Físico brasileiro recebe prêmio Benzelius

terça-feira, outubro 05, 2010

5/10/2010

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – O físico brasileiro Carlos Moysés Graça Araújo é um dos ganhadores da edição de 2010 do prêmio Benzelius, concedido pela Sociedade Real de Ciências de Uppsala (Kungl. Vetenskapssocieteten i Uppsala), a mais antiga das academias de ciência da Suécia.

A distinção foi concedida pelo “destacado trabalho em física de materiais, em particular no desenvolvimento de materiais para armazenamento de hidrogênio”. Araújo recebeu o prêmio de 20 mil coroas suecas, o equivalente a R$ 5 mil, em cerimônia no dia 31 de agosto.




Carlos Moysés Graça Araújo ganha distinção da Sociedade Real de Ciências da Suécia por pesquisas em materiais para armazenamento de hidrogênio (arq.pessoal)

As pesquisas desenvolvidas por Araújo estão relacionados com problemas de conversão e armazenamento de energias renováveis a partir do hidrogênio.

“O trabalho deu contribuições em diferentes partes desses processos explicando mecanismos de reação química, transporte de íons em sólidos e transições de fase. Propomos novos materiais com propriedades mais adequadas para essas aplicações”, disse à Agência FAPESP .

Araújo é pesquisador do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Uppsala. No fim de 2009, recebeu o Prêmio Angstrom por trabalhos desenvolvidos na universidade sueca. E, no ano anterior, recebeu o prêmio Bjurzons de melhor tese de doutorado.

De acordo com Antonio Ferreira da Silva, do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e orientador de Araújo no mestrado, os trabalhos desenvolvidos estão relacionados com problemas de conversão e armazenamento de energias renováveis.

“Todos os estudos estão baseados em cálculos e requerem a solução de uma variedade de problemas em escala atômica. A ideia central é utilizar o hidrogênio como um novo combustível para aplicações em automóveis substituindo os combustíveis fósseis”, disse Ferreira. 

Segundo Ferreira, a nova “economia do hidrogênio” é composta de três partes. “Primeiro envolve a produção, armazenamento e utilização em células para combustível. O hidrogênio em gás pode ser produzido por meio da fotodissociação das moléculas de água utilizando catalisadores e luz solar”, disse.

Na segunda etapa, o hidrogênio é armazenado na rede cristalina de metais leves para que possa ser transportado facilmente. Por fim, reage com oxigênio nas células a combustível formando novamente água e transformando a energia química em energia elétrica.

Atualmente, Araújo também é colaborador do Grupo de Física Básica e Aplicada em Materiais Semicondutores do Laboratório de Propriedades Ópticas da UFBA, que é coordenado pelos professores Ferreira e Iuri Muniz Pepe.

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