A tolice de boicotar acadêmicos israelenses
Umberto Eco
Em minhas críticas, observei duas coisas: uma, que é necessário fazer uma distinção entre as políticas do governo de um país (ou mesmo sua constituição) e o fermento cultural dentro dele. Depois sugeri que responsabilizar os cidadãos de um país pelas políticas de seu governo era uma forma de racismo. Não há diferença entre os que culpam todos israelenses desta forma e os que sustentam que, dado que os palestinos cometem atos de terrorismo, devemos bombardear todos os palestinos indiscriminadamente.
Recentemente em Turin, uma carta aberta apareceu sob a égide do ramo italiano da Campanha para o Boicote Cultural e Acadêmico de Israel, uma rede de acadêmicos e organizações que trabalham para forçar uma mudança nas políticas de Israel por meio de boicotes a instituições israelenses. Este documento, que tem como meta censurar o governo de Israel por suas políticas, inclui a seguinte afirmativa: “As universidades e acadêmicos israelenses apoiaram e apoiam seu governo e, como tais, são cúmplices de suas políticas. Ademais, nas universidades israelenses são desenvolvidos alguns dos projetos de pesquisa mais importantes sobre novas armas com base em nanotecnologia, além de sistemas tecnológicos e psicológicos para controlar e oprimir a população civil.”
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