Darwin teleologista? Isso é como cometer um assassinato epistêmico

quinta-feira, fevereiro 10, 2011


Volume 333, Issue 2, February 2010, Pages 119-128

Un Darwin non darwinien, François Gros, Jean Gayon, Michel Veuille

Evolution / Évolution

Darwin teleologist? Design in the Orchids

Darwin téléologue ? Le problème du dessein dans Les Orchidées

Thierry Hoquet a,

a Département de philosophie, université Paris-Ouest–Nanterre-La-Défense, 200, avenue de la République, 92001 Nanterre cedex, France

Available online 21 February 2010. 

Abstract

Focusing on the Orchids, this article aims at disentangling the concepts of teleology, design and natural theology. It refers to several contemporary critics of Darwin (Kölliker, Argyll, Royer, Candolle, Delpino) to challenge Huxley's interpretation that Darwin's system was “a deathblow” to teleology. The Orchids seem rather to be a “flank-movement” (Gray): it departs from the Romantic theories of transmutation and the “imaginary examples” of the Origin; it focuses on empirical data and on teleological structures. Although Darwin refers to natural selection, his readers mock him for his fascination for delicate morphological contrivances and co-adaptations – a sign that he was inescapably lured to finality. Some even suggested that his system was a “theodicy”. In the history of Darwinism, the Orchids reveal “another” quite unexpected and heterodox Darwin: freed from the hypothetical fancies of the Origin, and even suggesting a new kind of physico-theology.

Résumé

Parues trois ans après l’Origine des espèces, les Orchidées de Darwin précisent la place de la téléologie dans la nature (la perfection des « dispositifs » et des « designs »). Cet article analyse les interprétations proposées par différents contemporains de Darwin (Kölliker, Argyll, Royer, Candolle, Delpino). Il conteste l’alternative simpliste proposée à la suite de Huxley (Darwin a-t-il ou non détruit la téléologie ?). LesOrchidées constituent plutôt un « mouvement tactique » (Gray) qui laisse entrevoir « un autre Darwin » : abandon du transformisme spéculatif pour des recherches empiriques ; intérêt pour les structures téléologiques qui séduit ses contemporains en semblant réintroduire en contrebande une certaine finalité dans la nature. Darwin, s’occupant de « dispositifs » morphologiques raffinés, les explique par la sélection naturelle, mais paraît pris au piège de la téléologie : il attribue des fonctions aux structures et identifie de « merveilleuses co-adaptations ». Plusieurs n’hésitent pas à y voir le fondement d’une nouvelle « théodicée ».

Keywords: Teleology; Physico-theology; Co-adaptation; Natural selection; Darwinism; Design

Mots clés: Téléologie; Physico-théologie; Co-adaptations; Sélection naturelle; Darwinisme; Design

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NOTA CAUSTICANTE DESTE BLOGGER:

A Nomenklatura científica não vai deixar barato para o Thierry Hoquet. Explico: o cara é francês e filósofo. Vão dizer que é bairrismo francês tudo por conta de Lamarck, e que ele não entende nada de biologia por ser filósofo. Ué, mas Darwin era o que? Biólogo? Não, Darwin era teólogo.

Outra coisa da qual sempre fui cético localizado - a de que Darwin de uma vez por todas eliminou o conceito de teleologia em biologia. Eu sempre destaquei isso aqui: nada mais falso! E agora vem um filósofo francês e corrobora a tese deste blogger. Queria ver a cara da Nomenklatura científica e da Galera dos meninos e meninas de Darwin: o homem que teve a maior ideia que toda a humanidade já teve defendia as teses de teleologia. Traduzindo em graúdos: design (sinal de inteligência) pode ser empiricamente detectado na natureza. Darwin, gente, era, quem diria, um teleologista!!!

Fui, nem sei por que, pensando que Darwin cavou um poço epistêmico profundo onde ele mesmo caiu...