Como os micróbios detonaram a teoria da evolução de Darwin

terça-feira, fevereiro 01, 2011


Carl Woese detonou a teoria da evolução de Darwin? 

No artigo “Horizontal and vertical: the evolution of evolution” [Horizontal e vertical, a evolução da evolução], de Mark Buchanan, publicado na revista de divulgação científica popular New Scientist, lemos uma ousada afirmação que contraria o dogma darwinista perpetuado pela Nomenklatura científica: 

Apenas suponhamos que as ideias de Darwin fossem somente uma parte da história da evolução. Suponhamos que um processo que ele nunca escreveu a respeito, e nem sequer imaginou, tem controlado a evolução da vida através da maior parte da história da Terra. Pode soar absurdo, mas é exatamente isso que o microbiologista Carl Woese e o médico Nigel Goldenfeld, os dois da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, acreditam. A explicação da evolução de Darwin, eles argumentam, mesmo na sua forma moderna sofisticada, aplica-se comente a uma fase recente da vida na Terra. 

[Just suppose that Darwin’s ideas were only a part of the story of evolution. Suppose that a process he never wrote about, and never even imagined, has been controlling the evolution of life throughout most of the Earth’s history. It may sound preposterous, but this is exactly what microbiologist Carl Woese and physicist Nigel Goldenfeld, both at the University of Illinois at Urbana-Champaign, believe. Darwin’s explanation of evolution, they argue, even in its sophisticated modern form, applies only to a recent phase of life on Earth.] 

Woese e Goldenfeld defendem a transferência horizontal de genes como sendo o processo mais importante que deu origem ao código genético e a biologia como a conhecemos. A parte darwinista parece uma nota de rodapé, agindo somente nos últimos episódios da história biológica. 

As citações subsequentes de Buchanan mostram a profundidade e o alcance deste golpe na teoria da evolução proposta por Darwin: 

1. Na Terra, na maior parte do tempo que a vida existiu – bilhões de anos, na verdade – a forma mais antiga e prevalecente de evolução provavelmente não era darwiniana de modo algum, disseram Woese e Goldenfeld. 

2. “A biologia construiu uma fachada de matemática ao redor da juxtaposição da genetic mendeliana com o darwinismo,” [Biology built up a facade of mathematics around the juxtaposition of Mendelian genetics with Darwinism] disse Woese. “E como resultado, a biologia negligenciou o estudo do problema mais importante na ciência – a natureza do processo evolucionário.” [And as a result it neglected to study the most important problem in science – the nature of the evolutionary process.] 

3. Tudo isso é muito diferente da evolução conforme descrita por Darwin. 

4. A evolução darwinista simplesmente não pode explicar como que um código genético desses pudesse surgir. 

5. “Com a evolução darwiniana vertical,” [With vertical, Darwinian evolution] disse Goldenfeld, “nós descobrimos que a evolução do código fica emperrada e não encontra um ponto de otimização verdadeiro.” [we found that the code evolution gets stuck and does not find the true optimum] 

6. “De certo modo,” [In some sense] disse Woese, “o código genético é um fossil ou talvez um eco da origem da vida, assim como a radiação cósmica de fundo é um tipo de eco do Big Bang. E a sua forma aponta para um processo muito diferente da evolução darwiniana atual.” [the genetic code is a fossil or perhaps an echo of the origin of life, just as the cosmic microwave background is a sort of echo of the big bang. And its form points to a process very different from today’s Darwinian evolution] 

7. Hoje, pelo menos em organismos multicelulares, a evolução darwiniana é dominante, mas nós ainda podemos ter algumas surpresas. “A maior parte da vida – o mundo microbiano – ainda está tirando vantagem fortemente dab transferência horizontal de genes, mas nós também sabemos, de pesquisas do ano passado, que os organismos multicelulares também fazem isso” [Most of life – the microbial world – is still strongly taking advantage of horizontal gene transfer, but we also know, from studies in the past year, that multicellular organisms do this too] disse Goldenfeld. 

Se uma mudança de paradigma está à vista, [Norman] Pace [Universidade do Colorado] disse que isso estará em boas mãos. “Eu penso que Woese tem feito mais pela biologia em letras maiúsculas do que qualquer outro biólogo na história, inclusive Darwin” [I think Woese has done more for biology writ large than any biologist in history, including Darwin] ele disse. “Ainda há muito mais para se aprender, e ele está interpretando brilhantemente a história emergente.” [There’s a lot more to learn, and he’s been interpreting the emerging story brilliantly] 

Cabe aqui um comentário provocador. Esta mudança paradigmática a la Kuhn será de proporções épicas como os excertos acima dão a entender? Se assim for, as celebrações de beija-mão e beija-pé no bicentenário de Darwin foram as últimas de um paradigma moribundo? Será que no futuro a Nomenklatura científica irá celebrar o Bicentenário de Woese por ter sido maior cientista do que Darwin? 

Sabemos que qualquer mudança paradigmática numa revolução científica precisa explicar melhor as anomalias do que o velho paradigma. Mas Buchanan escreveu, “A evolução darwiniana simplesmente não pode explicar como tal código [genético] pode surgir. Mas a transferência horizontal de genes pode, disseram Woese e Goldenfeld.” [Darwinian evolution simply cannot explain how such a [genetic] code could arise. But horizontal gene transfer can, say Woese and Goldenfeld] 

É aqui que está o desafio à teoria da evolução de Darwin. Primeiro eles apontaram para a universalidade do código, depois apontaram para sua degenerência – o fato que múltiplos códons no DNA podem traduzir a mesma proteína nos aminoácidos, dando redundância ao código, e assim, alguma tolerância à mutação, e finalmente eles apontaram para a impressionante tolerância de erros do código: 

Em 1991, os geneticistas David Haig e Lawrence Hurst da Universidade de Oxford foram mais além, demonstrando que o o nível de tolerância de erro do código é verdadeiramente impressionante. Eles estudaram a tolerância de erro de um enorme número de hipotéticos códigos genéticos, todos construídos das mesmas bases de pares mas com códons associados aleatoriamente com aminoácidos. Eles descobriram que o código atual está em torno de um em um milhão em termos de quão bom é na mitigação de erro. “O atual código genético,” [The actual genetic code] disse Goldenfeld, “destaca-se como um dedo machucado sendo o melhor possível.” [stands out like a sore thumb as being the best possible] Parece que isso exige alguma explicação evolucionária. Mas, até agora, ninguém descobriu uma. A razão, disseram Woese e Goldenfeld, é que todo o mundo vem pensando em termos do tipo errado de evolução. 

Gente, até parece que eles descobriram evidência a favor do design inteligente. Isso não quer dizer que os seguidores do paradigm darwiniano ignoravam essas propriedades, mesmo que eles pouco pensassem sobre elas. Woese os desafiou a explicar a emergência de um código otimizado por meios darwinianos, e ele afirma que eles não podem. Então, o que fazer de tudo isso? Qual é a nova explicação em termos de outros processos evolucionários naturalistas? Isso se encontra neste parágrafo: 

Goldenfeld admite que identificar os detalhes daquele processo antigo permanece uma tarefa difícil. Todavia, as simulações sugerem que a transferência horizontal de gene permitiu que a vida em geral adquirisse uma maquinaria genética unificada, desse modo fazendo o mais fácil o partilhar de inovações. Por isso, os pesquisadores suspeitam agora que a evolução primeval pode ter procedidod através de uma série de estágios antes que a forma darwiniana emergisse, como o primeiro estágio levando à emergência de um código genético universal. “Ele teria agido como um protocol de compartilhar inovação,” [It would have acted as an innovation-sharing protocol] disse Goldenfeld, “realçando bastante a capacidade dos organismos compartilharem as inovações genéticas que eram benéficas.” [greatly enhancing the ability of organisms to share genetic innovations that were beneficial] 

Após isso, um segundo estágio de evolução teria envolvido a difusão da transferência horizontal de genes, feita possível pela maquinaria de genética compartilhada, e resultando em um rápido, exponencial aumento na complexidade dos organismos. Isso, por sua vez, eventualmente teria dado caminho para um terceiro estágio de evolução no qual a transferência genética se tornou na maior parte vertical, talvez porque a complexidade dos organismos alacançou um limite exigindo um fluxo mais circunscrito de genes para preservar a função correta. Woese não pode colocar uma data sobre quando a transição da evolução darwiniana aconteceu, mas ele suspeita que ela ocorreu em ocasiões diferentes em cada um dos três ramos da árvore da vida, com a bactéria provavelmente tendo mudado primeiro. 

Resumindo, a transferência horizontal de genes tornou mais fácil o partilhar de inovações. Mas de onde vieram as inovações? A resposta: da emergência: “a emergência de um código genético universal” [the emergence of a universal genetic code] isso apenas ocorreu de modo otimizado. Nem pergunte como; somente creia. Afinal de contas, acreditar na alternativa darwiniana não é mais crível, então o que mais resta? 

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Sob os ombros de um gigante perseguido pela Nomenklatura científica

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NOTA CAUSTICANTE DESTE BLOGGER:

Viu como a teoria da evolução de Darwin através da seleção natural e n mecanismos evolucionários é ensinada e divulgada no Brasil em descompasso com a verdade das evidências???

A origem e evolução das espécies Darwin não explica, capice? E ainda não caiu a ficha???