Bem, a Universidade de Harvard – um dos maiores centros de saber humano - parece que vai desistir do seu projeto sobre a origem da vida. Então seria bom que doravante a abordagem da origem da vida (abiogênese ou teoria da evolução química, teoria de Oparin-Haldane) em nossos melhores livros-texto de Biologia do ensino médio considerasse com mais seriedade as opiniões de abalizados especialistas na área:
“O cenário do ‘mundo RNA’ depende de algumas suposições bem rebuscadas sobre a capacidade catalisadora do RNA. Por exemplo, os ribossomos da polimerase do RNA devem ter sido responsáveis pela replicação dos ribossomos do mundo RNA, inclusive eles mesmos (via suas próprias seqüências complementares). A replicação do RNA é uma série de reações mui desafiadora - muito mais desafiadora do que aquelas já conhecidas como sendo catalisadas pelo RNA”.
Bartle, David P. e Unrau, Peter J.
“Constructing an RNA World”
Trends in Biochemical Sciences 24 (1999): M9-M13.
“A evolução molecular não se baseia em autoridade científica. Não há publicação na literatura científica - revistas de prestígio, revistas especializadas ou livros - que descreva como a evolução molecular de qualquer sistema bioquímico real, complexo, ocorreu ou poderia ter ocorrido. Há afirmações de que tal evolução ocorreu, mas nenhuma delas com base em experimentos ou cálculos pertinentes”.
Behe, Michael J. (1996)
Darwin's Black Box
The Free Press, p. 185
A Caixa Preta de Darwin
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997, p. 189.
“Considerando a maneira como a sopa pré-biótica é referida em tantas discussões da origem da vida como uma realidade já estabelecida, vem como certo choque saber que não existe absolutamente nenhuma evidência positiva para a sua existência”.
Denton, Michael
Evolution: A Theory in Crisis
Bethesda, Maryland: Adler and Adler Publishers, 1986
p.261
“Entre uma célula viva e o sistema não-biológico mais altamente ordenado, como um cristal ou um floco de neve, há um abismo tão vasto e absoluto quanto é possível de se conceber”.
Denton, Michael
Evolution: A Theory in Crisis
Bethesda, MD: Adler and Adler Publishers, Inc., 1986
pp. 249-250
“A probabilidade da formação da vida da matéria inanimada é de um para um número seguido de 40.000 [QUARENTA MIL] zeros... É grande o suficiente para enterrar Darwin e toda a teoria da Evolução”.
Hoyle, Fred (1981)
“Hoyle on Evolution,”
Nature, Vol. 294, No. 5837, November 12, p. 148
Sir Fred Hoyle, matemático, astrônomo britânico famoso, formulou a teoria do ‘estado estacionário’ da origem do universo.
“Contudo, a transição de macromolécula para célula é um pulo de fantásticas dimensões, que está além do alcance da hipótese testável. Nesta área, tudo é conjectura. Os fatos disponíveis não fornecem uma base para postular que as células surgiram neste planeta... Nós simplesmente queremos destacar o fato de que não há evidência científica”.
David Green and Robert Goldberger (1967)
Molecular Insights Into the Living Process
New York: Academic Press, pp. 406-407
David Green, bioquímico da Universidade de Wisconsin. Robert Goldberger, bioquímico do NIH - National Institute of Health [Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos].
“Sob condições ligeiramente redutoras, a ação de Miller-Urey não produz aminoácidos, nem produz as substâncias químicas que possam servir como os predecessores de outros importantes blocos de construção de biopolímeros. Assim, ao desafiar a pressuposição de uma atmosfera redutora, nós desafiamos a própria existência da “sopa pré-biótica”, com a sua riqueza de compostos orgânicos biologicamente importantes. Além disso, até agora, nenhuma evidência geoquímica para a existência da sopa pré-biótica foi publicada. Na verdade, um número de cientistas tem desafiado o conceito da sopa pré-biótica, notando que mesmo que ela tenha existido, a concentração dos blocos orgânicos construtores teria sido muito pequena para ser significante para a evolução pré-biótica”.
Noam Lahav (1999)
Biogenesis: Theories of Life's Origins
(Oxford University Press, 1999, p138-139)
“O terceiro passo, de acordo com a nossa hipótese, foi o surgimento gradual de sistemas teleonômicos que, ao redor das estruturas replicadoras, deveriam construir um organismo, uma célula primitiva”. É aqui que se chega à verdadeira “parede muda” porque nós não temos idéia do que poderia ter sido a estrutura de uma célula primitiva... as células mais simples disponíveis para nós estudarmos não têm nada de “primitivo” a respeito delas... O desenvolvimento do sistema metabólico, que, assim que a sopa primordial diluiu-se, deve ter ‘aprendido’ a mobilizar o potencial químico e a sintetizar os componentes celulares, propõe problemas hercúleos. Assim também a emergência da membrana seletivamente permeável sem a qual não pode haver nenhuma célula viável. Mas o principal problema é a origem do código genético e o seu mecanismo de tradução. Na verdade, em vez de um problema, ele deveria ser chamado de um enigma.
O código é sem-sentido a menos que seja traduzido. A maquinaria de tradução da célula moderna consiste de pelo menos cinqüenta componentes macromoleculares QUE POR SUA VEZ SÃO CODIFICADOS NO DNA: O CÓDIGO NÃO PODE SER TRADUZIDO DE OUTRA MANEIRA A NÃO SER PELOS PRODUTOS DA TRADUÇÃO [ênfase no original]. É a expressão moderna do omne vivum ex ovo [toda a vida veio de óvulos, ou idiomaticamente, o que veio primeiro, a galinha ou o ovo?]. Quando e como este círculo se fechou? É excessivamente difícil de se imaginar”.
Jaques Monod (1972)
Chance and Necessity
Collins London, pp 134-135
“Não há concordância sobre o alcance pelo qual o metabolismo poderia se desenvolver independentemente de um material genético. Na minha opinião, não existe base conhecida em química para a crença [sic] de que longas seqüências de reações possam se organizar espontaneamente - e toda razão [sic] para acreditar que elas não podem. O problema de alcançar a especificidade suficiente, seja em solução aquosa ou na superfície de um mineral é tão grave, que a chance de se fechar um ciclo de reações tão complexa quanto o ciclo reverso do ácido cítrico, por exemplo, é insignificante”.
Orgel, Leslie (1998)
“The origin of life - a review of facts and speculations,”
Trends in Biochemical Sciences, 23 (Dec 1998): 491-495. (pp. 494-495)
Thomas Huxley, crendo que o tempo finito e o acaso pudessem produzir vastas quantidades de informação, afirmou que seis macacos datilografando aleatoriamente por milhões de anos, eventualmente iriam datilografar todos os livros do Museu Britânico. Os que fizeram os cálculos matemáticos sabem o contrário.
“Huxley estava completamente errado ao declarar que se fosse permitido um tempo enorme para seis macacos que eles poderiam datilografar aleatoriamente todos os livros do Museu Britânico quando na verdade eles poderiam somente datilografar meia linha de um livro se eles datilografassem pela duração do universo”.
David Foster
“… bandos de macacos batendo aleatoriamente nas máquinas de escrever não poderiam produzir as obras Shakespeare, pela razão prática de que todo o universo observável não é bastante grande para conter as hordas necessárias de macacos, as máquinas de escrever necessárias, e certamente as latas de lixo necessárias para a deposição das tentativas erradas. O mesmo é verdade da matéria viva”.
Fred Hoyle and Chandra Wickramasinghe
Evolution From Space
London: J.M. Dent & Sons, 1981, p. 148
“Contudo, agora se aceita ser altamente improvável que as condições usadas nestes experimentos [i.e., a modelagem de atmosferas altamente redutoras] pudessem representar aquelas da atmosfera arqueana. Mesmo assim, os artigos científicos ainda ocasionalmente aparecem que relatam experimentos modelados nessas condições e explicita ou tacitamente afirmam a presença de produtos resultantes em concentrações reativas “na Terra primordial” ou na “sopa pré-biótica”. A idéia de tal “sopa” contendo todas as moléculas orgânicas desejadas em forma concentrada no oceano tem sido um conceito que induz ao erro contra o qual objeções foram levadas anteriormente (vide, e.g., Sillen 1965). Apesar disso, isso ainda aparece em apresentações populares talvez em parte devido às suas associações degustativas”.
Stephen J. Mojzsis, Ramanarayanan Krishnamurthy, and Gustaf Arrhenius
Before RNA and After: Geophysical and Geochemical Constraints on Molecular Evolution
Chapter 1 of The RNA World: Second Edition, Cold Spring Harbor Laboratory Press, 1999, p. 6
“Uma causalidade relacionada da aridez orgânica de uma atmosfera quase neutra é o conceito da solução no oceano, tomando-se como certa quase que automaticamente em muita da literatura como sendo o local da evolução química primeva para biomoléculas complexas. A diluição no oceano de compostos químicos solúveis de qualquer fonte frágil é proibida; já esparsas, as moléculas instáveis introduzidas num volume de 1.3 x 10^9 km3 de água do mar são mutuamente não reativas e dificilmente não recuperáveis pela evaporação ou outros meios”.
Stephen J Mojzsis, Ramanarayanan Krishnamurthy, and Gustaf Arrhenius
Before RNA and After: Geophysical and Geochemical Constraints on Molecular Evolution
Chapter 1 of The RNA World: Second Edition, Cold Spring Harbor Laboratory Press, 1999, p. 7
“Infelizmente para a teoria da semeadura extraterrestre, em todas as amostras nós conferimos que as quantidades de ácido aminoisobutírico [AIB] depositadas eram ou não detectáveis ou desprezivelmente pequenas. Somente uma amostra de gelo, aproximadamente de 4.500 anos, mostrou quantidades detectáveis de AIB. As amostras de gelo datadas de 1908 não mostraram traços disso, indicando que o objeto de Tunguska [Rússia] não trouxe um sinal orgânico apreciável para a Terra. Em sedimentos do limite KT [Período K – Cretáceo e o Período T - Terciário], nós medimos cerca de 0.00005 gramas de AIB para cada centímetro quadrado de superfície do limite KT. Se quantidades semelhantes de AIB estivessem distribuídas por toda a superfície da Terra (uma pressuposição generosa), então, em termos químicos, eles teriam criado dois bilionésimos de solução molar de AIB. Isso é como mexer uma colher de chá de açúcar numa piscina de quase 1.90m do tamanho de um campo de futebol americano – uma sopa muito diluída na minha opinião, para qualquer tipo de química orgânica. O evento de 4.500 anos registrado no gelo teria criado uma solução semelhante de AIB diluído. Mesmo que (como [Carl] Sagan e seus colegas calcularam) o lixo cósmico tenha atingido a Terra pré-biótica 10.000 vezes os níveis atuais, a sopa pré-biótica resultante ainda seria muito fraca, eu creio, para produzir a vida”.
Jeffrey L. Bada, in Cold Start.
“Origins of Life on Earth”
The Sciences, May-June 1995 v35 n3 p. 21(5)
Jeffrey Bada propôs uma teoria da “Sopa Congelada” na qual a Terra primitiva estava completamente congelada devido ao jovem Sol obscurecido, que era somente cerca de 70% tão luminoso então quanto é agora, fornecendo mais estabilidade para as moléculas orgânicas presas no oceano abaixo da camada de gelo. Todavia, como todos os outros modelos pré-bióticos, ela tem algumas falhas sérias.
“As medições de isótopos de oxigênio (Knauth e Lowe 1978) e observações petrológicas (Cost et al. 1980) têm sido consideradas como indicações de altas temperaturas de água associadas com as formações ferruginosas arqueanas. A natureza das rochas sedimentares mais antigas conhecidas dá testemunho para uma hidrosfera líquida persistindo desde os estágios mais antigos da história da Terra registrados há 3.85 bilhões de anos atrás”.
Stephen J Mojzsis, Ramanarayanan Krishnamurthy, and Gustaf Arrhenius
Before RNA and After: Geophysical and Geochemical Constraints on Molecular Evolution
Chapter 1 of The RNA World: Second Edition, Cold Spring Harbor Laboratory Press, 1999, p15
“Mas, o registro mostra que essa sina gelada não caiu sobre a Terra ou pelo menos não por muito tempo. Não somente existem claros sinais de vida há 3.5 bilhões de anos atrás, há também sinais de água corrente e erosão. E traços de fotossíntese, um padrão de isótopos bem revelador encontrado em rochas marinhas de cerca de 2.7 bilhões de anos atrás faz isso parecer improvável que os oceanos foram constantemente congelados por completo, disse Knoll”.
Richard A. Kerr
Early Life Thrived Despite Earthy Travails
Science, June 25, 1999, v284 n5423, 2112
Outra objeção à teoria da “Sopa Congelada” é que, em geral, os níveis de reação química caem cerca de 50% para cada decréscimo de 10 graus Celsius. Assim, quanto de compostos químicos estaria reagindo se eles estavam num oceano coberto de gelo numa Terra congelada?
A temperatura tem um efeito surpreendente na taxa de reações químicas. As taxas de reação que são insignificantes em temperaturas inferiores podem se tornar sensíveis e até explosivas em altas temperaturas. Uma aproximação útil rudimentar é que a taxa de muitas reações químicas dobra para uma aumento de 10 graus Celsius na temperatura”.
Melvin Merken
Physical Science with Modern Applications, Fifth Edition
Saunders College Publishing, 1993, p 386
“Alguém deve concluir que, contrário ao conhecimento estabelecido e atual, um cenário descrevendo o gênese da vida na Terra por acaso e causas naturais pode ser aceito na base de fato e não de fé ainda não foi escrito”.
Yockey, Hubert P. (1977)
“A Calculation of the Probability of Spontaneous Biogenesis by Information Theory,” Journal of Theoretical Biology, Vol. 67, p. 398
Usando a teoria da informação, o astrofísico Edward Argyle calculou a probabilidade de um organismo ter surgido na Terra primitiva por acaso. Argyle concluiu: “Pareceria impossível para a Terra pré-biótica ter gerado mais do que cerca de 200 bits de informação, uma quantidade aquém dos 6 milhões de bits no E. coli por um fator de 30.000”.
Edward Argyle
“Chance and the Origin of Life”
Extraterrestrials – Where Are They?
Cambridge University Press, 1995
p. 131
O organismo mais simples conhecido que é capaz de existência independente inclui cerca de 100 genes diferentes. Para cada um dos 100 genes diferentes ter sido formado espontaneamente (em 10 bilhões de anos) a probabilidade é de 2 elevado à potência de -100 elevado à potência de 100 (ou uma chance em 10 seguido de 3.000 zeros). Para eles serem formados ao mesmo tempo, e numa proximidade bem rente, a probabilidade é muito menor”.
Michael Hart
“Atmospheric Evolution, the Drake Equation and DNA: Sparse Life in an Infinite Universe”
Extraterrestrials – Where Are They?
Cambridge University Press, 1995
p. 222-223
+++
A reação típica da Nomenklatura científica é de que a origem da vida não é assim tão importante para a teoria da evolução. Ora, se não é tão importante assim, por que ainda consta em nossos livros didáticos? Alô MEC/SEMTEC, a Nomenklatura científica afirma que a origem da vida não é importante para o ensino da teoria da evolução!
Se os nossos melhores autores não levarem em conta tudo isso acima, eles não estão promovendo a educação objetiva nos seus livros didáticos, mas uma doutrinação deslavada do materialismo filosófico travestido de ciência.
Por que a Universidade de Harvard ‘picou a mula’?
[Material obtido junto a amigos na Academia]