USP terá quatro novas graduações

quinta-feira, junho 30, 2011

30/06/2011

Agência FAPESP – A Universidade de São Paulo (USP) aprovou na terça-feira (28/06), em sessão do Conselho Universitário, a criação de quatro novos cursos de graduação: Engenharia Física, Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção, na Escola de Engenharia de Lorena (EEL), e o Bacharelado em Administração, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus de Piracicaba.



Universidade de São Paulo aprova criação de Engenharia Física, Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção, na Escola de Engenharia de Lorena (EEL), e do Bacharelado em Administração na Esalq (USP)

Os três cursos aprovados no campus de Lorena oferecerão 120 vagas, 80 em período diurno e 40 em período noturno. O curso de Engenharia Física, com 40 vagas em período diurno, tem como objetivo preparar o profissional com ampla base em física e processos físicos, capaz de atuar e se especializar em qualquer área em que processos físicos são dominantes.

De acordo com a USP, a necessidade de engenheiros formados em lidar com as demandas da área ambiental era uma aspiração antiga da EEL, uma vez que a escola desenvolve importantes pesquisas na área hídrica. O curso oferecerá 40 vagas em período diurno.

Em período noturno, também com 40 vagas, o curso de Engenharia de Produção pretende formar profissionais voltados para a área de qualidade, operações e processos de produção, logística, pesquisa operacional, engenharia do produto e de sustentabilidade, entre outras.

No campus de Lorena, foi aprovada também a substituição do curso de Engenharia Industrial Química, oferecido no período noturno, com 80 vagas, pelo curso de Engenharia Química, que terá seu currículo reformulado, também no período noturno, com o mesmo número de vagas.

As 120 novas vagas da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) serão incluídas já a partir do próximo vestibular da Fuvest. Com esses cursos e os novos bacharelados de Ciências Biomédicas e Saúde Pública (aprovados em dezembro, com 40 vagas cada um), o vestibular da Fuvest passará a oferecer, no total, 10.852 vagas para 2012.

Em Piracicaba, a Esalq passará a oferecer o Bacharelado em Administração, com 40 vagas anuais, no período diurno. O profissional formado nesse curso terá sólidos conhecimentos teóricos da administração, além de conhecimentos aplicados nas áreas de gestão do agronegócio, ambiente, recursos naturais e sustentabilidade, economia empresarial e agricultura e produção familiar. Esse curso será incluído no vestibular de 2013.

O Conselho Universitário também aprovou a transferência do curso de Engenharia de Petróleo da Escola Politécnica (Poli) para a cidade de Santos, para os ingressantes a partir de 2012. O curso oferece dez vagas e passará a ser ministrado em um prédio localizado na Vila Matias, no centro da cidade.

Na mesma sessão, o Conselho Universitário aprovou a regulamentação do modelo de avaliação por pareceristas ad hoc para a progressão horizontal na carreira docente. Esse modelo prevê a instituição de uma Comissão Central de Avaliação para Progressão de Nível na Carreira Docente (CCAD), indicada pelo Conselho Universitário, e de Comissões Setoriais Temáticas, com a incumbência de sistematizar e aplicar as normas do processo de avaliação.

A progressão no nível da carreira docente resultará em acréscimo salarial, com variação nos percentuais, de acordo com o nível. Assim como estabelecido para o novo plano de carreira dos servidores técnicos e administrativos, aprovado pelo Conselho Universitário em 10 de maio, a Comissão de Orçamento e Patrimônio incluirá na proposta orçamentária, anualmente, dotação destinada ao atendimento das despesas com a carreira docente.

A estrutura básica da carreira foi aprovada pelo Conselho Universitário, em março de 2009, com o estabelecimento de seis etapas: Professor Doutor 1, Professor Doutor 2, Professor Associado 1, Professor Associado 2, Professor Associado 3 e Professor Titular —, mas, embora já incorporada ao Estatuto, a forma de avaliação para a progressão horizontal ainda não havia sido regulamentada.

Mais informações: www.usp.br

Robustez e tolerância de falta tornam os cérebros muito difíceis de serem pesquisados

Robustness and fault tolerance make brains harder to study

Shyam Srinivasan and Charles F Stevens

BMC Biology 2011, 9:46 | doi:10.1186/1741-7007-9-46


Abstract: 

Brains increase the survival value of organisms by being robust and fault tolerant. That is, brain circuits continue to operate as the organism needs, even when the circuit properties are significantly perturbed. Kispersky and colleagues, in a recent paper in Neural Systems & Circuits, have found that Granger Causality analysis, an important method used to infer circuit connections from the behavior of neurons within the circuit, is defeated by the mechanisms that give rise to this robustness and fault tolerance.

Concluding paras:

Invertebrates have many pattern generation networks. This same problem would be expected to arise in any of them because they all have been designed to keep working even when something goes wrong with the network. One might ask whether this is a problem unique to invertebrates who have very simple (numerically, at least) neural circuits. Actually, the problem is likely to be worse in the vertebrate brain because vertebrates rely on redundant neurons in their circuits to achieve fault tolerance. The logic behind the use of redundant neurons to produce fault tolerance is that the overall pattern generated does not depend on any single connection being present. No two of these networks have exactly the same connections, but they still work as they need to, and they continue working even when connections or cells are eliminated (up to a point).

A very nice analysis of this phenomenon in mammals has been carried out by Schwab et al. [8] for the preBotziner network, a pattern generator for breathing. Because of redundancies in this network, its output is invariant as individual neurons are removed (up to a critical number) and in such a network, analytical techniques (such as Granger Causality) would be expected to identify synaptic connections between neurons even where none exist. Although this example is for a pattern generator, the same principle of fault tolerance through redundancy holds for all sorts of networks, and they all present the same problem for the application of Granger Causality.

In summary, neural networks have been designed to have outputs that degrade gracefully as network elements are eliminated or their properties perturbed. Such a design principle makes the networks work better for the animals, but simultaneously makes life harder for neuroscientists who want to learn how the network works by making measurements on the network as it does its job.

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NOTA CAUSTICANTE DESTE BLOGGER:

Ué, mas Darwin, o homem que teve a maior ideia que toda a humanidade já teve, não tinha eliminado DESIGN de uma vez por todas em biologia? NADA MAIS FALSO!!!

Unesp volta a editar Cadernos Cedem

30/06/2011

Agência FAPESP – Os Cadernos Cedem, publicação eletrônica semestral do Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem), voltam a ser editados após três anos de interrupção. Outros conteúdos que também passam a integrar a página do Cedem são o Boletim Informativo e uma Exposição Virtual.



Publicação eletrônica do Centro de Documentação e Memória retorna após três anos de interrupção

Os Cadernos Cedem são pautados por fatos históricos cujos documentos estão sob a guarda do centro. O volume 2, número 1 de 2011, traz, por exemplo, artigo sobre direitos dos operários na Primeira República, além de uma entrevista com o historiador Nilo Odália sobre a criação da Unesp a partir de institutos isolados de ensino superior.

O Boletim Informativo tem como meta divulgar as principais atividades do Cedem, entre elas a execução dos projetos, boa parte deles com financiamento de órgãos de fomento – como aFAPESP, por meio do programa Apoio à Infraestrutura.

A nova página do Cedem terá ainda espaço para exposições virtuais. Intitulada Anistia 30 anos: autoritarismo e democracia, a primeira mostra abordará o Movimento Brasileiro pela Anistia, do qual resultou uma coleção de aproximadamente 1,5 mil cartazes sob custódia do centro.

Vinculado à vice-reitoria da Unesp, o Centro de Documentação e Memória foi constituído em 1987 por iniciativa de um grupo de professores com o objetivo de preservar e colocar à disposição da sociedade a memória contemporânea dos movimentos sociais brasileiros.

Mais informações

Biologia de sistemas na pesquisa bioquímica

Systems biology in biochemical research

Katrin Hübner, Sven Sahle, Ursula Kummer

DOI: 10.1111/j.1742-4658.2011.08217.x

FEBS Jun 2011

Journal compilation © 2011 Federation of European Biochemical Societies

Keywords: systems biology; modeling; simulation

Abstract

Systems biology has received an ever increasing interest during the last decade. A lot of third party funding is spent on this topic which involves quantitative experimentation integrated with computational modeling. Industrial companies are also starting to use this approach more and more often, especially in pharmaceutical research and biotechnology. This leads to the question if all this interest is wisely invested and if there are success stories to be told, for basic science and/or technology/biomedicine. In this review we focus on applications of systems biology approaches that have been employed to shed light on biochemical functions and mechanisms unknown before. We point out which computational and experimental methods are employed most frequently and which trends in systems biology research can be observed. Finally, we discuss some problems that we encountered in publications in the field.

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BLOGGER'S NOTE/NOTA DO BLOGGER:

After a year all FEBS articles are published, they are free to access starting from 1967.

Após um ano todos os artigos do FEBS publicados, são de livre acesso a partir de 1967.

See here/Vide aqui

Quasar mais distante é descoberto

30/06/2011
Agência FAPESP – O quasar mais distante de que se tem notícia foi descoberto por um grupo de astrônomos. A emissão do objeto astronômico levou 12,9 bilhões de anos para chegar até a Terra, o que significa que foi emitida apenas cerca de 770 milhões de anos após o Big Bang.



Luz levou 12,9 bilhões de anos para chegar até a Terra. Objeto com massa milhões de vezes maior do que o Sol foi identificado com o Very Large Telescope, instalado no Chile (divulgação)

A descoberta foi descrita na edição desta quinta-feira (30/06) da revista Nature. O quasar foi identificado por meio de alguns telescópios de grande porte, principalmente o Very Large Telescope (VLT) do European Southern Observatory (ESO ou Observatório Europeu do Sul), organização composta por 15 países, dos quais o Brasil é o único não europeu. O VLT está localizado em Cerro Paranal, no deserto de Atacama, no norte do Chile.

A emissão de luz do quasar, produzida por um buraco negro com massa 2 bilhões de vezes maior do que a do Sol, é de longe o objeto mais brilhante já identificado da infância do Universo.“Esse quasar é uma marca fundamental do Universo inicial. Trata-se de um objeto muito raro que nos ajudará a compreender como os buracos negros supermassivos cresceram alguns milhões de anos após o Big Bang”, disse Stephen Warren, do Imperial College London, um dos coordenadores do estudo.Quasares são formações astronômicas distantes – não se encontram na Via Láctea – que se acredita serem alimentados pelos discos de acreção de buracos negros supermassivos no centro de galáxias.O quasar agora descoberto, denominado ULAS J1120+0641, não é o objeto mais distante já identificado – a explosão de raios gama denominada eso0917, por exemplo, ocorreu cerca de 170 milhões de anos antes –, mas é mais brilhante que qualquer outro desses objetos do Universo primordial.A massa do buraco negro no centro do quasar é cerca de 2 bilhões de vezes a do Sol. Segundo o estudo, é difícil explicar a ocorrência de uma massa com tal dimensão tão pouco tempo após o Big Bang.Teorias atuais para o crescimento de buracos negros supermassivos estimam um aumento lento na massa de objetos compactos, à medida que eles atraem matéria de seu entorno.O artigo A luminous quasar at a redshift of z=7.085 (doi:10.1038/nature10159), de Stephen J. Warren e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

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Professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas (300) com acesso ao site CAPES/Periódicos podem ler gratuitamente este artigo da Nature e de mais 22.440 publicações científicas.

O dinossauro Stegoceras validum era o rei da cabeça dura

Domed Dinosaur Was King of the Head Butt

ScienceDaily (June 29, 2011) — Llamas can't really manage it. Giraffes aren't very good at it and while big horn sheep and muskox excel at it, it turns out a small plant eating dinosaur -- the pachycephalosaur Stegoceras validum -- was probably even better at it: head butting.







Relative surface densities of cranial bone in Stegoceras validum (UA 2): External densities of the cranium of Stegoceras validum, in dorsal (A), ventral (B), lateral (C, D), anterior (E) and posterior (F) views. Note high densities of cranial ornamentation, and numerous neurovascular canals (correlates of a keratinous pad) exiting onto the cranial roof. (Credit: Eric Snively, Jessica M. Theodor. Common Functional Correlates of Head-Strike Behavior in the Pachycephalosaur Stegoceras validum (Ornithischia, Dinosauria) and Combative Artiodactyls. PLoS ONE, 2011; 6 (6): e21422 DOI: 10.1371/journal.pone.0021422)



Researchers surveyed the heads of a large number of modern animals as well as one of the world's best dinosaur fossils, the Stegocerasspecimen from the University of Alberta. They found that the bony anatomy of some pachycephalosaur domes are better at protecting the brain than in any modern head butter. The results of their research is published in PLoS ONE.

"Pachycephalosaur domes are weird structures not exactly like anything in modern animals. We wanted to test the controversial idea that the domes were good for head butting," says co-author Dr. Eric Snively, University of Calgary alumnus and post-doctoral researcher in biomedical engineering at Ohio University.

"Finding out brings us closer to their social lives: were pachycephalosaurs more likely just showing off their domes like peacocks with their tails, or were they also cracking their heads together like musk oxen?"

Using CT scanning and a new statistical method for diagnosing behavior in fossil animals, the researchers compared the bony-headed dinosaur with modern ungulates (hoofed animals) that engage in different kinds of combat.

"Our analyses are the closest we can get to observing their behavior. In a way, we can get "inside their heads" by colliding them together virtually. We combined anatomical and engineering analyses of all these animals for a pretty thorough approach," says Snively. "We looked at the actual tissue types in the skulls and heads of the animals."
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Read more here/Leia mais aqui: Science Daily

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Common Functional Correlates of Head-Strike Behavior in the Pachycephalosaur Stegoceras validum (Ornithischia, Dinosauria) and Combative Artiodactyls

Eric Snively1*, Jessica M. Theodor2

1 Department of Mechanical Engineering, Ohio University, Athens, Ohio, United States of America, 2 Department of Biological Sciences, University of Calgary, Calgary, Alberta, Canada

Abstract 

Background

Pachycephalosaurs were bipedal herbivorous dinosaurs with bony domes on their heads, suggestive of head-butting as seen in bighorn sheep and musk oxen. Previous biomechanical studies indicate potential for pachycephalosaur head-butting, but bone histology appears to contradict the behavior in young and old individuals. Comparing pachycephalosaurs with fighting artiodactyls tests for common correlates of head-butting in their cranial structure and mechanics.

Methods/Principal Findings

Computed tomographic (CT) scans and physical sectioning revealed internal cranial structure of ten artiodactyls and pachycephalosaurs Stegoceras validum and Prenocephale prenes. Finite element analyses (FEA), incorporating bone and keratin tissue types, determined cranial stress and strain from simulated head impacts. Recursive partition analysis quantified strengths of correlation between functional morphology and actual or hypothesized behavior. Strong head-strike correlates include a dome-like cephalic morphology, neurovascular canals exiting onto the cranium surface, large neck muscle attachments, and dense cortical bone above a sparse cancellous layer in line with the force of impact. The head-butting duiker Cephalophus leucogaster is the closest morphological analog to Stegoceras, with a smaller yet similarly rounded dome. Crania of the duiker, pachycephalosaurs, and bighorn sheep Ovis canadensis share stratification of thick cortical and cancellous layers. Stegoceras, Cephalophus, and musk ox crania experience lower stress and higher safety factors for a given impact force than giraffe, pronghorn, or the non-combative llama.

Conclusions/Significance

Anatomy, biomechanics, and statistical correlation suggest that some pachycephalosaurs were as competent at head-to-head impacts as extant analogs displaying such combat. Large-scale comparisons and recursive partitioning can greatly refine inference of behavioral capability for fossil animals.


Citation: Snively E, Theodor JM (2011) Common Functional Correlates of Head-Strike Behavior in the Pachycephalosaur Stegoceras validum (Ornithischia, Dinosauria) and Combative Artiodactyls. PLoS ONE 6(6): e21422. doi:10.1371/journal.pone.0021422

Editor: Kenneth Carpenter, Utah State University-College of Eastern Utah, United States of America

Received: February 9, 2011; Accepted: June 1, 2011; Published: June 28, 2011

Copyright: © 2011 Snively, Theodor. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.

Funding: University of Calgary Alberta Ingenuity Russ College of Engineering Canada Foundation for Innovation National Science Foundation. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.

Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist.


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FREE PDF GRATIS 17.9 MBs!!!

Faces da inovação

30/06/2011

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A FAPESP realizou, nesta quarta-feira (29/6), uma mesa de discussão sobre os temas do livro Inovações Tecnológicas no Brasil: Desempenho, Políticas e Potencial. Lançado no início do mês, o livro foi organizado por Ricardo Ubiraci Sennes, professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, e Antonio Britto Filho, presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).



Produção científica brasileira e construção de um laboratório de pesquisa no país foram os temas de Marco Antonio Zago (USP) e Fabio Gandour (IBM) em mesa de discussão sobre livro Inovações Tecnológicas no Brasil: Desempenho, Políticas e Potencial(E.Cesar/FAPESP)

Durante o evento, o pró-reitor de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antonio Zago, apresentou uma análise sobre a situação atual da produção científica brasileira e sua relação com a questão da inovação. Em seguida, Fabio Gandour, cientista-chefe da IBM Brasil, apresentou um depoimento sobre sua experiência em convencer a matriz da empresa nos Estados Unidos a implantar um laboratório de pesquisas no Brasil.

O livro, editado pela Prospectiva Consultoria em parceria com a Interfarma, é uma coletânea de análises de gestores na área de ciência e tecnologia sobre a problemática que envolve o desenvolvimento de pesquisa no Brasil.

Entre os autores dos artigos reunidos na publicação, além de Zago e Gandour, estão o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, e o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da Coordenação Adjunta de Pesquisa para Inovação da FAPESP, Sérgio Robles Reis de Queiroz.

Zago destacou que a produção científica é um dos diversos componentes da questão da inovação, embora muitos ainda vejam os dois termos, de forma errônea, como contraditórios. De acordo com ele, a produção científica brasileira tem uma característica central: um crescimento acelerado e heterogêneo.

“O crescimento proporcional da produção científica brasileira é o segundo do mundo, ficando atrás apenas da China. Em 1996, o Brasil estava em 25º lugar no mundo em relação à produção científica e em 2008 já havia alcançado o 14º lugar. Mas esse crescimento é puxado por alguns segmentos nos quais o avanço é maior, como a área de saúde”, disse.

Em termos de qualidade, no entanto, a produção científica do Brasil não faz tanto sucesso, segundo Zago. Ele afirmou que, no número de citações – critério usado com frequência para auferir a qualidade da produção científica de um país –, o Brasil ainda não alcançou países como a Índia e a Coreia e permanece bem distante dos países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos.

“Conclui-se que a ciência brasileira teve um crescimento quantitativo significativo, mas ainda deixa a desejar no aspecto qualitativo. Isso tem impacto na inovação. Por outro lado, mesmo em termos quantitativos, quando comparamos a nossa produção científica à da China – que tem avançado rapidamente em termos de inovação –, vemos que os dois países têm um perfil muito diferente”, afirmou.

De acordo com Zago, no Brasil, as áreas com maior produção científica são a Medicina, em primeiro lugar, as Ciências Biológicas e Agrárias em segundo e a Física e Astrofísica em terceiro. Já na China, a Engenharia predomina, com a Física e Astrofísica em segundo lugar e as Ciências de Materiais em terceiro.

“Não precisamos seguir o modelo chinês, mas queremos que nossa produção científica também resulte em inovação e sabemos que áreas como engenharia são as que tradicionalmente trazem resultados nesse sentido. Outro sintoma da nossa situação é que na China a área de Computação está em quarto lugar, enquanto no Brasil está em décimo”, disse.

Esse padrão tem ligação com as principais áreas em que o Brasil forma doutores. Segundo Zago, entre 1996 e 2008, as áreas de Ciências Humanas e Sociais passaram de 26% para 32% dos doutores formados. No mesmo período, as áreas de Ciências Agrárias foram de 10% para 12% do total. Em Ciências Biológicas, houve uma queda de 33% para 30%. Em Exatas e Engenharia, a queda foi abrupta: de 30% para 22% dos doutores formados.

“Mesmo com a produção científica e a formação de doutores aumentando, o Brasil está caminhando no sentido inverso ao que deveria para ter mais inovação. Além disso, a nossa produção científica tem muito pouco impacto”, afirmou.

Segundo Zago, uma pesquisa em bases de dados de produção científica mostra que, de 94.406 artigos assinados por pesquisadores brasileiros, apenas 149 (0,19%) eram considerados de alto impacto, com mais de 200 citações. “Mas, entre esses 149, apenas 26 eram originários exclusivamente do Brasil. Os outros 123 estavam relacionados a grandes consórcios internacionais, grupos colaborativos e testes clínicos multicêntricos”, disse. 

Gênese de um laboratório

Gandour contou que nesta quarta-feira (29/6) a IBM inaugurou, em São Paulo, um núcleo para a efetivação tangível do laboratório de pesquisa. Outro núcleo semelhante, batizado como “ninho de cérebros”, foi implantado no Rio de Janeiro.

“É o primeiro passo para a criação do primeiro laboratório brasileiro da Divisão de Pesquisa da IBM. Mas quando se noticia nos jornais a construção de um laboratório de pesquisas de uma indústria a impressão é que foi um processo fácil, que apareceu pronto. Mas foi um trabalho intenso de seis anos desde a ideia inicial”, disse.

Segundo ele, foi preciso encontrar maneiras criativas para “vender” o Brasil aos executivos da empresa nos Estados Unidos, a fim de convencê-los a adotar o país como sede do novo laboratório. A IBM tem atualmente oito laboratórios de pesquisa: três deles em território norte-americano, além de outros cinco na China, Japão, Índia, Israel e Suíça.

“O estudo inicial considerou 70 países para a implantação do laboratório. Precisei enfrentar concorrentes como os Emirados Árabes, que baseavam sua candidatura nos petrodólares. Foi preciso chamar a atenção para os atrativos locais – como a estabilidade política e econômica –, mostrar o vigor acadêmico do Brasil e destacar as incríveis condições relacionadas a recursos naturais e sociais, como o fato de o Brasil ter 15% da água potável e 22% da terra arável do mundo e 33 milhões de famílias de classe média”, destacou.

Um dos pontos que mais impressionaram os norte-americanos foi o custo anual de um pós-graduando brasileiro, que, segundo Gandour, gira em torno de US$ 110 mil. Enquanto isso, o pós-graduando norte-americano custa aproximadamente US$ 350 mil por ano.

“O pós-graduando norte-americano tem acesso enorme à infraestrutura tecnológica. Isso poderia ser considerado bom, a princípio. Mas sabemos que esse ambiente com muita instrumentação inibe a capacidade de pensamento abstrato. Achamos que o pós-graduando brasileiro, usando papel e lápis, é capaz de fazer muito mais que um norte-americano”, ponderou.

Segundo Gandour, a tarefa mais trabalhosa e demorada relacionada à construção do laboratório foi a de selecionar, no leque das disciplinas tradicionais, os pilares de sustentação do laboratório na ciência brasileira, para que se pudesse construir uma agenda de trabalho. Foram quase dez meses até a definição desses pilares: ciências de serviços, gerenciamento e energia.

“O laboratório no Brasil trabalhará com recursos naturais, com ênfase em petróleo e gás, por causa do pré-sal; em sistemas humanos, com ênfase em megaeventos, por conta da Copa do Mundo e Olimpíadas; e em microeletrônica de baixa complexidade com ênfase em semicondutores e empacotamento”, contou.

Segundo Gandour, o objetivo é alinhar esse modelo à estratégia mundial da IBM, que definiu como a busca de “um mundo mais inteligente”. O laboratório terá um modelo de ciência como negócio por meio de pesquisa colaborativa.

“O principal insumo de produção são neurônios de boa qualidade – isso é muito mais importante do que a instrumentação. Temos dois ninhos de cérebros até agora, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Não sabemos ainda onde serão as instalações físicas do laboratório. Quando tivermos ideia das necessidades de instrumentação, definiremos o local”, disse.

Darwin, sinto muito, mas o olho continua dizendo um sonoro NÃO às suas especulações transformistas: num abrir e fechar de olhos!

quarta-feira, junho 29, 2011

Modern optics in exceptionally preserved eyes of Early Cambrian arthropods from Australia 

Michael S. Y. Lee, James B. Jago, Diego C. García-Bellido, Gregory D. Edgecombe, James G. Gehling & John R. Paterson

Affiliations

Contributions

Corresponding authors

Nature 474, 631–634 (30 June 2011) doi:10.1038/nature10097
Received 06 February 2011 
Accepted 01 April 2011 
Published online 29 June 2011


Despite the status of the eye as an “organ of extreme perfection”1, theory suggests that complex eyes can evolve very rapidly2. The fossil record has, until now, been inadequate in providing insight into the early evolution of eyes during the initial radiation of many animal groups known as the Cambrian explosion. This is surprising because Cambrian Burgess-Shale-type deposits are replete with exquisitely preserved animals, especially arthropods, that possess eyes3, 4, 5. However, with the exception of biomineralized trilobite eyes, virtually nothing is known about the details of their optical design. Here we report exceptionally preserved fossil eyes from the Early Cambrian (~515 million years ago) Emu Bay Shale of South Australia, revealing that some of the earliest arthropods possessed highly advanced compound eyes, each with over 3,000 large ommatidial lenses and a specialized ‘bright zone’. These are the oldest non-biomineralized eyes known in such detail, with preservation quality exceeding that found in the Burgess Shale and Chengjiang deposits. Non-biomineralized eyes of similar complexity are otherwise unknown until about 85 million years later6, 7. The arrangement and size of the lenses indicate that these eyes belonged to an active predator that was capable of seeing in low light. The eyes are more complex than those known from contemporaneous trilobites and are as advanced as those of many living forms. They provide further evidence that the Cambrian explosion involved rapid innovation in fine-scale anatomy as well as gross morphology, and are consistent with the concept that the development of advanced vision helped to drive this great evolutionary event8.

Subject terms: Evolution, Palaeontology, Geology and geophysics, Organismal biology

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Professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas (300) com acesso ao site CAPES/Periódicos podem ler gratuitamente este artigo da Nature e de mais 22.440 publicações científicas.

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NOTA DESTE BLOGGER:

Darwin escreveu certa vez que sentia calafrios só de pensar na complexidade do olho. Meu amigo Darwin, os olhos continuam dando calafrios em você? Dê uma olhada neste artigo e veja que suas especulações transformistas não são corroboradas no contexto de justificação teórica (as evidências) desde 1859...

Fui, nem sei por que, pensando será que a Nomenklatura científica é tão cega que não consegue ver que a teoria da evolução de Darwin acertou no varejo e errou no atacado???

As maiores estruturas cósmicas 'grandes demais' para as atuais teorias

Largest cosmic structures 'too big' for theories

20:11 21 June 2011 by Stephen Battersby

For similar stories, visit the Cosmology Topic Guide

Space is festooned with vast "hyperclusters" of galaxies, a new cosmic map suggests. It could mean that gravity or dark energy – or perhaps something completely unknown – is behaving very strangely indeed.

Galaxies, clusters, and superclusters - mere local details? (Image: Springel et al./Virgo Consortium)


We know that the universe was smooth just after its birth. Measurements of the cosmic microwave background radiation (CMB), the light emitted 370,000 years after the big bang, reveal only very slight variations in density from place to place. Gravity then took hold and amplified these variations into today's galaxies and galaxy clusters, which in turn are arranged into big strings and knots called superclusters, with relatively empty voids in between.

On even larger scales, though, cosmological models say that the expansion of the universe should trump the clumping effect of gravity. That means there should be very little structure on scales larger than a few hundred million light years across.

But the universe, it seems, did not get the memo. Shaun Thomas of University College London (UCL), and colleagues have found aggregations of galaxies stretching for more than 3 billion light years. The hyperclusters are not very sharply defined, with only a couple of per cent variation in density from place to place, but even that density contrast is twice what theory predicts.

"This is a challenging result for the standard cosmological models," says Francesco Sylos Labini of the University of Rome, Italy, who was not involved in the work.
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Read more here/Leia mais aqui: New Scientist

Eric Davidson 'falou e disse': a atual teoria da evolução está morta!!!


"O neodarwinismo está morto"
Eric H. Davidson, geneticista, autor de livro didático
California Institute of Technology
30 de maio de 2000

"Neo-Darwinism is dead"
Eric H. Davidson, a geneticist, textbook writer
California Institute of Technology
May 30, 2000

R.I.P. Darwin!!!

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NOTA BENE:

Geralmente a Nomenklatura científica, a Grande Mídia e a Galera dos meninos e meninas de Darwin reagem contra os críticos e oponentes do fato, Fato, FATO da evolução como pessoas que não sabem o que é ciência, que não sabem fazer ciência, apesar de muitos desses críticos terem credenciais acadêmicas de peso.

Aí, digam tudo isso acima para o Davidson. Antes de agir, pense duas vezes, pois o homem não é pouca coisa não:

Norman Chandler Professor of Cell Biology, California Institute of Technology

O que nós dizemos, e o que os cientistas ouvem sobre a criação da vida sintética


O que nós (leigos) dizemos:

Genoma sintético de célula bacteriana... pares de bases de DNA artificial... sustenta a replicação da vida...

O que eles (cientistas) ouvem:

Blá, blá, blá vida blá, blá, blá sintética blá

Darwin, obrigado por atrair 420 mil visitantes ao blog persona non grata da Nomenklatura científica

terça-feira, junho 28, 2011

Source/Fonte: ClustrMaps

Darwin, cara, muito obrigado, sem você eu não teria toda esta fama: 420.000 visitantes ao blog mais odiado pela Nomenklatura científica: território libre de América! Resistir é existir!!!

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NOTA DESTE BLOGGER:

Este mapa difere do atual que foi substituído, mas reflete mais de 415.000 visitante. Razão de poucos pontinhos no mapa-mundi atual? Quando o blog enche demais, o ClustrMaps substitui!!!

Campanha: vamos chegar a 1 milhão de visitantes em 2 anos? Como? Repasse o link deste blog aos seus amigos. Pode ser evolucionista, sem problema, pois 11 entre 10 darwinistas visitam este blog.

Valeu, Darwin, você nem sabe o quanto sou agradecido a você por me tornar famoso internacionalmente!!!

Anovim - Yossi Green e Yaakov Shwekey



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Para, por e com Israel, sempre! Apesar de [preencher as lacunas]

Novo livro de Ayala: Eu sou um macaco?

Am I a Monkey? Six Big Questions about Evolution
Francisco J. Ayala

Despite the ongoing cultural controversy in America, evolution remains a cornerstone of science. In this book, Francisco J. Ayala—an evolutionary biologist, member of the National Academy of Sciences, and winner of the National Medal of Science and the Templeton Prize—cuts to the chase in a daring attempt to address, in nontechnical language, six perennial questions about evolution:


• Am I a Monkey?
• Why Is Evolution a Theory?
• What Is DNA?
• Do All Scientists Accept Evolution?
• How Did Life Begin?
• Can One Believe in Evolution and God?

This to-the-point book answers each of these questions with force. Ayala's occasionally biting essays refuse to lend credence to disingenuous ideas and arguments. He lays out the basic science that underlies evolutionary theory, explains how the process works, and soundly makes the case for why evolution is not a threat to religion.

Brief, incisive, topical, authoritative, Am I a Monkey? will take you a day to read and a lifetime to ponder.

"Am I a Monkey? is a strongly recommended read for science collections with plenty of food for thought."—Bookwatch

"Ayala presents an accessible introduction to Darwin's theory."—Book News, Inc.

"Professor Ayala has written an important book—a lucid account of evolutionary theory and related topics, which reviews the overwhelming evidence that establishes evolution as an incontrovertible fact, and which then goes on to offer some convincing reasons why people of faith need not regard the theory of evolution as an enemy or an obstacle to their religious beliefs."—Harry Frankfurt, author of On Bullshit and On Truth

"Clear, concise, and written in an engaging style."—Choice

"The book is well-written, accurate, and concise. It is accessible and easy to digest. I suspect that it will, in the long run, play a larger role in promoting the acceptance of evolution."—Joel W. Martin, Reports of the National Center for Science Education

An eminent scientist, Francisco J. Ayala is the University Professor and Donald Bren Professor of Biological Sciences, Ecology, and Evolutionary Biology and a professor of logic and the philosophy of science at the University of California, Irvine. He is the author of more than 30 technical books and hundreds of scientific papers and a recipient of numerous awards, including the National Medal of Science and the 2010 Templeton Prize.

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Paulo Renato Souza morre aos 65 anos

28/06/2011

Agência FAPESP – Paulo Renato Souza, ex-reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-ministro da Educação, morreu na noite de sábado (25/06), vítima de infarto fulminante, em São Roque (SP).



Ministro da Educação, secretário da Educação de São Paulo e reitor da Unicamp teve atuação definidora para a educação brasileira (Gilberto Marques/GESP)

Após velório na Assembleia Legislativa de São Paulo, o sepultamento foi realizado na segunda-feira no Cemitério do Morumbi, na capital paulista. Deixou três filhos e seis netos.

“Paulo Renato deu uma enorme contribuição para a educação no Brasil. Foi o grande responsável pela universalização do acesso ao ensino fundamental com a criação do Fundef [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério]”, disse Geraldo Alckmin, governador de São Paulo.

“Lamentamos o falecimento do bom amigo Paulo Renato, companheiro de Ministério na Presidência de Fernando Henrique Cardoso, intelectual e homem público com o qual compartilhamos ideias e ideais em prol do nosso país”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP.

“Paulo Renato valorizava o debate e como reitor da Unicamp teve papel fundamental ao conduzir a aprovação dos estatutos e formação do Conselho Universitário. Como ministro, teve uma atuação definidora para a educação no Brasil, criando o sistema de avaliação, os exames e o Fundef”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

Um dos fundadores do PSDB, foi ministro da Educação no governo Fernando Henrique Cardoso (de 1995 a 2002) e secretário de Educação do Estado de São Paulo no governo Franco Montoro (1984-1986) e no governo José Serra (2009-2010). Em 2006, foi eleito deputado federal.

Nascido em Porto Alegre, em 10 de setembro de 1945, Souza graduou-se em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1967. Realizou o mestrado também em Ciências Econômicas pela Universidade do Chile, de 1969 a 1970, e doutorou-se pela Unicamp em 1980.

Iniciou as atividades didáticas em 1969, no Instituto de Planificação Econômica e Social (Ilpes), no Chile, passando depois por muitas outras instituições de ensino nacionais e internacionais.

Em 1979, foi contratado pela Unicamp como professor do Instituto de Economia. Nessa função, além do desenvolvimento de atividades didáticas, exerceu também atividades de assessoria junto a outras instituições, das quais se destacou a de consultor da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) das Nações Unidas (1981-1982).

Foi eleito presidente da Associação dos Docentes da Unicamp (1979-1981) e em 1982 foi designado assessor de desenvolvimento universitário. Assumiu a reitoria em 1986, permanecendo quatro anos à frente da Unicamp.

Em sua gestão foram criadas as pró-reitorias de Graduação, de Pesquisa, de Extensão e Assuntos Comunitários, de Desenvolvimento Universitário e de Pós-Graduação. Ainda na área administrativa, o Conselho Universitário (Consu) substituiu o Conselho Diretor como órgão máximo da universidade, que, com isso, completou o seu processo de reforma institucional. Sua gestão caracterizou-se por uma forte política de investimento na pesquisa e foi o período em que, conquistada a institucionalidade, chegou-se à autonomia universitária.

Foram inaugurados no período o Hospital de Clínicas (HC) e o Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) e foi desmembrada da Faculdade de Engenharia de Campinas – atual Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo – a Faculdade de Engenharia Elétrica, que depois viria a se denominar Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC).

“Paulo Renato teve atuação de destaque na institucionalização da Unicamp bem como para toda a área de educação no país. Além disso, desempenhou papel fundamental no processo de autonomia financeira e de gestão das três universidades estaduais paulistas”, disse Fernando Costa, reitor da Unicamp.

À frente do Ministério da Educação, Souza criou o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) – atualmente chamado de Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

“Fica para mim a lembrança de um amigo muito querido, de muitas jornadas. Para o Brasil, fica a lembrança do maior ministro da Educação que já tivemos, que tomou uma série de medidas corajosas. Podemos dividir a educação brasileira em dois momentos: antes e depois de Paulo Renato”, disse o ex-governador José Serra.

Melhor que morfina

28/06/2011

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Desenvolver um analgésico que seja efetivo como a morfina, mas que não provoque sedação nem efeitos colaterais, podendo ser aplicável até mesmo para dores crônicas por longos períodos de tempo. Esse é o objetivo central das pesquisas de Terrance Snutch, professor do Centro de Pesquisas do Cérebro da Universidade de British Columbia (Canadá).

Os alvos terapêuticos escolhidos por Snutch para essa tarefa são os canais de cálcio – “túneis” formados por proteínas nas membranas das células, que permitem o trânsito de íons de cálcio.



Terrance Snutch, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), fala sobre pesquisa de novo analgésico – com base em canais de cálcio – que poderá ser efetivo como a morfina, mas sem efeitos colaterais

Há alguns anos, os cientistas descobriram que esses canais estão ligados às vias de sinalização da dor. A estratégia consiste em bloqueá-los, impedindo que o sinal da dor chegue ao cérebro. A nova droga bloqueadora de canais de cálcio deverá ser efetiva até em dores neuropáticas crônicas – as “dores fantasma” que podem ser sentidas mesmo em membros amputados.

Especialista em neurobiologia molecular, Snutch estuda o tema há anos e foi o primeiro a descrever a base molecular para os canais de cálcio nos sistemas nervoso, endócrino e cardiovascular. Possui diversas patentes relacionadas a intervenções nos canais de cálcio.

Até agora, nenhuma droga tem os canais de cálcio como alvos diretos. Mas o laboratório de Snutch pretende mudar isso em breve. Depois de clonar pela primeira vez os genes que codificam os canais de cálcio de tipo N, em 1992, o cientista montou uma empresa spin off, em 1998, e conseguiu levantar recursos para os primeiros testes clínicos, a partir de 2004, com uma droga bloqueadora de canais de cálcio.

O pesquisador participou, na semana passada, em São Paulo, da 2nd São Paulo School of Translational Science – Molecular Medicine (2ª Escola São Paulo de Ciência Translacional – Medicina molecular), realizada pelo Hospital A.C. Camargo. O curso integra a modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) da FAPESP. Leia a seguir trechos da entrevista concedida por Snutch à Agência FAPESP. 

Agência FAPESP – Quais são os principais problemas com as drogas para dor atualmente disponíveis no mercado? 
Terrance Snutch – Elas não funcionam bem o bastante para as dores crônicas neuropáticas. Esse tipo de dor é o principal problema. Drogas como a pregabalina e a gabapentina são amplamente usadas, mas só funcionam para cerca de 40% dos pacientes. Para os outros, não fazem o efeito desejado.

Agência FAPESP – O que caracteriza a dor neuropática crônica? 
Snutch – A dor neuropática crônica é definida como uma dor para a qual não há ferimento definido. É proveniente de algum problema no próprio sistema nervoso.

Agência FAPESP – Esse tipo de dor tem origem no próprio cérebro? 
Snutch – No cérebro ou nos nervos que não são acionados corretamente e disparam quando não deveriam. O fato é que não é causada por um ferimento. Ela existe porque algo está errado no sistema nervoso e desencadeia a sinalização de dor. Por definição, é uma dor para a qual não há ferimento definido e que, mesmo assim, dura seis meses ou mais. Isso a torna bem diferente da dor aguda, que tem origem determinada e dura menos.

Agência FAPESP – Não existem drogas eficientes para esse tipo de dor? 
Snutch – Temos drogas muito pouco efetivas. Para dores agudas muito fortes – quando se tem um osso quebrado, ou uma situação após uma cirurgia, por exemplo – temos drogas como a morfina ou a hidromorfona, que são opioides muito fortes. Mas não se pode tomar esses opioides para dores de longo prazo.

Agência FAPESP – Por quê? Eles podem viciar? 
Snutch – Eles causam diferentes problemas, além de viciar propriamente. Especialmente pelo fato de que a dose precisa ser cada vez maior, pois a mesma dose se torna cada vez menos efetiva. Ao aumentar a dose, aumentam também os efeitos colaterais. Os opioides causam depressão respiratória. Isto é, eles afetam a parte do cérebro que controla a respiração e, se a dose for muito alta, você pode parar de respirar. Causam também constipação muito severa. A combinação do efeito das altas doses – causadas pela resposta tolerante – e dos efeitos colaterais impede que as pessoas tolerem por muito tempo.

Agência FAPESP – E quanto às outras drogas que o senhor mencionou? 
Snutch – As outras disponíveis, como pregabalina e gabapentina, só funcionam parcialmente. Ambas têm eficiência estimada em cerca de 40% dos casos de pacientes de dor neuropática crônica. Os outros não têm um alívio da dor. Por isso, há necessidade de novas drogas trabalhando com novos mecanismos.

Agência FAPESP – Então vocês começaram a trabalhar com as alternativas baseadas nos canais de cálcio. Quando foi descoberto que eles estão envolvidos em vias de sinalização da dor? 
Snutch – Sim. A sinalização da dor é altamente dependente dos processos relacionados aos canais de cálcio. Primeiro começamos a trabalhar com um canal específico: o canal de cálcio tipo N.

Agência FAPESP – Como é o mecanismo? 
Snutch – Para que você sinta dor, é preciso que alguém estimule os receptores que estão na pele e nos músculos, sensíveis ao toque. Esse estímulo gera um sinal elétrico que é enviado da pele para a medula espinhal, até o cérebro e volta até o local tocado. O que ocorre quando se tem dor é que a estimulação atinge uma frequência muito alta nos mesmos neurônios, com o sinal indo para o cérebro. Os canais de cálcio tipo N controlam se o sinal chega ao cérebro ou não.

Agência FAPESP – O conceito então consiste em bloquear a dor antes que o estímulo chegue ao cérebro? 
Snutch – Teoricamente, se o sinal na medula espinhal – onde estão os canais de cálcio tipo N – não chega ao cérebro, a pessoa não sente a dor. A ideia é que bloqueando esses canais, impedindo que o sinal atinja o cérebro, o paciente não sinta mais dor alguma.

Agência FAPESP – E quanto aos canais de cálcio do tipo T? 
Snutch – Os canais de cálcio do tipo T não bloqueiam o sinal. Eles ajustam os limites da dor. Ao bloquear canal de tipo T, conseguimos aumentar o limite para dor, diminuindo a sua intensidade. No caso dos canais de tipo N, tentamos bloquear os sinais que vêm para o cérebro. Nesse caso dos canais de tipo T, tentamos modular a intensidade da dor.

Agência FAPESP – Esses analgésicos com base em canais de cálcio estão em testes clínicos? 
Snutch – Sim, no caso da droga com alvo no canal de cálcio de tipo N estamos entrando na fase 3 dos testes clínicos. No caso do bloqueador de canais de cálcio de tipo T, estamos investigando compostos que modulam a sinalização da dor e já chegamos a uma droga que mostrou eficácia em modelos animais, tanto para dor aguda como crônica.

Agência FAPESP – Como foi o desenvolvimento da droga baseada em canais do tipo N? 
Snutch – O canal de cálcio de tipo N foi clonado pela primeira vez em 1992. Depois disso, em 1998, montei a empresa para levantar recursos e desenvolver a droga. Em 2004, começaram os primeiros testes clínicos. Em 2011, estamos entrando na fase de testes em pacientes. Nos primeiros testes clínicos, utilizamos voluntários saudáveis e não portadores da dor crônica neuropática. Não houve nenhum tipo de efeito colateral sério e vamos agora para a última fase.