JC e-mail 3855, de 24 de Setembro de 2009.
24. Livro marca 50 anos da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP)
Lançamento aconteceu durante o XXI Congresso Brasileiro de Paleontologia, que aconteceu na última semana, em Belém
Realizado de 13 a 18 de setembro, o XXI Congresso Brasileiro de Paleontologia, em Belém (PA), marcou os 50 anos da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), completados em março de 2008. O ponto alto da comemoração foi o lançamento de um livro, na abertura do congresso.
Segundo o presidente da SBP, João Carlos Coimbra, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pequenos encontros comemorativos em várias regiões do país e o lançamento de um calendário marcaram o aniversário no ano passado. "Mas, como o nosso evento máximo, o Congresso Brasileiro de Paleontologia, ocorre somente em anos ímpares, o lançamento do livro dos 50 anos ficou para este ano", informou Coimbra, por e-mail.
O livro, com 113 páginas, é uma edição especial do Boletim Paleontologia em Destaque, informativo da SBP. A obra foi editada pelas paleontólogas Carla Bender Kotzian, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e Ana Maria Ribeiro, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB/RS). Elas são, respectivamente, diretora de publicações e vice-presidente da SBP.
História
A publicação propõe-se a reconstruir parte da história da paleontologia brasileira, reunindo depoimentos dos professores Irajá Daminiani Pinto, Maria Eugênia Marchesini Santos, Sérgio Mezzalira e Setembrino Petri. Os quatro paleontólogos figuram entre os 42 profissionais e pesquisadores que fundaram a SBP, em 1958.
Os depoimentos dos sócios fundadores são documentados e ilustrados com fotos de congressos passados e personalidades da comunidade acadêmica, muitas em trabalho de campo. A abertura do livro traz a reprodução, em cores, da ata de fundação da sociedade. O documento contém em anexo o estatuto da entidade e está totalmente escrito à mão, em caderno pautado.
No prefácio, o presidente da SBP escreve que o resultado do livro é "uma 'biografia' leve e instigante". Na apresentação, as editoras fazem uma homenagem ao professor Mezzalira, falecido em junho passado, aos 89 anos, que, além do depoimento, cedeu documentos e fotos.
Congresso
Em seu discurso na solenidade de abertura do congresso, a diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ima Vieira, lembrou que as pesquisas na área da paleontologia foram iniciadas pelo fundador do museu, Domingos Soares Ferreira, quando descobriu uma unidade fossilífera do Norte do país, ainda nos idos de 1870.
Desde então, a instituição tem dado importante contribuição para o conhecimento científico em paleontologia, ressaltou a pesquisadora. Ima também declarou que "a sociedade em geral, considera que a paleontologia é arte, ciência e imaginação: ela inspira curiosidade sobre a vida pretérita e nos ajuda a conhecer nossas origens".
Personalidades que contribuíram para a paleontologia no Brasil e na Amazônia foram homenageadas durante o evento. O professor Cândido Simões Ferreira, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi homenageado como um dos pioneiros da paleontologia na Amazônia, onde, como pesquisador-chefe da Divisão de Geologia do Museu Goeldi, atuou entre 1955 a 1957.
Dentre os homenageados esteve também Norma Maria da Costa Cruz, da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM). A pesquisadora foi também "pioneira nos estudos paleontológicos do Estado do Pará, numa época onde chegar à Amazônia era um desafio, e estudar a paleontologia da Amazônia era um campo novo, promissor e necessário."
Para o Museu Goeldi, no entanto, a homenagem a Osvaldo Cunha, pesquisador aposentado da instituição, teve especial valor. Cunha "foi responsável pela recuperação das coleções geológicas e paleontológicas do Museu e pioneiro nas pesquisas detalhadas sobre o conteúdo malacológico da Formação Pirabas. Para este desafio contou com uma parceria significativa, do amigo e paleontólogo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Prof. Cândido Simões Ferreira", disse Maria Inês Ramos Feijó, da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia (CCTE) do Museu Goeldi, que proferiu o discurso em homenagem a Cunha.
Na oportunidade, a organização do Congresso ofereceu placa a Osvaldo Cunha por sua contribuição à paleontologia brasileira. Ima Vieira recebeu a homenagem devido à impossibilidade de Cunha se fazer presente.
O Congresso Brasileiro de Paleontologia, iniciativa da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), acontece de dois em dois anos e objetiva congregar os profissionais e estudantes de Paleontologia do Brasil.
A iniciativa de promover o evento na região Norte foi, segundo a organização, de fundamental importância para expandir nacionalmente os conhecimentos afins, dando oportunidade de troca de informações entre os mais diversos interessados em Paleontologia do país.
(Com informações da Assessoria de Comunicação do Museu Goeldi)
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NOTA DESTE BLOGGER:
Em agosto de 2009, eu fui a Belém, PA, onde dei duas palestras sobre o Design Inteligente. Aproveitei a ida, e visitei o Museu Goeldi. Lindo demais, apesar de estar em reformas.