Darwin 'falou e disse': não acreditem nas convicções de uma mente simiesca

quinta-feira, setembro 28, 2006

Charles Darwin tinha sérias dúvidas sobre a suficiência científica de suas especulações transformistas. Certa vez, após séria e profunda reflexão a respeito da questão da evolução humana ele disse:

"A dúvida desagradável [sic] sempre surge se as convicções da mente do homem [sic], que se desenvolveram da mente de animais inferiores, são de algum valor ou totalmente confiáveis [sic]. Alguém confiaria na convicção da mente de um macaco, se é que existem convicções em tal mente? [SIC ULTRA PLUS]" [1]

Darwin, ao contrário de muitos de seus atuais seguidores fundamentalistas, tinha 'dúvidas desagradáveis' das 'convicções' que tinha a respeito das suas especulações transformistas que ele chamava de 'a minha teoria'. Razão? Se a mente humana 'se desenvolveu da mente de animais inferiores', isso teria 'algum valor' científico? Seriam 'totalmente confiáveis' cientificamente?

A situação esdrúxula de Darwin é do tipo Catch-22 epistêmico: ele não tinha certeza se existiam convicções nas mentes dos animais inferiores. Além disso, se o Homo sapiens sapiens se desenvolveu a partir dessas 'mentes inferiores', a conclusão lógica é de que não dá para confiar na teoria proposta por um desses Homo sapiens sapiens – o próprio Darwin!

Em poucas palavras, se o nosso cérebro não é mais do que o de um primata superior, nós não podemos ter certeza, como Darwin demonstra na sua inquietação e dúvida, de que a teoria da nossa origem e evolução deva merecer nossa confiança.

Além disso, se o naturalismo filosófico for verdade, nós não temos referencial teórico confiável para estabelecer a sua credibilidade epistêmica. Muito menos dar-lhe status de 'prova científica irrefutável'. O que é visível aqui em Darwin [e nos seus atuais discípulos] é que a lógica é mandada às bananas, oops, às favas. E, agüentem firme que lá vem 'ácido epistemológico corrosivo', a teoria da origem e evolução do Homem precisa ser aceita a priori – pela fé [Cruz, credo, Darwin! Vade retro, Dawkins!].

Sinuca de bico epistemológica? Ou orgulho besta do cientista que não quer dizer – 'Eu não sei', mas mesmo assim continuar com a sua idéia absurda apesar de convencido por outros argumentos e fatos contrários à sua teoria?

A teoria da origem e evolução humana precisa ser considerada mais cum granum salis, e mais ceticismo saudável localizado, e não da maneira a priori e dogmática como é defendida [com unhas e dentes] e ensinada [sem direito a questionamento em salas de aulas].

Está mais do que na hora de dizer adeus a Darwin! Que venha um outro paradigma em biologia evolutiva!

[1] "The horrid doubt always arises whether the convictions of man's mind, which has developed from the mind of the lower animals, are of any value or at all trustworthy. Would anyone trust the conviction of a monkey's mind, if there are any convictions in such a mind?", DARWIN, C. R., Letter to W. Graham, July 3rd, 1881, in Darwin, F., ed., "The Life and Letters of Charles Darwin" [1898], Basic Books, New York, Vol. I., 1959, reimpresso, p.