Geralmente nós nos deparamos com declarações de cientistas sobre a Teoria Geral da Evolução (TGE) sendo um FATO científico inconteste assim como a Terra gira em torno do Sol e de si mesma, que é um FATO científico estabelecido como a lei da gravidade. Nada mais falso e academicamente desonesto. Intramuros, onde ainda se pode debater e questionar Darwin, a conversa é muito diferente. Os cientistas ‘duvidam’ e exteriorizam suas dúvidas. Nossos livros didáticos não lidam com isso e nossos alunos do ensino médio e superior não podem sequer se darem ao luxo de questionar certos ídolos de tribos.
O ‘registro fóssil’ é amplamente utilizado nos livros-texto como sendo uma ‘sólida evidência’ a favor da TGE. Nós encontramos nos maiores especialistas uma certa dúvida que incomoda os ultradarwinistas:
“Nós nos deparamos mais com um grande salto de fé que a mudança gradual, progressiva e adaptiva que inspira o padrão geral de mudança evolutiva que nós vemos nas rochas do que qualquer sólida evidência”, Eldredge, N. e Tattersall, I., in “The Myths of Human Evolution”, Columbia University Press, 1982, p. 57.
Nossos melhores autores escrevem seus livros didáticos seguindo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino Médio e a Lei de Diretrizes Básicas (LDB) 9.394/96 que preconiza no Art. 35, I, III que o ensino médio tem entre suas finalidades habilitar o educando a ser capaz de continuar aprendendo, a ter autonomia intelectual e pensamento crítico.
Os PCNs do Ensino Médio, nas suas Diretrizes Curriculares Nacionais (Competências e Habilidades das Ciências Naturais) afirmam que o currículo deve permitir ao educando “compreender as ciências como construções humanas, entendendo que elas se desenvolvem por acumulação, continuidade ou ruptura de paradigmas...” e que “a ciência não tem respostas definitivas para tudo, sendo uma de suas características a possibilidade de ser questionada e de se transformar”.
O que nós vemos no conteúdo é justamente o oposto, contrariando justamente o espírito da objetividade de ensino pretendida pelo PCN e pela LDB: não se pode ter autonomia intelectual e nem pensamento crítico em relação as teorias de Darwin.
Sobre isso, seria bom nossos autores considerarem atentamente uma voz importante e inuspeita nesta questão essencial para o rigor do método científico – a dúvida:
“Esta liberdade para duvidar [sic] é uma questão importante nas ciências e, eu creio, em outras áreas. Ela nasceu de uma luta. Foi uma luta para ser permitido a duvidar, a não ter certeza. E eu não quero que nós esqueçamos a importância da luta e, por tabela, deixar a coisa morrer. Eu sinto uma responsabilidade como um cientista que sabe o grande valor de uma filosofia da ignorância satisfatória [sic], e do progresso tornado possível por tal filosofia [sic], progresso que é o fruto da liberdade de pensamento [sic]. Eu sinto uma responsabilidade de proclamar o valor desta liberade [sic] e ensinar que a dúvida não é para ser temida [sic], mas que deve ser bem-vinda [sic] como uma possibilidade de um novo potencial para os seres humanos. Se você souber que você não tem certeza, você tem uma chance de melhorar a situação. Eu quero exigir esta liberdade para as futuras gerações [sic].
A dúvida é nitidamente um valor nas ciências [sic]. Se é em outras áreas é uma questão aberta e um assunto incerto. Eu espero nas próximas palestras discutir esse mesmo assunto e tentar demonstrar que é importante duvidar [sic] e que a dúvida não é uma coisa temível, mas uma coisa de valor muito grande [sic]”. Richard Feynman, in “The Meaning of It All”, p. 28.
Há vozes do passado internacionalmente reconhecidas como Pierre-Paul Grassé. Ele foi presidente da Academia de Ciências da França e tido como uma ‘enciclopédia’ de conhecimento em TGE. Grassé foi mais incisivo e contundente quanto ao FATO da TGE:
“Hoje o nosso dever é destruir o mito da evolução [sic], considerado como um fenômeno simples, entendido, e explicado que permanece se desdobrando rapidamente diante de nós. Os biólogos devem ser encorajados a pensar sobre as fraquezas e as extrapolações que os teóricos desenvolvem ou colocam como verdades estabelecidas [sic]. O engano algumas vezes é inconsciente, mas nem sempre, pois algumas pessoas, devido ao seu sectarismo, propositalmente passam por cima da realidade e se recusam reconhecer as inadequações e falsidade de suas crenças [sic]”. Grassé, Pierre-Paul Evolution of Living Organisms Academic Press, New York, N.Y., 1977, p.8
Uma voz respeitável e mais recente fala sobre o FATO da TGE ser defendida como se fosse um DOGMA DE FÉ RELIGIOSA:
“E certamente, não há nenhuma dúvida a respeito disso, que no passado, e eu acho que também no presente [sic], para muitos evolucionistas, a evolução tem funcionado como algo com elementos que são, digamos, parecendo ser uma religião secular [sic]... E isso parece muito claro para mim que em algum nível muito básico, a evolução como uma teoria científica faz um compromisso a um tipo de naturalismo [sic], isto é, que em algum nível alguém vai excluir os milagres e estes tipos de coisas seja o que for”. Ruse, M., “Nonliteralist Antievolution”, AAAS Symposium: “The New Antievolutionism”, February 13, 1993, Boston, MA.
Somos bombardeados que o FATO da TGE é tão certo quanto a lei da gravidade, que a Terra não é o centro do universo [alguém já mediu o centro do universo?] e outros recursos de linguagem de intimidação para ridicularizar e silenciar oponentes. O outro lado da moeda é bem diferente:
“Nós somos informados dogmaticamente que a Evolução é um fato estabelecido; mas nós nunca somos informados quem o estabeleceu [sic], e por quais meios [sic]. Nós somos informados, bastante freqüentemente, que a doutrina [sic] é estabelecida em evidência, e que na verdade esta evidência ‘é daqui em diante acima de toda a verificação, bem como imune de qualquer subseqüente contradição por experiência’ [sic], mas nós somos deixados inteiramente no escuro na questão crucial em que, exatamente, consiste esta evidência”. Smith, Wolfgang, Teilhardism and the New Religion: A Thorough Analysis of The Teachings of Pierre Teilhard de Chardin, Rockford, Illinois: Tan Books & Publishers Inc., 1988, p.2.
E ainda dizem que somente os de tradições religiosas é que são FUNDAMENTALISTAS. Como bem disse Sartre, ‘o inferno são os outros’!
[Material obtido junto a amigos na Academia]