A "Poeira Cósmica" de Marcelo Gleiser ou como não fazer divulgação científica

sábado, outubro 14, 2006

Tem dois indivíduos cientistas que eu não consigo engolir como 'contadores de estória da carochinha' ['just-so stories – Gould], oops, divulgadores científicos, um estrangeiro – Richard Dawkins, e um tupiniquim – Marcelo Gleiser. Eles são donos de uma prosa à la Paulo Coelho – enredam os leitores não-especialistas com uma lábia mesmerizante, pontual e cientificamente imprecisa. Todos os dois são 'garotos-propaganda' do materialismo filosófico que posa como se fosse ciência, muito bem oleados pela Grande Mídia internacional e tupiniquim. A TV Globo e a Folha de São Paulo que o digam. Eu ia me esquecendo – e pelo Grande Capital estrangeiro – o banqueiro George Soros.

Espantoso e indesculpável mesmo é o silêncio tumular da Nomenklatura científica com este tipo de 'divulgação científica', mas eu sei que há setores da Academia que têm ojeriza à maneira de sua divulgação científica – vade retro Gleiser!

O nosso Marcelo 'Laser', oops Gleiser [eu acho que ando assistindo demais ao Casseta & Planeta...] é mencionado como 'físico teórico' de renomada faculdade americana – Dartmouth College. Dart o quê??? Onde é que fica isso? Qual é o ranking desta 'renomada' faculdade? O que a Grande Mídia não divulga é a incompetência deste 'físico teórico' como 'divulgador científico', apesar de ser um autor best-seller.

Dois artigos relevantes e bem fundamentados de Roberto de Andrade Martins (Instituto de Física da Unicamp) sobre a divulgação científica de Gleiser:

MARTINS, Roberto de Andrade. Como distorcer a física: considerações sobre um exemplo de divulgação científica. 1 – Física clássica.
Caderno Catarinense de Ensino de Física 15 (3): 243-64, 1998.[5.38MB]

MARTINS, Roberto de Andrade. Como distorcer a física: considerações sobre um exemplo de divulgação científica. 2 – Física moderna.
Caderno Catarinense de Ensino de Física 15 (3): 265-300, 1998.[8.40MB]

É necessário ter banda larga, pois os artigos demoram ser baixados em internet comum, se não tem banda larga dê um jeito de baixar esses artigos numa lan house.

Muito mais impressionante é que o 'Einstein' tupiniquim deve ter ficado chocado e até com certa ponta de inveja, ao saber que o prêmio Nobel de Física de 2006 foi concedido a John Mather e George Smoot pela contribuição que deram para a teoria do Big Bang da origem do universo. Smoot é físico na renomada Universidade da Califórnia – Berkeley. Além de renomada, a Universidade da Califórnia – Berkeley também é conhecida pelos seus radicais. Dois líderes do Design Inteligente lecionaram e estudaram lá – Phillip Johnson e Jonathan Wells. Bem, isso não vem ao caso, mas destaco de antemão que Smoot não é ligado à comunidade do Design Inteligente e não tem relação alguma com o nosso Centro para a Ciência e Cultura em Seattle, Washington.

Ao contrário do nosso 'Einstein' tupiniquim com o seu programa sensacionalista 'Poeira Cósmica' [cheio de imprecisões históricas – mas a Rede Globo tem competência para checar isso???], como vários físicos proeminentes contemporâneos (ex.: Arno Penzias, Owen Gingerich, e Paul Davies), Smoot tem feito declarações sugerindo que ele considera a melhor explicação de certas características do mundo natural como sendo o resultado de uma causa teleológica e com propósito – o que nós da comunidade do DI nos referimos como sendo design inteligente.



Numa entrevista, Smoot declarou: “A fim de fazer um universo tão grande e maravilhoso como é, que dure o tanto que está durando – nós estamos falando de 15 bilhões de anos e nós estamos falando de grandes distâncias aqui – para que ele seja desse tamanho, você tem de fazê-lo perfeitamente. Do contrário, as imperfeições se acumulariam e o universo ou colapsaria em si mesmo ou se espalharia, e assim é na verdade um trabalho bem exato. E eu não sei se você já teve conversas com pessoas sobre quão crítico que é que a densidade do universo veio tão próxima da densidade que decide se irá continuar se expandindo para sempre ou se colapsa, mas nós sabemos que a densidade está dentro de 1% [um por cento]".

Marcelo Gleiser – ateu confesso, insiste no seu materialismo filosófico de "Poeira Cósmica" que somente a matéria e energia é tudo que existiu, existe e existirá. Como Richard Dawkins, Daniel Dennett et al, ele tentou apresentar em recente programa do Jô Soares que as pessoas que conseguem ver evidência física de design na natureza são 'birutas excêntricos' – criacionistas motivados unicamente pela fé religiosa.

Benjamin Wiker e Jonathan Witt, autores de A Meaningful World [Um mundo com sentido], perguntam se o universo surgiu do acaso, como é que a natureza age conforme a leis naturais? Se nós estamos aqui por causa de eventos aleatórios e sem-sentido, não faz sentido que haja leis matemáticas e científicas que governem o nosso mundo, e que os nossos esforços mentais pudessem descobrir quais são essas leis. Nós estaríamos tateando na escuridão da aleatoriedade, buscando explicações que nem existiam.

O que nós vemos no universo? No microcosmo e no macrocosmo? Nós observamos que o universo é cheio de padrões – padrões que se estendem até às menores partículas de um átomo, que podem ser vistas na ordem da tabela periódica dos elementos químicos. Além disso, segundo Wiker e Witt, elas são padrões que a mente humana pode descobrir e entender. Como que o acaso e a necessidade podem explicar tudo isso?

Os leitores deste blog que me perdoem, mas vá se catar Marcelo Gleiser, essa tática materialista filosófica de denegrir a posição teleológica está ficando cada vez mais difícil de ser defendida quando cientistas respeitáveis como um George Smoot, prêmio Nobel em Física de 2006, tomam partido e destacam publicamente que a evidência de design é nítida e empiricamente detectada na natureza.


"Poeira Cósmica" é ciência qua ciência ou é a 'projeção da mente' de um faz-de-conta que levou o naturalismo metodológico para o cativeiro do materialismo filosófico que posa como ciência?