Trem molecular
7/2/2011
Agência FAPESP – Um sistema de transporte programável em escala molecular foi desenvolvido por um grupo de cientistas das universidades de Kyoto (Japão) e Oxford (Inglaterra). A novidade foi descrita no domingo (6/2) na revista Nature Nanotechnology.
Os pesquisadores não apenas criaram o sistema como conseguiram registrar seu funcionamento em tempo real. O trabalho abre mais um caminho para o desenvolvimento de modelos avançados de transporte de medicamentos ou de outros dispositivos moleculares.
Cientistas desenvolvem monotrilho programável em escala nanométrica. Estudo é destaque na Nature Nanotechnology
O sistema, que lembra um trem em monotrilho, tem como base as propriedades de automontagem do origami de DNA, uma dobradura do ácido desoxirribonucleico para criar formas em duas ou três dimensões em escala nanométrica.
O dispositivo consiste de um trilho de 100 nanômetros (bilionésimos de metro), motor e combustível. Por meio de microscopia de força atômica, os autores do estudo conseguiram observar em tempo real o motor se deslocando por toda a extensão do trilho em uma velocidade média de 0,1 nanômetro por segundo.
“O trilho e o motor interagem de modo a impulsionar o motor para a frente. Ao variar a distância entre os dormentes, por exemplo, podemos ajustar a velocidade”, disse Masayuki Endo, da Universidade de Kyoto, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores estimam que os resultados da pesquisa terão implicações importantes para o desenvolvimento futuro de linhas de montagem programadas em nível molecular que poderão levar à criação de ribossomos sintéticos.
“As técnicas de origami de DNA permitem a construção de estruturas nanométricas com grande precisão. Podemos imaginar geometrias complexas em trilhos de distâncias maiores que incluam junções. Robôs moleculares manufatores e autônomos são uma possibilidade”, disse Hiroshi Sugiyama, outro autor da pesquisa.
O artigo Direct observation of stepwise movement of a synthetic molecular transporter (doi:10.1038/nnano.2010.284), de Endo e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com/nnano.
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NOTA DESTE BLOGGER:
Em primeiro lugar, notem a linguagem teleológica da divulgação científica da FAPESP: linguagem de engenharia pura. Em segundo lugar, mas mais importante, a extrema complexidade das formas biológicas faz com que a biologia do século 20 e 21 seja uma ciência de informação complexa especificada que é melhor entendida por conceitos de engenharia do que pelas noções transformistas especulativas de Darwin e seu upgrade reducionista Darwin 2.0 (Síntese Evolutiva Moderna).
A pergunta que deve ser feita aqui é: se estes pesquisadores tiveram êxito em fazer com que ideias derivadas do funcionamento do DNA executem o trabalho de máquinas moleculares que já estão em ação nas células de todos os seres vivos, quando que a ciência irá admitir que pesquisas assim mostram sinais evidentes de design inteligente?
Ironia do destino científico, Richard Dawkins diz, e é seguido pela Nomenklatura científica aqui, que o design visto na natureza é mera ILUSÃO, mas por que a bionanotecnologia vai buscar inspiração nessas ilusões empiricamente detectadas na natureza? Aqui nesta pesquisa nós vemos design inteligente REAL e em ação diante de nossos olhos -- os pesquisadores são inteligentes, e na natureza é mera ILUSÃO???
Querendo ou não, a ciência já está aplicando as teses de design inteligente em suas pesquisas, e revolucionando a ciência na área de bionanotecnologia. Uma promessa de grandes benefícios para a humanidade em termos de saúde, e forçando os biólogos a pensarem mais em conceitos de engenharia do que nas falidas especulações transformistas de Darwin que nunca conseguiu explicar a origem e evolução da complexidade e diversidade das formas bióticas.