A teoria da evolução das borboletas de Vladimir Nabokov: evolução neutralista?

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Biologia

Autor de 'Lolita' formulou teoria sobre evolução das borboletas. E estava certo

Em vida, o russo Vladimir Nabokov não foi reconhecido por seu estudo dos lepidópteros. Agora, 33 anos depois de sua morte, pesquisadores comprovam hipótese sobre a evolução das Polyommatus azuis




Borboleta do grupo Polyommatus, estudado por Vladimir Nobokov (Frits Van Daalen/Latinstock)

Vladimir Nabokov é conhecido como o autor de clássicos como Lolita Fogo Pálido. Menos conhecida é sua carreira como especialista em borboletas. O interesse pelos insetos, cultivado desde a infância, é o objeto de um estudo publicado nesta terça-feira no jornal Proceedings of the Royal Society of London, que confirmou a teoria formulada pelo escritor para a evolução das Polyommatus azuis.
Nabokov foi curador de lepidópteros (ordem de insetos que inclui, além das borboletas, também traças e mariposas) no Museu de Zoologia Comparada na Universidade Harvard e colecionou insetos de toda as partes dos Estados Unidos. Publicou descrições detalhadas sobre centenas de espécies. Em 1945, surgiu com uma hipótese arrebatadora sobre a evolução das borboletas Polyommatus azuis.
Ele antecipou que a vinda delas da Ásia para o Novo Mundo há milhares de anos se deu em uma série de ondas. À época, poucos colegas levaram essa ideia a sério. Mas após sua morte, em 1977, sua reputação científica aumentou. E nos últimos dez anos, uma equipe de cientistas vem aplicando a tecnologia de sequenciamento genético à hipótese de dispersão e evolução das Polyommatus azuis. Segundo Naomi Pierce, de Harvard, coautora da publicação, o escritor estava absolutamente certo.
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Phylogeny and palaeoecology ofPolyommatus blue butterflies show Beringia was a climate-regulated gateway to the New World

Roger Vila1,2, Charles D. Bell3, Richard Macniven1,4, Benjamin Goldman-Huertas1,5, Richard H. Ree6, Charles R. Marshall1,7, Zsolt Bálint8, Kurt Johnson9, Dubi Benyamini10 and Naomi E. Pierce1,*

+Author Affiliations

1Museum of Comparative Zoology, Harvard University, 26 Oxford Street, Cambridge, MA 02138, USA
2ICREA and Institute of Evolutionary Biology (CSIC-UPF), Passeig Marítim de la Barceloneta 37–49, Barcelona 08003, Spain
3Department of Biological Sciences, University of New Orleans, 2000 Lakeshore Drive, New Orleans, LA 70148, USA
4Biogen Idec, 14 Cambridge Center, Cambridge, MA 02142, USA
5Department of Ecology and Evolution, The University of Arizona, 424 Biosciences West, Tucson, AZ 85721, USA
6Department of Botany, Field Museum of Natural History, 1400 South Lake Shore Drive, Chicago, IL 60605, USA
7University of California Museum of Paleontology, and Department of Integrative Biology, University of California, Berkeley, 1101 Valley Life Sciences Building, Berkeley, CA 02138, USA
8Department of Zoology, Hungarian Natural History Museum H-1088, Budapest, Baross utca 13, Hungary
9Florida State Collection of Arthropods/McGuire Center, University of Florida Cultural Plaza, Hull Road, Gainesville, FL 32611, USA
1091 Levona Street, Bet Arye, 71947, Israel

* Author for correspondence (npierce@oeb.harvard.edu).

Abstract

Transcontinental dispersals by organisms usually represent improbable events that constitute a major challenge for biogeographers. By integrating molecular phylogeny, historical biogeography and palaeoecology, we test a bold hypothesis proposed by Vladimir Nabokovregarding the origin of Neotropical Polyommatus blue butterflies, and show that Beringia has served as a biological corridor for the dispersal of these insects from Asia into the New World. We present a novel method to estimate ancestral temperature tolerances using distribution range limits of extant organisms, and find that climatic conditions in Beringia acted as a decisive filter in determining which taxa crossed into the New World during five separate invasions over the past 11 Myr. Our results reveal a marked effect of the Miocene–Pleistocene global cooling, and demonstrate that palaeoclimatic conditions left a strong signal on the ecology of present-day taxa in the New World. The phylogenetic conservatism in thermal tolerances that we have identified may permit the reconstruction of the palaeoecology of ancestral organisms, especially mobile taxa that can easily escape from hostile environments rather than adapt to them.

Beringia, biogeography, climate change, Lycaenidae, Nabokov, phylogeny 

Received October 13, 2010.
Accepted January 6, 2011.

This Journal is © 2011 The Royal Society

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