por David
Tyler 10:59:34 am,
Esta semana viu o lançamento de um novo website, com o título: "Teach evolution, not creationism!" [Ensinem
evolução e não criacionismo] registrado pela British Humanist Association [Associação
Humanista Britânica]. A questão se relaciona à educação e a maneira como que o
assunto de origens é abordado. As organizações envolvidas na campanha são a British Humanist Association, a
Association for Science Education, a British Science Association, a Campaign
for Science & Engineering and Ekklesia. Há assinaturas de 30
pessoas e a maior publicidade foi dada a Sir David Attenborough. A notícia do Daily Telegraph dizia
que "O naturalista se juntou a três laureados com o prêmio Nobel, o ateu Richard
Dawkins e outros proeminentes cientistas em apelar ao governo para atacar a
"ameaça" do criacionismo." O que eles querem é "orientação
regulamentar legal" que permita sanções legais a serem tomadas se alguma
escola pública permitir o criacionismo ou o design inteligente ser apresentado
como ciência. O único ponto que os professores de ciência seriam permitidos fazer
seria declarer esses assuntos for a dos limites para estudantes de ciência. A declaração
conjunta diz:
O criacionismo e o 'design inteligente' não são teorias científicas, mas
são apresentadas como teorias científicas por alguns religiosos fundamentalistas
que tentam ter seus pontos de vista promovidos em escolas públicas. Deveria
haver orientação regulamentar legal que eles não possam ser apresentados como
teorias científicas em qualquer escola pública de qualquer tipo.
Mas isso não é suficiente. Um entendimento da evolução é central à
compreensão de todos os aspectos da biologia. O ensino da evolução deveria ser
incluído nos ensinos fundamental e médio no Currículo Nacional e em todas as
escolas.
Os alunos deveriam ser levados a passear com Dawkins em um ônibus escolar? (fonte aqui)
Os pontos importantes da declaração serão familiares para os leitores do
site ARN. A declaração adota um ponto de vista demarcacionista de ciência: eles
defendem o ponto de vista de que a ciência pode ser claramente distinguida da
não ciência e que o criacionismo e o Design Inteligente estão definitivamente
fora da ciência. Além disso, eles consideram que o Estado tem a responsabilidade
de preserver a pureza da educação da ciência ao forncer uma orientação regulamentar legal. Em particular, a
campanha preocupa-se com o fato de o ensino da evolução não estar recebendo a
ênfase que merece: eles consideram a evolução como sendo central a todos os aspectos
de biologia, e eles querem que todas as escolas dos níveis fundamental e médio ensinem
a evolução.
A cobertura de mídia britânica explicou a campanha com alguma profundidade.
O jornal Daily Telegraph citou
Andrew Copson, diretor executive da BHA, que dissed: "a ameaça do
criacionismo e do 'design inteligente' sendo ensinados como ciência é real e crescente,
particularmente à medida em que mais e mais escolas são abertas para serem
dirigidas por religiosos fundamentalistas". O jornal Daily Mail
noticiou:
"Aquelas pessoas por detrás do apelo 'evolução e não
criacionismo' afirmam que ensinar que Deus criou o mundo é perigoso e deve ser
impedido por lei." O jornal Guardian reportou:
"O Departamento de Educação diz que todas as escolas devem ensinar um
currículo amplo e equilibrado, e o criacionismo não deve ser ensinado como um
fato científico. Mas um porta-voz da British Humanist Association (BHA) disse:
"É exatamente isso que nós queremos seja monitorado."
Duas organizações foram destacadas na Declaração da Posição da Campanha como exemplos do que eles estão reclamando:
"Organizações como 'Truth in Science' [Verdade na Ciência] estão encorajando os professores a incorporar o 'design inteligente' no seu ensino de ciência. 'Truth in Science' tem enviado gratuitamente recursos para todos os dirigentes de Ciência do ensino médio e para bibliotecários das escolas em todo o pais que procuram minar a teoria da evolução e ter as ideias do 'design inteligente' retratadas como pontos de vista científicos confiáveis. Preletores do Creation Ministries International estão viajando pela Grã-Bretanha, apresentando-se como cientistas e seus pontos de vista criacionistas como ciência em diversas escolas."
Esses dois exemplos ilustram a paranóia que está afligindo a BHA e seus colaboradores. Nenhuma dessas duas organizações ‘ofensoras’ estão se desviando das diretrizes governamentais sobre como o criacionismo e o design inteligente devem ser tratado nas escolas. A Truth in Science colocou uma declaração neste sentido em seu website aqui: "Truth in Science [. . .] nunca defendeu o ensino de criacionismo em aulas de ciência nas escolas. Consistentemente ela tem defendido, promovido e distribuído materiais que encorajam uma abordagem mais crítica do ensino da Evolução como um componente importante da educação científica, permitindo aos indivíduos seguir as evidências aonde elas forem dar." As diretrizes [governamentais] não proíbem o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico quando os conceitos evolucionários são ensinados, e não existe falta de evidência sugerindo que os livros-texto estão impondo a teoria baseada na ideologia em vez de embasar a teoria em evidência. A resposta do CMI se encontra aqui.
O que motivou esta reclamação retrocede a maio de 2011, quando um porta-voz do CMI foi convidado para falar aos estudantes no Dia de Estudo de Educação Religiosa numa escola da Igreja da Inglaterra na cidade de Exeter. Os estudantes também ouviram um ponto de vista diferente de outro palestrante visitante, escolhido para estimular o debate. Isso também é perfeitamente compatível com as diretrizes governamentais de Educação Religiosa que encoraja os professores a dar aos estudantes as oportunidades de explorar essas questões. Contudo, de todos os relatos da mídia, somente o jornal The Guardian estava preparado para representar os pontos de vista dessas duas organizações:
O que motivou esta reclamação retrocede a maio de 2011, quando um porta-voz do CMI foi convidado para falar aos estudantes no Dia de Estudo de Educação Religiosa numa escola da Igreja da Inglaterra na cidade de Exeter. Os estudantes também ouviram um ponto de vista diferente de outro palestrante visitante, escolhido para estimular o debate. Isso também é perfeitamente compatível com as diretrizes governamentais de Educação Religiosa que encoraja os professores a dar aos estudantes as oportunidades de explorar essas questões. Contudo, de todos os relatos da mídia, somente o jornal The Guardian estava preparado para representar os pontos de vista dessas duas organizações:
"Truth in Science negou defender o ensino do criacionismo nas escolas. "Nós queremos destacar as fraquezas científicas do neodarwinismo e encorajar os estudantes a uma abordagem mais crítica do ensino da evolução nas escolas e nas universidades," disseram em uma declaração.
A Creation Ministries International não foi encontrada para comentar."
A esta altura, a maioria das pessoas normais irá se perguntar sobre o que tudo isso tem a ver. Por que esta campanha – quando os dois exemplos principais são compatíveis com as diretrizes governamentais? Por que os comentários apopléticos sobre "ameaças" e por que eles estão insistindo que ensinar "que Deus criou o mundo é perigoso e deve ser impedido através da lei"? Para explicar isso, é necessário ver a relevância dos argumentos de demarcação. Eles consideram vital mostrar que o criacionismo e o Design Inteligente são ilusões que estão fora da ciência. Eles não estão preparados para contemplar uma situação onde os argumentos científicos são usados para falsificar a evolução a partir de moléculas até o ser humano. Mas, é com isso que eles se deparam: argumentos sobre informação que permitem que inferências de design sejam feitas (aqui e aqui); argumentos sobre o registro fóssil que falsificam o gradualismo (aqui e aqui); argumentos baseados no design primoroso em vez de design de 'bricolagem' (aqui e aqui), e assim por diante.
A única maneira pelas quais tais discussões podem ser excluídas da ciência é redefinir a ciência. E é justamente isso que os humanistas/ateus estão procurando fazer. Isso quer dizer que eles estão reformulando a ciência de modo a encaixar as suas preconcepções filosóficas. Isso resulta no desejo deles em passar por cima da liberdade acadêmica das pessoas (professores, pais, estudantes, e cientistas) que não partilham de sua posição filosófica. A comunidade do Design Inteligente tem, repetidamente, chamado atenção para essas questões, como neste artigo antigo do blog ARN. Eis aqui um exemplo recente do Dr. Alastair Noble, Diretor of the Centre for Intelligent Design, UK.
"Você pode excluir uma explicação que invoque uma mente inteligente porque ela não se encaixa dentro do naturalismo ideológico que está invadindo a ciência. Nesse caso, você não está mais fazendo ciência, mas adotou uma ampla filosofia da natureza na qual você tenta encaixar os dados – na verdade, uma posição de fé. [...] Se a ciência das origens não pode ser debatida livremente, nas escolas ou em qualquer lugar, então, não é com o criacionismo furtivo que nós devemos nos preocupar, mas com a intolerância galopante."
Há muito mais que precisa ser dito. Contudo, o que é preciso é um debate mais amplo. Até que os pais, educadores e cientistas geralmente vejam a importância prática dessas questões, nós enfrentamos a perspectiva de um pequeno grupo de elite impondo sua vontade sobre a maioria pela influência de legisladores, editores de publicações científicas e organizações científicas. Nós precisamos de liberdade acadêmica nas escolas, faculdades e universidades, mas a não ser que nós nos levantemos contra o patrulhamento ideológico, nós só temos que culpar a nós mesmos quando nós a perdermos.
Mais blogs sobre liberdade acadêmica:
Tyler, D. An appeal for authentic science studies, ARN Literature blog (5 February 2010)
Tyler, D. "Darwin's golden retriever" portrays ID as an assault on science, ARN Literature blog (5 June 2009)
Tyler, D. How to move beyond damaging pestilential wars, ARN Literature blog (15 February 2009)
Source/Fonte: ARN