VEJA e a Nomenklatura científica: mais do que amizade, uma relação pra lá de incestuosa

domingo, junho 03, 2007

Sempre que posso leio a revista VEJA logo cedo de manhã aos domingos. Faço uma leitura rápida do índice, procuro os assuntos mais importantes, e leio até as cartas se os assuntos forem importantes.

Entre as cartas intencionalmente “selecionadas” da edição 2001, de 6 de junho de 2007, eu deparei com a carta de Márcio Rocha, professor do curso de design gráfico da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás sobre a reportagem “Design abissal”, VEJA edição 2000, 31 de maio de 2007, comentando o uso do termo “design”:

“Normalmente, a palavra design tem sido utilizada de forma errônea em todas as instâncias para se referir somente à aparência externa ou à estética (hair design, cake design, body design, flower design), quando na verdade ela pressupõe uma prática complexa que define o ato de projetar. Design se refere ao processo, ao projeto e ao conceito, não ao resultado”.

Concordo em parte com o brilhante comentário do mestre, mas não pude entender como ele consegue “descolar” o “resultado” final do processo de design, se é justamente no “resultado” que os “sinais de causas inteligentes” são empiricamente detectados?
Aproveitando o gancho do comentário do professor de Design, o olhar VESGO despudorado do editor de VEJA entremeia sua visão intencional e maquiavelicamente distorcida sobre a teoria do Design Inteligente, destacando para os leitores que devemos deixar de lado outros usos do termo como ocorre na teoria do design inteligente [SIC 1], que defende a existência de uma inteligência criadora do universo e da vida [SIC 2]. Nada mais falso, e este Pinóquio pós-moderno sabe disso.

Minha mãe dizia que a mentira tem pernas curtas, e vou aqui desmascarar este Pinóquio de plantão de VEJA: você tem a cara de pau de mentir descaradamente para seus leitores sobre a teoria do Design Inteligente. O que a TDI propõe é: certos eventos no universo e nos objetos bióticos são melhor explicados por meio de causas inteligentes, e que estes sinais de inteligência são empiricamente detectados na natureza. Onde Pinóquio VESGO da VEJA, onde que a TDI afirma sobre a ontologia de uma inteligência criadora do universo e da vida?

Márcio Rocha, professor universitário, disse que “um ser vivo não pode ser considerado um produto” e que por isso “o termo design não deve ser atribuído a uma ação deliberada da natureza, uma vez que não é possível fazer design, ou seja, projetar, sem a metodologia que orienta o projeto e sem a consciência de estar projetando”. Se “um ser vivo” não é “um produto”, é o quê? Do Dicionário Aurélio usado pelo editor VESGO da VEJA, lemos: “produto” é tudo aquilo produzido pela natureza. A teoria do relojoeiro cego de Darwin é justamente isso: produto da natureza via seleção natural, design sem designer. Ora, “seleção” é um atributo de “inteligência”, e muito antes da TDI, Darwin já tinha sido criticado severamente por isso.

Mais adiante o rábula VESGO de VEJA chama o Dicionário Aurélio para definir design como sendo “concepção de um projeto ou modelo; planejamento (1). O produto desse planejamento (2)”, e que na reportagem, a expressão foi utilizada de modo figurado, e aí o reforço da mentira para se tornar uma verdade (Göebbels redivivus): “embora os defensores da idéia do design inteligente sustentem que por trás de cada ser vivo há uma inteligência superior planejando, projetando e criando” e que isso “é outra história”. Onde na literatura da teoria do design inteligente nós afirmamos isso? O editor de VEJA, como grande parte de nossa Grande Mídia em Pindorama, mente descaradamente e distorce intencional, despudorada e maquiavelicamente a posição teórica da TDI: nós propomos tão-somente detectar sinais de inteligência na natureza.

Na reportagem “Design abissal”, Duda Teixeira (“jornalista fantasma”???) seguiu o cacoete de todos os jornalistas científicos − a evolução, nunca definida, é um processo mágico, vapt-vupt, Alakazam, Presto: uma ameba se transforma em antropólogo! Nada mais falso. A evolução é um processo extremamente complicado. Há muita coisa que ainda precisa ser explicada, e não foi desde 1859. Como que ocorre a transmutação de uma espécie? É aqui que o bicho do contexto da justificação pega Darwin com as calças na mão. Resposta da Nomenklatura científica: a evolução é um fato, Fato, FATO cientificamente inconteste, mas nós não sabemos qual (quais) mecanismo(s) evolutivo(s) provocou/provocaram isso − mutações filtradas pela seleção natural e outros mecanismos evolutivos de A a Z ao longo de eras geológicas. Uau, os evolucionistas estão falando cada vez mais como os criacionistas: é preciso ter fé no invisível, e acreditar no impossível!

Duda, você não duvidou nem um pouco da tese da ancestralidade comum quando hoje já se fala não em árvore da vida, mas em grama da vida? Leia as pesquisas do Carl Woese. Parafraseando José Angel Alvarez Perez, oceanógrafo-pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí, em Santa Catarina: “Sabemos muito mais sobre a Drosophila melanogaster, que teima continuar Drosophila melanogaster apesar de milhões de experimentos, do que sobre como e se ocorre realmente a evolução a nível macroevolutivo.”

Alô, Observatório da Imprensa, está mais do que na hora de uma profunda “Operação Navalha na Carne”, duela a quien duela, ocorrer na Grande Mídia tupiniquim para o retorno da prática de um jornalismo objetivo, imparcial e apartidário.

Do jeito que está a VEJA continua VESGA, e pior: agora MENTIROSA.

Fui, e nem sei por que continuo lendo esta revista mentirosa!