As predições de Darwin que falharam — Parte 3 de 14

terça-feira, janeiro 08, 2008

A série intitulada “As predições de Darwin que falharam” deste blog é baseada nos artigos de Casey Luskin respondendo ao material online do documentário “Judgment Day: Intelligent Design on Trial” [Dia do Juízo: o Design Inteligente no banco dos réus] “Judging PBS.com” da PBS-NOVA [A TV Brasil deles.

“O papel da seleção natural na evolução é controverso entre os cientistas”
Conforme destacado na introdução do documentário PBS/NOVA, e amiúde encontrado nos livros-texto de Biologia do ensino médio, e no jornalismo de divulgação científica popular, eles afirmam que os dados encontrados na natureza apóiam “indubitavelmente” o ponto de vista de que “a evolução acontece através da seleção natural.”

Esta é uma afirmação dogmática que a PBS e toda a Grande Mídia internacional e tupiniquim falham seguidamente: definir claramente “evolução.” Se por “evolução” eles querem dizer que nós podemos observar mudanças de pequena escala dentro das espécies, então ninguém duvida que a seleção natural desempenhe um papel. Mas na verdade, muitos cientistas têm questionado se a seleção natural agindo sobre mutações aleatórias seria suficiente para gerar novas espécies ou novas características biológicas complexas. Como o cientista evolucionista Robert L. Carroll questiona:

“Podem as mudanças em caracteres individuais, como a freqüência relativa de genes para cor clara e escura de asas em mariposas que se adaptam à poluição industrial, simplesmente ser multiplicado ao longo do tempo seja responsável pela origem das mariposas e borboletas dentro dos insetos, a origem dos insetos de artrópodes primitivos, ou a origem dos artrópodes de organismos multicelulares primitivos? Como nós podemos explicar a evolução gradual total de novas estruturas, como as asas de morcegos, aves, e borboletas, quando a função de uma asa parcialmente evoluída é quase impossível de se conceber?" [1]

A eminente bióloga Lynn Margulis, que se opõe ao Design Inteligente, também critica o mecanismo padrão darwinista ao declarar que “a afirmação darwinista de explicar toda a evolução é uma meia-verdade popular cuja falta de poder explicativo é compensado somente pela ferocidade religiosa de sua retórica.” [2] Ué, cadê a objetividade científica que é incensada como sendo virtude científica? Isso não te pertence mais! Margulis ainda salienta que “as novas mutações não criam novas espécies; elas criam descendentes que são debilitados.” [3]

Stanley Salthe, autor de um livro didático de biologia evolutiva, proclama, “Eu me tornei um apóstata da teoria darwinista e a descrevi como sendo parte do mito de origem modernista.” [4]

O filósofo evolucionista Jerry Fodor escreveu recentemente que “num tempo em que a teoria da seleção natural se tornou um artigo de cultura pop, ela se depara com o que pode ser o desafio mais sério que já teve até aqui.” [5]

Phil Skell, membro da National Academy of Sciences também questiona a utilidade explanatória da seleção natural:

“A seleção natural faz os humanos egoístas e agressivos — exceto quando os faz altruístas e pacíficos. Ou a seleção natural produz homens viris que avidamente espalham sua semente — exceto quando ela prefere homens que são protetores e provedores fiéis. Quando uma explicação é tão flexível que pode explicar qualquer comportamento, é difícil testá-la experimentalmente, muito menos usá-la como um catalisador para a descoberta científica. A evolução darwinista —quaisquer que sejam suas outras virtudes — não fornece uma heurística frutífera em biologia experimental.” [6]

Na verdade, mais de 700 cientistas [todos com Ph. D., inclusive vários cientistas brasileiros de universidades públicas federais e estaduais como a Unicamp] assinaram uma declaração pública proclamando o seu entendimento da questão: “Nós somos céticos das afirmações a favor da capacidade da mutação aleatória e da seleção natural ser responsável pela complexidade da vida.” [7]. Ainda assim, tanto o documentário da PBS/NOVA, como a Grande Mídia internacional e tupiniquim [vide Fantástico da TV Globo] e os nossos melhores autores de livros didáticos de Biologia do ensino médio apresentam a seleção natural como sendo o mecanismo de evolução “indubitavelmente” aceito pela comunidade científica.

É claro que existem vozes científicas significantes dissidentes do ponto de vista darwinista. Infelizmente, estas vozes são deixadas de lado na discussão unilateral da evolução pela Nomenklatura científica e pela Grande Mídia.

NOTAS:

1. Robert Carroll, Patterns and Processes of Vertebrate Evolution, p. 9 (Cambridge University Press, 1997).

2. Lynn Margulis & Dorion Sagan, Acquiring Genomes: A Theory of the Origins of the Species, p. 29 (Basic Books, 2003).

3. Lynn Margulis citada em Darry Madden, "UMass Scientist to Lead Debate on Evolutionary Theory," Brattleboro (Vt.) Reformer (Feb 3, 2006).

4. Stanley Salthe ,quoted in Discovery Institute, “40 Texas scientists join growing national list of scientists skeptical of Darwin,” September 5, 2003. Disponível aqui.

5. Jerry Fodor, "Why Pigs Don’t Have Wings," London Review of Books (October 18, 2007) aqui.

6. Philip S. Skell, "Why Do We Invoke Darwin? Evolutionary theory contributes little to experimental biology," The Scientist (August 29, 2005), disponível aqui.

7. Vide "A Scientific Dissent from Darwinism". O professor universitário, cientista e pesquisador que quiser assinar este documento favor entrar em contato por e-mail neddy@uol.com.br