BBB: expõe a nudez epistêmica de Darwin diante de nossos olhos!!!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Como é que está seu coração? Está de bem com a vida? De bem com todo mundo? Você tem seguro de vida? Está sentado? Pois bem, nós já estamos assistindo ao vivo o fim do darwinismo como referencial teórico para explicar a origem e a evolução da vida! Só os cegos epistêmicos vêem, mas não querem “ver”: chegou a hora de dizer adeus a Darwin. Sem medo de ser feliz!!!

Menos Enézio, menos, ma non tropo! Desde 1998 este blogger vem anunciando à Nomenklatura científica e à Grande Mídia tupiniquins que nós estamos assistindo a uma iminente e eminente ruptura paradigmática em biologia evolutiva. Apenas alguns darwinistas honestos e atualizados na literatura científica especializada reconhecem: o neodarwinismo já morreu como ortodoxia epistêmica.

Não pense você que mais vez é a turma perversa do Design Inteligente responsável por isso. Não. É um cientista evolucionista. NOTA BENE: CIENTISTA EVOLUCIONISTA DE RENOME!!! Eugene Koonin, do National Center for Biotechnology Information (NCBI, em inglês é mais chique!) [Centro Nacional de Informação de Biotecnologia], National Institutes of Health [Institutos Nacionais de Saúde] em Bethesda, Maryland, escreveu uma crítica devastadora, NOTA BENE: CRÍTICA DEVASTADORA que você não leu na Grande Mídia Tupiniquim, e muito menos nos boletins eletrônicos JC E-Mail e no Agência FAPESP, órgãos voltados exclusivamente para a divulgação científica no Brasil.

Como você ainda não pode ler isso livremente nesses órgãos - a KGB da Nomenklatura científica, os revisores por pares [peer-reviewers é mais chique], exercem muito bem a função de guarda-cancelas protegendo com zelo inquisitorial o que pode e o que não pode ser publicado quando a questão é Darwin, você vai ler aqui neste blog deste “simples professorzinho do ensino médio” [será???] que Koonin escreveu uma crítica devastadora do darwinismo tradicional num journal de fonte aberta Biology Direct.[1]

[PDF de 467KB, download gratuito]

Koonin, cientista evolucionista honesto, disse basicamente que todas as principais formas de vida, com toda sua complexidade, surgiram subitamente no registro fóssil sem formas intermediária, e este fato não pode mais ser negado.

“As principais transições em evolução biológica mostram o mesmo padrão de súbita emergência de diversas formas em um novo nível de complexidade. A relação entre os principais grupos dentro de uma nova classe emergente de entidades biológicas são difíceis de decifrar e parecem não se encaixar ao padrão de árvore que, seguindo a proposta original de Darwin, permanece como a descrição dominante de evolução biológica. Os casos em questão incluem a origem das moléculas complexas de RNA e o dobramento de proteínas; os principais grupos de vírus; arquéia e bactéria, e as principais linhagens dentro de cada um desses domínios procarióticos; super grupos eucarióticos; e os filos de animais. Em cada um desses nexos cruciais na história da vida, os “tipos” principais parecem surgir rapidamente e totalmente equipados com as características de assinatura do respectivo novo nível de organização biológica. Não são detectáveis “graus” intermediários ou formas intermediárias entre os tipos diferentes.” [2]

Bing, bing, zing, saída pela direita! Bing, bing, zing, saída pela esquerda: cria-se uma teoria ad hoc para salvar o paradigma. Em vez da tradicional teoria darwinista, Koonin propôs uma nova hipótese: BBB. Calma gente, não é o trash do Big Brother [não seria Brothel???] Brasil. O BBB de Koonin significa “Biological Big Bang” (Big Bang Biológico). Por quê Big Bang Biológico? Porque Koonin fez um paralelismo com a cosmologia do modelo do Big Bang:

“Eu proponho que a maioria ou todas as principais transições evolutivas que mostram a padrão “explosivo” de emergência de novos tipos de entidades biológicas correspondem a um limite entre as duas fases evolutivas qualitativamente distintas. A primeira, a fase inflacionária é caracterizada por evolução extremamente rápida impulsionada por vários processos de troca de informação genética, tais como transferência lateral de gene, recombinação, fusão, fissão, e o esparramar de elementos móveis. Esses processos dão origem a uma vasta diversidade de formas das quais as principais classes de entidades no novo nível de complexidade emergem independentemente, através de um processo de seleção. Na segunda fase, a evolução diminui dramaticamente, o respectivo processo de informação genética diminui, e as múltiplas linhagens do novo tipo de entidades emergem, cada uma delas evoluindo num modo tipo árvore a partir daquele ponto.” [3]

Alguém me belisque, mas Koonin está simplesmente argumentando através de uma analogia. Qual seria a relevância agora da origem do universo no contexto da justificação da origem da vida? Vamos ler nas entrelinhas: parece que a hipótese de Koonin foi motivada, não porque haja mais plausibilidade de se comparar o surgimento da vida com a súbita origem do universo a partir do nada. Aqui tem muito mais coisa em jogo. Especialmente evidências observáveis. Eu posso estar redondamente enganado, mas me parece que Koonin está convencido de que a vida não evolui através do lento processo gradual darwinista ao longo do tempo.

Uma leitura atenta do artigo de Koonin revela um “arbusto de vida” em vez da imponente árvore da vida de Darwin. O diagrama mostra uma variedade de linhagens todas emergindo subitamente de um ponto central. Koonin descreve como que em quase toda esfera, do dobramento de proteínas até aos principais reinos de vida do filo animal, um padrão de árvore não pode ser encontrado. A regra é: emergência súbita, com toda a complexidade no lugar desde o começo.

Koonin admite, ao contrário da Nomenklatura científica que sofre da “síndrome de Darwin”, a Explosão Cambriana é um “enigma altamente propalado”, mas improvavelmente será solucionado pela proposição de mudanças moleculares no período Pré-Cambriano. “Num padrão já familiar”, ele disse, “a relação entre o filo animal permanece controverso e difícil de se entender.”

Koonin não está sozinho neste ponto de vista, ele mesmo destacou outros cientistas que perceberam tais padrões: Carl Woese, Stephen Jay Gould, Cavalier-Smith, e mais recentemente Doolittle e Bapteste. Conclusão desses cientistas: NÃO EXISTE UMA ÁRVORE UNIVERSAL DA VIDA!!!.NOTA BENE: NÃO EXISTE ÁRVORE UNIVERSAL DA VIDA!!! Kaput, Darwin! A Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquim precisam encarar este fato das evidências, abordar a questão e propor alternativas.

Pergunta impertinente deste blogger: O BBB - Big Bang Biológico proposto por Koonin vai se sair incólume no escrutínio dos revisores? Quais seriam as implicações deste artigo de Koonin para a teoria do Design Inteligente? O próprio Koonin e os revisores perceberam isso:

William Martin (Universidade de Dusseldorf, Alemanha) destacou esta afirmação do artigo : “Em cada classe principal de objetos biológicos, os principais tipos emergem ‘já prontos’, e graus intermediários não podem ser identificados”, e teve a seguinte reação: “Puxa vida, isso vai aparecer logo nos sites de Design Inteligente mais rapidamente do que alguém possa fechar um olho.”

Koonin sabendo que suas idéias poderiam ser contrabandeadas pela turma perversa do Design Inteligente, respondeu que mesmo que ele tenha tentado evitar alusões de design inteligente, ele tinha que enfrentar a situação o mais honestamente possível:

“... há pouco que eu possa fazer, porque esta é uma frase importante que retrata acurada e detalhadamente e, no melhor de meu entendimento, característica real das transições evolutivas. Isso seria usado pelo campo do Design Inteligente? Talvez - se eles forçarem a leitura disso no artigo. Todavia, eu temo que, se o nosso objetivo como biólogo evolucionistas é evitar o fornecimento de qualquer grão para ser moído pelo moinho do DI [Nota do blogger: seria melhor traduzir — não oferecer munição], nós deveríamos simplesmente afirmar que Darwin, ‘em princípio’, resolveu todos os problemas da origem da complexidade biológica na sua estória do olho, e que restam somente pequenos detalhes a serem preenchidos. Na verdade, eu considero a posição de alguns ultradarwinistas próxima disso. Contudo, eu creio que isso é totalmente contraproducente, e tal noção é completamente falsa. E a turma do DI é muito esperta do modo perverso deles, que eles vêem esta falsa simplicidade, e lançam mão disso. Eu creio que nós (estudantes da evolução) deveríamos admitir abertamente que a emergência de novos níveis de complexidade é um problema complexo, e deveríamos tentar elaborar soluções, algumas delas que poderiam ser distintamente não-ortodoxas...” [5]

Koonin afirmou o famoso “Ctrl + Alt + o DI não propõe resposta viável para qualquer problema científico”. Eu presumo aqui com os meus botões, que isso significa: qualquer resposta não-ortodoxa que desconsidere explicitamente as teses do DI é melhor do que o atual paradigma que já não é mais defensável.

Koonin, obrigado por vindicar este “simples professorzinho do ensino médio”: chegou a hora de dizer adeus a Darwin sem medo de ser epistemicamente feliz.

Alô Monserrat [JC E-Mail], alô Agência FAPESP, alô Cláudio Ângelo [Folha de São Paulo] por que vocês ficaram silentes em relação ao artigo do Koonin???

A ciência é a busca da verdade...

[Sobre os ombros de um gigante]

NOTAS

1. Eugene V. Koonin, “The Biological Big Bang model for the major transitions in evolution,” Biology Direct 2007, 2:21doi:10.1186/1745-6150-2-21.

2. “Major transitions in biological evolution show the same pattern of sudden emergence of diverse forms at a new level of complexity. The relationships between major groups within an emergent new class of biological entities are hard to decipher and do not seem to fit the tree pattern that, following Darwin’s original proposal, remains the dominant description of biological evolution. The cases in point include the origin of complex RNA molecules and protein folds; major groups of viruses; archaea and bacteria, and the principal lineages within each of these prokaryotic domains; eukaryotic supergroups; and animal phyla. In each of these pivotal nexuses in life’s history, the principal “types” seem to appear rapidly and fully equipped with the signature features of the respective new level of biological organization. No intermediate “grades” or intermediate forms between different types are detectable.”

3. “I propose that most or all major evolutionary transitions that show the “explosive” pattern of emergence of new types of biological entities correspond to a boundary between two qualitatively distinct evolutionary phases. The first, inflationary phase is characterized by extremely rapid evolution driven by various processes of genetic information exchange, such as horizontal gene transfer, recombination, fusion, fission, and spread of mobile elements. These processes give rise to a vast diversity of forms from which the main classes of entities at the new level of complexity emerge independently, through a sampling process. In the second phase, evolution dramatically slows down, the respective process of genetic information exchange tapers off, and multiple lineages of the new type of entities emerge, each of them evolving in a tree-like fashion from that point on.”

4. “... there is little I can do because this is an important sentence that accurately and clearly portrays a crucial and, to the very best of my understanding, real feature of evolutionary transitions. Will this be used by the ID camp? Perhaps – if they read that far into the paper. However, I am afraid that, if our goal as evolutionary biologists is to avoid providing any grist for the ID mill, we should simply claim that Darwin, “in principle”, solved all the problems of the origin of biological complexity in his eye story, and only minor details remain to be filled in. Actually, I think the position of some ultra-darwinists is pretty close to that. However, I believe that this is totally counter-productive and such a notion is outright false. And, the ID folks are clever in their own perverse way, they see through such false simplicity and seize on it. I think we (students of evolution) should openly admit that emergence of new levels of complexity is a complex problem and should try to work out solutions some of which could be distinctly non-orthodox...”

5. “... there is little I can do because this is an important sentence that accurately and clearly portrays a crucial and, to the very best of my understanding, real feature of evolutionary transitions. Will this be used by the ID camp? Perhaps – if they read that far into the paper. However, I am afraid that, if our goal as evolutionary biologists is to avoid providing any grist for the ID mill, we should simply claim that Darwin, “in principle”, solved all the problems of the origin of biological complexity in his eye story, and only minor details remain to be filled in. Actually, I think the position of some ultra-darwinists is pretty close to that. However, I believe that this is totally counter-productive and such a notion is outright false. And, the ID folks are clever in their own perverse way, they see through such false simplicity and seize on it. I think we (students of evolution) should openly admit that emergence of new levels of complexity is a complex problem and should try to work out solutions some of which could be distinctly non-orthodox...”