Faleceu William B. Provine, um evolucionista e ateu honesto.

quinta-feira, setembro 03, 2015

William B. Provine (19 fev. de 1942 – 1º. set. de 2015), biólogo evolucionista e historiador da ciência na Universidade Cornell, deu uma palestra diante da History of Science Society intitulada “Random Drift and the Evolutionary Synthesis” (Deriva aleatória e a síntese evolucionária). O abstract de sua palestra afirmava que “cada afirmação da síntese evolutiva moderna abaixo é falsa”:

1. A seleção natural foi o principal mecanismo em cada nível do processo evolucionário. A seleção natural causou a adaptação genética... 

4. A evolução dos caracteres fenotípicos tais como os olhos, os ouvidos, etc., foi um bom guia para a evolução da proteína: ou, esperava-se que a evolução da proteína imitasse a evolução fenotípica. 

5. A evolução da proteína foi um bom guia para a evolução da sequência do DNA. Até Lewontin e Hubby pensaram, no começo, que o entendimento da evolução da proteína foi a chave para se entender a evolução do DNA. 

6. A recombinação foi muito mais importante do que a mutação na evolução. 

7. A macroevolução foi uma simples extensão da microevolução. 

8. A definição de “espécie” estava clara [isto é], o conceito de espécie biológica de Dobzhansky e Mayr. 

9. A especiação foi, em princípio, entendida. 

10. A evolução é um processo de compartilhar ancestrais comuns retrocedendo até à origem da vida, ou em outras palavras, a evolução produz uma árvore da vida. 

11. A herança de caracteres adquiridos era impossível em organismos biológicos. 

12. A deriva genética aleatória foi um conceito claro e invocado constantemente sempre que os tamanhos populacional fossem pequenos, inclusive os fósseis de organismos. 

13. A síntese evolucionária foi na verdade uma síntese.

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"Se discordar com o experimento está errado. Nesta simples afirmação está a chave da ciência. Não faz nenhuma diferença quão bonita seja o seu palpite. Não faz nenhuma diferença quão inteligente você seja, quem deu o palpite, ou qual é o nome dele – se discordar do experimento está errado. Isso é tudo que há."

— Richard Feynman, Seeking New Laws, 1965.