Desafio para Hélio Schwartsman, da Folha de São Paulo: demonstrar a insustentabilidade epistemológica do Design Inteligente

quarta-feira, abril 14, 2010

Meu amigo Hélio Schwartsman, judeu e ateu, jornalista da Folha de São Paulo, após a Pesquisa Datafolha escreveu o artigo "Teologia Selvagem" publicado na sua coluna Pensata de 08/04/2010. Um ensaio teológico escrito por um ateu, cruz credo! Lá, entre outras coisas, ele afirmou que a teoria do design inteligente é "epistemologicamente insustentável", pois "não passa do velho criacionismo vestindo um jaleco de cientista."

Como replicar a um amigo como o Hélio? E pensar que brevemente iremos almoçar em São Paulo com um amigo nosso que é cético? Como procede a maioria dos críticos do Design Inteligente ao abordar a plausibilidade científica da teoria do Design Inteligente, parece que Hélio usou aqui o comando Ctrl + Alt + Design Inteligente = criacionismo. Não sei se ele leu algum livro dos teóricos do DI. Duvido. Tivesse lido, não escreveria o que escreveu

Hélio, a TDI não é o "velho criacionismo vestindo um jaleco de cientista" pelas seguintes razões:

1. O criacionismo científico [CC] está comprometido com as seguintes proposições derivadas de textos considerados sagrados:

CC 1: Houve uma súbita criação do universo, da energia e da vida ex-nihilo.

CC 2: As mutações e a seleção natural são insuficientes para realizar o desenvolvimento de todos os tipos de vida a partir de um único organismo.

CC 3: Mudanças dos tipos de animais e plantas originalmente criados ocorrem somente dentro de limites fixados.

CC 4: Há uma linhagem ancestral separada para humanos e primatas.

CC 5: A geologia pode ser explicada pelo catastrofismo, principalmente pela ocorrência de um dilúvio mundial.

CC 6: A Terra e os tipos de vida são relativamente recentes (na ordem de milhares ou dezenas de milhares de anos).

Enquanto que a TDI:

1.2 A Teoria do Design Inteligente [TDI ] está comprometida com as seguintes proposições derivadas da natureza:

TDI 1: A complexidade especificada e a complexidade irredutível são indicadores ou marcas seguras de design.

TDI 2: Os sistemas biológicos exibem complexidade especificada e empregam subsistemas de complexidade irredutível.

TDI 3: Os mecanismos naturalistas ou causas não-dirigidas são insuficientes para explicar a origem da complexidade especificada ou da complexidade irredutível.

TDI 4: Por isso, o design inteligente é a melhor explicação para a origem da complexidade especificada e da complexidade irredutível em sistemas biológicos.

Fica aqui o desafio ao meu bom amigo Hélio Schwartsman demonstrar que:

1. A TDI é o "velho criacionismo vestindo um jaleco de cientista".

2. As razões por que a TDI é "epistemologicamente insustentável".


Tigre: É um direito permanecer ignorante?

Calvin: Eu não sei, mas me recuso a descobrir.
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Pano rápido: 

Hélio, quando você critica a TDI, sem saber critica a teoria da evolução. Razão? Explico: tanto a teoria da evolução de Darwin como a TDI são consideradas teorias históricas. Mas detalhar isso fica para depois da minha oficina no III Simpósio Internacional Darwinismo Hoje, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, no dia 29 de abril.

Um abraço fraterno!