Candido e Chauí dão aula em apoio à greve na USP

quarta-feira, junho 17, 2009

JC e-mail 3785, de 17 de Junho de 2009.

6. Candido e Chauí dão aula em apoio à greve na USP

Para crítico literário, presença da PM no campus viola ‘direito sagrado de opinar’; filósofa aponta ‘repetição interminável’ do autoritarismo

Elida Oliveira, Sergio Pompeu e Renata Cafardo escrevem para “O Estado de SP”:

Alunos, funcionários e docentes da USP tiveram ontem pela manhã uma "aula" em apoio à greve na universidade de dois intelectuais renomados da instituição, a filósofa Marilena Chauí e o crítico literário Antonio Candido. No auditório lotado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) - do lado de fora havia um telão, para que mais pessoas pudessem acompanhar os discursos -, ambos condenaram a presença da Polícia Militar no campus.

"A ação imediata é apenas um episódio, o importante são as redefinições a partir disso", disse Antonio Candido. "Atuem, exagerem, sejam justos e injustos. Aproximem a faculdade da realidade social. Essa é uma luta constante, para transformar a sociedade."

Os dois professores estavam no grupo de notáveis da USP que foi decisivo no desfecho da greve de estudantes da FFLCH em 2002. O movimento cobrava mais professores e melhor estrutura na unidade e durou mais de 100 dias. Depois de um apoio público de Candido, Marilena e outros, a reitoria passou a negociar com os alunos, o que culminou com o fim da greve.

O crítico literário, de 91 anos, disse ter ficado preocupado com o "significado histórico e o valor simbólico" das medidas tomadas pela reitora Suely Vilela, que pediu à Justiça o envio da PM ao câmpus para impedir piquetes feitos pelos grevistas. "É a violação do direito sagrado de uma pessoa opinar." [ESSA VIOLAÇÃO DO DIREITO SAGRADO DE ALGUÉM OPINAR OCORRE TODOS OS DIAS EM TODAS AS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS PÚBLICAS E PRIVADAS QUANDO SE DISCORDA DE DARWIN, E NINGUÉM GRITA OU ESPERNEIA!!!] polícia confrontou-se com estudantes no dia 9 de junho e seis pessoas saíram feridas.

Antonio Candido disse que desconhece detalhes da mobilização. "Isso são os professores da ativa que podem explicar." "Posso contribuir com o que sei da história da universidade." A greve começou no dia 5 de maio e reivindica aumento de 16%, a não implementação de cursos a distância e a saída da reitora.

O professor aposentado, que pertenceu à primeira turma da USP, na década de 30, disse que, antes da formação da universidade e, particularmente, da FFLCH, a formação universitária era apenas para elite e não se analisavam questões sociais. Ele falou durante 15 minutos e foi aplaudido de pé.

Marilena Chauí fez uma retrospectiva pessoal, relembrando protestos dos quais participou em seus tempos de estudante. "É uma repetição interminável do autoritarismo e da repressão. Não fazemos outra coisa que defender a universidade e a democracia." [QUER MAIS REPETIÇÃO INTERMINÁVEL DO AUTORITARISMO E DA REPRESSÃO DO QUE PROIBIR A DISCUSSÃO DE NOVAS IDÉIAS E MOSTRAR A FALÊNCIA HEURÍSTICA DE DETERMINADOS PARADIGMAS CIENTÍFICOS???]

A filósofa disse aos alunos que a mobilização precisa ir além das palavras de ordem contra a reitora. "Não é a eleição de um novo reitor que vai mudar a universidade, nós temos de pensar uma maneira de desestruturar essa gestão vertical. Temos que recuperar a universidade como espaço de discussão."

[MENOS SOBRE AS INSUFICIÊNCIAs TEÓRICAS DA ORIGEM E EVOLUÇÃO DO UNIVERSO E DA VIDA, POIS QUANDO A QUESTÃO É DARWIN É TUTTI COSA NOSTRA, CAPICE? QUANDO É O MATERIALISMO FILOSÓFICO POSANDO COMO SE FOSSE CIÊNCIA, ESSES FILÓSOFOS ENFIAM O RABO ENTRE AS PERNAS E FICAM MUDOS!]

Chauí afirmou que o ensino a distância desqualifica a formação universitária, mas cabe aos alunos explicar à sociedade o motivo do seu repúdio. Ela chamou o consórcio de universidades para ensino a distancia, intitulado Univesp, de "Univespa".

"Eles servem para reforçar o nosso espírito de combate e mostram que a luta não é breve, é contínua", disse Marco Brinati, da diretoria da Associação dos Professores (Adusp). [NÓS DO DI CONCORDAMOS COM MARCO BRINATI: A LUTA PELA LIBERDADE ACADÊMICA DE DOCENTES E DISCENTES CRÍTICOS DE DARWIN CONTINUA, COMPANHEIRO!!! HAY QUE ENDURECERSE, PERO CON TERNURA!!!]
(O Estado de SP, 17/6)