Na contracapa do livro “Biologia, Ciência Única”, de Ernst Mayr, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, lê-se:
“A teoria da evolução por seleção natural se encontra mais uma vez sob ataque, um século e meio após a publicação de Origem das espécies. Ninguém melhor do que Ernst Mayr, o “Darwin do século XX”, para mostrar que ela está continua de pé. A evolução é fato, não só teoria, repete Mayr nos doze ensaios deste volume de combate contra a noção de que a biologia seja uma disciplina pouco rigorosa. O decano dos evolucionistas sai em defesa da ampliação do conceito de investigação científica, reabilitando as narrativas históricas [sic] que reconstroem o que não se pode repetir – método por excelência [sic] da biologia, ciência única que habita a fronteira entre a física e as humanidades”.
Por que a teoria da evolução por seleção natural ‘se encontra mais uma vez sob ataque’? Porque mesmo antes da publicação de Origem das Espécies, as especulações transformistas de Darwin sofreram críticas dos cientistas do seu tempo, sendo St. George Jackson Mivart o mais contundente deles. Darwin levou a sério e tentou responder esses críticos escrevendo 4 capítulos: 30% de sua obra. Não conseguiu e nem os seus discípulos de então e nem os atuais.
A evolução é um fato, Fato, FATO! e não apenas uma teoria é o clichê preferido dos darwinistas fundamentalistas. Só que o termo ‘evolução’ é muito elástico – explica tudo e não explica nada. Que a microevolução é um FATO não se discute, mas afirmar que a macroevolução é um FATO, aí sim, há controvérsia desde o tempo de Darwin.
Imagine só, naquela época o conhecimento de biologia era tão rudimentar que hoje, qualquer aluno de ensino médio sabe muito mais biologia do que Darwin. Nem a complexidade de uma célula ele tinha conhecimento. Conseguiu a adesão de cientistas tão ignorantes desse fato científico quanto ele.
A biologia é sim uma ciência pouco rigorosa e os evolucionistas de carteirinha sofrem de inveja da física por causa de Newton. A biologia nos deu Darwin, um teólogo agnóstico e naturalista por hobby, mas ainda não nos deu um Newton. Nem Mayr se aproximou disso, apesar de ser laudado como “o Darwin do século XX”.
Qual a saída então para salvar Darwin? Mayr ampliou o conceito de investigação científica – as narrativas históricas foram reabilitadas como método! Por quê? Porque elas ‘reconstroem o que não se pode repetir’. Durma-se com um barulho desses – narrativas históricas têm suficiência epistêmica para demonstrar o FATO da evolução!
Além disso, o ‘decano dos evolucionistas’ considera essas narrativas como “método por excelência da biologia”. Alguém já falou que a teoria geral da evolução é uma estória da carochinha. Mayr endossou a tese sem querer querendo... E ainda dizem que as civilizações antigas tinham explicações primitivas e esdrúxulas sobre a origem e a evolução do universo e da vida...