MEC lava as mãos no caso dos livros de Biologia com duas fraudes e diversas evidências científicas distorcidas a favor do fato da evolução.

terça-feira, maio 17, 2011

O Ministério da Educação informou que não se envolverá na polêmica sobre os livros de Biologia do ensino médio com duas fraudes e diversas evidências científicas distorcidas a favor do fato da evolução distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático, do próprio MEC, a 485 mil estudantes jovens e adultos. 

Os livros-texto de Biologia do ensino médio, de vários autores, aprovados pelo MEC/SEMTEC/PNLEM defendem uma teoria científica – a Síntese Evolutiva Moderna, já declarada epistemicamente morta em 1980, e sua suposta supremacia sobre as evidências que a contrariam no contexto de justificação teórica, promovendo o ensino de duas fraudes. 

As duas fraudes em questão são os desenhos do desenvolvimento dos embriões de Haeckel, e as famosas mariposas de Manchester. Além de diversas distorções de evidências científicas como provas favor do fato da evolução. A partir daí, as evidências não recebem seu devido valor epistêmico no estabelecimento de teorias científicas, e as fraudes acima são consideradas corretas no ensino de biologia evolucionária. 



- Não somos o Ministério da Verdade. O ministro não faz análise dos livros didáticos, não interfere no conteúdo. Já pensou se tivéssemos que dizer o que é certo ou errado? Aí, sim, o ministro seria um tirano - afirmou ontem um auxiliar do ministro Fernando Haddad, pedindo para não ser identificado. 

Este auxiliar está em descompasso com a verdade, pois o MEC tem uma douta comissão que analisa os conteúdos e recomenda esses livros didáticos de Biologia para o ensino médio. 

Alguns cientistas honestos e educadores criticaram ontem a decisão de recomendar o uso desses livros, tomada pelos responsáveis pelo Programa Nacional do Livro Didático. Para Marlan Paura, professor do Programa de Pós-Graduação em Biologia da Uerj, as obras recomendadas pelo MEC deveriam conter uma abordagem da evolução atualizada e objetiva: 

"Não tem porque aprovar o uso de livros didáticos desatualizados. O professor não pode mais falar na sala de aula que essas fraudes e distorções de evidências científicas são provas a favor do fato da evolução, quando seus alunos têm acesso a literatura contrária na internet. 

Os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito e atualizado. São mais de três décadas ensinando evolução com a Síntese Evolutiva Moderna, uma teoria que já passa por sérias e profundas revisões teóricas pela comunidade científica. Vem aí uma nova teoria geral da evolução - a Síntese Evolutiva Ampliada, e nossos alunos nunca ouviram falar disso." 

Autor de dezenas de livros paradidáticos sobre Charles Darwin, o escritor Antônio Luiz Rocha também é contra a aprovação e recomendação: 

"Está valendo tudo. Mais uma vez, no lugar de ensinar, vão rebaixar tudo à ignorância. Deveriam jogar a toalha. Isso demonstra uma desonestidade acadêmica diante da montanha de evidências contrárias à seleção natural como o mecanismo evolucionário que explique a diversidade e complexidade das fromas bióticas. Segundo ele, o que estabelece o fato da evolução são as evidências.

Imagina um jogo de futebol sem as linhas do campo. Como vão jogar futebol sem saber se a bola vai sair ou não? O que determina o valor heurístico de uma teoria científica são as evidências. Faltam critérios mais científicos para a aprovação desses livros. É um decréscimo da capacidade de compreensão científica sobre a evolução" - observou Rocha, também professor do curso "Formação de leitores e jovens leitores", da Secretaria municipal de Educação do Rio. 

(O Globo) 

Baseado na notícia veiculada no JC E-Mail.