Em carta publicada na revista Science, 29/08/2008, U. Kutschera da Universidade de Kassel na Alemanha, entre outras coisas, mencionou: “nós precisamos de outro upgrade de nossos conceitos sobre os mecanismos de evolução”. Traduzindo em graúdos: a Síntese Evolutiva Ampliada, que eu chamo carinhosamente de Darwin 3.0, não será selecionista.
Para quem for cético, e queira tirar a dúvida, eis o e-mail do Dr. Kutschera:
kut@uni-kassel.de
NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:
Mas a Síntese Moderna (ou neodarwinismo como aparece em alguns livros-texto) já não tinha demonstrado o fato, Fato, FATO da Evolução (macroevolução, uma espécie se transmutando em outra)??? E a seleção natural ainda continua com problemas de aceitação pela comunidade científica desde 1859???
Na comemoração dos 50 anos do Origin of species, lá na Universidade de Cambridge, a abordagem sobre o valor científico que a teoria da evolução de Darwin foi ressaltado, mas logo em seguida questionou-se mais uma vez a seleção natural. Em 1959 foi a mesma coisa. Agora em 2009, e a teoria da evolução precisa de um 'upgrade' nos conceitos dos mecanismos evolutivos???
Ué, esta teoria não era tão certa quanto a lei da gravidade???
Fui, sorrindo, pois este blogger está sendo aos poucos vindicado pelos próprios evolucionistas ortodoxos que estão seguindo as evidências aonde elas forem dar.
Alô galera dos meninos e meninas de Darwin, o tio Enézio estava e continua certo: vai acontecer uma mudança paradigmática eminente em biologia evolutiva. Eu já disse adeus a Darwin em 1998 depois que li o livro "A caixa preta de Darwin: o desafio da bioquímica à evolução", de Michael Behe (1997, Rio de Janeiro, Zahar).
Mill 'falou e disse': Não existe Theoria perennis!!!
sexta-feira, agosto 29, 2008
“As crenças para as quais nós temos as maiores garantias, não têm salvaguarda em que repousar, mas um convite permanente para o mundo inteiro prová-las sem fundamentos.” [1]Foto: Wikimedia Commons.
1. “The beliefs which we have the most warrant for, have no safeguard to rest on, but a standing invitation to the whole world to prove them unfounded.” —John Stuart Mill, On Liberty (New York: Burt, n.d.), pp. 38-39.
1. “The beliefs which we have the most warrant for, have no safeguard to rest on, but a standing invitation to the whole world to prove them unfounded.” —John Stuart Mill, On Liberty (New York: Burt, n.d.), pp. 38-39.
150 mil visitantes desafiando a Nomenklatura
sábado, agosto 23, 2008
Este blogger tem o prazer de anunciar aos seus visitantes nos quatro continentes que atingimos a marca de 150 mil visitantes. Muito obrigado pelos 11 entre 10 darwinistas que visitam este blog.
Clique aqui e veja.
Clique aqui e veja.
Genoma universal?
Artigo interessante propondo a hipótese de genoma universal. PDF gratuito aqui.
Abstract
Recent advances in paleontology, genome analysis, genetics and embryology raise a number of questions about the origin of Animal Kingdom. These questions include:(1) seemingly simultaneous appearance of diverse Metazoan phyla in Cambrian period, (2) similarities of genomes among Metazoan phyla of diverse complexity, (3) seemingly excessive complexity of genomes of lower taxons and (4) similar genetic switches of functionally similar but non-homologous developmental programs. Here I propose an experimentally testable hypothesis of Universal Genome that addresses these questions. According to this model, (a) the Universal Genome that encodes all major developmental programs essential for various phyla of Metazoa emerged in a unicellular or a primitive multicellular organism shortly before the Cambrian period; (b) The Metazoan phyla, all having similar genomes, are nonetheless so distinct because they utilize specific combinations of developmental programs. This model has two major predictions, first that a significant fraction of genetic information in lower taxons must be functionally useless but becomes useful in higher taxons, and second that one should be able to turn on in lower taxons some of the complex latent developmental programs, e.g., a program of eye development or antibody synthesis in sea urchin. An example of natural turning on of a complex latent program in a lower taxon is discussed.
Abstract
Recent advances in paleontology, genome analysis, genetics and embryology raise a number of questions about the origin of Animal Kingdom. These questions include:(1) seemingly simultaneous appearance of diverse Metazoan phyla in Cambrian period, (2) similarities of genomes among Metazoan phyla of diverse complexity, (3) seemingly excessive complexity of genomes of lower taxons and (4) similar genetic switches of functionally similar but non-homologous developmental programs. Here I propose an experimentally testable hypothesis of Universal Genome that addresses these questions. According to this model, (a) the Universal Genome that encodes all major developmental programs essential for various phyla of Metazoa emerged in a unicellular or a primitive multicellular organism shortly before the Cambrian period; (b) The Metazoan phyla, all having similar genomes, are nonetheless so distinct because they utilize specific combinations of developmental programs. This model has two major predictions, first that a significant fraction of genetic information in lower taxons must be functionally useless but becomes useful in higher taxons, and second that one should be able to turn on in lower taxons some of the complex latent developmental programs, e.g., a program of eye development or antibody synthesis in sea urchin. An example of natural turning on of a complex latent program in a lower taxon is discussed.
Heresias darwinianas
quinta-feira, agosto 21, 2008
Vale a pena comprar este livro sobre heresias darwinianas:
Darwinian Heresies
Ed. By Lustig, Richards & Ruse
Você pode comprar na Amazon ou na Livraria Cultura.
Um excerto do livro aqui [PDF gratuito]
Darwinian Heresies
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Um excerto do livro aqui [PDF gratuito]
Leia este artigo cum granum salis
Antimicrob Agents Chemother. 2004 March; 48(3): 1032–1033.
doi: 10.1128/AAC.48.3.1032-1033.2004.
Copyright © 2004, American Society for Microbiology
In Vitro Evolution Predicts that the IMP-1 Metallo-β-Lactamase Does Not Have the Potential To Evolve Increased Activity against Imipenem [PDF gratuito]
Barry G. Hall*
Biology Department, University of Rochester, Rochester, New York
*E-mail: drbh@mail.rochester.edu
Received July 31, 2003; Revised October 20, 2003; Accepted November 11, 2003.
ABSTRACT
In vitro evolution was used to predict whether the IMP-1 metallo-β-lactamase has the potential to evolve an increased ability to confer resistance to imipenem. Screening of eight libraries containing 9.8 × 106 ± 1.4 × 106 (mean ± standard error) variants per library, with an average of 1.2 mutations per variant, detected no increased resistance to imipenem. The results predict, with >99.9% confidence, that even under intense selection the IMP-1 β-lactamase will not evolve to confer increased resistance to imipenem.
doi: 10.1128/AAC.48.3.1032-1033.2004.
Copyright © 2004, American Society for Microbiology
In Vitro Evolution Predicts that the IMP-1 Metallo-β-Lactamase Does Not Have the Potential To Evolve Increased Activity against Imipenem [PDF gratuito]
Barry G. Hall*
Biology Department, University of Rochester, Rochester, New York
*E-mail: drbh@mail.rochester.edu
Received July 31, 2003; Revised October 20, 2003; Accepted November 11, 2003.
ABSTRACT
In vitro evolution was used to predict whether the IMP-1 metallo-β-lactamase has the potential to evolve an increased ability to confer resistance to imipenem. Screening of eight libraries containing 9.8 × 106 ± 1.4 × 106 (mean ± standard error) variants per library, with an average of 1.2 mutations per variant, detected no increased resistance to imipenem. The results predict, with >99.9% confidence, that even under intense selection the IMP-1 β-lactamase will not evolve to confer increased resistance to imipenem.
O ensino vai mal e VEJA só conhece a metade dos culpados
quarta-feira, agosto 20, 2008
MÍDIA & EDUCAÇÃO
O ensino vai mal e Veja conhece os culpados
Por Gabriel Perissé em 19/8/2008
A principal reportagem da revista Veja desta semana (edição nº 2074) aborda, uma vez mais, a qualidade do nosso ensino, aproveitando a oportunidade para (de novo!) comparar o Brasil medíocre à insuperável Finlândia.
A idéia central da matéria é a de que não temos consciência do quanto vai mal o ensino brasileiro. A fonte desta certeza é uma pesquisa encomendada pela própria Veja à CNT/Sensus. As jornalistas Monica Weinberg e Camila Pereira querem abrir nossos olhos. A pesquisa revela que a maioria dos docentes, pais e estudantes está satisfeita, embora indicadores e resultados em abundância demonstrem graves problemas: alunos semi-analfabetos, professores com preparação insuficiente, repetência e outros.
Conclusão: nós não nos enxergamos direito. Estaríamos conformados perante uma situação muito longe da ideal. Os pais cujos filhos freqüentam escolas particulares, investindo no fracasso. Os pais cujos filhos estão nas escolas públicas, acreditando na ilusão.
Mas a matéria prossegue. E pretende colocar o dedo na chaga. Estamos nessa situação porque professores, livros didáticos e apostilas antepõem ao ensino a doutrinação esquerdista. Os professores, segundo a mesma pesquisa, identificam-se com Paulo Freire e Marx. Em sala de aula, elogiam Che Guevara e Lênin. Deixam em segundo plano o ensino de língua portuguesa, aritmética, física. Não ensinam o que interessa... em nome da ideologia.
Mera coincidência
Aproveitando a carona, o economista Gustavo Ioschpe aponta a neutralidade como um dever dos professores. Essa história de "formar cidadãos conscientes" e "desenvolver a criatividade e o espírito crítico dos alunos" seria, no fundo, sonegar o conhecimento necessário à profissionalização do indivíduo. Aulas politicamente neutras solucionariam nossos problemas.
De fato, é desejável acompanhar o que "rola" em nossas salas de aula, identificando motivações ideológicas (afinal, isso é também formar cidadãos críticos), mas fica difícil aceitar o véu ideológico da neutralidade política com que a revista Veja se cobre. Denunciando a mistura entre ideologia de esquerda e educação, defende (dissimuladamente) a mistura que faz entre ideologia de direita e informação, entre interesses econômicos e jornalismo.
Curiosamente, entre as páginas 72 e 87, em que Monica Weinberg, Camila Pereira e Ioschpe escrevem, surgem três páginas (79, 81 e 83) publicitárias, nas quais o grupo Santander Brasil se apresenta como o melhor banco do mundo. Será uma alusão à "educação bancária" de que falava Paulo Freire? Não... isso é mera coincidência.
Pura neutralidade.
+++++
Perissé, a VEJA e o resto da Grande Mídia tupiniquim não tem coragem de abordar as insuficiências fundamentais nas atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida. O que temos aqui é mais um caso de ensino ideologizado: o materialismo filosófico mascarado de ciência.
Fui, indignado diante de tanta covardia jornalística...
O ensino vai mal e Veja conhece os culpados
Por Gabriel Perissé em 19/8/2008
A principal reportagem da revista Veja desta semana (edição nº 2074) aborda, uma vez mais, a qualidade do nosso ensino, aproveitando a oportunidade para (de novo!) comparar o Brasil medíocre à insuperável Finlândia.
A idéia central da matéria é a de que não temos consciência do quanto vai mal o ensino brasileiro. A fonte desta certeza é uma pesquisa encomendada pela própria Veja à CNT/Sensus. As jornalistas Monica Weinberg e Camila Pereira querem abrir nossos olhos. A pesquisa revela que a maioria dos docentes, pais e estudantes está satisfeita, embora indicadores e resultados em abundância demonstrem graves problemas: alunos semi-analfabetos, professores com preparação insuficiente, repetência e outros.
Conclusão: nós não nos enxergamos direito. Estaríamos conformados perante uma situação muito longe da ideal. Os pais cujos filhos freqüentam escolas particulares, investindo no fracasso. Os pais cujos filhos estão nas escolas públicas, acreditando na ilusão.
Mas a matéria prossegue. E pretende colocar o dedo na chaga. Estamos nessa situação porque professores, livros didáticos e apostilas antepõem ao ensino a doutrinação esquerdista. Os professores, segundo a mesma pesquisa, identificam-se com Paulo Freire e Marx. Em sala de aula, elogiam Che Guevara e Lênin. Deixam em segundo plano o ensino de língua portuguesa, aritmética, física. Não ensinam o que interessa... em nome da ideologia.
Mera coincidência
Aproveitando a carona, o economista Gustavo Ioschpe aponta a neutralidade como um dever dos professores. Essa história de "formar cidadãos conscientes" e "desenvolver a criatividade e o espírito crítico dos alunos" seria, no fundo, sonegar o conhecimento necessário à profissionalização do indivíduo. Aulas politicamente neutras solucionariam nossos problemas.
De fato, é desejável acompanhar o que "rola" em nossas salas de aula, identificando motivações ideológicas (afinal, isso é também formar cidadãos críticos), mas fica difícil aceitar o véu ideológico da neutralidade política com que a revista Veja se cobre. Denunciando a mistura entre ideologia de esquerda e educação, defende (dissimuladamente) a mistura que faz entre ideologia de direita e informação, entre interesses econômicos e jornalismo.
Curiosamente, entre as páginas 72 e 87, em que Monica Weinberg, Camila Pereira e Ioschpe escrevem, surgem três páginas (79, 81 e 83) publicitárias, nas quais o grupo Santander Brasil se apresenta como o melhor banco do mundo. Será uma alusão à "educação bancária" de que falava Paulo Freire? Não... isso é mera coincidência.
Pura neutralidade.
+++++
Perissé, a VEJA e o resto da Grande Mídia tupiniquim não tem coragem de abordar as insuficiências fundamentais nas atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida. O que temos aqui é mais um caso de ensino ideologizado: o materialismo filosófico mascarado de ciência.
Fui, indignado diante de tanta covardia jornalística...
Reconstruindo Galileu Galilei
segunda-feira, agosto 18, 2008
A leitura histórica que faço do affair Galileu vs. Igreja difere da historiografia mainstream que relata a questão como se fosse uma de ciência vs. religião. Pelo contrário, o que entendo é que Galileu Galilei foi condenado pela Igreja com o aval da Nomenklatura científica que era aristotélica. Parece que os historiadores vão pender um pouco para o lado de minha versão dos fatos.
Foto de Stefano Bianchetti/Corbis
Leia artigo interessante do Smithsonian Institution em 3 partes [Sorry, periferia, mas está em inglês];
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Foto de Stefano Bianchetti/Corbis
Leia artigo interessante do Smithsonian Institution em 3 partes [Sorry, periferia, mas está em inglês];
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Desconstruindo Darwin
sábado, agosto 16, 2008
Dr. Hiram Caton acabou de lançar um site sobre Darwin. Como ele veio a público, e postou o seu artigo sobre os erros históricos da Exposição "Darwin", eu agora posso mencioná-lo como a fonte dos blogs que aqui postei sobre o assunto que nunca foi reconhecido pelo Instituto Sangari que promoveu a exposição mundial sobre Darwin.
O Dr. Caton é agnóstico, sabe das insuficiências fundamentais da Síntese Moderna como teoria da evolução, e considera que a Síntese Evolutiva Ampliada não irá mudar muito em termos paradigmáticos.
O site do Dr. Caton vai ser listado nos meus preferidos.
O Dr. Caton é agnóstico, sabe das insuficiências fundamentais da Síntese Moderna como teoria da evolução, e considera que a Síntese Evolutiva Ampliada não irá mudar muito em termos paradigmáticos.
O site do Dr. Caton vai ser listado nos meus preferidos.
Plataforma eletrônica para uso gratuito na educação
quinta-feira, agosto 14, 2008
Aprendizado eletrônico
12/8/2008
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – O Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia) da FAPESP acaba de lançar uma plataforma inovadora para aprendizado e colaboração científica destinada às instituições de ensino e pesquisa de todo o país, do ensino básico ao superior.
Batizada como Ae, a plataforma eletrônica pode ser utilizada gratuitamente por professores, pesquisadores, estudantes e demais interessados no auxílio ao gerenciamento de cursos on-line, no suporte ao ensino presencial e à pesquisa colaborativa.
A versão inicial do sistema, criada no âmbito do projeto Tidia Aprendizado Eletrônico (Ae), disponibiliza ferramentas de gerenciamento de cursos e projetos colaborativos, de repositório de informações e de interatividade entre os usuários.
"O objetivo de ensino e pesquisa da plataforma está na exploração, em um ambiente de aprendizagem eletrônica com fartura de banda, das características da internet avançada que facilitam grandemente a interação e a colaboração entre pesquisadores, docentes e estudantes", disse Wilson Vicente Ruggiero, coordenador geral do Tidia Ae, à Agência FAPESP.
No âmbito das atividades de pesquisa colaborativa, Ruggiero, que é professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), exemplifica uma aplicação da plataforma Ae.
"As ferramentas de aprendizado eletrônico da plataforma podem ser adaptadas para interações mais genéricas entre os usuários. Imaginemos cientistas de localidades distintas trabalhando à distância em qualquer área do conhecimento. Pelo Ae pode-se definir uma sessão de trabalho para o início de uma reunião, por exemplo, em que é possível entrar em uma sala virtual e escolher uma das cadeiras disponíveis na mesa do ambiente virtual", explicou.
Segundo ele outro pesquisador, em outra parte do mundo, pode entrar na mesma sala de reunião e também se posicionar em um dos lugares da mesa para começar a dialogar com os companheiros, com o auxílio de recursos de voz, vídeo e compartilhamento de documentos.
"O ambiente oferece sensações próximas à realidade. Um colega que esteja sentado à minha esquerda escutará o som da minha voz vindo da direita dele, o que aumentará a sensação de presença, o potencial de interação e, conseqüentemente, a colaboração", disse o professor da Poli.
Apesar da distância, nesse caso é possível elaborar, por meio de vídeos de alta resolução, um documento escrito por todos os participantes da reunião. "Os participantes podem escrever um documento em conjunto e fazer, em outra interface, rascunhos ou desenhos para explicar o que cada um está querendo dizer, como se todos estivessem sentados em uma mesa de reunião presencial", descreveu.
"Esse compartilhamento de dados e idéias em ambientes virtuais é conhecido como realidade aumentada. É a tecnologia aplicada para minimizar a barreira da distância", explicou Ruggiero.
Educação compartilhada
Do ponto de vista do ensino, no ambiente Ae o usuário pode manter um perfil pessoal, uma agenda compartilhada, delimitar e acompanhar o plano de estudos de uma disciplina ou o plano de atividades de um projeto, além de disponibilizar e compartilhar conteúdo didático e técnico.
Os professores e monitores de um determinado curso podem ainda disponibilizar exercícios no ambiente virtual, recebê-los e corrigi-los, sendo que as notas de cada aluno podem ser disponibilizadas para consulta em uma espécie de boletim virtual. "Além de elaborar uma aula a distância, o professor consegue registrar uma aula presencial salvando no ambiente suas apresentações didáticas e arquivos de áudio e vídeo", disse Ruggiero.
Segundo ele, o Ae pode ser integrado com as plataformas administrativas das instituições brasileiras para garantir maior sincronismo com os sistemas acadêmicos de ensino e aprendizagem.
"O educador consegue puxar os dados de uma determinada turma e criar um ambiente de trabalho com todos os alunos matriculados na instituição, que automaticamente passam a ter acesso à nova disciplina no ambiente virtual", afirmou.
Ruggiero destaca que à medida que iniciativas tecnológicas como o ambiente Ae começam a diminuir as distâncias entre produtores e disseminadores do conhecimento, aumenta o potencial de colaborações eficientes entre os pares e o efeito de escala no processo de aprendizagem passa a ser cada vez maior.
"Em um país continental como o Brasil, essas plataformas deverão contribuir para a maior distribuição do conhecimento no país, de modo a ter também enorme repercussão social. Na atual sociedade da informação em que o conhecimento é algo que deve ser perseguido continuamente pela população, o número de aprendizes é muito maior e transcende o número de alunos na escola. E só a tecnológica conseguirá suprir as necessidades de aprendizado em larguíssima escala", disse.
Do Brasil para o mundo
Outra novidade é que a plataforma Ae representa o Brasil na comunidade internacional de pesquisadores em aprendizagem eletrônica por ser membro do Global Learning Consortium, uma iniciativa do Sakai (www.proyectosakai.org), projeto que reúne cientistas de todo o mundo na área de ensino colaborativo.
"As ferramentas da plataforma Ae, desenvolvidas com código livre, estão em total sintonia com os padrões de interoperabilidade definidos internacionalmente para a área de aprendizado eletrônico, também podendo ser utilizadas em sistemas de outras partes do mundo", disse Ruggiero.
Por outro lado, funcionalidades desenvolvidas por pesquisadores estrangeiros e que também seguem esses padrões podem ser adicionadas ao Ae, de modo a alavancar o esforço de desenvolvimento brasileiro em cima do esforço mundial, e vice-versa.
"Os códigos-fonte do Ae não foram criados para funcionar apenas em ambientes colaborativos específicos. Os padrões internacionais permitem a elaboração de uma conectividade combinada entre desenvolvedores de diferentes países", disse o coordenador do Projeto Tidia Ae, que reúne mais de 20 laboratórios paulistas e 150 pesquisadores de universidades do Estado de São Paulo.
A primeira versão do ambiente Ae foi apresentada durante a 60ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em julho, em Campinas. "Qualquer instituição do país que desejar implantar a plataforma pode baixar o código fonte do Ae, instalá-los em seus servidores e usar o ambiente para fins de ensino e pesquisa", afirmou Ruggiero.
Para utilizar o sistema é preciso fazer o download aqui e acessar os tutorias no site http://tidia-ae.usp.br.
É possível conhecer suas funcionalidades assistindo a um vídeo aqui.
Mais informações sobre o Projeto Tidia Ae.
12/8/2008
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – O Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia) da FAPESP acaba de lançar uma plataforma inovadora para aprendizado e colaboração científica destinada às instituições de ensino e pesquisa de todo o país, do ensino básico ao superior.
Batizada como Ae, a plataforma eletrônica pode ser utilizada gratuitamente por professores, pesquisadores, estudantes e demais interessados no auxílio ao gerenciamento de cursos on-line, no suporte ao ensino presencial e à pesquisa colaborativa.
A versão inicial do sistema, criada no âmbito do projeto Tidia Aprendizado Eletrônico (Ae), disponibiliza ferramentas de gerenciamento de cursos e projetos colaborativos, de repositório de informações e de interatividade entre os usuários.
"O objetivo de ensino e pesquisa da plataforma está na exploração, em um ambiente de aprendizagem eletrônica com fartura de banda, das características da internet avançada que facilitam grandemente a interação e a colaboração entre pesquisadores, docentes e estudantes", disse Wilson Vicente Ruggiero, coordenador geral do Tidia Ae, à Agência FAPESP.
No âmbito das atividades de pesquisa colaborativa, Ruggiero, que é professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), exemplifica uma aplicação da plataforma Ae.
"As ferramentas de aprendizado eletrônico da plataforma podem ser adaptadas para interações mais genéricas entre os usuários. Imaginemos cientistas de localidades distintas trabalhando à distância em qualquer área do conhecimento. Pelo Ae pode-se definir uma sessão de trabalho para o início de uma reunião, por exemplo, em que é possível entrar em uma sala virtual e escolher uma das cadeiras disponíveis na mesa do ambiente virtual", explicou.
Segundo ele outro pesquisador, em outra parte do mundo, pode entrar na mesma sala de reunião e também se posicionar em um dos lugares da mesa para começar a dialogar com os companheiros, com o auxílio de recursos de voz, vídeo e compartilhamento de documentos.
"O ambiente oferece sensações próximas à realidade. Um colega que esteja sentado à minha esquerda escutará o som da minha voz vindo da direita dele, o que aumentará a sensação de presença, o potencial de interação e, conseqüentemente, a colaboração", disse o professor da Poli.
Apesar da distância, nesse caso é possível elaborar, por meio de vídeos de alta resolução, um documento escrito por todos os participantes da reunião. "Os participantes podem escrever um documento em conjunto e fazer, em outra interface, rascunhos ou desenhos para explicar o que cada um está querendo dizer, como se todos estivessem sentados em uma mesa de reunião presencial", descreveu.
"Esse compartilhamento de dados e idéias em ambientes virtuais é conhecido como realidade aumentada. É a tecnologia aplicada para minimizar a barreira da distância", explicou Ruggiero.
Educação compartilhada
Do ponto de vista do ensino, no ambiente Ae o usuário pode manter um perfil pessoal, uma agenda compartilhada, delimitar e acompanhar o plano de estudos de uma disciplina ou o plano de atividades de um projeto, além de disponibilizar e compartilhar conteúdo didático e técnico.
Os professores e monitores de um determinado curso podem ainda disponibilizar exercícios no ambiente virtual, recebê-los e corrigi-los, sendo que as notas de cada aluno podem ser disponibilizadas para consulta em uma espécie de boletim virtual. "Além de elaborar uma aula a distância, o professor consegue registrar uma aula presencial salvando no ambiente suas apresentações didáticas e arquivos de áudio e vídeo", disse Ruggiero.
Segundo ele, o Ae pode ser integrado com as plataformas administrativas das instituições brasileiras para garantir maior sincronismo com os sistemas acadêmicos de ensino e aprendizagem.
"O educador consegue puxar os dados de uma determinada turma e criar um ambiente de trabalho com todos os alunos matriculados na instituição, que automaticamente passam a ter acesso à nova disciplina no ambiente virtual", afirmou.
Ruggiero destaca que à medida que iniciativas tecnológicas como o ambiente Ae começam a diminuir as distâncias entre produtores e disseminadores do conhecimento, aumenta o potencial de colaborações eficientes entre os pares e o efeito de escala no processo de aprendizagem passa a ser cada vez maior.
"Em um país continental como o Brasil, essas plataformas deverão contribuir para a maior distribuição do conhecimento no país, de modo a ter também enorme repercussão social. Na atual sociedade da informação em que o conhecimento é algo que deve ser perseguido continuamente pela população, o número de aprendizes é muito maior e transcende o número de alunos na escola. E só a tecnológica conseguirá suprir as necessidades de aprendizado em larguíssima escala", disse.
Do Brasil para o mundo
Outra novidade é que a plataforma Ae representa o Brasil na comunidade internacional de pesquisadores em aprendizagem eletrônica por ser membro do Global Learning Consortium, uma iniciativa do Sakai (www.proyectosakai.org), projeto que reúne cientistas de todo o mundo na área de ensino colaborativo.
"As ferramentas da plataforma Ae, desenvolvidas com código livre, estão em total sintonia com os padrões de interoperabilidade definidos internacionalmente para a área de aprendizado eletrônico, também podendo ser utilizadas em sistemas de outras partes do mundo", disse Ruggiero.
Por outro lado, funcionalidades desenvolvidas por pesquisadores estrangeiros e que também seguem esses padrões podem ser adicionadas ao Ae, de modo a alavancar o esforço de desenvolvimento brasileiro em cima do esforço mundial, e vice-versa.
"Os códigos-fonte do Ae não foram criados para funcionar apenas em ambientes colaborativos específicos. Os padrões internacionais permitem a elaboração de uma conectividade combinada entre desenvolvedores de diferentes países", disse o coordenador do Projeto Tidia Ae, que reúne mais de 20 laboratórios paulistas e 150 pesquisadores de universidades do Estado de São Paulo.
A primeira versão do ambiente Ae foi apresentada durante a 60ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em julho, em Campinas. "Qualquer instituição do país que desejar implantar a plataforma pode baixar o código fonte do Ae, instalá-los em seus servidores e usar o ambiente para fins de ensino e pesquisa", afirmou Ruggiero.
Para utilizar o sistema é preciso fazer o download aqui e acessar os tutorias no site http://tidia-ae.usp.br.
É possível conhecer suas funcionalidades assistindo a um vídeo aqui.
Mais informações sobre o Projeto Tidia Ae.
Terapias gênicas
Genética aplicada
12/8/2008
Fábio de Castro
Agência FAPESP – Apresentar ao público não-especializado o estado atual das pesquisas em terapias gênicas – uma área experimental na fronteira do conhecimento – é o objetivo principal do livro Genes contra doenças, de Rafael Linden, que acaba de ser lançado.
Professor titular do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Instituto do Milênio Rede de Terapia Gênica, Linden conta que a idéia central da obra é explicar por que essa área de pesquisa tem potencial para se transformar em tratamentos para diversas doenças. Para atingir o grande público, ele apostou na linguagem acessível.
"O princípio da terapia gênica é relativamente simples: introduzir no organismo de uma pessoa doente, com uso da técnica de DNA recombinante, um gene sadio responsável por codificar uma proteína que terá um efeito terapêutico. No livro, que inclui um glossário, procurei definir todos os termos técnicos da forma mais clara possível", disse à Agência FAPESP.
Coordenador do Instituto Virtual de Doenças Neurodegenerativas da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Linden explica que o livro chama a atenção especialmente para o caráter experimental e para o esforço de pesquisa que está sendo feito no mundo e no Brasil em particular.
"Contei a história de como as idéias de terapias gênicas foram geradas, indiquei as principais formas de terapias concebidas – voltada para doenças monogênicas ou para outras doenças que não têm sua causa em um só gene – discuti as principais dificuldades enfrentadas e mostrei até onde foi a investigação científica na área", disse.
Segundo Linden, o número de pesquisadores envolvidos com o estudo de terapia gênica no Brasil ainda é pequeno, mas o país tem dado uma contribuição importante, que foi abordada no livro.
"A rede do Instituto do Milênio está no terceiro ano de funcionamento e envolve 14 laboratórios de pesquisa no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Dez desses grupos trabalham com o que chamamos de terapia gênica clássica. Os outros quatro trabalham com a área de vacinas de DNA, que tem intersecção com a área da imunologia", disse.
Caso a caso
Linden ressalta que não há atualmente nenhuma terapia gênica em uso médico, mas que os ensaios clínicos têm sido promissores em algumas doenças muito particulares.
"Como é preciso usar um vetor para a introdução do gene, não existe possibilidade de criar uma terapia gênica generalizada para uma classe de doenças. Cada caso é um caso. Por isso, a expectativa é maior em relação a um procedimento de tratamento individualizado ou particularizado para determinados grupos de pacientes", afirmou.
Segundo ele, há doenças que são causadas por mutações em genes específicos. Nesse caso, um paciente pode não produzir uma determinada enzima, necessária para o metabolismo, adquirindo, por exemplo, sintomas neurológicos associados.
"O tratamento poderia ser feito com a reposição da enzima. Atualmente, é um procedimento extremamente caro e que precisa ser feito de forma contínua. A alternativa seria introduzir no paciente o gene normal, que passaria a codificar a proteína necessária", disse.
Em outras doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, há vários genes associados à suscetibilidade ou à gravidade da doença, mas nenhum deles é exclusivamente responsável por ela. Nesses casos, poderia ser utilizada uma proteína neuroprotetora com fator neurotrófico, que diminui a chance de morte da células neurais.
"A doença poderia então ser combatida com a introdução de cópias adicionais dos genes que codificam essa proteína, aumentando sua carga no sistema nervoso a fim de combater a doneça. Existem ensaios clínicos nessa área, que consistem na introdução do gene que codifica o fator neurotrófico NGF", disse.
Mais recursos humanos
A área em que os avanços estão mais próximos de uma terapia efetiva, segundo o professor da UFRJ, envolve síndromes de imunodeficiências severas. "Uma delas é conhecida como síndrome da criança da bolha. Trata-se de uma deficiência imune extremamente grave na qual a criança não pode se expor a nenhum agente infeccioso, por não ter qualquer resposta imune. Há duas variedades dessa doença para as quais há bastante avanço na pesquisa visando o desenvolvimento de terapias gênicas", explicou.
O progresso, no entanto, não é fácil. Se a terapia se mostrou curativa em uma classe da síndrome da criança da bolha, em outra, os vetores empregados, produzidos a partir de um retrovírus, geraram uma em pacientes. "É um efeito colateral grave que precisará ser resolvido. Isso deverá ser feito nos próximos anos com a modificação dos vetores usados para a introdução do gene", disse.
A necessidade de estudar terapias para cada doença de forma particularizada, de acordo com Linden, gera demanda por recursos humanos especializados. "Esse é um dos objetivos da rede que existe no Brasil, que pretendemos expandir. Já estamos trabalhando de forma integrada entre os diversos grupos de pesquisadores e em interação com empresas", afirmou.
Genes contra doenças - Terapia gênica: uma nova era na genética
Autor: Rafael Linden
Lançamento: 2008
Preço: R$ 22
Mais informações aqui.
12/8/2008
Fábio de Castro
Agência FAPESP – Apresentar ao público não-especializado o estado atual das pesquisas em terapias gênicas – uma área experimental na fronteira do conhecimento – é o objetivo principal do livro Genes contra doenças, de Rafael Linden, que acaba de ser lançado.
Professor titular do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Instituto do Milênio Rede de Terapia Gênica, Linden conta que a idéia central da obra é explicar por que essa área de pesquisa tem potencial para se transformar em tratamentos para diversas doenças. Para atingir o grande público, ele apostou na linguagem acessível.
"O princípio da terapia gênica é relativamente simples: introduzir no organismo de uma pessoa doente, com uso da técnica de DNA recombinante, um gene sadio responsável por codificar uma proteína que terá um efeito terapêutico. No livro, que inclui um glossário, procurei definir todos os termos técnicos da forma mais clara possível", disse à Agência FAPESP.
Coordenador do Instituto Virtual de Doenças Neurodegenerativas da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Linden explica que o livro chama a atenção especialmente para o caráter experimental e para o esforço de pesquisa que está sendo feito no mundo e no Brasil em particular.
"Contei a história de como as idéias de terapias gênicas foram geradas, indiquei as principais formas de terapias concebidas – voltada para doenças monogênicas ou para outras doenças que não têm sua causa em um só gene – discuti as principais dificuldades enfrentadas e mostrei até onde foi a investigação científica na área", disse.
Segundo Linden, o número de pesquisadores envolvidos com o estudo de terapia gênica no Brasil ainda é pequeno, mas o país tem dado uma contribuição importante, que foi abordada no livro.
"A rede do Instituto do Milênio está no terceiro ano de funcionamento e envolve 14 laboratórios de pesquisa no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Dez desses grupos trabalham com o que chamamos de terapia gênica clássica. Os outros quatro trabalham com a área de vacinas de DNA, que tem intersecção com a área da imunologia", disse.
Caso a caso
Linden ressalta que não há atualmente nenhuma terapia gênica em uso médico, mas que os ensaios clínicos têm sido promissores em algumas doenças muito particulares.
"Como é preciso usar um vetor para a introdução do gene, não existe possibilidade de criar uma terapia gênica generalizada para uma classe de doenças. Cada caso é um caso. Por isso, a expectativa é maior em relação a um procedimento de tratamento individualizado ou particularizado para determinados grupos de pacientes", afirmou.
Segundo ele, há doenças que são causadas por mutações em genes específicos. Nesse caso, um paciente pode não produzir uma determinada enzima, necessária para o metabolismo, adquirindo, por exemplo, sintomas neurológicos associados.
"O tratamento poderia ser feito com a reposição da enzima. Atualmente, é um procedimento extremamente caro e que precisa ser feito de forma contínua. A alternativa seria introduzir no paciente o gene normal, que passaria a codificar a proteína necessária", disse.
Em outras doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, há vários genes associados à suscetibilidade ou à gravidade da doença, mas nenhum deles é exclusivamente responsável por ela. Nesses casos, poderia ser utilizada uma proteína neuroprotetora com fator neurotrófico, que diminui a chance de morte da células neurais.
"A doença poderia então ser combatida com a introdução de cópias adicionais dos genes que codificam essa proteína, aumentando sua carga no sistema nervoso a fim de combater a doneça. Existem ensaios clínicos nessa área, que consistem na introdução do gene que codifica o fator neurotrófico NGF", disse.
Mais recursos humanos
A área em que os avanços estão mais próximos de uma terapia efetiva, segundo o professor da UFRJ, envolve síndromes de imunodeficiências severas. "Uma delas é conhecida como síndrome da criança da bolha. Trata-se de uma deficiência imune extremamente grave na qual a criança não pode se expor a nenhum agente infeccioso, por não ter qualquer resposta imune. Há duas variedades dessa doença para as quais há bastante avanço na pesquisa visando o desenvolvimento de terapias gênicas", explicou.
O progresso, no entanto, não é fácil. Se a terapia se mostrou curativa em uma classe da síndrome da criança da bolha, em outra, os vetores empregados, produzidos a partir de um retrovírus, geraram uma em pacientes. "É um efeito colateral grave que precisará ser resolvido. Isso deverá ser feito nos próximos anos com a modificação dos vetores usados para a introdução do gene", disse.
A necessidade de estudar terapias para cada doença de forma particularizada, de acordo com Linden, gera demanda por recursos humanos especializados. "Esse é um dos objetivos da rede que existe no Brasil, que pretendemos expandir. Já estamos trabalhando de forma integrada entre os diversos grupos de pesquisadores e em interação com empresas", afirmou.
Genes contra doenças - Terapia gênica: uma nova era na genética
Autor: Rafael Linden
Lançamento: 2008
Preço: R$ 22
Mais informações aqui.
Nova extinção à vista - a seleção natural em ação
Nova extinção em massa?
12/8/2008
Agência FAPESP – Os anfíbios resistiram bravamente às últimas cinco extinções em massa que assolaram o planeta, mas talvez não consigam se dar tão bem na próxima, que já pode ter começado.
Segundo estudo feito por David Wake e Vance Vredenburg, do Museu de Zoologia Vertebrada da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, as taxas de extinção de anfíbios subiram a níveis nunca vistos, em um sinal inequívoco de que há algo errado.
O trabalho, que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), destaca que a maior culpa é das mudanças climáticas, do desflorestamento e de uma doença mortal que tem pulado de uma espécie a outra.
Os autores questionam se a Terra estaria no início de sua sexta extinção em massa e apontam que os anfíbios fornecem uma resposta clara. Pelo menos um terço dos mais de 6,3 mil espécies de anfíbios no mundo está ameaçado.
"A mensagem geral a partir dos anfíbios é que podemos ter muito pouco tempo para evitar uma extinção em potencial. A questão é se prestaremos atenção antes que seja tarde demais", disse Vredenburg, que também é professor da Universidade Estadual de San Francisco.
Diversos fatores têm sido apontados como causadores de mudanças profundas nas populações de anfíbios, mas o artigo destaca uma doença infecciosa emergente, a quitridiomicose, como diretamente responsável pelo fim de mais de 200 espécies. Nenhuma outra doença representa uma ameaça tão grande à biodiversidade.
O problema é causado por um fungo aquático de origem desconhecida, o primeiro do tipo a atingir invertebrados e, no caso, apenas anfíbios. Segundo os autores do estudo, entender a ecologia da quitridiomicose ajudará não apenas aos anfíbios, mas também aos humanos, uma vez que ainda não se sabe se o patógeno poderá atingir outras espécies.
Um exemplo de espécie ameaçada é o sapo-de-perna-amarela de Sierra Nevada, que foi identificada com quitridiomicose em 2001. Nos anos seguintes, foram registrados casos de enorme mortandade e de colapso de populações da espécie.
De acordo com os autores, ainda não se sabe como o fungo, que é surpreendentemente virulento, provoca a morte. "É preciso entender o que está matando esses animais. Essa doença é um exemplo notável de um patógeno que pula fronteiras e causa destruição", disse Vredenburg.
Wake e Vredenburg descrevem os impactos das extinções em massa anteriores. A mais antiga conhecida ocorreu há cerca de 439 milhões de anos, quando 25% de todas as famílias e 60% dos gêneros de organismos marinhos deixaram de existir. A seguinte foi durante o Devoniano superior, há cerca de 364 milhões de anos, quando 22% das famílias e 57% dos gêneros marinhos desapareceram.
A extinção no Permiano-Triássico, há cerca de 251 milhões de anos, foi de longe a pior, com o fim de 95% de todas as espécies, marinhas ou terrestres. A seguinte ocorreu no fim do Triássico, há cerca de 200 milhões de anos, que afetou particularmente as espécies marinhas.
A mais recente extinção marcou o fim do Cretáceo, há cerca de 65,5 milhões de anos, quando 47% dos gêneros marinhos e 18% das famílias de vertebrados desapareceram. É a mais conhecida, por ter marcado o fim dos dinossauros.
O artigo Are we in the midst of the sixth mass extinction? A view from the world of amphibians, de David Wake e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org.
+++++
NOTA DESTE BLOGGER:
Professores, pesquisadores e alunos de universidade públicas e privadas têm acesso gratuito ao PNAS e a outras publicações científicas através do site do CAPES Periódicos.
12/8/2008
Agência FAPESP – Os anfíbios resistiram bravamente às últimas cinco extinções em massa que assolaram o planeta, mas talvez não consigam se dar tão bem na próxima, que já pode ter começado.
Segundo estudo feito por David Wake e Vance Vredenburg, do Museu de Zoologia Vertebrada da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, as taxas de extinção de anfíbios subiram a níveis nunca vistos, em um sinal inequívoco de que há algo errado.
O trabalho, que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), destaca que a maior culpa é das mudanças climáticas, do desflorestamento e de uma doença mortal que tem pulado de uma espécie a outra.
Os autores questionam se a Terra estaria no início de sua sexta extinção em massa e apontam que os anfíbios fornecem uma resposta clara. Pelo menos um terço dos mais de 6,3 mil espécies de anfíbios no mundo está ameaçado.
"A mensagem geral a partir dos anfíbios é que podemos ter muito pouco tempo para evitar uma extinção em potencial. A questão é se prestaremos atenção antes que seja tarde demais", disse Vredenburg, que também é professor da Universidade Estadual de San Francisco.
Diversos fatores têm sido apontados como causadores de mudanças profundas nas populações de anfíbios, mas o artigo destaca uma doença infecciosa emergente, a quitridiomicose, como diretamente responsável pelo fim de mais de 200 espécies. Nenhuma outra doença representa uma ameaça tão grande à biodiversidade.
O problema é causado por um fungo aquático de origem desconhecida, o primeiro do tipo a atingir invertebrados e, no caso, apenas anfíbios. Segundo os autores do estudo, entender a ecologia da quitridiomicose ajudará não apenas aos anfíbios, mas também aos humanos, uma vez que ainda não se sabe se o patógeno poderá atingir outras espécies.
Um exemplo de espécie ameaçada é o sapo-de-perna-amarela de Sierra Nevada, que foi identificada com quitridiomicose em 2001. Nos anos seguintes, foram registrados casos de enorme mortandade e de colapso de populações da espécie.
De acordo com os autores, ainda não se sabe como o fungo, que é surpreendentemente virulento, provoca a morte. "É preciso entender o que está matando esses animais. Essa doença é um exemplo notável de um patógeno que pula fronteiras e causa destruição", disse Vredenburg.
Wake e Vredenburg descrevem os impactos das extinções em massa anteriores. A mais antiga conhecida ocorreu há cerca de 439 milhões de anos, quando 25% de todas as famílias e 60% dos gêneros de organismos marinhos deixaram de existir. A seguinte foi durante o Devoniano superior, há cerca de 364 milhões de anos, quando 22% das famílias e 57% dos gêneros marinhos desapareceram.
A extinção no Permiano-Triássico, há cerca de 251 milhões de anos, foi de longe a pior, com o fim de 95% de todas as espécies, marinhas ou terrestres. A seguinte ocorreu no fim do Triássico, há cerca de 200 milhões de anos, que afetou particularmente as espécies marinhas.
A mais recente extinção marcou o fim do Cretáceo, há cerca de 65,5 milhões de anos, quando 47% dos gêneros marinhos e 18% das famílias de vertebrados desapareceram. É a mais conhecida, por ter marcado o fim dos dinossauros.
O artigo Are we in the midst of the sixth mass extinction? A view from the world of amphibians, de David Wake e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org.
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NOTA DESTE BLOGGER:
Professores, pesquisadores e alunos de universidade públicas e privadas têm acesso gratuito ao PNAS e a outras publicações científicas através do site do CAPES Periódicos.
Darwinistas ortodoxos fundamentalistas xiítas?
terça-feira, agosto 05, 2008
"Quando eles dizem que alguns proponentes da evolução são seguidores cegos, eles estão certos. Alguns anos atrás eu cobri uma conferência dos Ateus Americanos em Las Vegas. Eu conheci diversas pessoas que estavam convictas de que a teoria evolutiva estava correta... Eles chegaram ao darwinismo deles através de um compromisso com o naturalismo e ateísmo e não através do estudo da ciência. Eles ainda estão corretos quando eles dizem que a evolução acontece. Mas eu temo que eles estão errados em se nomearem céticos livres de ideologia. Muitos deles são melhor descritos como zelotas."
- Gordy Slack, na revista The Scientist, 20/06/2008
"When they say that some proponents of evolution are blind followers, they’re right. A few years ago I covered a conference of the American Atheists in Las Vegas. I met dozens of people there who were dead sure that evolutionary theory was correct... They came to their Darwinism via a commitment to naturalism and atheism not through the study of science. They’re still correct when they say evolution happens. But I’m afraid they’re wrong to call themselves skeptics unencumbered by ideology. Many of them are best described as zealots."
—Gordy Slack, The Scientist 20/06/2008
- Gordy Slack, na revista The Scientist, 20/06/2008
"When they say that some proponents of evolution are blind followers, they’re right. A few years ago I covered a conference of the American Atheists in Las Vegas. I met dozens of people there who were dead sure that evolutionary theory was correct... They came to their Darwinism via a commitment to naturalism and atheism not through the study of science. They’re still correct when they say evolution happens. But I’m afraid they’re wrong to call themselves skeptics unencumbered by ideology. Many of them are best described as zealots."
—Gordy Slack, The Scientist 20/06/2008
Darwin 3.0: o que vai ser revisado ou descartado teoricamente em 2010?
Desde 1998 este blogger vem abordando as insuficiências epistêmicas da atual teoria da evolução — a Síntese Moderna — com autores de livros-texto de Biologia do ensino médio, com editorias de ciência da Grande Mídia Tupiniquim, apelidada aqui carinhosamente de GMT, com professores e cientistas de universidades públicas e privadas, sobre as insuficiências epistêmicas da atual teoria da evolução — a Síntese Moderna.
O professor Aldo Mellender de Araújo, da UFRGS, diante de um pôster que apresentei na USP em 2006, intitulado “Uma iminente mudança paradigmática em Biologia evolutiva?”, me perguntou: “Tu tens uma nova teoria para pôr no lugar?” Respondi: “Eu sou apenas um historiador de ciência em formação. Quem tem de elaborar uma nova teoria evolutiva são vocês biólogos.” E, mesmo não sendo vidente, mas ligado com a literatura especializada, faz é tempo que anuncio uma iminente e eminente mudança paradigmática em biologia evolutiva: Darwin 3.0 não será uma teoria evolutiva selecionista. Kaput, seleção natural... E agora, José, ooops, Darwin???
Eu fui evolucionista de carteirinha conforme meu perfil neste blog. O meu ceticismo em relação à evolução [processos macroevolutivos, uma espécie se transformando noutra ao longo do tempo através de mecanismos evolutivos tipo seleção natural ou XYZ, ou todo o ABC] não se deu através de relatos de criação de concepções religiosas. Foi a leitura objetiva de pesquisas e artigos em publicações científicas que me fizeram dizer adeus a Darwin em 1998 sem medo de ser epistemologicamente feliz.
A teoria da evolução é uma teoria de longo alcance histórico cheia de dificuldades insuperáveis no contexto de justificação teórica. Quando uma teoria não mais responde às anomalias, é preciso revisá-la onde precisa ser reparada ou simplesmente descartá-la. Como em ciência não se opera no vácuo epistemológico, eu predisse neste blog que uma nova teoria da evolução estava sendo elaborada pela Academia. Os meninos e meninas da galera de Darwin fizeram de mim objeto de escárnio e repúdio no ciberespaço, mas este blogger está sendo vindicado.
O que deve ser revisado, acrescentado ou descartado na nova versão Darwin 3.0 da teoria da evolução? Ela já tem até nome — Síntese Evolutiva Ampliada. Para ganhar uma idéia disso, leia a seguir o artigo do meu amigo David Tyler:
Quanto da teoria evolucionária precisa de conserto?
25/07/08
por David Tyler 08:32:16 am
Em 2005, Massimo Pigliucci, numa resenha de livro para a revista Nature, escreveu: "O clamor de se revisar o neodarwinismo está ficando tão alto que, esperançosamente, a maioria dos biólogos evolucionistas em atividade começará a prestar atenção. Tem sido afirmado que a ciência freqüentemente progride não porque as pessoas mudam suas mentes, mas porque as pessoas mais velhas morrem, e a nova geração é mais aberta a idéias novas." Este clamor não tem diminuído em anos sucessivos, e uma evidência recente disto foi um encontro privado em Altenberg, Áustria, de 10 a13 de julho de 2008. Este evento foi publicado em março por Susan Mazur, e os comentários recentes dela estão aqui.
O que está além da Síntese Moderna?
Contudo, este blog é para chamar atenção de um artigo na revista Science por Elizabeth Pennisi. De acordo com Pigliucci, a atenção criada pela crônica de Mazur "francamente me causou embaraço". As razões para isso não são totalmente claras, porque não dúvida de que o encontro de Altenberg foi planejado para abordar os problemas de uma teoria em declínio. Avanços científicos têm revelado pontos fracos na síntese neodarwinista, e é tempo de mudança.
Mais do que genes passar adiante informação de uma geração para a próxima, por exemplo, e o desenvolvimento parece ajudar a modelar o curso da evolução. "Muitas coisas precisam ser consertadas," enfatiza uma palestrante convidada, Eva Jablonka da Universidade de Tel Aviv em Israel. "Eu acho que uma nova síntese evolutiva há muito se faz necessária."
Grandes avanços têm sido feitos em biologia do desenvolvimento, mas esses avanços reforçam a idéia que o "desenvolvimento refreia a evolução". Os neodarwinistas não acolhem bem esta idéia porque eles têm promovido o conceito do cenário adaptivo, onde há uma plasticidade inata e onde todas as barreiras para a transformação podem, em princípio, serem vencidas. As discussões sobre os limites da variação são estranhas ao modo de pensar deles. Todavia, uma vez que se reconhece que a estase é tão importante para se considerar quanto a variação, e que a estase pode ser um fenômeno desenvolvimentista (não apenas governado pelo meio-ambiente), então há questões científicas importantes para se considerar sobre os limites da variação.
Até agora, os neodarwinistas têm tratado tais questões como uma intromissão da ideologia religiosa dentro da ciência. As perspectivas contrastantes são explicadas assim por Pennisi:
Da perspectiva da síntese moderna, Wagner explica, “o plano corporal é um resíduo histórico do tempo evolutivo, o crepúsculo do processo evolutivo” de tal modo que os organismos mais proximamente relacionados partilham das mesmas características. O ponto de vista alternativo, ele diz, é que “os planos corporais têm inércia interna”, e a evolução opera em torno desta estabilidade.
Outra área importante de interesse diz respeito à “regulação”: esta é a nova palavra de ordem em círculos de biologia; “mesmo assim, é outro conceito virtualmente ignorado na síntese moderna”. Isto é importante porque os mecanismos do neodarwinismo têm sido reconhecidos pelo grupo de Altenberg como sendo bem ineficiente. Isto se segue de pesquisa empírica sobre o que verdadeiramente estes mecanismos conseguem realizar.
Resumindo: “Novas características contêm muito pouco do que é novo no modo dos componentes funcionais, enquanto que a mudança reguladora é crucial,” Kirschner e John Gerhart da Universidade da Califórnia, Berkeley, escreveram num suplemento da edição de 15 de maio de 2007 dos Proceedings of the National Academy of Sciences. (Para minha postagem sobre este artigo, clique aqui.
Outra lacuna ainda maior no pensamento neodarwinista é a epigenética. Os fatores ambientais podem influenciar a maneira como que os genes são ativados e desativados, e isso cria um “aumento estonteante na complexidade de todo o sistema hereditário”. Embora isso não seja mencionado por Pennissi, a epigenética é de interesse para os cientistas do DI porque as questões de complexidade têm estimulado as inferências sobre design.
Certas condições ambientais tais como dieta durante a gestação podem alterar os padrões epigenéticos da descendência resultante, e as novas características que resultam podem durar por gerações, disse Jablonka, que tem se esforçado há anos para ganhar o reconhecimento deste modo de herança. [...] “Está começando a ser aceito que [a epigenética] pode na verdade ter algo a contribuir para a evolução”, disse Jablonka. Ela argumenta que porque estas modificações químicas mudam quão bem enrolado é o DNA, elas podem também influenciar outras propriedades de um genoma que são relevantes para a evolução. O espiralar de um filamento de DNA, ela destaca, pode alterar a taxa de mutação, o meio fácil pelo qual os elementos móveis podem se mover, a duplicação dos genes, e até o quanto de troca de gene pode ocorrer entre os cromossomos combinantes.
Com todo este entusiasmo, é difícil evitar ser visto como um chato estraga-prazer se você for um cético. Contudo, Jerry Coyne se vê obrigado [ser um estraga-prazer]: “É uma piada”, disse Jerry Coyne da Universidade de Chicago em Illinois. “Eu não acho que haja algo que precise ser consertado.”
Estas discussões são interessantes para os cientistas do DI, não somente porque elas estão abordando questões são do interesse direto para o desenvolvimento do pensamento de DI. Nós não temos que presumir ancestral comum, e nós mesmo assim descobrimos que a variação é dentro de limites. Nós podemos descobrir que os aspectos reguladores da genética são evidências fortes de design. Nós podemos descobrir que a epigenética aponta para novos níveis de complexidade primorosa que revelam as marcas de design. Nós não presumimos os resultados, então para nós é uma exploração genuína. Por contraste, a abordagem secularizada da ciência deve traçar tudo remontando a um ancestral comum universal e deve explicar o design na natureza totalmente por referência a causas naturais.
Modernizing the Modern Synthesis
Elizabeth Pennisi
Science 321, 11 July 2008: 196-197 | DOI: 10.1126/science.321.5886.196
Seventy years ago, evolutionary biologists hammered out the modern synthesis to bring Darwin's ideas in line with current insights into how organisms change through time. Some say it's time for Modern Synthesis 2.0. [Eu carinhosamente chamo esta mudança teórica de Darwin 3.0].
Vide também:
Pigliucci1, M. Expanding evolution, Nature 435, 565-566 (2 June 2005)
Mazur, S. Altenberg! The Woodstock of Evolution (Scoop! 4 March 2008)
+++++
NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:
Grande Mídia Tupiniquim, Claudio Ângelo (da Folha de São Paulo), como então não existe crise na teoria da evolução? Por que esses fatos fundamentais comprometedores para a Síntese Moderna é subtraído na abordagem da evolução em nossos melhores livros-texto de Biologia e do grande público? E em certos blogs como o Visões da Vida do jovem jornalista Reinaldo José Lopes???
Em 1980, Stephen Jay Gould afirmou que o neodarwinismo tinha morrido fazia tempo, mas era considerado como ortodoxia somente nos livros didáticos. São quase 30 anos deixando os alunos nas trevas acadêmicas sobre uma das teorias científicas mais importante. Tudo isso com o conhecimento e aval da SBPC, do MEC/SEMTEC/PNLEM.
E ainda dizem que os cientistas são pessoas objetivas e refratárias a ideologias, mas o que parece estar por detrás disso é o naturalismo filosófico mascarado de ciência. O nome disso é fraude acadêmica! E que os jornalistas científicos praticam jornalismo objetivo e investigativo. O nome disso é jornalismo científico chinfrim! Nada mais falso do que uma nota de R$ 3,00. Nada mais falso do que a honestidade da mulher de César.
Fui, indignado diante de tantas trevas epistêmicas pós-modernas onde os cientistas não perseguem mais a verdade aonde ela for dar, mas somente o que convém a um grupo detentor do poder ideológico na Akademia.
Não sei por que, mas me lembrei da Novilíngua do livro “1984” de Orwell...
O professor Aldo Mellender de Araújo, da UFRGS, diante de um pôster que apresentei na USP em 2006, intitulado “Uma iminente mudança paradigmática em Biologia evolutiva?”, me perguntou: “Tu tens uma nova teoria para pôr no lugar?” Respondi: “Eu sou apenas um historiador de ciência em formação. Quem tem de elaborar uma nova teoria evolutiva são vocês biólogos.” E, mesmo não sendo vidente, mas ligado com a literatura especializada, faz é tempo que anuncio uma iminente e eminente mudança paradigmática em biologia evolutiva: Darwin 3.0 não será uma teoria evolutiva selecionista. Kaput, seleção natural... E agora, José, ooops, Darwin???
Eu fui evolucionista de carteirinha conforme meu perfil neste blog. O meu ceticismo em relação à evolução [processos macroevolutivos, uma espécie se transformando noutra ao longo do tempo através de mecanismos evolutivos tipo seleção natural ou XYZ, ou todo o ABC] não se deu através de relatos de criação de concepções religiosas. Foi a leitura objetiva de pesquisas e artigos em publicações científicas que me fizeram dizer adeus a Darwin em 1998 sem medo de ser epistemologicamente feliz.
A teoria da evolução é uma teoria de longo alcance histórico cheia de dificuldades insuperáveis no contexto de justificação teórica. Quando uma teoria não mais responde às anomalias, é preciso revisá-la onde precisa ser reparada ou simplesmente descartá-la. Como em ciência não se opera no vácuo epistemológico, eu predisse neste blog que uma nova teoria da evolução estava sendo elaborada pela Academia. Os meninos e meninas da galera de Darwin fizeram de mim objeto de escárnio e repúdio no ciberespaço, mas este blogger está sendo vindicado.
O que deve ser revisado, acrescentado ou descartado na nova versão Darwin 3.0 da teoria da evolução? Ela já tem até nome — Síntese Evolutiva Ampliada. Para ganhar uma idéia disso, leia a seguir o artigo do meu amigo David Tyler:
Quanto da teoria evolucionária precisa de conserto?
25/07/08
por David Tyler 08:32:16 am
Em 2005, Massimo Pigliucci, numa resenha de livro para a revista Nature, escreveu: "O clamor de se revisar o neodarwinismo está ficando tão alto que, esperançosamente, a maioria dos biólogos evolucionistas em atividade começará a prestar atenção. Tem sido afirmado que a ciência freqüentemente progride não porque as pessoas mudam suas mentes, mas porque as pessoas mais velhas morrem, e a nova geração é mais aberta a idéias novas." Este clamor não tem diminuído em anos sucessivos, e uma evidência recente disto foi um encontro privado em Altenberg, Áustria, de 10 a13 de julho de 2008. Este evento foi publicado em março por Susan Mazur, e os comentários recentes dela estão aqui.
O que está além da Síntese Moderna?
Contudo, este blog é para chamar atenção de um artigo na revista Science por Elizabeth Pennisi. De acordo com Pigliucci, a atenção criada pela crônica de Mazur "francamente me causou embaraço". As razões para isso não são totalmente claras, porque não dúvida de que o encontro de Altenberg foi planejado para abordar os problemas de uma teoria em declínio. Avanços científicos têm revelado pontos fracos na síntese neodarwinista, e é tempo de mudança.
Mais do que genes passar adiante informação de uma geração para a próxima, por exemplo, e o desenvolvimento parece ajudar a modelar o curso da evolução. "Muitas coisas precisam ser consertadas," enfatiza uma palestrante convidada, Eva Jablonka da Universidade de Tel Aviv em Israel. "Eu acho que uma nova síntese evolutiva há muito se faz necessária."
Grandes avanços têm sido feitos em biologia do desenvolvimento, mas esses avanços reforçam a idéia que o "desenvolvimento refreia a evolução". Os neodarwinistas não acolhem bem esta idéia porque eles têm promovido o conceito do cenário adaptivo, onde há uma plasticidade inata e onde todas as barreiras para a transformação podem, em princípio, serem vencidas. As discussões sobre os limites da variação são estranhas ao modo de pensar deles. Todavia, uma vez que se reconhece que a estase é tão importante para se considerar quanto a variação, e que a estase pode ser um fenômeno desenvolvimentista (não apenas governado pelo meio-ambiente), então há questões científicas importantes para se considerar sobre os limites da variação.
Até agora, os neodarwinistas têm tratado tais questões como uma intromissão da ideologia religiosa dentro da ciência. As perspectivas contrastantes são explicadas assim por Pennisi:
Da perspectiva da síntese moderna, Wagner explica, “o plano corporal é um resíduo histórico do tempo evolutivo, o crepúsculo do processo evolutivo” de tal modo que os organismos mais proximamente relacionados partilham das mesmas características. O ponto de vista alternativo, ele diz, é que “os planos corporais têm inércia interna”, e a evolução opera em torno desta estabilidade.
Outra área importante de interesse diz respeito à “regulação”: esta é a nova palavra de ordem em círculos de biologia; “mesmo assim, é outro conceito virtualmente ignorado na síntese moderna”. Isto é importante porque os mecanismos do neodarwinismo têm sido reconhecidos pelo grupo de Altenberg como sendo bem ineficiente. Isto se segue de pesquisa empírica sobre o que verdadeiramente estes mecanismos conseguem realizar.
Resumindo: “Novas características contêm muito pouco do que é novo no modo dos componentes funcionais, enquanto que a mudança reguladora é crucial,” Kirschner e John Gerhart da Universidade da Califórnia, Berkeley, escreveram num suplemento da edição de 15 de maio de 2007 dos Proceedings of the National Academy of Sciences. (Para minha postagem sobre este artigo, clique aqui.
Outra lacuna ainda maior no pensamento neodarwinista é a epigenética. Os fatores ambientais podem influenciar a maneira como que os genes são ativados e desativados, e isso cria um “aumento estonteante na complexidade de todo o sistema hereditário”. Embora isso não seja mencionado por Pennissi, a epigenética é de interesse para os cientistas do DI porque as questões de complexidade têm estimulado as inferências sobre design.
Certas condições ambientais tais como dieta durante a gestação podem alterar os padrões epigenéticos da descendência resultante, e as novas características que resultam podem durar por gerações, disse Jablonka, que tem se esforçado há anos para ganhar o reconhecimento deste modo de herança. [...] “Está começando a ser aceito que [a epigenética] pode na verdade ter algo a contribuir para a evolução”, disse Jablonka. Ela argumenta que porque estas modificações químicas mudam quão bem enrolado é o DNA, elas podem também influenciar outras propriedades de um genoma que são relevantes para a evolução. O espiralar de um filamento de DNA, ela destaca, pode alterar a taxa de mutação, o meio fácil pelo qual os elementos móveis podem se mover, a duplicação dos genes, e até o quanto de troca de gene pode ocorrer entre os cromossomos combinantes.
Com todo este entusiasmo, é difícil evitar ser visto como um chato estraga-prazer se você for um cético. Contudo, Jerry Coyne se vê obrigado [ser um estraga-prazer]: “É uma piada”, disse Jerry Coyne da Universidade de Chicago em Illinois. “Eu não acho que haja algo que precise ser consertado.”
Estas discussões são interessantes para os cientistas do DI, não somente porque elas estão abordando questões são do interesse direto para o desenvolvimento do pensamento de DI. Nós não temos que presumir ancestral comum, e nós mesmo assim descobrimos que a variação é dentro de limites. Nós podemos descobrir que os aspectos reguladores da genética são evidências fortes de design. Nós podemos descobrir que a epigenética aponta para novos níveis de complexidade primorosa que revelam as marcas de design. Nós não presumimos os resultados, então para nós é uma exploração genuína. Por contraste, a abordagem secularizada da ciência deve traçar tudo remontando a um ancestral comum universal e deve explicar o design na natureza totalmente por referência a causas naturais.
Modernizing the Modern Synthesis
Elizabeth Pennisi
Science 321, 11 July 2008: 196-197 | DOI: 10.1126/science.321.5886.196
Seventy years ago, evolutionary biologists hammered out the modern synthesis to bring Darwin's ideas in line with current insights into how organisms change through time. Some say it's time for Modern Synthesis 2.0. [Eu carinhosamente chamo esta mudança teórica de Darwin 3.0].
Vide também:
Pigliucci1, M. Expanding evolution, Nature 435, 565-566 (2 June 2005)
Mazur, S. Altenberg! The Woodstock of Evolution (Scoop! 4 March 2008)
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NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:
Grande Mídia Tupiniquim, Claudio Ângelo (da Folha de São Paulo), como então não existe crise na teoria da evolução? Por que esses fatos fundamentais comprometedores para a Síntese Moderna é subtraído na abordagem da evolução em nossos melhores livros-texto de Biologia e do grande público? E em certos blogs como o Visões da Vida do jovem jornalista Reinaldo José Lopes???
Em 1980, Stephen Jay Gould afirmou que o neodarwinismo tinha morrido fazia tempo, mas era considerado como ortodoxia somente nos livros didáticos. São quase 30 anos deixando os alunos nas trevas acadêmicas sobre uma das teorias científicas mais importante. Tudo isso com o conhecimento e aval da SBPC, do MEC/SEMTEC/PNLEM.
E ainda dizem que os cientistas são pessoas objetivas e refratárias a ideologias, mas o que parece estar por detrás disso é o naturalismo filosófico mascarado de ciência. O nome disso é fraude acadêmica! E que os jornalistas científicos praticam jornalismo objetivo e investigativo. O nome disso é jornalismo científico chinfrim! Nada mais falso do que uma nota de R$ 3,00. Nada mais falso do que a honestidade da mulher de César.
Fui, indignado diante de tantas trevas epistêmicas pós-modernas onde os cientistas não perseguem mais a verdade aonde ela for dar, mas somente o que convém a um grupo detentor do poder ideológico na Akademia.
Não sei por que, mas me lembrei da Novilíngua do livro “1984” de Orwell...
O trágico sentido da vida de Haeckel
segunda-feira, agosto 04, 2008
Resenha postada no blog de Peter D. Smith. Muita coisa interessante sobre o cientista que fraudou o desenho sobre o suposto estágio inicial dos embriões de vertebrados para "provar" o fato, Fato, FATO da evolução. Até hoje os melhores autores de livros-texto de Biologia como Amabis e Martho não reconhecem que se utilizaram desta fraude, apesar de não mais usá-la na presente edição do seu livro didático.
Sorry, periferia, mas está em inglês:
The Tragic Sense of Life
Times Literary Supplement, July 25, 2008, p 12
The Tragic Sense of Life: Ernst Haeckel and the Struggle over Evolutionary Thought, by Robert J. Richards (University of Chicago Press), 512 pp. £20.50. ISBN:0-226-71214-7.
Review by P. D. Smith
Twenty-three-year old Henrietta (“Etty”) Darwin was an intelligent and vivacious woman who often felt bored by the quietness of life in the heart of the Kent countryside. Visitors provided some welcome excitement and were eagerly anticipated. On 21st October 1866, a tall, handsome German guest arrived at Down House, as she explained in a breathless letter to her brother George:
“On Sunday we had a gt visitation. One of Papa’s most thoroughgoing disciples, a Jena professor, came to England on his way to Madeira & asked to come down & see Papa. We didn’t know whether he cd speak English & our spirits was [sic] naturally rather low. He came quite early on Sunday & when first he entered he was so agitated he forgot all the little English he knew & he & Papa shook hands repeatedly, Papa reiteratedly [sic] remarking that he was very glad to see him & Haeckel receiving it in dead silence.”
According to Robert J. Richards, Ernst Haeckel was the “foremost champion of Darwinism not only in Germany but throughout the world”. The two scientists had exchanged letters and photographs (as was then the custom), and Haeckel had sent copies of his publications, which Darwin praised in no uncertain terms. But this was their first meeting. Once the initial language difficulties were overcome, Etty – always an acute observer of her father’s guests – noted that “some of his sentences were very fine”.
For Haeckel, it was a great moment – to meet the scientist whose revolutionary theory would, he believed, usher in a new, modern age in which superstition would be banished and humankind would finally live in harmony with Nature. Haeckel recalled the meeting with his scientific hero many years later:
“As the coach pulled up to Darwin’s ivy-covered country house, shaded by elms, out of the shadows of the vine-covered entrance came the great scientist himself to meet me. He had a tall, worthy form with the broad shoulders of Atlas, who carries a world of thought. He had a Jupiter-like forehead, high and broadly domed, similar to Goethe’s, and with deep furrows from the habit of mental work.”
Haeckel was born in Potsdam in 1834, the son of a privy councillor to the Prussian court. A “young, introverted boy”, he grew up listening to his mother recite Schiller’s poetry and discussing Goethe’s nature philosophy with his father. The travel journals of Darwin and Alexander von Humboldt filled his impressionable mind with dreams of scientific adventures in exotic lands. His father took a more down-to-earth view of his future scientific career and Haeckel enrolled to study medicine at Würzburg university. It was here he discovered the delights of the microscope. “Vivant cellulae! Vivat Microscopia!” the student exclaimed to his father in 1853. But Haeckel, like Darwin, soon realized he was not cut out to be a physician. Illness and disease filled him with revulsion. As he explained to his parents in 1854, he still dreamed of following Humboldt’s example and travelling to tropical countries, “where I can sit in some primeval forest with my wife (that is, my inseparable microscope) and…anatomise and microscopize animals and plants, to collect all sorts of zoological, botanical, and geographical knowledge, so that this material will allow me to accomplish something coherent”.
That same year, while collecting specimens with the famous physiologist and zoologist Johannes Müller, Haeckel realized that marine invertebrate zoology might offer him the opportunity to make that dream come true. A few years later the “tall, golden, and strikingly handsome young scientist” was following in the footsteps of another of his Romantic heroes, Goethe, and travelling around Italy, sketchbook in hand, toying with the idea of becoming an artist. Instead, he took out his microscope and began studying the creatures in the seas around Messina, which he described as “the Eldorado of zoology”. There Haeckel discovered a research subject that provided him with the material for his first monograph and launched his academic career.
He chose a group of animals that was almost unknown at the time – the Radiolaria, a class of one-celled marine organisms a mere one-thousandth of an inch in diameter that lived on the surface of the sea and secreted unusual skeletons of silica. Müller’s final publication had been a short monograph on these creatures. But Haeckel realized he had only scratched the surface. By the time Haeckel had finished, he had increased by almost half the number of known species and analyzed their internal structure, something not done before. This ground-breaking research provided the subject for his Habilitationsschrift, the Latin dissertation essential to obtain an academic position in German universities. It also formed the basis of a large two-volume illustrated monograph, Die Radiolarien (Rhizopoda Radiaria) (1862). It was a brilliant study, one that announced the arrival in the scientific community of an immensely talented researcher.
Haeckel proudly dispatched a copy of his monograph to Down House. Darwin was astonished: the Radiolaria volumes were, he told Haeckel, “the most magnificent works which I have ever seen”. Haeckel had read Darwin’s On the Origin of Species in 1860. Two of his colleagues described it as a “completely mad book”. But Haeckel was utterly enthralled. As a scientist at the beginning of his career, Darwin’s theory suddenly provided him with a direction and a purpose. Darwin had challenged “young and striving naturalists” to test his theory. Haeckel took up the gauntlet. Indeed, he felt his talents were ideally suited to establishing the theory empirically. He believed he could provide the positive proof of descent that would make Darwin’s dangerous idea into an irrefutable law of nature. So convinced was Haeckel by Darwin’s new controversial theory that he boldly claimed in his monograph that Radiolaria provided empirical support for the new theory. He began systematizing his species into some fifteen different families and drew up a genealogical table indicating descent relations.
In the year his monograph on the Radiolaria was published, Haeckel became a professor at Jena University. “I have been created for Jena,” wrote Haeckel. The university had been the powerhouse of Romanticism, an intellectual home to Schiller, Novalis, Fichte, Schelling, Oken and Hegel. More importantly, “the spirit of Goethe hovered over all”. Indeed, Richards points out that there’s even a charcoal drawing of him on the wall of the student Kerker (jail), drawn by an unfortunate but impertinent scholar-cum-prisoner who also sketched the university’s famous professors arm in arm with the town’s prostitutes.
That same year, 1862, Haeckel married the love of his life, his cousin Anna Sethe. She was, says Richards, “in many ways the young, long-haired, blond, blue-eyed scientist’s female double”. Haeckel described her to a friend as “a true German child of the forest…a completely unspoiled, pure, natural person.” Haeckel proudly informed the father of evolution that his wife called him “her German Darwin-man”. She was, writes Richards, “the lodestone of his life” and “he thought of her love as a kind of salvation, a lifeline that could pull him back from the dark abyss of materialism toward which he felt himself dragged by his science.” But tragically, just two years after they were married, on his thirtieth birthday, Anna died after a short illness. Haeckel was driven almost out of his mind with grief, “falling unconscious and remaining in bed for some eight days in partial delirium.”
The experience scarred him for life. On his birthday, the anniversary of her death, he could never again work or even eat. More than once his thoughts turned to suicide. Her sudden death left a void in his life, a void that gradually filled with a “great stridency, bitterness and ineluctable sadness”. These emotions crystallized around a great purpose, one that would energise him for the rest of his life.
Haeckel decided to devote himself to Darwin’s theory. In the year of Anna’s death, he wrote to Darwin and told him the experience had made him “mature and resolute”. His one goal in life was now to “work for your descent theory to support it and perfect it”.
For a year he worked eighteen-hour days, like a man possessed. The result was a thousand-page monograph on evolution and morphology that “began in despair, advanced through anger, and ended in an encomium to transcendent nature”. Haeckel’s Generelle Morphologie der Organismen (General Morphology of Organisms, 1866), was a suitably monumental memorial to Anna, a volcanic work that “spewed fire and ash over the enemies of progress and radically altered the intellectual terrain in German biological science.” But this work that was born of an overwhelming existential anger at mortality, was also liberally sprinkled with “polemical bomblets”. The famous scientific materialist Ludwig Büchner praised “the sharpness and ruthlessness with which you have confronted the old school and the bloodless empiricists”. Many colleagues were appalled by this strident new tone in his work and the mild-mannered Darwin was taken aback by Haeckel’s savage attacks on fellow scientists. But Darwin’s bulldog – TH Huxley – was delighted: “I am much inclined to think that it is a good thing for a man, once at any rate in his life, to perform a public war-dance against all sorts of humbug and imposture.”
Next Haeckel took the fight for evolution to the general public. His Natürliche Schöpfungsgeschichte (The Natural History of Creation, 1868) has been described by one biologist as “the chief source of the world’s knowledge of Darwinism”. It was among the most widely-read popularizations of science in the nineteenth century. Darwin praised it as “one of the most remarkable books of our time”. What was most striking – shocking even – was that Haeckel focused on the hugely controversial issue of human evolution. It was not until 1871 that Darwin tackled this delicate subject in The Descent of Man. In the introduction Darwin said of Haeckel’s book, “if this work had appeared before my essay had been written, I should probably never have completed it.” Haeckel understood immediately that for the general reader the central issue in evolution was the fraught topic of human descent. He therefore offered a “non-miraculous” theory of the development of humankind.
The book’s frontispiece took the bull by the horns and graphically depicted the races of humankind (or “species” of men, as he saw them) with their animal forebears in a scale of descent. An artist as well as a scientist, Haeckel was certainly innovative in his use of illustrations. No other popular science book had images that could compare in either quantity or quality. For a writer whose style could be prolix, his striking illustrations memorably encapsulated complex ideas. On occasion they also offered the iconoclastic Haeckel an irresistible excuse for social commentary. A comparison between a human and a dog embryo prompted this memorable attack on those aristocrats who regarded themselves as a breed apart:
“What must these members of the nobility think about that blue blood that rolls through those privileged arteries when they learn that all human embryos, noble as well as middle class, during the first two months of development, can hardly be distinguished from the tailed embryos of a dog or other mammals?”
But his illustrations also landed him in hot water. His drawings of embryos served to illustrate what Haeckel considered to be a central pillar in the evidence supporting Darwin’s theory: the biogenetic law, or the idea that ontogeny recapitulates phylogeny. As Richards explains, this means that “the embryo of a contemporary species goes through the same morphological changes in its development as its ancestors had in their evolutionary descent”. The many gaps in the fossil record frustrated Haeckel’s attempts to find incontestable proof of evolution and this alternative way back through time to the origin of species seemed to provide the vital evidence. Thanks to Haeckel, the biogenetic principle became “a dominant if controverted hypothesis”.
It was not his science, however, but his art that let Haeckel down. He cited an illustration juxtaposing three embryos (dog, chicken and turtle) as evidence for Darwin’s theory, claiming the three images were indistinguishable. Indeed they were. As one eagle-eyed reviewer noted, the same woodcut had been printed three times. The error was corrected in subsequent editions, but the charge of fraud stuck and haunted Haeckel for the rest of his life. It was, says Richards, a grave “error of judgment”, even a “moral failure”, although he clears him of “gross fraud”. This mistake unleashed a torrent of abuse directed at Haeckel, including death threats. It became so bad that he contemplated suicide in the 1870s. Huxley wrote in typically pugnacious terms to stiffen his resolve: “May your shadow never be less, and may all your enemies, unbelieving dogs who resist the Prophet of Evolution, be defiled by the sitting of jackasses upon their grandmothers’ graves!”
In 1867, Haeckel married Agnes Huschke, the daughter of a fellow Jena scientist. Although they had three children, it was not a happy marriage. Unlike Anna, she didn’t share his love of science, and objected to his frequent lecture tours and research expeditions, of which he undertook about twenty during his life, even venturing as far as the jungles of Java and Sumatra in his mid-sixties. Richards suggests these footloose wanderings were partly due to a desire to escape the “miasma of the spreading gloom in his house”. There are even suggestions of sexual liaisons in exotic locations (“many beautiful women flung themselves at him”).
But whatever his motives, there is no doubting his desire to further the cause of science: he had “an empirical curiosity and investigative energy of vast proportions”. In his lifetime Haeckel produced more than twenty large technical monographs on aspects of biology, books that remain standard reference works today. His “extraordinary morphological work” on invertebrate biology is meticulously analysed by Richards. Haeckel’s studies of the Radiolaria, sponges and corals (Die Kalkschwämme, 1872; Arabische Korallen, 1876), medusae (System der Medusen, 1879) contributed significantly to our knowledge of marine life as well as providing further evidence for Darwin’s theory. Richards admits these are “forbidding waters” for the non-specialist, yet he writes engagingly and convincingly, overturning the conventional view of Haeckel as “a mere coryphée, poorly dancing the choreography of the English master”.
Much of Haeckel’s scientific research has been ignored by historians; scholarship and science are both poorer as a result. Richards cites the example of Haeckel’s study of siphonophores, an order of hydrozoa in the phylum of Cnidaria, the stinging aquatic invertebrates such as jellyfish (Zur Entwickelungsgeschichte der Siphonophoren, 1869). Haeckel conducted “extraordinary experiments” on two-day old embryos of the Crystallodes genus of siphonophore, which he discovered. As Richards says, these showed that “all embryonic cells, at least early in development, were totipotent – they had the capacity to develop all parts of the organism”. Had such work been more widely known, it would have been hailed as the harbinger of the exciting new field of “evo-devo”, the evolutionary and genetic theory of species and individual development. But as Richards argues, by stepping into the limelight, Haeckel paid the price of obscurity for his scientific research:
“His experimental genius stood with the very best of his times. His industry, his daring, his imagination, and his inventive hypotheses should have made him, in the eyes of historians, Darwin’s rival. Yet his own success as a popularizer, ironically, did as much to cast his extraordinary science into the shadows as did the negligent attitude of subsequent scholars.”
How then to measure the significance of this remarkable yet neglected figure? Geneticist Richard Goldschmidt, one of many scientists who fled Germany in the 1930s, recalled the impact Haeckel’s work had on him as a young man: “I found Haeckel’s history of creation one day and read it with burning eyes and soul. It seemed that all problems of heaven and earth were solved simply and convincingly; there was an answer to every question which troubled the young mind.” Goldschmidt was not alone. Among his readers were such liberal luminaries as Edward Aveling (translator of Das Kapital), David Friedrich Strauss, Ernst Mach, Isadora Duncan, and Sigmund Freud. Darwin himself lauded Haeckel as “one of the few who clearly understands Natural Selection”. Before World War I, more people learned about evolutionary theory from Haeckel than any other source, including Darwin’s own writings. His best-selling popularization of monistic materialism Die Welträthsel (The World Puzzles, 1899) sold 40,000 copies in its first year of publication, more than Darwin’s Origin sold in three decades. By the Great War it had sold 400,000 copies.
Haeckel’s expertise touched morphology, paleontology, embryology, anatomy, and systematics. He also defined new fields such as chorology (biogeography, the geographical spread of organisms across the planet) and ecology, which he described as “the entire science of the relationships of the organism to its surrounding external world”. (Haeckel’s love of jaw-breaking neologisms, such as organology, tectology, promorphology, is exceptional even for a German.) His great achievement was to create an evolutionary synthesis that drew on new fields and data to provide powerful demonstrations and empirical evidence for the descent and modification of species: “He supplied exactly what the critics of Darwin demanded, namely, a way to transform a possible history of life into the actual history of life on this planet”. Indeed, Richards argues that Haeckel was Darwin’s “authentic intellectual heir”.
The Tragic Sense of Life is an immensely impressive work of biography and intellectual history, and a fitting testament to a complex and contradictory character, a “polymorphic scientist-artist-adventurer”. Richards succeeds brilliantly in re-establishing Haeckel as a significant scientist and a major figure in the history of evolutionary thought. Richards is particularly good at tracing the origins of Haeckel’s “Romantic evolutionism” in the ideas of Goethe, Humboldt and Matthias Jakob Schleiden. For Haeckel was unquestionably a Romantic and saw Darwin’s theory as the inevitable culmination of earlier German theories of descent and modification. As the author of an earlier and equally impressive study of how Romanticism shaped biological thought in the first half of nineteenth century, The Romantic Conception of Life (2002), Richards is ideally qualified for this task.
Richards portrays Haeckel as an unjustly forgotten genius, a figure of “startling creativity, tireless industry, and deep artistic talent”. He was a thinker of “extraordinary depth, scope and influence”. But Richards accepts that he was also “a man of contradictions”. In his own day he was a hugely controversial figure and a hate-figure for many Christians due to his relentless harrying of their cherished beliefs. The accusations of falsifying illustrations dogged him to his grave and posterity has not looked favourably on his work. Richards admits that Haeckel “has not been well loved – or, more to the point, well understood – by historians of science”. Indeed, many contemporary historians – among them Stephen Jay Gould and Daniel Gasman – have regarded his influence as pernicious and even accused him of furnishing the Nazis with racist theories, despite the fact that in the 1930s his works were banned along with those of Einstein. Richards examines these accusations in forensic detail and argues convincingly that they are misplaced.
However, he admits that he remains puzzled by the ferocity of the criticisms and “the warping of Haeckel’s scientific achievements” by some historians. Clearly, Haeckel’s personality – his “fanatic heart” and the “reckless abandon” with which he pursued Darwin’s theories – is partly to blame for this hostility. As Richards argues, the “overwhelming tragedy” of Anna’s death is the key to understanding this militant Darwinist, for it was an event that permanently scarred his psyche and explains his ruthless “baiting of the preachers”. Undoubtedly he was a brilliant scientist, artist and popularizer, but Haeckel was also a divisive figure, a scientific agitator and radical who alienated many colleagues and who was “largely responsible for fomenting the struggle between evolutionary science and religion”.
In Haeckel’s twilight years, his life was blighted by yet another tragedy. In 1898, he received a fan letter from a minor member of the aristocracy, Frida von Uslar-Gleichen. It was the beginning of an intense yet poignant love affair. Frida was born in the year Anna died (1864) and he came to see her as the reincarnation of his first love. She became his “intellectual and cultural confidante” and for Haeckel the experience was a “spiritual rebirth”. Their secret correspondence (over six hundred passionate letters) reveals that they dreamed of eloping together to a tropical island. In reality “they remained laced up in a fraying Victorian morality”. But Haeckel’s balmy Indian summer of love did not last. It was brought to a terrible end in 1903 when Frida – who was suffering from a debilitating heart condition – committed suicide. For Haeckel it was a particularly cruel blow, one compounded by the fact that he had supplied her with the lethal dose of morphine. Once again Haeckel tasted the “love that lifted him to ecstasy and then crushed him in despair”. He lived to the age of 85, writing and researching until the very end. For it was only thanks to his science that he was able to rise above the tragedy of life.
[NB. This is a longer version of the published review.]
NOTA IMPERTINENETE DO BLOGGER: A Companhia das Letras vai lançar em breve um dos livros de Peter D. Smith. Seria bom pensar em lançar este aqui também!
Sorry, periferia, mas está em inglês:
The Tragic Sense of Life
Times Literary Supplement, July 25, 2008, p 12
The Tragic Sense of Life: Ernst Haeckel and the Struggle over Evolutionary Thought, by Robert J. Richards (University of Chicago Press), 512 pp. £20.50. ISBN:0-226-71214-7.
Review by P. D. Smith
Twenty-three-year old Henrietta (“Etty”) Darwin was an intelligent and vivacious woman who often felt bored by the quietness of life in the heart of the Kent countryside. Visitors provided some welcome excitement and were eagerly anticipated. On 21st October 1866, a tall, handsome German guest arrived at Down House, as she explained in a breathless letter to her brother George:
“On Sunday we had a gt visitation. One of Papa’s most thoroughgoing disciples, a Jena professor, came to England on his way to Madeira & asked to come down & see Papa. We didn’t know whether he cd speak English & our spirits was [sic] naturally rather low. He came quite early on Sunday & when first he entered he was so agitated he forgot all the little English he knew & he & Papa shook hands repeatedly, Papa reiteratedly [sic] remarking that he was very glad to see him & Haeckel receiving it in dead silence.”
According to Robert J. Richards, Ernst Haeckel was the “foremost champion of Darwinism not only in Germany but throughout the world”. The two scientists had exchanged letters and photographs (as was then the custom), and Haeckel had sent copies of his publications, which Darwin praised in no uncertain terms. But this was their first meeting. Once the initial language difficulties were overcome, Etty – always an acute observer of her father’s guests – noted that “some of his sentences were very fine”.
For Haeckel, it was a great moment – to meet the scientist whose revolutionary theory would, he believed, usher in a new, modern age in which superstition would be banished and humankind would finally live in harmony with Nature. Haeckel recalled the meeting with his scientific hero many years later:
“As the coach pulled up to Darwin’s ivy-covered country house, shaded by elms, out of the shadows of the vine-covered entrance came the great scientist himself to meet me. He had a tall, worthy form with the broad shoulders of Atlas, who carries a world of thought. He had a Jupiter-like forehead, high and broadly domed, similar to Goethe’s, and with deep furrows from the habit of mental work.”
Haeckel was born in Potsdam in 1834, the son of a privy councillor to the Prussian court. A “young, introverted boy”, he grew up listening to his mother recite Schiller’s poetry and discussing Goethe’s nature philosophy with his father. The travel journals of Darwin and Alexander von Humboldt filled his impressionable mind with dreams of scientific adventures in exotic lands. His father took a more down-to-earth view of his future scientific career and Haeckel enrolled to study medicine at Würzburg university. It was here he discovered the delights of the microscope. “Vivant cellulae! Vivat Microscopia!” the student exclaimed to his father in 1853. But Haeckel, like Darwin, soon realized he was not cut out to be a physician. Illness and disease filled him with revulsion. As he explained to his parents in 1854, he still dreamed of following Humboldt’s example and travelling to tropical countries, “where I can sit in some primeval forest with my wife (that is, my inseparable microscope) and…anatomise and microscopize animals and plants, to collect all sorts of zoological, botanical, and geographical knowledge, so that this material will allow me to accomplish something coherent”.
That same year, while collecting specimens with the famous physiologist and zoologist Johannes Müller, Haeckel realized that marine invertebrate zoology might offer him the opportunity to make that dream come true. A few years later the “tall, golden, and strikingly handsome young scientist” was following in the footsteps of another of his Romantic heroes, Goethe, and travelling around Italy, sketchbook in hand, toying with the idea of becoming an artist. Instead, he took out his microscope and began studying the creatures in the seas around Messina, which he described as “the Eldorado of zoology”. There Haeckel discovered a research subject that provided him with the material for his first monograph and launched his academic career.
He chose a group of animals that was almost unknown at the time – the Radiolaria, a class of one-celled marine organisms a mere one-thousandth of an inch in diameter that lived on the surface of the sea and secreted unusual skeletons of silica. Müller’s final publication had been a short monograph on these creatures. But Haeckel realized he had only scratched the surface. By the time Haeckel had finished, he had increased by almost half the number of known species and analyzed their internal structure, something not done before. This ground-breaking research provided the subject for his Habilitationsschrift, the Latin dissertation essential to obtain an academic position in German universities. It also formed the basis of a large two-volume illustrated monograph, Die Radiolarien (Rhizopoda Radiaria) (1862). It was a brilliant study, one that announced the arrival in the scientific community of an immensely talented researcher.
Haeckel proudly dispatched a copy of his monograph to Down House. Darwin was astonished: the Radiolaria volumes were, he told Haeckel, “the most magnificent works which I have ever seen”. Haeckel had read Darwin’s On the Origin of Species in 1860. Two of his colleagues described it as a “completely mad book”. But Haeckel was utterly enthralled. As a scientist at the beginning of his career, Darwin’s theory suddenly provided him with a direction and a purpose. Darwin had challenged “young and striving naturalists” to test his theory. Haeckel took up the gauntlet. Indeed, he felt his talents were ideally suited to establishing the theory empirically. He believed he could provide the positive proof of descent that would make Darwin’s dangerous idea into an irrefutable law of nature. So convinced was Haeckel by Darwin’s new controversial theory that he boldly claimed in his monograph that Radiolaria provided empirical support for the new theory. He began systematizing his species into some fifteen different families and drew up a genealogical table indicating descent relations.
In the year his monograph on the Radiolaria was published, Haeckel became a professor at Jena University. “I have been created for Jena,” wrote Haeckel. The university had been the powerhouse of Romanticism, an intellectual home to Schiller, Novalis, Fichte, Schelling, Oken and Hegel. More importantly, “the spirit of Goethe hovered over all”. Indeed, Richards points out that there’s even a charcoal drawing of him on the wall of the student Kerker (jail), drawn by an unfortunate but impertinent scholar-cum-prisoner who also sketched the university’s famous professors arm in arm with the town’s prostitutes.
That same year, 1862, Haeckel married the love of his life, his cousin Anna Sethe. She was, says Richards, “in many ways the young, long-haired, blond, blue-eyed scientist’s female double”. Haeckel described her to a friend as “a true German child of the forest…a completely unspoiled, pure, natural person.” Haeckel proudly informed the father of evolution that his wife called him “her German Darwin-man”. She was, writes Richards, “the lodestone of his life” and “he thought of her love as a kind of salvation, a lifeline that could pull him back from the dark abyss of materialism toward which he felt himself dragged by his science.” But tragically, just two years after they were married, on his thirtieth birthday, Anna died after a short illness. Haeckel was driven almost out of his mind with grief, “falling unconscious and remaining in bed for some eight days in partial delirium.”
The experience scarred him for life. On his birthday, the anniversary of her death, he could never again work or even eat. More than once his thoughts turned to suicide. Her sudden death left a void in his life, a void that gradually filled with a “great stridency, bitterness and ineluctable sadness”. These emotions crystallized around a great purpose, one that would energise him for the rest of his life.
Haeckel decided to devote himself to Darwin’s theory. In the year of Anna’s death, he wrote to Darwin and told him the experience had made him “mature and resolute”. His one goal in life was now to “work for your descent theory to support it and perfect it”.
For a year he worked eighteen-hour days, like a man possessed. The result was a thousand-page monograph on evolution and morphology that “began in despair, advanced through anger, and ended in an encomium to transcendent nature”. Haeckel’s Generelle Morphologie der Organismen (General Morphology of Organisms, 1866), was a suitably monumental memorial to Anna, a volcanic work that “spewed fire and ash over the enemies of progress and radically altered the intellectual terrain in German biological science.” But this work that was born of an overwhelming existential anger at mortality, was also liberally sprinkled with “polemical bomblets”. The famous scientific materialist Ludwig Büchner praised “the sharpness and ruthlessness with which you have confronted the old school and the bloodless empiricists”. Many colleagues were appalled by this strident new tone in his work and the mild-mannered Darwin was taken aback by Haeckel’s savage attacks on fellow scientists. But Darwin’s bulldog – TH Huxley – was delighted: “I am much inclined to think that it is a good thing for a man, once at any rate in his life, to perform a public war-dance against all sorts of humbug and imposture.”
Next Haeckel took the fight for evolution to the general public. His Natürliche Schöpfungsgeschichte (The Natural History of Creation, 1868) has been described by one biologist as “the chief source of the world’s knowledge of Darwinism”. It was among the most widely-read popularizations of science in the nineteenth century. Darwin praised it as “one of the most remarkable books of our time”. What was most striking – shocking even – was that Haeckel focused on the hugely controversial issue of human evolution. It was not until 1871 that Darwin tackled this delicate subject in The Descent of Man. In the introduction Darwin said of Haeckel’s book, “if this work had appeared before my essay had been written, I should probably never have completed it.” Haeckel understood immediately that for the general reader the central issue in evolution was the fraught topic of human descent. He therefore offered a “non-miraculous” theory of the development of humankind.
The book’s frontispiece took the bull by the horns and graphically depicted the races of humankind (or “species” of men, as he saw them) with their animal forebears in a scale of descent. An artist as well as a scientist, Haeckel was certainly innovative in his use of illustrations. No other popular science book had images that could compare in either quantity or quality. For a writer whose style could be prolix, his striking illustrations memorably encapsulated complex ideas. On occasion they also offered the iconoclastic Haeckel an irresistible excuse for social commentary. A comparison between a human and a dog embryo prompted this memorable attack on those aristocrats who regarded themselves as a breed apart:
“What must these members of the nobility think about that blue blood that rolls through those privileged arteries when they learn that all human embryos, noble as well as middle class, during the first two months of development, can hardly be distinguished from the tailed embryos of a dog or other mammals?”
But his illustrations also landed him in hot water. His drawings of embryos served to illustrate what Haeckel considered to be a central pillar in the evidence supporting Darwin’s theory: the biogenetic law, or the idea that ontogeny recapitulates phylogeny. As Richards explains, this means that “the embryo of a contemporary species goes through the same morphological changes in its development as its ancestors had in their evolutionary descent”. The many gaps in the fossil record frustrated Haeckel’s attempts to find incontestable proof of evolution and this alternative way back through time to the origin of species seemed to provide the vital evidence. Thanks to Haeckel, the biogenetic principle became “a dominant if controverted hypothesis”.
It was not his science, however, but his art that let Haeckel down. He cited an illustration juxtaposing three embryos (dog, chicken and turtle) as evidence for Darwin’s theory, claiming the three images were indistinguishable. Indeed they were. As one eagle-eyed reviewer noted, the same woodcut had been printed three times. The error was corrected in subsequent editions, but the charge of fraud stuck and haunted Haeckel for the rest of his life. It was, says Richards, a grave “error of judgment”, even a “moral failure”, although he clears him of “gross fraud”. This mistake unleashed a torrent of abuse directed at Haeckel, including death threats. It became so bad that he contemplated suicide in the 1870s. Huxley wrote in typically pugnacious terms to stiffen his resolve: “May your shadow never be less, and may all your enemies, unbelieving dogs who resist the Prophet of Evolution, be defiled by the sitting of jackasses upon their grandmothers’ graves!”
In 1867, Haeckel married Agnes Huschke, the daughter of a fellow Jena scientist. Although they had three children, it was not a happy marriage. Unlike Anna, she didn’t share his love of science, and objected to his frequent lecture tours and research expeditions, of which he undertook about twenty during his life, even venturing as far as the jungles of Java and Sumatra in his mid-sixties. Richards suggests these footloose wanderings were partly due to a desire to escape the “miasma of the spreading gloom in his house”. There are even suggestions of sexual liaisons in exotic locations (“many beautiful women flung themselves at him”).
But whatever his motives, there is no doubting his desire to further the cause of science: he had “an empirical curiosity and investigative energy of vast proportions”. In his lifetime Haeckel produced more than twenty large technical monographs on aspects of biology, books that remain standard reference works today. His “extraordinary morphological work” on invertebrate biology is meticulously analysed by Richards. Haeckel’s studies of the Radiolaria, sponges and corals (Die Kalkschwämme, 1872; Arabische Korallen, 1876), medusae (System der Medusen, 1879) contributed significantly to our knowledge of marine life as well as providing further evidence for Darwin’s theory. Richards admits these are “forbidding waters” for the non-specialist, yet he writes engagingly and convincingly, overturning the conventional view of Haeckel as “a mere coryphée, poorly dancing the choreography of the English master”.
Much of Haeckel’s scientific research has been ignored by historians; scholarship and science are both poorer as a result. Richards cites the example of Haeckel’s study of siphonophores, an order of hydrozoa in the phylum of Cnidaria, the stinging aquatic invertebrates such as jellyfish (Zur Entwickelungsgeschichte der Siphonophoren, 1869). Haeckel conducted “extraordinary experiments” on two-day old embryos of the Crystallodes genus of siphonophore, which he discovered. As Richards says, these showed that “all embryonic cells, at least early in development, were totipotent – they had the capacity to develop all parts of the organism”. Had such work been more widely known, it would have been hailed as the harbinger of the exciting new field of “evo-devo”, the evolutionary and genetic theory of species and individual development. But as Richards argues, by stepping into the limelight, Haeckel paid the price of obscurity for his scientific research:
“His experimental genius stood with the very best of his times. His industry, his daring, his imagination, and his inventive hypotheses should have made him, in the eyes of historians, Darwin’s rival. Yet his own success as a popularizer, ironically, did as much to cast his extraordinary science into the shadows as did the negligent attitude of subsequent scholars.”
How then to measure the significance of this remarkable yet neglected figure? Geneticist Richard Goldschmidt, one of many scientists who fled Germany in the 1930s, recalled the impact Haeckel’s work had on him as a young man: “I found Haeckel’s history of creation one day and read it with burning eyes and soul. It seemed that all problems of heaven and earth were solved simply and convincingly; there was an answer to every question which troubled the young mind.” Goldschmidt was not alone. Among his readers were such liberal luminaries as Edward Aveling (translator of Das Kapital), David Friedrich Strauss, Ernst Mach, Isadora Duncan, and Sigmund Freud. Darwin himself lauded Haeckel as “one of the few who clearly understands Natural Selection”. Before World War I, more people learned about evolutionary theory from Haeckel than any other source, including Darwin’s own writings. His best-selling popularization of monistic materialism Die Welträthsel (The World Puzzles, 1899) sold 40,000 copies in its first year of publication, more than Darwin’s Origin sold in three decades. By the Great War it had sold 400,000 copies.
Haeckel’s expertise touched morphology, paleontology, embryology, anatomy, and systematics. He also defined new fields such as chorology (biogeography, the geographical spread of organisms across the planet) and ecology, which he described as “the entire science of the relationships of the organism to its surrounding external world”. (Haeckel’s love of jaw-breaking neologisms, such as organology, tectology, promorphology, is exceptional even for a German.) His great achievement was to create an evolutionary synthesis that drew on new fields and data to provide powerful demonstrations and empirical evidence for the descent and modification of species: “He supplied exactly what the critics of Darwin demanded, namely, a way to transform a possible history of life into the actual history of life on this planet”. Indeed, Richards argues that Haeckel was Darwin’s “authentic intellectual heir”.
The Tragic Sense of Life is an immensely impressive work of biography and intellectual history, and a fitting testament to a complex and contradictory character, a “polymorphic scientist-artist-adventurer”. Richards succeeds brilliantly in re-establishing Haeckel as a significant scientist and a major figure in the history of evolutionary thought. Richards is particularly good at tracing the origins of Haeckel’s “Romantic evolutionism” in the ideas of Goethe, Humboldt and Matthias Jakob Schleiden. For Haeckel was unquestionably a Romantic and saw Darwin’s theory as the inevitable culmination of earlier German theories of descent and modification. As the author of an earlier and equally impressive study of how Romanticism shaped biological thought in the first half of nineteenth century, The Romantic Conception of Life (2002), Richards is ideally qualified for this task.
Richards portrays Haeckel as an unjustly forgotten genius, a figure of “startling creativity, tireless industry, and deep artistic talent”. He was a thinker of “extraordinary depth, scope and influence”. But Richards accepts that he was also “a man of contradictions”. In his own day he was a hugely controversial figure and a hate-figure for many Christians due to his relentless harrying of their cherished beliefs. The accusations of falsifying illustrations dogged him to his grave and posterity has not looked favourably on his work. Richards admits that Haeckel “has not been well loved – or, more to the point, well understood – by historians of science”. Indeed, many contemporary historians – among them Stephen Jay Gould and Daniel Gasman – have regarded his influence as pernicious and even accused him of furnishing the Nazis with racist theories, despite the fact that in the 1930s his works were banned along with those of Einstein. Richards examines these accusations in forensic detail and argues convincingly that they are misplaced.
However, he admits that he remains puzzled by the ferocity of the criticisms and “the warping of Haeckel’s scientific achievements” by some historians. Clearly, Haeckel’s personality – his “fanatic heart” and the “reckless abandon” with which he pursued Darwin’s theories – is partly to blame for this hostility. As Richards argues, the “overwhelming tragedy” of Anna’s death is the key to understanding this militant Darwinist, for it was an event that permanently scarred his psyche and explains his ruthless “baiting of the preachers”. Undoubtedly he was a brilliant scientist, artist and popularizer, but Haeckel was also a divisive figure, a scientific agitator and radical who alienated many colleagues and who was “largely responsible for fomenting the struggle between evolutionary science and religion”.
In Haeckel’s twilight years, his life was blighted by yet another tragedy. In 1898, he received a fan letter from a minor member of the aristocracy, Frida von Uslar-Gleichen. It was the beginning of an intense yet poignant love affair. Frida was born in the year Anna died (1864) and he came to see her as the reincarnation of his first love. She became his “intellectual and cultural confidante” and for Haeckel the experience was a “spiritual rebirth”. Their secret correspondence (over six hundred passionate letters) reveals that they dreamed of eloping together to a tropical island. In reality “they remained laced up in a fraying Victorian morality”. But Haeckel’s balmy Indian summer of love did not last. It was brought to a terrible end in 1903 when Frida – who was suffering from a debilitating heart condition – committed suicide. For Haeckel it was a particularly cruel blow, one compounded by the fact that he had supplied her with the lethal dose of morphine. Once again Haeckel tasted the “love that lifted him to ecstasy and then crushed him in despair”. He lived to the age of 85, writing and researching until the very end. For it was only thanks to his science that he was able to rise above the tragedy of life.
[NB. This is a longer version of the published review.]
NOTA IMPERTINENETE DO BLOGGER: A Companhia das Letras vai lançar em breve um dos livros de Peter D. Smith. Seria bom pensar em lançar este aqui também!
Faça você mesmo a sua coluna geológica
sábado, agosto 02, 2008
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Darwin: o homem que teve a idéia mais brilhante que a humanidade já teve
Sem comentários, aliás, aqui vai alguns comentários. Leia o ensaio abaixo, se possível detecte as inexatidões históricas sobre Darwin. Segundo Dennett, o homem que teve a idéia mais brilhante que a humanidade já teve.
Desde 1859, Darwin não fecha as contas epistêmicas no contexto de justificação teórica. Até 1909, o darwinismo se encontrava em eclipse. Ressuscitou com a Síntese Moderna, já hoje nos seus estertores no contexto de justificação teórica. O que virá com a Síntese Evolutiva Ampliada que, segundo dizem alguns cientistas, não será selecionista???
Fui, lamentando a desinformação histórico-científica. É, realmente Darwin é muito famoso, pouco lido, e ainda é engrandecido de forma errada. Há muita controvérsia sobre a originalidade de Darwin em relação à seleção natural: graves suspeitas de ter plagiado as idéias de Wallace. Clique aqui. Particularmente, eu não tenho opinião formada sobre isso, mas onde há fumaça, há fogo!
+++++
Darwin: muito famoso e pouco lido
Artigo celebra 150 anos da teoria da evolução por seleção natural, que explica a origem das espécies
Revista Ciência Hoje – Ensaio
Nascido no século 19, Charles Robert Darwin é o cientista mais conhecido e reconhecido no século 21, superando em notoriedade gigantes como o físico inglês Isaac Newton (1643-1727), o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), o neurologista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) e o físico alemão Albert Einstein (1879-1955).
Darwin foi o criador da teoria evolutiva que explica a origem de todas as espécies por meio da seleção natural. Essa teoria, após ter sido elaborada por ele durante décadas, foi lançada a público há exatos 150 anos, com a leitura, em sessão da Royal Society, principal academia de ciências da Inglaterra, de cartas do próprio Darwin e do também inglês Alfred Wallace (1823-1913), que chegou bem mais tarde a conclusões semelhantes. Embora tenha mudado radicalmente a forma como o homem percebia a natureza, a teoria da evolução dificilmente explica o enorme prestígio que Charles Darwin tem ainda hoje.
Na verdade, a contribuição de Darwin para o desenvolvimento do conhecimento humano vai muito além da teoria evolutiva: ele foi pioneiro na geologia, criando teorias importantes para o surgimento de ilhas oceânicas e explicações corretas para os mecanismos que geram os movimentos ascendentes da cordilheira dos Andes. Para o biólogo austríaco Konrad Lorenz (1903-1989), Darwin foi ainda o iniciador da etologia, ciência que estuda o comportamento dos animais.
Além disso, pode ser considerado o mentor da moderna ecologia, por ter criado os conceitos de ‘nicho ecológico’ e ‘ecossistema’, ao afirmar que cada espécie ocupa um lugar determinado (nicho) na “economia da natureza” (ecossistema). Nessa mesma área, Darwin demonstrou a importância fundamental, para o funcionamento dos ecossistemas, de relações como competição, predação e mutualismo entre os seres vivos e interações entre estes e o ambiente.
Na taxonomia, a rainha das ciências biológicas, ele fez contribuições notáveis, criando os conceitos de ‘espécies em estado nascendi’ e de ‘espécie fóssil’. Naturalista, biólogo, etólogo, taxonomista, geólogo, ecólogo e, como se fosse pouco, pai da biogeografia. Suas contribuições fundamentais em todas essas ciências podem explicar por que Darwin é um gigante entre gigantes.
Ricardo Iglesias Rios
Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Desde 1859, Darwin não fecha as contas epistêmicas no contexto de justificação teórica. Até 1909, o darwinismo se encontrava em eclipse. Ressuscitou com a Síntese Moderna, já hoje nos seus estertores no contexto de justificação teórica. O que virá com a Síntese Evolutiva Ampliada que, segundo dizem alguns cientistas, não será selecionista???
Fui, lamentando a desinformação histórico-científica. É, realmente Darwin é muito famoso, pouco lido, e ainda é engrandecido de forma errada. Há muita controvérsia sobre a originalidade de Darwin em relação à seleção natural: graves suspeitas de ter plagiado as idéias de Wallace. Clique aqui. Particularmente, eu não tenho opinião formada sobre isso, mas onde há fumaça, há fogo!
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Darwin: muito famoso e pouco lido
Artigo celebra 150 anos da teoria da evolução por seleção natural, que explica a origem das espécies
Revista Ciência Hoje – Ensaio
Nascido no século 19, Charles Robert Darwin é o cientista mais conhecido e reconhecido no século 21, superando em notoriedade gigantes como o físico inglês Isaac Newton (1643-1727), o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), o neurologista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) e o físico alemão Albert Einstein (1879-1955).
Darwin foi o criador da teoria evolutiva que explica a origem de todas as espécies por meio da seleção natural. Essa teoria, após ter sido elaborada por ele durante décadas, foi lançada a público há exatos 150 anos, com a leitura, em sessão da Royal Society, principal academia de ciências da Inglaterra, de cartas do próprio Darwin e do também inglês Alfred Wallace (1823-1913), que chegou bem mais tarde a conclusões semelhantes. Embora tenha mudado radicalmente a forma como o homem percebia a natureza, a teoria da evolução dificilmente explica o enorme prestígio que Charles Darwin tem ainda hoje.
Na verdade, a contribuição de Darwin para o desenvolvimento do conhecimento humano vai muito além da teoria evolutiva: ele foi pioneiro na geologia, criando teorias importantes para o surgimento de ilhas oceânicas e explicações corretas para os mecanismos que geram os movimentos ascendentes da cordilheira dos Andes. Para o biólogo austríaco Konrad Lorenz (1903-1989), Darwin foi ainda o iniciador da etologia, ciência que estuda o comportamento dos animais.
Além disso, pode ser considerado o mentor da moderna ecologia, por ter criado os conceitos de ‘nicho ecológico’ e ‘ecossistema’, ao afirmar que cada espécie ocupa um lugar determinado (nicho) na “economia da natureza” (ecossistema). Nessa mesma área, Darwin demonstrou a importância fundamental, para o funcionamento dos ecossistemas, de relações como competição, predação e mutualismo entre os seres vivos e interações entre estes e o ambiente.
Na taxonomia, a rainha das ciências biológicas, ele fez contribuições notáveis, criando os conceitos de ‘espécies em estado nascendi’ e de ‘espécie fóssil’. Naturalista, biólogo, etólogo, taxonomista, geólogo, ecólogo e, como se fosse pouco, pai da biogeografia. Suas contribuições fundamentais em todas essas ciências podem explicar por que Darwin é um gigante entre gigantes.
Ricardo Iglesias Rios
Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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