Software celular
por Cornelius Hunter
No início a revolução na informação em biologia molecular consistia principalmente em dados estáticos. Números crescentes de proteínas e seqüências de DNA foram escaneados, seguidos de genomas completos. Depois veio a capacidade de detectar a atividade genética. A resposta celular pôde ser analisada observando-se quais genes estão ativos e quais estão inativos na resposta, por exemplo, num ambiente particular. Esses dados estão revelando agora uma rede fascinante de respostas celulares coordenadas, como exemplificada em recentes descobertas de como as células consertam o DNA danificado. [1]
A danificação em DNA não é incomum, e por isso a capacidade da célula consertar DNA é importante. Uma variedade de mecanismos e maquinaria de conserto tem sido elucidada em décadas recentes, mas uma pesquisa publicada no começo deste ano ilustra como que esses mecanismos diferentes trabalham juntos de modo coordenado. Nas experiências, os pesquisadores usaram metilmetanosulfonato para danificar o DNA em células de fermento provocando pequenas aberrações estruturais.
Nas laboriosas experiências, as células expostas identificaram rapidamente o dano, cessaram várias funções normais como se fossem entrar num modo de parada total, removeram o DNA danificado, e coordenaram uma bateria de mecanismos para inserir uma cópia novinha em folha de segmento de DNA. Como disse um pesquisador, "é como se as células tivessem algo semelhante a um programa de computador que é ativado pela danificação do DNA, e aquele programa capacita as células a responderem muito rapidamente". Na verdade, o que foi descoberto é um sistema elaborado de controle genético que é disparado pela danificação do DNA.
Um resultado da pesquisa é que diversos caminhos que tinham sido conhecidos serem associados com a danificação do DNA são agora explicados num único diagrama de circuito. Como freqüentemente é o caso, contudo, esses resultados valiosos são realmente a ponta do iceberg. Há muito mais perguntas a serem respondidas sobre o manual de operações da célula. Como refletiu um pesquisador, "a parte mais importante disso é gerar idéias novas que levam em seguida a experiências conduzidas por hipóteses".
Isso é ciência empírica. O objetivo é entender como que a natureza funciona (a célula neste caso), e isso é feito gerando-se hipóteses sobre o design da célula.
[1] C.T. Workman, et. al., "A Systems Approach to Mapping DNA Damage Response Pathways," Science, 312:1054-1059, 2006.
Postado por Cornelius Hunter em 21 de setembro de 2006, 12:19 AM
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Agora você entende por que o Bill Gates disse: o DNA é um software muito mais complexo do que os meus? 100% Design Aparente ou 100% Design Inteligente? Acaso + Necessidade + Mutações + Seleção Natural + Tempo? Ou tudo isso e mais 'causas inteligentes'?
Sendo a seleção natural 'cega' e não tem como considerar o 'futuro' bem-estar do objeto biótico, fica patente nesta pesquisa que a tese do relojoeiro cego está mais para estória da carochinha do que scientia qua scientia.
Empirica empirice tratanda – das coisas empíricas, explica-se empiricamente!