Não existe negócio como o negócio de ossos... para explicar o fato, Fato, FATO da evolução humana

sexta-feira, agosto 10, 2012

Evolution News & Views 9 de agosto de 2012 3:46 PM | Permalink

A paleoantropologia continua a impressionar com a sua vontade de tirar as conclusões mais amplas a partir da evidência mais pateticamente mínima, na forma de fragmentos de ossos esmagados, quase que pulverizado. A notícia de hoje fala de uma história envolvente de um trio de espécies de hominídeos (H. erectus, H. habilis, H. rudolfensis) vivendo um ao lado do outro menos do que 2 milhões de anos atrás na África.

No centro das atenções está um crânio reconstruído, juntando-se ao maxilar inferior com o crânio descoberto em 1972.



A MSNBC assim noticiou:

"Duas species do gênero Homo, nosso próprio gênero, viveu junto com o nosso ancestral direto, Homo erectus, aproximadamente 2 milhões de anos atrás," o pesquisador Meave Leakey do Turkana Basin Institute em Nairobi, Quênia, disse ao LiveScience.

Um crânio conhecido como KNM-ER 1470, descoberto em 1972 no Quênisobre o número de espécies de Homo primitivos vivendo há aproximadamente 2 milhões de anos atrás. Ele um crânio muito maior e uma face mais plana do que H. habilis, levando alguns pesquisadores a declará-lo como uma espécie distinta que eles nomearam de Homo rudolfensis.

Todavia, fazer comparações entre esses fósseis foi difícil, porque nenhum suposto espécime H. rudolfensis continha a face e o maxilar inferior, detalhes necessários para ver se era realmente separado de H. habilis. Quaisquer supostas diferenças entre H. habilis e H. rudolfensis podem, por exemplo, ter sido devido a variações entre os sexos de uma só espécie.

Os fósseis da face e do maxilar inferior recentemente descobertos, encontrado dentro de um raio de mais do que 6 milhas (10 quilômetros) de onde KNM-ER 1470 foi desenterrado, sugere agora que KNM-ER 1470 e a novas descobertas são verdadeiramente membros de uma espécie primitiva distinta de Homo que se destaca das demais com sua face excepcionalmente construída.

Bm, talvez sim, talvez não. O crânio 1470 tem sido notório pela sua capacidade de assumir diferentes formatos dependendo de como é construído. Abaixo um trecho relevante do livro Icons of Evolution [Ícones da Evolução] (2000), de Jonathan Wells:

Um fossil de crânio famoso, descoberto em 1972 na região setentrional do Quênia, mudou dramaticamente sua aparência dependendo de como o maxilar superior foi conectado com o resto do crânio. Roger Lewin relembra de uma ocasião quando os paleoantropólogos Alan Walker, Michael Day, e Richard Leakey estavam estudando as duas seções do “crânio 1470.” Segundo Lewin, Walker disse: "Você podia segurar [o maxilar superior] para frente, e lhe dar uma face grande, ou você podia empurrá-lo para dentro, fazendo pequena a face short... Conforme você o segurava dependia realmente de suas pré-concepções. Foi muito interessante ver o que as pessoas fizeram com o crânio." Lewin relata que Leakey se lembrava também do incidente: Sim. Se você segurasse de um modo, ele parecia uma coisa; se você o segurasse de outro modo, ele parecia algo diferente."1

Bem recentemente, a revista National Geographic contratou quatro pintores para reconstruir uma figura feminina a partir de moldes de sete fósseis de ossos considerados como sendo da mesma espécie do crânio 1470. Um pintor desenhou uma criatura sem fronte e cujos maxilares pareciam vagamente com aqueles de um dinossauro bicudo. Outro pintor desenhou uma mulher afro-americana moderna de boa aparência com braços exageradamente longos. Um terceiro pintor desenhou uma fêmea bem magricela com braços tipo um gorila e uma face tipo um lobisomem de Hollywood. E o quarto pintor desenhou uma figura coberta com o corpo coberto de pelos e subindo uma árvore, com olhos arredondados que brilhavam muito debaixo de uma testa tipo gorila. 2

Esta série impressionante de desenhos mostra claramente como que uma série de fósseis de ossos pode ser reconstruída de várias maneiras.

Referências:

(1) Sobre a aparência variável do crânio 1470, vide Roger Lewin, Bones of Contention, Second Edition (Chicago: The University of Chicago Press, 1997), p. 160; vide também Ian Tattersall, The Fossil Trail: How We Know What We Think We Know About Human Evolution (New York: Oxford University Press, 1995), p. 133.

(2) Os desenhos do Homo habilis por quatro pintores diferentes estão no artigo "Behind the Scenes" [Por detrás das cenas], National Geographic 197 (Março de 2000):140. Na verdade, os desenhos estão em uma página não numerada, no meio de propagandas no fim da edição; o número da página citado aqui foi obtido ao se extrapolar a última página numerada.

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NOTA DESTE BLOGGER: