menos de 2 anos, sendo 11 em cada 10 darwinistas!!! Claudio Angelo, quando é que o caderno Mais! vai me entrevistar???].

Em palestra que dei sobre o design inteligente lá em Fortaleza em agosto deste ano, eu disse, porque havia um darwinista presente que tinha me abordado antes querendo saber onde está a sede do NBDI e quantos professores e alunos de graduação e pós-graduação defendem o DI no Brasil, que se existir o inferno, e eu for convidado para dar uma palestra defendendo o design inteligente, lá eu irei. Com o maior prazer!

NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:

Você conhece alguma ONG darwinista que tenta recuperar os criminosos e ajuda suas famílias enquanto o parente está preso? Eu não conheço nenhuma. Afinal de contas, os darwinistas são coerentes com a sua ideologia materialista: a evolução não tinha o ser humano em mente, e como meros acidentes evolutivos, nós somos nada mais nada menos do que tão-somente um animal como outro qualquer.

Após 10 anos de cadeia, Chuck Colson fundou uma ONG assim. Clique aqui. Creio que existe algo similar no Brasil.

Jerry Fodor: um darwinista herético pós-moderno na mira da Nomenklatura científica

Nas minhas incursões em História da Ciência [por que será, hein?], aqui e ali eu me deparo com darwinistas heréticos: cientistas que, apesar de serem evolucionistas, questionam cientificamente algum aspecto fundamental da teoria geral da evolução de Darwin.

O último darwinista herético eminente contemporâneo foi Stephen Jay Gould. A Nomenklatura científica é antropofágica, e a KGB sabe muito bem como lidar com os dissidentes 5 estrelas: pressões particulares, denuncismo público, e finalmente ostracismo acadêmico no Gulag das publicações científicas, y otras cositas mais [leia-se: destruição de carreiras acadêmicas].

Bem, vou deixá-lo com o artigo do meu amigo Robert Crowther sobre o mais recente darwinista herético pós-moderno:

Hoje (ou ontem, dependendo de que lado do lago você está), Jerry Fodor, biólogo evolucionista [sic, Fodor é filósofo da ciência e cientista cognitivo da Universidade Rutgers] saiu da linha e publicou artigo colocando em risco toda sua carreira acadêmica, sem mencionar que, possivelmente, ele pode ter dito adeus a qualquer chance de conseguir outra ajuda financeira para pesquisa.

“Na verdade, um número apreciável de biólogos perfeitamente sensato está começando a pensar que a teoria da seleção natural não pode ser mais aceita como sendo verdade. Isso é, até aqui, na maioria gravetos ao vento; mas não está fora de cogitação que uma revolução científica − não menos do que uma grande revisão da teoria da evolução − está pra sair. Diferente da estória de as nossas mentes serem adaptações anacrônicas, esta nova inclinação parece não ter sido amplamente notada fora dos círculos profissionais. O resultado irônico é que é num tempo quando a teoria da seleção natural se tornou um artigo de cultura popular, ela se defronta com o que pode ser o desafio mais sério que já teve. Os darwinistas ficaram conhecidos ao dizerem que o adaptacionismo é a melhor idéia que alguém já teve. Seria uma boa piada, se a melhor idéia que alguém já teve se revelar mentirosa. Muito da história da ciência consiste em o mundo fazer aquele tipo de piada em nossas teorias mais queridas.” [1]

Fodor, isso deve ser destacado, é totalmente materialista — não tão totalmente quanto os darwinistas queriam que ele fosse. (Você sabe como é que é, alguns materialistas são mais iguais do que os outros). Qual é então a preocupação? É a sua heresia quando considerada à luz do dogmatismo dos darwinistas que controlam os fios da bolsa que é surpreendente. Mesmo assim, Fodor parece saber parcialmente:

“Não seria irracional para um biólogo de persuasão darwinista argumentar assim: ‘Enche o saco questões conceituais, e enche o saco aqueles que as levantam. Nós não podemos ficar sem a biologia, e a biologia não pode ficar sem o darwinismo. Então o darwinismo deve ser verdade.’ Os darwinistas freqüentemente argumentam desta maneira; e o medo da hipérbole parece não inibi-los.”

Eles tampouco se sentem inibidos em provocarem a completa e total destruição da carreira acadêmica de quem quer que se interponha no caminho deles.

NOTA

1. “In fact, an appreciable number of perfectly reasonable biologists are coming to think that the theory of natural selection can no longer be taken for granted. This is, so far, mostly straws in the wind; but it’s not out of the question that a scientific revolution – no less than a major revision of evolutionary theory – is in the offing. Unlike the story about our minds being anachronistic adaptations, this new twist doesn’t seem to have been widely noticed outside professional circles. The ironic upshot is that at a time when the theory of natural selection has become an article of pop culture, it is faced with what may be the most serious challenge it has had so far. Darwinists have been known to say that adaptationism is the best idea that anybody has ever had. It would be a good joke if the best idea that anybody has ever had turned out not to be true. A lot of the history of science consists of the world playing that sort of joke on our most cherished theories.”

Postado por Robert Crowther 18 de outubro de 2007 10:42 AM Permalink

A história da revista Nature

quinta-feira, outubro 18, 2007

Imperdível para pesquisadores e alunos de História da Ciência, a história da revista Nature. Leia mais aqui >>>

Interessante os artigos disponíveis gratuitamente sobre as principais descobertas científicas. Aqui.

Conclamando o retorno à razão em ciência

quarta-feira, outubro 17, 2007

Eu resolvi ser um pouco mais controverso neste blog. Abaixo minha conclamação aos que amam a verdade em ciência:

Nós devemos recusar ajoelharmos diante dos muitos ídolos culturais falsos. A ciência não irá se beneficiar canonizando Darwin em 2009, ou fazer da evolução um artigo de fé secular.

Nós devemos rejeitar a excomunhão intelectual dos críticos e oponentes dessas teorias como uma forma válida de lidar com a crítica: a pergunta mais importante que uma sociedade deve fazer é justamente aquela que é proibida pelos atuais donos do poder de plantão.

Pergunta impertinente para a Nomenklatura científica

O atual "konsensus" sobre as atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida, ou quaisquer outras teorias científicas, são passíveis de serem contraditadas? Se positivo, por que o ranço contra os que questionam o fato, Fato, FATO dessas teorias? No contexto da justificação epistêmica, não são as evidências que corroboram as teorias científicas? Se não existe Theoria perennis em ciência, o que temos hoje seriam "dogmas"??? Vade retro tal pensamento!

Fui, pensando seriamente em continuar indo na contra-mão da Nomenklatura científica!!!

BOMBA! BOMBA! Palestras contra o darwinismo em universidade dos Estados Unidos

terça-feira, outubro 16, 2007

Sinais dos tempos??? Seria conseqüência da ação dos quatro cavaleiros do Apocalipse darwiniano (Behe, Dembski, Wells e Nelson)? Alguém me belisque, por favor, pois eu não estou acreditando no que vai acontecer dia 7 de novembro na Universidade de Maryland nos Estados Unidos: palestras contra o darwinismo! NOTA BENE − palestras contra o paradigma vigente em biologia evolutiva!!!

Gente, eu nem estou acreditando. A Nomenklatura científica americana tem sido muito feroz e truculenta com os dissidentes de Darwin, especialmente com os teóricos e defensores da teoria do Design Inteligente. Eu sei do que estou falando e documento para quaisquer darwinistas honestos interessados em saber dessa inquisição sem fogueiras. Vide filme “Expelled”.

A KGB lá na terra do Tio Sam é composta por ferozes rotweillers, oops guarda-cancelas epistêmicos que blindam a teoria da evolução de Darwin de quaisquer críticas. Especialmente quando a questão é Darwin, o homem que teve a maior idéia que a humanidade já teve. [Dennett, seu menino maroto, eu pensei que você já tivesse sofrido um processo de metanóia em relação a Darwin!] Capice? Non capice Darwiniano???

Ah, se eu tivesse alguns reais sobrando, eu pegaria um avião e iria respirar este pouco de ar de liberdade acadêmica lá na Universidade de Maryland. Bem que isso poderia acontecer na Grande Taba Tupiniquim: Darwin no banco dos réus!!!

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Blackwell-Maryland Lectures in Language and Cognition

Nov. 7th - 3:00 P.M.
What kind of theory is the theory of Natural Selection?
[Que tipo de teoria é a teoria da Seleção Natural?]

Nov. 8th - 3:00 P.M.
Disjunction problems
[Problemas de disjunção]

Nov. 9th - 10:00 A.M.
Evolution without adaptation
[Evolução sem adaptação]

University of Maryland at College Park
“Against Darwinism” [Contra o darwinismo]
Jerry Fodor
Rutgers University

Review [Resenha]:

“Jerry Fodor é sem dúvida um dos mais influentes (e cativante) dos filósofos vivos. Seus artigos e livros são ansiosamente aguardados e amplamente ingluentes. A modularidade da mente tem sido um tópico recorrente na sua escrita, e recentemente ele argumentou que há uma estreita conexão entre o mdularismo radical e um forte compromisso com a seleção natural darwiniana.

Nesta série de palestras, ele discute a lógica da seleção natural, e argumenta que ela não pode fazer o que anuncia. O livro que resultará dessas palestras irá, sem dúvida, enfurecer a muitos, e como tal, sera amplamente lido.”

− Norbert Hornstein, Universidade de Maryland [1]



NOTA

1. “Jerry Fodor is without a doubt one of the most influential (and engaging) philosophers alive. His articles and books are eagerly awaited and widely influential. The modularity of the mind has been a recurring topic in his writing and recently he has argued that there is a tight connection between radical modularism and a strong commitment to Darwinian natural selection.

In this set of lectures he discusses the logic of natural selection and argues that it cannot do what it advertises. The book that will result from these lectures will no doubt infuriate many. It cannot help but be controversial and, as such, widely read.”

Todas as palestras serão realizadas no Maryland Room do Marie Mount Hall no College Park.

Um artigo de Fodor, “Against Darwinism”, grátis, aqui.

Jerry Fodor “falou e disse”: a teoria da seleção natural foi pro saco!

domingo, outubro 14, 2007

A transmutação das espécies é uma idéia antiga da humanidade: os povos antigos já pensavam naquilo. Já o fato, Fato, FATO da evolução, bem, ele é aceito a priori pela quase totalidade da comunidade científica, mesmo sabendo que as evidências favoráveis encontradas na natureza sejam circunstanciais. É preciso um mecanismo “evolutivo” para realizar esta obra de criação de complexidade e diversidade biológica: a seleção natural de Darwin.

Segundo Dennett, a “seleção natural” foi a idéia mais brilhante que a humanidade já teve. Engraçado, lendo as fontes primárias, os cientistas da época de Darwin aceitavam a “idéia” de evolução, mas rejeitavam a “seleção natural” como sendo o mecanismo todo-poderoso: Lyell, Hooker e, pasmem, Huxley. Ele era “buldogue de Darwin”, ma non allegro, capice? Bah, esse “buldogue” não era lá uma Brastemp de buldogue!

Em 1909, após o eclipse do darwinismo, quando comemoraram em Cambridge os 50 anos da publicação do livro Origem das Espécies de Darwin, as críticas severas foram justamente contra a seleção natural. De lá pra cá, recauchuta a teoria aqui, recauchuta a teoria acolá, e volta e meia vem o coral da Nomenklatura científica afirmar o “konsensus darwinianus”: a evolução através da seleção natural.

O problema com esse tal de “konsensus” científico é que, de vez em quando e sempre está errado. Especialmente essa onipotência da seleção natural como motor evolutivo. Geralmente os ultradarwinistas fundamentalistas xiitas berram, como todos os bons cabritos berram, que o próprio Darwin reconheceu ser a seleção natural um mecanismo importante, mas não o mais importante de todos no processo evolutivo: se não for X, então Y; se não for Y, então Z; se não for Z, então todo o ABC. Desde 1859 assinando “notas promissórias epistêmicas” em favor da seleção natural. Haja clareza e suficiência epistêmicas... A navalha de Occam já não está tão afiada como antigamente. Cá entre nós, eu ando meio cético localizado da validade universal da navalha de Occam.

Vou deixá-lo com o meu bom amigo Paul Nelson, Ph. D. em filosofia da biologia (Universidade de Chicago) discorrer sobre um artigo de Jerry Fodor:

por Paul Nelson

Num artigo provocante na mais recente edição do London Review of Books (18 de outubro de 2007), Jerry Fodor, filósofo da ciência e cientista cognitivo da Universidade Rutgers argumenta que “o relato darwinista clássico da evolução como sendo principalmente realizado pela seleção natural está em dificuldades em bases conceituais e empíricas.” Conforme ele elabora,

“A maré alta do adaptacionismo fez flutuar uma esquadra variada, mas isso pode estar agora na maré vazante. Se resultar que a seleção natural não é o que produz a evolução, um punhado de especulações soltas vai ficar em grande apuro, estéril e parecendo um pouco ridícula. A indução ao longo da história da ciência sugere que as melhores teorias que nós temos hoje irão ser demonstradas mais ou menos inverídicas no mais tardar amanhã à tarde. Em ciência, como em qualquer coisa, ‘guardar uma carta nas mangas’ geralmente é um bom conselho.”

Fodor tem sido há muito tempo um crítico do uso da seleção natural na explicação da arquitetura cognitiva humana. Eu me lembro quando foi aluno de pós-graduação de ouvir uma palestra dele (como professor visitante) sobre o tópico, e fiquei espantado pela sua rejeição sem cerimônias dos relatos adaptivo em psicologia humana. Bem, Fodor não leva o design inteligente muito em conta, e ele não está questionando a tese da ancestralidade comum: vide, por exemplo, os dois últimos parágrafos deste artigo [145KB. Download gratuito]

Mas ultimamente a sua crítica do raciocínio darwiniano tem se expandido além dos limites da ciência cognitiva, onde ele principalmente policiou estórias da carochinha de fugas adaptivas em tempos atrás. Vela noturna na mão, Fodor tem batido recentemente em cabeças situadas bem na própria biologia:

“Na verdade, um número apreciável de biólogos perfeitamente sensato está começando a pensar que a teoria da seleção natural não pode ser mais aceita como sendo verdade... O resultado irônico é que é num tempo quando a teoria da seleção natural se tornou um artigo de cultura popular, ela se defronta com o que pode ser o desafio mais sério que já teve. Os darwinistas ficaram conhecidos ao dizerem que o adaptacionismo é a melhor idéia que alguém já teve. Seria uma boa piada, se a melhor idéia que alguém já teve se revelar mentirosa.”

Pow! Vela noturna cinza sólida, acabamento escuro envernizado.

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Fui, rindo da cara dos meninos e meninas da galera de Darwin que apostaram tudo no cavalo pangaré “Selectionis naturalis”. Eu vou ficar esperando 2010 chegar para saber qual mecanismo evolutivo será acolhido em “Darwin 3.0”. Quanto à Nomenklatura científica e à Grande Mídia tupiniquins, elas enfiaram a viola no saco estrategicamente desde 1998 quando a questão é Darwin, mas não vão poder ficar com a viola no saco por muito tempo, porque em ciência a gente segue as evidências aonde elas forem dar.

O rei está nu, mas há algo de podre no reino acadêmico protegendo a nudez epistêmica de Darwin...

Neodarwinismo: uma teoria morta que, finalmente, “morreu”!

quinta-feira, outubro 11, 2007

Entre amigos cientistas eu ouço, aqui e ali à boca pequena [em off é mais chique!], comentários sobre o atual status do contexto de justificação do neodarwinismo:

“A teoria neodarwinista está pra lá de morta como explicação para qualquer coisa de qualquer substância científica.”

Pondere cum granum salis. Afinal de contas isso representa uma grande realização na história do empreendimento intelectual humano: uma “teoria” natimorta, finalmente morreu. Foi preciso uma grande dose de criatividade filosófica de mais de duas décadas para chegar a esta conclusão, e reconhecer isso publicamente em breve.

Desde 1998, nota bene, desde 1998 eu destaquei para a Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquins, e aqui neste blog, sobre as insuficiências epistêmicas fundamentais da teoria neodarwinista: não informa e está errada em muitas frentes de pesquisa científica.

Sabe como é que eu estou me sentindo agora com tudo isso? Está ficando muito chato, e será que ainda vale a pena ironizá-la a la Macaco Simão? Ora, bater em defunto natimorto é uma atividade nauseabunda, mas é uma tentativa de mostrar às carpideiras e aos amigos do defunto que ele de fato morreu, e que chorar tecendo loas ao morto, conforta, mas também esclarece: rei morto, rei posto.

Em 2009, os “cardeais” da Nomenklatura científica vão celebrar os “cultos de adoração a Darwin” no mundo inteiro, e em 2010 após este oba-oba do “culto à personalidade”, eles se reunirão pomposamente no Castelo de Down, e se sair uma fumacinha branca da chaminé [os meus amigos católicos que me perdoem], eles anunciarão: “Nihil obstat: Habemus theoria... Habemus theoria o quê mesmo agora? Teoria pós-moderna da síntese moderna? Teoria pós-pós do quê mesmo???”

Que venha a nova teoria da origem e evolução da vida, mas não se esqueçam da minha Caloi: “complexidade irredutível” e “informação complexa especificada”!

BBB: expõe a nudez epistêmica de Darwin diante de nossos olhos!!!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Como é que está seu coração? Está de bem com a vida? De bem com todo mundo? Você tem seguro de vida? Está sentado? Pois bem, nós já estamos assistindo ao vivo o fim do darwinismo como referencial teórico para explicar a origem e a evolução da vida! Só os cegos epistêmicos vêem, mas não querem “ver”: chegou a hora de dizer adeus a Darwin. Sem medo de ser feliz!!!

Menos Enézio, menos, ma non tropo! Desde 1998 este blogger vem anunciando à Nomenklatura científica e à Grande Mídia tupiniquins que nós estamos assistindo a uma iminente e eminente ruptura paradigmática em biologia evolutiva. Apenas alguns darwinistas honestos e atualizados na literatura científica especializada reconhecem: o neodarwinismo já morreu como ortodoxia epistêmica.

Não pense você que mais vez é a turma perversa do Design Inteligente responsável por isso. Não. É um cientista evolucionista. NOTA BENE: CIENTISTA EVOLUCIONISTA DE RENOME!!! Eugene Koonin, do National Center for Biotechnology Information (NCBI, em inglês é mais chique!) [Centro Nacional de Informação de Biotecnologia], National Institutes of Health [Institutos Nacionais de Saúde] em Bethesda, Maryland, escreveu uma crítica devastadora, NOTA BENE: CRÍTICA DEVASTADORA que você não leu na Grande Mídia Tupiniquim, e muito menos nos boletins eletrônicos JC E-Mail e no Agência FAPESP, órgãos voltados exclusivamente para a divulgação científica no Brasil.

Como você ainda não pode ler isso livremente nesses órgãos - a KGB da Nomenklatura científica, os revisores por pares [peer-reviewers é mais chique], exercem muito bem a função de guarda-cancelas protegendo com zelo inquisitorial o que pode e o que não pode ser publicado quando a questão é Darwin, você vai ler aqui neste blog deste “simples professorzinho do ensino médio” [será???] que Koonin escreveu uma crítica devastadora do darwinismo tradicional num journal de fonte aberta Biology Direct.[1]

[PDF de 467KB, download gratuito]

Koonin, cientista evolucionista honesto, disse basicamente que todas as principais formas de vida, com toda sua complexidade, surgiram subitamente no registro fóssil sem formas intermediária, e este fato não pode mais ser negado.

“As principais transições em evolução biológica mostram o mesmo padrão de súbita emergência de diversas formas em um novo nível de complexidade. A relação entre os principais grupos dentro de uma nova classe emergente de entidades biológicas são difíceis de decifrar e parecem não se encaixar ao padrão de árvore que, seguindo a proposta original de Darwin, permanece como a descrição dominante de evolução biológica. Os casos em questão incluem a origem das moléculas complexas de RNA e o dobramento de proteínas; os principais grupos de vírus; arquéia e bactéria, e as principais linhagens dentro de cada um desses domínios procarióticos; super grupos eucarióticos; e os filos de animais. Em cada um desses nexos cruciais na história da vida, os “tipos” principais parecem surgir rapidamente e totalmente equipados com as características de assinatura do respectivo novo nível de organização biológica. Não são detectáveis “graus” intermediários ou formas intermediárias entre os tipos diferentes.” [2]

Bing, bing, zing, saída pela direita! Bing, bing, zing, saída pela esquerda: cria-se uma teoria ad hoc para salvar o paradigma. Em vez da tradicional teoria darwinista, Koonin propôs uma nova hipótese: BBB. Calma gente, não é o trash do Big Brother [não seria Brothel???] Brasil. O BBB de Koonin significa “Biological Big Bang” (Big Bang Biológico). Por quê Big Bang Biológico? Porque Koonin fez um paralelismo com a cosmologia do modelo do Big Bang:

“Eu proponho que a maioria ou todas as principais transições evolutivas que mostram a padrão “explosivo” de emergência de novos tipos de entidades biológicas correspondem a um limite entre as duas fases evolutivas qualitativamente distintas. A primeira, a fase inflacionária é caracterizada por evolução extremamente rápida impulsionada por vários processos de troca de informação genética, tais como transferência lateral de gene, recombinação, fusão, fissão, e o esparramar de elementos móveis. Esses processos dão origem a uma vasta diversidade de formas das quais as principais classes de entidades no novo nível de complexidade emergem independentemente, através de um processo de seleção. Na segunda fase, a evolução diminui dramaticamente, o respectivo processo de informação genética diminui, e as múltiplas linhagens do novo tipo de entidades emergem, cada uma delas evoluindo num modo tipo árvore a partir daquele ponto.” [3]

Alguém me belisque, mas Koonin está simplesmente argumentando através de uma analogia. Qual seria a relevância agora da origem do universo no contexto da justificação da origem da vida? Vamos ler nas entrelinhas: parece que a hipótese de Koonin foi motivada, não porque haja mais plausibilidade de se comparar o surgimento da vida com a súbita origem do universo a partir do nada. Aqui tem muito mais coisa em jogo. Especialmente evidências observáveis. Eu posso estar redondamente enganado, mas me parece que Koonin está convencido de que a vida não evolui através do lento processo gradual darwinista ao longo do tempo.

Uma leitura atenta do artigo de Koonin revela um “arbusto de vida” em vez da imponente árvore da vida de Darwin. O diagrama mostra uma variedade de linhagens todas emergindo subitamente de um ponto central. Koonin descreve como que em quase toda esfera, do dobramento de proteínas até aos principais reinos de vida do filo animal, um padrão de árvore não pode ser encontrado. A regra é: emergência súbita, com toda a complexidade no lugar desde o começo.

Koonin admite, ao contrário da Nomenklatura científica que sofre da “síndrome de Darwin”, a Explosão Cambriana é um “enigma altamente propalado”, mas improvavelmente será solucionado pela proposição de mudanças moleculares no período Pré-Cambriano. “Num padrão já familiar”, ele disse, “a relação entre o filo animal permanece controverso e difícil de se entender.”

Koonin não está sozinho neste ponto de vista, ele mesmo destacou outros cientistas que perceberam tais padrões: Carl Woese, Stephen Jay Gould, Cavalier-Smith, e mais recentemente Doolittle e Bapteste. Conclusão desses cientistas: NÃO EXISTE UMA ÁRVORE UNIVERSAL DA VIDA!!!.NOTA BENE: NÃO EXISTE ÁRVORE UNIVERSAL DA VIDA!!! Kaput, Darwin! A Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquim precisam encarar este fato das evidências, abordar a questão e propor alternativas.

Pergunta impertinente deste blogger: O BBB - Big Bang Biológico proposto por Koonin vai se sair incólume no escrutínio dos revisores? Quais seriam as implicações deste artigo de Koonin para a teoria do Design Inteligente? O próprio Koonin e os revisores perceberam isso:

William Martin (Universidade de Dusseldorf, Alemanha) destacou esta afirmação do artigo : “Em cada classe principal de objetos biológicos, os principais tipos emergem ‘já prontos’, e graus intermediários não podem ser identificados”, e teve a seguinte reação: “Puxa vida, isso vai aparecer logo nos sites de Design Inteligente mais rapidamente do que alguém possa fechar um olho.”

Koonin sabendo que suas idéias poderiam ser contrabandeadas pela turma perversa do Design Inteligente, respondeu que mesmo que ele tenha tentado evitar alusões de design inteligente, ele tinha que enfrentar a situação o mais honestamente possível:

“... há pouco que eu possa fazer, porque esta é uma frase importante que retrata acurada e detalhadamente e, no melhor de meu entendimento, característica real das transições evolutivas. Isso seria usado pelo campo do Design Inteligente? Talvez - se eles forçarem a leitura disso no artigo. Todavia, eu temo que, se o nosso objetivo como biólogo evolucionistas é evitar o fornecimento de qualquer grão para ser moído pelo moinho do DI [Nota do blogger: seria melhor traduzir — não oferecer munição], nós deveríamos simplesmente afirmar que Darwin, ‘em princípio’, resolveu todos os problemas da origem da complexidade biológica na sua estória do olho, e que restam somente pequenos detalhes a serem preenchidos. Na verdade, eu considero a posição de alguns ultradarwinistas próxima disso. Contudo, eu creio que isso é totalmente contraproducente, e tal noção é completamente falsa. E a turma do DI é muito esperta do modo perverso deles, que eles vêem esta falsa simplicidade, e lançam mão disso. Eu creio que nós (estudantes da evolução) deveríamos admitir abertamente que a emergência de novos níveis de complexidade é um problema complexo, e deveríamos tentar elaborar soluções, algumas delas que poderiam ser distintamente não-ortodoxas...” [5]

Koonin afirmou o famoso “Ctrl + Alt + o DI não propõe resposta viável para qualquer problema científico”. Eu presumo aqui com os meus botões, que isso significa: qualquer resposta não-ortodoxa que desconsidere explicitamente as teses do DI é melhor do que o atual paradigma que já não é mais defensável.

Koonin, obrigado por vindicar este “simples professorzinho do ensino médio”: chegou a hora de dizer adeus a Darwin sem medo de ser epistemicamente feliz.

Alô Monserrat [JC E-Mail], alô Agência FAPESP, alô Cláudio Ângelo [Folha de São Paulo] por que vocês ficaram silentes em relação ao artigo do Koonin???

A ciência é a busca da verdade...

[Sobre os ombros de um gigante]

NOTAS

1. Eugene V. Koonin, “The Biological Big Bang model for the major transitions in evolution,” Biology Direct 2007, 2:21doi:10.1186/1745-6150-2-21.

2. “Major transitions in biological evolution show the same pattern of sudden emergence of diverse forms at a new level of complexity. The relationships between major groups within an emergent new class of biological entities are hard to decipher and do not seem to fit the tree pattern that, following Darwin’s original proposal, remains the dominant description of biological evolution. The cases in point include the origin of complex RNA molecules and protein folds; major groups of viruses; archaea and bacteria, and the principal lineages within each of these prokaryotic domains; eukaryotic supergroups; and animal phyla. In each of these pivotal nexuses in life’s history, the principal “types” seem to appear rapidly and fully equipped with the signature features of the respective new level of biological organization. No intermediate “grades” or intermediate forms between different types are detectable.”

3. “I propose that most or all major evolutionary transitions that show the “explosive” pattern of emergence of new types of biological entities correspond to a boundary between two qualitatively distinct evolutionary phases. The first, inflationary phase is characterized by extremely rapid evolution driven by various processes of genetic information exchange, such as horizontal gene transfer, recombination, fusion, fission, and spread of mobile elements. These processes give rise to a vast diversity of forms from which the main classes of entities at the new level of complexity emerge independently, through a sampling process. In the second phase, evolution dramatically slows down, the respective process of genetic information exchange tapers off, and multiple lineages of the new type of entities emerge, each of them evolving in a tree-like fashion from that point on.”

4. “... there is little I can do because this is an important sentence that accurately and clearly portrays a crucial and, to the very best of my understanding, real feature of evolutionary transitions. Will this be used by the ID camp? Perhaps – if they read that far into the paper. However, I am afraid that, if our goal as evolutionary biologists is to avoid providing any grist for the ID mill, we should simply claim that Darwin, “in principle”, solved all the problems of the origin of biological complexity in his eye story, and only minor details remain to be filled in. Actually, I think the position of some ultra-darwinists is pretty close to that. However, I believe that this is totally counter-productive and such a notion is outright false. And, the ID folks are clever in their own perverse way, they see through such false simplicity and seize on it. I think we (students of evolution) should openly admit that emergence of new levels of complexity is a complex problem and should try to work out solutions some of which could be distinctly non-orthodox...”

5. “... there is little I can do because this is an important sentence that accurately and clearly portrays a crucial and, to the very best of my understanding, real feature of evolutionary transitions. Will this be used by the ID camp? Perhaps – if they read that far into the paper. However, I am afraid that, if our goal as evolutionary biologists is to avoid providing any grist for the ID mill, we should simply claim that Darwin, “in principle”, solved all the problems of the origin of biological complexity in his eye story, and only minor details remain to be filled in. Actually, I think the position of some ultra-darwinists is pretty close to that. However, I believe that this is totally counter-productive and such a notion is outright false. And, the ID folks are clever in their own perverse way, they see through such false simplicity and seize on it. I think we (students of evolution) should openly admit that emergence of new levels of complexity is a complex problem and should try to work out solutions some of which could be distinctly non-orthodox...”

Um caso de “síndrome de Darwin” em último grau

terça-feira, outubro 09, 2007

Eu nem vou comentar tanta sandice científica da parte de um pesquisador, e nem tampouco tecer comentários sobre a subjetividade religiosa, mas eis aqui um caso gravíssimo de “síndrome de Darwin” relatado no JC E-Mail. O espaço é dado aqui neste blog para tanta asneira, porque o design inteligente foi mais uma vez equiparado com o criacionismo.

Marschalek, você mostra estar bem desatualizado na literatura científica sobre a evolução e design inteligente.

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Leitor comenta matéria “Exposição ‘Nas Pegadas de Darwin’, a relação entre Fritz Muller e Darwin versus Criacionismo

JC E-Mail 3366, de 09 de outubro de 2007

“A despeito de Darwin e Frizt Müller, o Criacionismo fundamentalista avança a passos largos, agora também na Europa, reduto tradicional da racionalidade e sensatez”

Mensagem de Rubens Marschalek, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), professor do Depto. de Engenharia Florestal da Universidade Regional de Blumenau, Evangélico Batista:

“Parabéns à Fiocruz pela iniciativa da exposição 'Nas Pegadas de Darwin'.

Bem lembrado também pelo colega prof. dr Rudi Ricardo Laps, da FURB, a importância do trabalho do cientista Fritz Müller, que por muitos anos morou em Blumenau. Cabe lembrar que, Fritz Müller é citado no livro "A Origem das Espécies", de Charles Darwin (1859).

A propósito, Fritz Müller era evangélico (filho e neto de Pastores), e cabe a nós, cientistas da área biológica, a tarefa de esclarecer continuamente, e incansavelmente, a sociedade no que se refere à evolução biológica, visto que um criacionismo fundamentalista ronda constantemente nossas instituições de ensino, que têm o dever de zelar pela racionalidade, sem contudo perder de vista os aspectos morais e éticos na formação dos nossos jovens.

No entanto, neste momento, até na Europa, reduto tradicional da racionalidade, discussões a respeito do criacionismo e suas conseqüências chegam ao Parlamento da Comunidade Econômica Européia.

Não somente na Alemanha (na cidade de Giessen), mas também na Holanda, Grã-Bretanha, Polônia, Suécia, e outros países da comunidade econômica européia, há casos de Escolas tentando introduzir o ensino do criacionismo nas disciplinas relacionadas à biologia e/ou ciências.

Isso levou o parlamentar francês Guy Lengagne a propor no Parlamento Europeu o controverso documento "Os perigos do criacionismo na Educação". Este documento está em pauta justamente esta semana e nele Lengagne trata de "Defender a ciência contra as ofensivas do Criacionismo". O documento também visa "Defender o ensino da evolução como pilar fundamental da Educação nas Escolas".

O criacionismo, no entanto, tem sido defendido inclusive por correntes políticas que representam também os interesses religiosos, que já retiraram o documento da pauta de discussões em junho, quando deveria ter sido analisado pelo parlamento.

Entre eles estava o parlamentar belga Luc Van den Brande, que se declarou contra o documento. A reação, à época, de Lengagne foi de declarar que a Europa estava "retrocedendo à Idade Média".

Fato é que o criacionismo já não está mais apenas limitado aos Estados Unidos da América, mas também já se espalhou, e chegou à Europa, e seria fatal se esta, não tomasse, em tempo, providências contra a influência criacionista.

Há as mais diversas correntes fundamentalistas na europa, e recentemente, um pastor evangélico da Inglaterra, com o qual vez ou outra me correspondo, me confidenciou que na Universidade da sua cidade, um bom grupo de estudantes estava divulgando a teoria da terra jovem, ou seja, partindo da premissa de que a terra não tem, e jamais teve, os estimados 4,6 bilhões de anos que a ciência diz ter.

O referido Pastor ficou sensibilizado e tentou conversar com o grupo, no intuito de que estes viessem a reconsiderar o absurdo científico que estavam propondo, no entanto seus argumentos foram ignorados.

Um dos textos que encontrei na internet informa de que fica claro que a Teoria da Evolução tem sido atacada por fundamentalistas religiosos, que conclamam e reclamam o ensino do criacionismo nas escolas européias paralelamente ou em substituição ao ensino da Evolução.

Do ponto de vista científico, como menciona o documento de Lengagne, não há absolutamente dúvidas de que a Evolução seja uma das teorias mais importantes e fundamentais para o entendimento do universo e da vida na terra.

Opostamente a isto, o criacionismo, em todas as suas formas, como o "desenho inteligente", não está baseado em fatos concretos, que possam ser cientificamente comprovados.

Já muitos religiosos defendem que um cerceamento ao ensino do criacionismo nas escolas européias implica na perda de liberdade na discussão de idéias, e, se uma Teoria não representa ameaça às leis e ao estado de direito, deveria ser permitido a pesquisadores, professores e seus alunos, analisá-la e discuti-la.

Pessoalmente, tanto como evangélico, como pesquisador, não vejo o Criacionismo como uma Teoria, uma vez que não pode ser testada.

Continuo achando que em si, a concepção Bíblica sobre a vida, através do relato apresentado na Bíblia nos capítulos primeiro e segundo do livro de Gênesis, pode nortear discussões teológicas e filosóficas sobre a vida, entretanto, hoje a maioria dos teólogos sérios concorda que o relato de Gênesis é apenas poético (vide livro Ciência e Fé: novas perspectivas, do físico e pastor Peter James Cousins, Editora ABU, 1997).

Assim sendo, eu também não creio que todos os aspectos do criacionismo devam ser banidos da escola, como sendo uma ameaça, no entanto, eles precisam estar inseridos impreterivelmente no contexto correto, restritos à disciplina de Religião ou Ensino Religioso, como aliás, sempre estiveram. Jamais devem ser inseridos no ensino de ciências ou biologia.

A mesma linha coerente e sóbria de raciocínio básico segue o renomado diretor do Projeto Genoma Humano, dr. Francis Collins, que publicou recentemente o livro "A linguagem de Deus" (2007), que procura compatibilizar, saudavelmente, ciência e fé, no entanto defendendo notadamente a verdade científica incontestável da Evolução biológica.

Não devemos todavia perder de vista que no estabelecimento dos valores morais e legais, e na construção dos princípios éticos, hoje defendidos pela sociedade ocidental, a religião cristã tem e teve papel fundamental. Isso parece estar sendo desconsiderado por um número cada vez maior de pessoas.

Além disso, há mesmo entre os cientistas, aqueles que continuam crendo em Deus, até mesmo porque o fator "religiosidade humana" pode ser, eventualmente, também entendido como uma prova da interferência divina junto a evolução (algo talvez como o "sopro divino", se assim o quiséssemos considerar...), ou também, pelos mais céticos e racionais (que gozam igualmente do meu respeito), pode ser entendida apenas como mais uma das provas cabais da inexistência definitiva desta interferência sobrenatural nos processos biológicos, visto que poderia, a religiosidade, também ser fruto pura e simplesmente de seleção natural, como algo que representou uma vantagem adaptativa para o Homo sapiens.

Isso, no entanto, é uma discussão interminável, e por isso mesmo, tanto Evolução, quanto a Criação, podem ser abordadas na educação dos nossos jovens, resguardado no entanto que cada uma ocupe seu nicho particular e apropriado, pois uma lida com fatos científicos, a saber, a Evolução, e a outra, com ensinamentos morais, espirituais e filosóficos (que não deveriam ser menosprezados) através de uma linguagem poética, a saber, a Criação, aliás, do ponto de vista literário, uma bela estória.

Partes dos textos acima foram extraídos do link (em língua alemã).

Os portadores da “síndrome de Darwin”

segunda-feira, outubro 08, 2007

Eu tenho uma empatia não somente aos portadores de síndrome de Down, mas para com todas as pessoas especiais. Faço isso só pra contrariar a Darwin: pela teoria da evolução ninguém deve ser altruísta. Só o mais apto sobrevive. A seleção natural não seleciona nada numa espécie que seja utilizado em favor de outra espécie.

Então você deve ter pensado: o blogger errou ao digitar o título deste pequeno texto? O correto seria “síndrome de Down”? Se você pensou assim, errou. Eu escrevi justamente isso: “síndrome de Darwin”. Explico. Toda e qualquer síndrome é um “estado mórbido caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas, e que pode ser produzido por mais de uma causa” (Aurélio).

Já a “síndrome de Darwin” é esse estado mórbido encontrado em cientistas, pesquisadores, galera de meninos e meninas de Darwin, e até na Grande Mídia tupiniquim. O conjunto de sinais mostra um comportamento irracional de adoração e fundamentalismo teórico em relação ao “pai da teoria da evolução”: Darwin locuta, causa finita! Traduzindo em graúdos: Darwin falou e disse, e não tem pra ninguém! A evolução é minha, ninguém tasca, eu vi primeiro! [Vide as muitas citações ufanistas de Darwin “a minha teoria” no Origem das Espécies].

A “síndrome de Darwin” é contraída durante o longo processo educacional onde Darwin é apresentado goela abaixo como tendo resolvido a questão da origem e evolução da vida, sem nenhum questionamento ou crítica em salas de aulas porque os nossos melhores autores de livros didáticos de biologia do ensino médio e superior sofrem da “síndrome dos soldadinhos-de-chumbo”: todo mundo pensando igual e ninguém pensando nada! Eles simplesmente repetem, oops refletem o atual “konsensus” da Nomenklatura científica!

Exemplo recente da “síndrome de Darwin” foi publicado no JC E-Mail, boletim eletrônico da SBPC:

Pesquisador comenta matéria “Fiocruz inaugura durante a Semana Nacional de C&T exposição sobre Darwin” Leia mais >>>

“Acredito que é importante resgatar essa outra ligação de Darwin com o Brasil e por foco em Fritz Muller”

Mensagem de Rudi Ricardo Laps, da Universidade Regional de Blumenau:

“É interessante notar que a maioria das reportagens sobre os 200 anos de Darwin citam [sic] a sua passagem pelo Brasil como se fosse a única ligação do pai da teoria evolutiva com nosso país.”

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1. Sintoma da “síndrome de Darwin”: atribuir ao morador de Down [desculpem o trocadilho] a “paternidade” exclusiva da teoria da evolução. Não existe isso em História da Ciência. A história da ciência registra que Darwin é um, juntamente com Wallace, entre muitos que pensaram sobre a teoria da evolução. Lamarck, por exemplo. Até o avô de Darwin. Se formos retroceder no passado distante: até os gregos antigos entretinham essas especulações transformativas.
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“Nada é dito sobre sua enorme correspondência com o cientista alemão Fritz Müller, que vivia em Santa Catarina. Müller escreveu um importante livro sobre a teoria evolutiva ("Für Darwin") e alimentou Darwin com um vasto painel de observações feitas na Floresta Atlântica.

Foi um livro e uma correspondência importante para Darwin, justamente em um momento em que a Teoria da Origem das Espécies estava sendo combatida.”
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2. Outro sintoma da “síndrome de Darwin”: toda e qualquer crítica à teoria da origem das espécies é considerada atitude anticientífica, geralmente grafada em termos beligerantes como “combate”, e prontamente ganha espaço midiático. O correto seria “estava sendo questionada”. Afinal de contas, não existe Theoria perennis em ciência. Todas as teorias científicas estão sujeitas à revisão e descarte. Inclusive Darwin. Prova disso? Darwin 3.0 já está no forno para ser lançado em 2010 após o oba-oba das peregrinações e celebrações mundiais de culto à personalidade em 2009.

E quanto à importância da “enorme correspondência” de Fritz Muller com Darwin? Laps talvez desconheça, mas Fritz Muller e seu aluno mais famoso Ernst Haeckel [aquele que forjou os desenhos de embriões vertebrados para provar o fato, Fato, FATO da hipótese do ancestral comum], ajudaram a transformar as leis de von Baer numa forma evolutiva de lei de paralelismo.

Vide CHURCHILL, Frederick B. “The Rise of Classical Descriptive Embriology”, in “A Conceptual History of Modern Embriology”, Scott F. Gilbert, editor, Baltimore, The John Hopkins University Press, 1991, pp. 19-20. Uma ironia da biologia do século 19: von Baer foi um crítico de peso da evolução darwiniana até à sua morte em 1876. Apesar disso, Darwin continuou citando a von Baer como se ele apoiasse a doutrina de paralelismo evolutivo. Nada mais falso!

Ah, eu ia me esquecendo: Frederick B. Churchill é historiador da ciência.

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Eu já confessei a minha empatia pelos portadores da “síndrome de Down”, mas confesso que não sinto nenhuma empatia pelos portadores da “síndrome de Darwin”. Aqueles por não serem responsáveis pelas suas limitações. Estes pelo comportamento anticientífico: a recusa renitente de fazerem perguntas à natureza, considerarem as evidências e seguirem aonde elas forem dar.

A “síndrome de Darwin” é a pior de todas as síndromes: ela é contagiante! Mas tem cura: Design Inteligente!



Estelionato educacional: o estranho silêncio do MEC e da Grande Mídia tupiniquim há uma década!

sábado, outubro 06, 2007

No dia 28 de setembro a Folha de São Paulo, um jornal que arroga ser “plural” e de estar a serviço do Brasil, publicou o seguinte editorial: “Estelionato educacional”

Neste editorial, a FSP revelou que o Ministério da Educação (MEC) ameaça punir 89 (17,5%) dos 510 cursos de direito avaliados pela instituição: as faculdades que obtiveram notas 1 e 2 (numa escala que vai até 5) no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que avaliou recentemente o conhecimento de universitários, e no IDD, que indicou quanto conhecimento as escolas conseguiram transmitir.

Segundo o editorial, os cursos que foram para o índex terão de passar por um processo de supervisão, e têm prazo de dez dias para traçar um diagnóstico de seus problemas e propor providências. Se o MEC as considerar insuficientes, poderá dar início a um processo administrativo com previsão de sanções que vão da redução das vagas até o fechamento da escola.

Louve-se aqui o posicionamento do editorial da FSP: “Já não era sem tempo de o ministério tomar uma atitude mais incisiva. Há anos proliferam no mercado educacional brasileiro verdadeiras arapucas, incapazes de fazer seus alunos aprenderem, mas muito eficientes na hora de cobrar mensalidades...

No passado, o MEC já tentou − sem muito sucesso- enquadrar as escolas com renitente história de fracasso. Espera-se que, desta feita, tenha êxito.”

Interessante notar que o editorial da FSP destacou as razões por que esses “cursos perigosamente ruins devem ser extintos”. Eles devem ser extintos por duas razões: “Representam violação aos direitos do consumidor de seus alunos, que estão comprando gato por lebre, e constituem, em princípio, uma ameaça à ordem pública, ao despejar no mercado profissionais incompetentes.”

NOTA BENE: OS CURSOS REPRESENTAM VIOLAÇÃO AOS DIREITOS DO CONSUMIDOR DOS ALUNOS ESTÂO COMPRANDO GATO POR LEBRE!!!

Mas é justamente isso que venho tentando demonstrar ao editor de Ciência do caderno MAIS! da FSP desde 1998: A ABORDAGEM DAS ATUAIS TEORIAS DA ORIGEM E EVOLUÇÃO DO UNIVERSO E DA VIDA EM NOSSOS LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA REPRESENTAM VIOLAÇÃO AOS DIREITOS DO CONSUMIDOR DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO E SUPERIOR PORQUE ESTÃO COMPRANDO GATO POR LEBRE! POR QUÊ? PORQUE HÁ DUAS FRAUDES E VÁRIAS DISTORÇÕES DE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS EM FAVOR DO FATO DA TEORIA GERAL DA EVOLUÇÃO.

Interessante que no editorial da Folha de São Paulo, o caso específico do direito, seria mitigado pela exigência de exame de habilitação imposto pela Ordem dos Advogados do Brasil. Se os bacharéis não forem aprovados no teste da OAB, eles simplesmente não poderão advogar, mas deplora que este “filtro” rigoroso “não existe para outras carreiras, como medicina − próximo alvo do MEC − nas quais as conseqüências do despreparo podem ser ainda mais devastadoras.”

Concordamos ipsis litteris com a FSP: o que Darwin tem a contribuir para a medicina? NADA! O atual descaminho epistêmico dos alunos do ensino médio e superior em biologia terá, sem dúvidas, “conseqüências devastadoras”.

Já propus aos editores da FSP desde 1998, NOTA BENE, desde 1998, que este ESTELIONATO EDUCACIONAL fosse abordado na seção Tendências e Debates, mas lá o contraditório nunca será abordado. Razão? A Folha de São Paulo está de rabo preso com o materialismo e naturalismo filosóficos que posam como ciência diante da Nomenklatura científica. Os editores da FSP precisam questionar Darwin cum granum salis devido ao avanço das descobertas científicas que estão provocando o upgrade na teoria da evolução: Darwin 3.0 em 2010!

Pensar que a FSP, o jornal plural e a serviço do Brasil, compactua com este ESTELIONATO EDUCACIONAL causa arrepios...

NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:

Semana que vem protocolaremos na CEC − Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados em Brasília, uma análise crítica do conteúdo dos livros didáticos que praticam este ESTELIONATO EDUCACIONAL em biologia!