Menos louvaminhice a Darwin nos livros-texto de Biologia

segunda-feira, junho 25, 2007

A louvaminhice a Darwin não acontece somente nos artigos submetidos às revistas especializadas da Nomenklatura científica, na Grande Mídia internacional e tupiniquim. Isso também se dá nos livros didáticos de Biologia do ensino médio. Este fenômeno não acontece apenas nas tabas de Pindorama. É um fenômeno mundial.

Eis aqui o texto do meu amigo Casey Luskin sobre a questão nos Estados Unidos e na Inglaterra:

Podem os livros didáticos de Biologia se recuperar da louvaminhice de Darwin?

Eles dizem que reconhecer um problema é o primeiro passo no caminho da recuperação. Eu vou admitir que eu sou algo como um leitor ávido: eu estou constantemente escolhendo livros, especialmente livros sobre a evolução. Tem sido fascinante ler como que Darwin é louvado não somente como o santo padroeiro do “pensamento ocidental”, mas algumas vezes como se ele tivesse inventado o pão de forma e os porta-copos nos carros.

Por exemplo, o livro-texto Evolutionary Biology [Biologia Evolutiva] de Douglas Futuyma declarou que “foi a teoria da evolução de Darwin… que forneceu uma tábua crucial para a plataforma de mecanismo e materialismo — resumindo, do muito de ciência — que desde então tem sido o palco da maioria do pensamento ocidental”. John Dupré se alegra que “a teoria de Darwin fornece a última peça principal na articulação de uma cosmovisão totalmente naturalista, e por isso, se devidamente apreciada, daria um golpe mortal a cosmologias pré-científicas e teocêntricas”. Stephen Jay Gould explicou no seu livro “In Praise of Charles Darwin” [Em louvor a Darwin] que “Darwin tem sido a inspiração de minha vida e trabalho”. Gould prosseguiu: “Regozijemos que nós podemos identificar, em nosso mundo complexo e ambíguo, um homem com tal poder de pensamento e tal influência sobre nós todos — um homem que, ao mesmo tempo, conseguiu ser um exemplo de ser humano”.



Darwin certamente tem tido um influência profunda sobre muitas pessoas, mas quais foram as suas habilidades como um cientista de campo? O livro Biology: The Web of Life [Biologia: a teia da vida] de Lisowski e Strauss dá o tratamento padrão, explicando que Darwin “seguiu o seu amor à natureza quando ele partiu para as ilhas Galápagos”, e louvaram a Darwin porque suas “observações lá resultaram na teoria que revolucionou a biologia”. (pg. 233)

Mas David Tyler reportou recentemente que um artigo recente no Journal of Biological Education argumenta que alguns livros didáticos “têm fornecido relatos muito simplificados e inexatos da contribuição de Charles Darwin para o estudo da evolução durante um período de muitas décadas”. Resumindo, eles exageraram as habilidades de campo de Darwin: “Eles o creditaram com habilidades de campo e insight que ele não possuía, e repetiram diversas inexatidões históricas. O poder de Darwin foi como um sintetizador de informação, mas, pelo menos no começo de sua vida adulta, ele não foi um observador particularmente ou um biólogo de campo cuidadoso. Os espécimes coletados na sua viagem no HMS Beagle foram amplamente identificados e analisados por outros, mas isso raramente é reconhecido”. (Paul A. Rees, “The evolution of textbook misconceptions about Darwin,” Journal of Biological Education, Vol. 41(2):53-55 (Spring 2007).

Parece que alguns autores de livros didáticos têm um problema estranho de ampliar as habilidades e realizações de Darwin. A questão é, eles irão admitir que têm um problema?

Postado por Casey Luskin em 25 de junho de 2007 2:40 PM | Permalink