Recentemente [no blog UncommonDescent],
nós temos visto James Shapiro, um geneticista molecular não darwinista, e autor
do livro Evolution: A View from the 21st Century, debater os teóricos e
pesquisadores do Design Inteligente. Eis uma resenha de sua obra por Adam
Wilkins, um expoente biólogo do Reino Unido, e ex-editor do journal BioEssays, publicado
no Genome Biology and Evolution (24 de Janeiro de 2012). [Nota deste blogger: uma resenha de 10 páginas!]
Wilkins admite algo que todo mundo
sabe, mas que alguns darwinistas convictos como ele irão admitir de verdade: um
crescente grupo de cientistas, especialmente aqueles da biologia molecular,
biologia do desenvolvimento ou genética do desenvolvimento, e da microbiologia
não está convencido do suposto poder da seleção natural de Darwin em criar o
mundo de vida que nós vemos:
“…the book’s contention that natural
selection’s importance for evolution has been hugely overstated represents a
point of view that has a growing set of adherents. (A few months ago, I was
amazed to hear it expressed, in the strongest terms, from another highly
eminent microbiologist.) My impression is that evolutionary biology is
increasingly separating into two camps, divided over just this question. On the
one hand are the population geneticists and evolutionary biologists who
continue to believe that selection has a ‘creative’ and crucial role in
evolution and, on the other, there is a growing body of scientists (largely
those who have come into evolution from molecular biology, developmental
biology or developmental genetics, and microbiology) who reject it”.
[“…o argumentos sustentado do
livro de que a importância da seleção natural para a evolução tem sido
imensamente exagerada representa um ponto de vista que tem um grupo crescente de
adeptos. (Alguns meses atrás, eu fiquei surpreso de ouvir isso expresso, nos
termos mais contundentes, de um outro microbiólogo muito eminente.) A minha impressão
é que a biologia evolucionária está cada vez mais se separando em dois campos,
divididos justamente sobre esta questão. De um lado estão os geneticistas de
população e os biólogos evolucionários que continuam a acreditar que a seleção
tem um papel ‘criador’ e crucial na evolução, e de outro lado, há um grupo
crescente de cientistas (a maioria deles que entraram na evolução vindo da
biologia molecular, da biologia do desenvolvimento ou da genética de
desenvolvimento, e a da microbiologia) que a rejeitam”.]
Ele pensa que isso ainda não seja
uma crise de paradigma a la Thomas Kuhn.
O resto da resenha é interessante,
especialmente sua defesa da seleção natural:
“The arguments from paleontological evidence
for the importance of natural selection largely concern the observed long-term
trends of morphological change, which are visible in many lineages. It is hard
to imagine what else but natural selection could be responsible for such
trends, unless one invokes supernatural or mystical forces such as the
long-popular but ultimately discredited force of ‘orthogenesis’.”
[“Os argumentos da evidência paleontológica
a favor da importância da seleção natural diz respeito, na sua maioria, às
tendências de mudanças morfológicas de longo tempo, que são visíveis em muitas
linhagens. É difícil imaginar o que mais, a não ser a seleção natural pudesse
ser responsável por tais tendências, a menos que alguém invoque forças
sobrenaturais ou místicas tais como a muito popular, mas definitivamente
desacreditada força da ‘ortogênese’.”]
Considere o que isso significa: A
verdadeira razão em colocar Darwin somente
[como explicação] – em oposição a qualquer outra maneira pela qual a evolução
possa ocorrer – é que de outro modo nós devemos invocar o sobrenatural?
Alguém pode se
perguntar o que todos esses cientistas que rejeitam “Darwin somente” pensam
disso.
Nosso velho amigo Larry Moran pensa
que deriva genética é importante na evolução. (Eu te peguei! Um católico no
armário!)
Lynn Margulis, famosa
por causa da endosimbiose? (Oh, você sabe o que eles dizem dela…)
E o
próprio Shapiro? (Eu ouvi dizer que ele vai a reuniões secretas com … )
Finalmente, as pessoas que querem
ouvir a si mesmas, pensam que elas têm que dizer o suficiente. A evidência é importante.
A falta de evidência é importante. A liberdade de pensar é importante.
E a evolução não é sobre proteger
a posição do lobby de Darwin vs. Deus.
+++++
NOTA DESTE BLOGGER
A Nomenklatura científica já tomou conhecimento do poder epistemológico das teses de Shapiro (um cientista evolucionista não darwinista) neste livro, que só falta dizer: uma iminente e eminente mudança paradigmática em biologia evolucionária já se faz necessária.
Você não vai ler sobre essas questões de ceticismo sobre a eficácia da seleção natural em sites de ciência como o HypeScience, em outros blogs científicos, muito menos nas publicações de divulgação científica como o JC E-Mail (órgão da SBPC), Ciência Hoje, Galileu, SuperInteressante, e os jornais e revistas como a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Globo, Veja, Época.
Por que esses grandes veículos midiáticos não abordam temas assim? Por que, hein?
É porque quando a questão é Darwin, é tutti cosa nostra, capice???