Darwin ‘falou e disse’: eu só tenho dois exemplos imaginários de seleção natural!
A idéia de transmutação – uma espécie transformando-se em outra [p. ex.: um Australopithecus transformando-se em antropólogo] é muito antiga na humanidade. O ‘como’ este fenômeno ocorre na natureza é que é o ‘X’ do problema. Não faltou e nem falta imaginação (faz parte da ciência) para os cientistas buscarem o(s) mecanismo(s)/processo(s) evolutivos.
A teoria da evolução já era aceita por muitos no tempo de Darwin, mas ele é considerado como quem desatou finalmente o nó górdio epistêmico transmutacionista: a seleção natural. Há especialistas dizendo que Darwin citou centenas de exemplos de seleção natural, quando na verdade ele citou centenas de exemplos de seleção artificial no seu opus magnum, porque não tinha nenhuma evidência direta (somente hipóteses) da seleção natural na natureza transformando uma espécie em outra: um dinossauro em ave.
Como a maioria dos biólogos e cientistas, bem como a galera ultradarwinista nunca leram o livro Origem das Espécies, vamos ao Cap. 4 – Seleção Natural, e deixemos o próprio Darwin falar a respeito deste assunto epistêmico fundamental:
“No intuito de explicar melhor a maneira como acredito [sic] que a seleção natural aja [na natureza], peço permissão para apresentar um ou dois exemplos imaginários [sic]. Tomemos o caso de um lobo... Agora, vamos examinar um caso mais complexo. Certas plantas... Mas voltemos ao nosso exemplo imaginário [sic]... Retomemos agora o caso dos insetos que se alimentam de pólen, dos quais falávamos em nosso exemplo imaginário [sic]... Tenho inteira consciência de que esta teoria da seleção natural, aqui ilustrada com os exemplos imaginários [sic]...”, in Origem das Espécies, Belo Horizonte, Villa Rica, 1994, pp. 96, 98 e 99.
Nota bene: os lobos e as plantas ‘privilegiados’ pela seleção natural continuaram lobos e plantas! Darwin explicou apenas que os mais aptos sobreviveram, mas não como surgiram novas espécies [um ungulado se transformar numa baleia].
Embora Darwin não tivesse um só exemplo direto de seleção natural em ação, mesmo assim ela seria “o principal meio de modificação, mas não o único” (Introdução, p. 38), e este “Fator Predominante” (p. 63) continua sendo o carro-chefe do neodarwinismo. O que um pouco de ‘imaginação’ não faz para a elaboração e sustentação de uma teoria...
A primeira evidência, aparentemente direta de seleção natural em ação na natureza foi o caso das mariposas de Manchester (Biston betularia) nos anos 1950s (um século após o Origem das Espécies!!!). Nós sabemos agora que a pesquisa de Kettlewell estava fundamentalmente errada, mas alguns autores de livros didáticos teimam em apresentá-las como prova do ‘fato’ da evolução. Alô MEC, propaganda enganosa é crime. Não podemos exigir menos de cientistas: honestidade acadêmica!
Outros exemplos (ex.: as mudanças oscilantes nos bicos dos tentilhões de Galápagos) têm sido descobertos, mas as mariposas continuam mariposas e os tentilhões continuam tentilhões. Não houve transformismo de espécies que Darwin tentou explicar com a sua teoria de seleção natural.
Nós ficamos somente com “um ou dois exemplos imaginários” de seleção natural. O resto do capítulo 4 é cheio de ‘suposições’ e ‘acredito’. Pobre Darwin! Pobre ciência!