Deu Brasil, desta vez em ciência

segunda-feira, junho 29, 2009

Excelência premiada
29/6/2009

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Seis pesquisadores brasileiros receberão a bolsa prêmio da Fundação Memorial John Simon Guggenheim, dos Estados Unidos, em 2009. Dos quase 3 mil candidatos de todas as áreas do conhecimento e das artes em todo o mundo, 180 foram agraciados, sendo 33 da América Latina. O continente teve mais de 500 candidatos inscritos.

Os ganhadores brasileiros são Marcelo Knobel, Angela Maria Alonso, Edson Roberto Leite, Renato de Lima Santos, Fernanda Guarino De Felice e Flávio dos Santos Gomes. A bolsa, cujo valor é de aproximadamente US$ 25 mil, deve ser utilizada em projetos nas áreas de cada um dos premiados.

Seis cientistas brasileiros recebem bolsa prêmio da Fundação Memorial John Simon Guggenheim, dos Estados Unidos. Entre eles estão o físico Marcelo Knobel, da Unicamp, a socióloga Angela Alonso, da USP e o engenheiro Edson Leite, da UFSCar (foto: Antônio Scarpinetti/Unicamp)

De acordo com Marcelo Knobel, pró-reitor de graduação e professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sua premiação, que se refere ao conjunto dos estudos realizados por sua equipe na área de nanomagnetismo, será utilizada no desenvolvimento do trabalho.

“Fiquei muito feliz com a conquista, porque a premiação confere um grande reconhecimento e os recursos poderão ser utilizados na aquisição de equipamentos, na ajuda de custo para viagens de intercâmbio científico e materiais de pesquisa”, disse Knobel, à Agência FAPESP.

O pró-reitor de graduação da Unicamp, que integra a coordenação da área de Física da FAPESP, é professor e pesquisador do IFGW desde 1995. Tornou-se livre docente em 2001 e, em 2007, professor titular do instituto. É coordenador do Laboratório de Materiais e Baixas Temperaturas (LMBT), onde está à frente do grupo que realiza pesquisas em materiais magnéticos nanoestruturados.

O professor colabora com as atividades do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e é editor-chefe da revista Ciência e Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), além de coordenador do Mestrado em Divulgação Científica e Cultural do IEL/Labjor e diretor científico do Instituto Sangari.

Angela Maria Alonso, professora do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), coordena o projeto de pesquisa “A experiência inglesa de Joaquim Nabuco”, apoiada pela FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular.

Ela é coordenadora da área de Conflitos Ambientais do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e pesquisadora do Centro de Desenvolvimentos de Pesquisas sobre Cidadania da Universidade de Sussex (Reino Unido).

Edson Roberto Leite, professor titular da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), atua na área de engenharia de materiais e metalúrgica , com ênfase em materiais não-metálicos. Ele coordena atualmente o projeto “Compósitos moleculares funcionais derivados de poliuretanas: síntese e caracterização”, também apoiado na modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular.

Fernanda Guarino De Felice é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua na área de neurobiologia da doença de Alzheimer. Em suas pesquisas, procura entender por que a doença afeta a memória dos pacientes.

Flávio dos Santos Gomes é professor do programa de pós-graduação em História da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e desenvolve pesquisas em história comparada Brasil, América Latina e Caribe, especialmente Venezuela, Peru, Colômbia, Guiana Francesa e Cuba. É também professor do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ.

Renato de Lima Santos é professor de patologia veterinária da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atua em pesquisas nas áreas de patologia veterinária, fisiopatologia da reprodução, além de patologia e patogênese de doenças infecciosas.

A Fundação Memorial John Simon Guggenheim – fundada pelo senador Simon Guggenheim em 1925, em memória de seu filho falecido durante trabalhos de campo em antropologia – proporciona bolsas que podem ser consideradas prêmios, para promover o avanço e a difusão do conhecimento e sua compreensão, assim como a apreciação da beleza, ajudando sem distinção eruditos, cientistas e artistas na consecução dos seus trabalhos.

As bolsas da Fundação Guggenheim são concedidas a homens e mulheres de comprovada qualificação excepcional para produção acadêmica ou excepcional habilidade criativa nas artes. A Fundação consulta reconhecidos intelectuais e artistas a respeito dos méritos e do possível desenvolvimento profissional dos candidatos. A avaliação desses especialistas é apresentada a um comitê de seleção.

Mais informações: www.gf.org.