Grandes, mas não tanto
22/6/2009
Agência FAPESP – Os dinossauros eram gigantescos em comparação com os tamanhos dos animais atuais. Mas, segundo um novo estudo, os maiores animais que já andaram sobre a superfície terrestre podem não ter sido tão grandes como se imaginava.
Em artigo publicado neste domingo (21/6) no Journal of Zoology, da Sociedade Zoológica de Londres, um grupo de pesquisadores afirma que o modelo estatístico usado para o cálculo do peso dos dinossauros é falho, o que pode ter levado pesquisadores a superestimar o tamanhos dos extintos répteis.
“Os paleontólogos usam um modelo estatístico publicado há mais de 25 anos que estima o peso dos dinossauros gigantes e de outros animais grandes de linhagens extintas. Mas, ao reexaminar dados da amostra original, que serviu de referência para a produção do modelo, verificamos que ele estava seriamente errado”, disse Gary Packard, da Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos.
Estudo aponta erro no modelo usado para calcular massa dos dinossauros, que podem ter sido muito menores do que se imaginava (Canadian Museum of Nature)
“Fizemos novos cálculos e observamos que os dinossauros gigantes podem ter tido até mesmo metade dos pesos que foram originalmente atribuídos”, disse Packard, um dos autores do artigo agora publicado.
Um exemplo mencionado pelos pesquisadores é o Apatosaurus louisae, um dos maiores dinossauros conhecidos. Enquanto estimativas originais colocavam o peso máximo do animal em 38 toneladas, o novo estudo aponta que ele teria 20 toneladas a menos.
Segundo os cientistas, o modelo corrigido terá importantes implicações para diversas teorias a respeito da biologia dos dinossauros, que enfoquem, por exemplo, seu metabolismo energético, necessidades alimentares e modos de locomoção.
O artigo Allometric equations for predicting body mass of dinosaurs, de Gary Packard e outros, pode ser lido por assinantes do Journal of Zoology em www.wiley.com/bw/journal.asp?ref=0952-8369.
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Professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas podem ler gratuitamente este artigo do Journal of Zoology no site CAPES/Periódicos.