Os oponentes do DI, e não são poucos, talvez ainda não se aperceberam que nas suas críticas de o DI não ser testável e nem falsificável, estão se metendo numa situação epistemológica Catch-22 e academicamente muito embaraçosa.
Vão ter que escolher agora entre duas coisas: o DI não é testável ou o DI não é falsificável, ou como bem diz o ditado matuto, mas sábio – “Não dá para assobiar e chupar cana ao mesmo tempo”.
Se o DI não é testável e nem falsificável, como tem sido freqüentemente aqui publicado, então NUNCA poderia ser argumentado que os exemplos de ‘mau design’ demonstram que o DI está errado.
Além disso, se o DI não é testável e nem falsificável, quem deveria ser veementemente criticado por isso é Kenneth Miller, um biólogo americano, que apresentou o Type III Secretory System (TTSS) como evidência de que o DI está errado. Vide: The Flagellum Unspun: The Collapse of Irreducible Complexity in “Debating Design: From Darwin to DNA”, W. Dembski e M. Ruse, editores, Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
Ora, além de o DI ser freqüentemente apresentado como tendo tais insuficiências epistêmicas, se o DI é uma hipótese não testável e nem falsificável, ela só pode ser uma hipótese que “nem errada” é (Wolfgang Pauli), mas uma hipótese que “nem errada” é, não pode também ser demonstrada como errada!
Se o DI não sugeriu hipóteses que, a princípio, poderiam ser demonstradas como não verdadeiras, então por que os críticos do DI são tão ‘entusiasmados’ com o Type III Secretory System (TTSS) [Sistema Secretor Tipo 3] defendido por Miller?
Os críticos ainda não se deram conta de que, ao apresentarem o Type III Secretory System (TTSS), impensadamente, eles estão proclamando que o DI é uma hipótese testável e falsificável e que a testaram e descobriram que está errada. Ora, não dá para sair por aí dizendo que o DI não é testável e nem falsificável e depois dizer – nós demonstramos que o DI está errado!
Seja lá qual for a crítica ao DI… você não pode assobiar e chupar cana ao mesmo tempo. Pano rápido!
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Nota: Este texto foi uma réplica a dois professores de Biologia de duas renomadas universidades pública e privada. O editor de uma newsletter científica não publicou por razões mais do que óbvias!