Teste no LHC ameaça base teórica da física

quinta-feira, dezembro 08, 2011

JC e-mail 4400, de 07 de Dezembro de 2011.


Experimento no acelerador de partículas mostrou desequilíbrio inesperado na relação entre matéria e antimatéria.

Um resultado obtido pelo LHC, maior acelerador de partículas do mundo, ameaça abalar as fundações da ciência sobre esses componentes elementares do Universo. E com muito charme. Não, não aconteceu um desfile fashion dos tijolos básicos da matéria pelos longos corredores subterrâneos do acelerador, instalado entre a França e a Suíça. Mas a partícula que os físicos investigaram foi batizada, anos atrás, de quark charm.

Os quarks são os componentes básicos das partículas que estão no coração dos átomos: os prótons e nêutrons. Eles também podem ser combinados para produzir várias outras partículas, muitas vezes instáveis. Em colisões bombásticas de partículas, o LHC fabricou toneladas de tijolos elementares conhecidos como mésons D, compostos por um quark charm e outro chamado up.

Instáveis, eles se desintegram tão rápido que os detectores do acelerador nem conseguem vê-los. Mas, ao se desintegrar, os mésons D disparam partículas mais estáveis, estas sim detectáveis. A partir delas, os físicos reconstruíram características das entidades que as precederam.

No experimento, foram produzidos mésons D de dois tipos. Uns usavam um quark charm, enquanto outros usavam um antiquark charm. Para toda partícula, existe uma versão "espelhada" dela mesma. São as antipartículas, que têm características semelhantes às contrapartes, mas com carga oposta.

Um exemplo é o pósitron, usado nas tomografias. Ele é uma versão "alternativa" do elétron, igualzinho em tudo, mas com carga positiva. O fato de ser possível criar antimatéria em laboratório já traz um enigma: por que o Universo é feito só de matéria?

Os cientistas desconfiam que há uma diferença sutil entre matéria e antimatéria - uma seria um pouco mais fabricada que a outra. Essa sobra de matéria seria a base de tudo que vemos hoje no Cosmos (o resto teria se aniquilado, uma vez que partículas e antipartículas, quando se encontram, desintegram-se em energia pura).

A teoria que explica o comportamento das partículas, o Modelo Padrão, consegue comportar uma pequena variação. Mas o que os cientistas encontraram no LHC foi uma variação de 0,8%, bem maior que a esperada. "Isso significa que pode estar faltando alguma coisa no Modelo Padrão. Algum tipo de física nova que a gente não tenha", afirma Miriam Gandelman, pesquisadora da UFRJ que trabalha no LHC.

Os resultados foram apresentados em Paris. Se confirmados, podem iluminar o caminho para uma nova etapa da física. Mas, segundo Gustavo Burdman, da USP, é cedo para presumir isso, porque esse resultado precisa passar por novos testes.

(Folha de São Paulo)

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NOTA DO BLOGGER:

Eu ia mudar o título do artigo da Folha de São Paulo para chamar a atenção: Testes rigorosos na Árvore da Vida ameaçam base teórica da biologia evolucionária. Por que mudaria? Porque este tipo de consideração científica rigorosa que ocorre em Física e a reação dos cientistas de que as evidências estão indicando a falta de alguma coisa no Modelo Padrão, e algo que não se vê em biologia evolucionária. O que vemos é a defesa das especulações transformistas de Darwin com unhas e dentes como se a hipótese de ancestralidade comum, entre outras proposições evolucionárias não estivesse cheia de dificuldades no contexto de justificação teórica.

Senhores, mãos à obra e nos entreguem logo a nova teoria da evolução geral - a SÍNTESE EVOLUTIVA AMPLIADA que, pela montanha de evidências negativas, não pode e nem deve ser selecionista e, pobre Darwin, deve incorporar aspectos teórico lamarckianos (Lamarck redivivus???)