A revista ÉPOCA, edição impressa 868,
de 10/11/2014, com a reportagem “Se o homem fosse planejado”, de Tiago Mali,
fez um grande mal aos seus leitores com a publicação desse artigo
preconceituoso, enviesado e em descompasso com a verdade sobre o caráter
científico da teoria do Design Inteligente.
Comecemos a desnudar o
folhetim ideológico de mais um inocente útil da Nomenklatura científica. A TDI não
tenta unir a biologia e a intervenção divina, e seus defensores devem sim ser
levados a sério, pois colocam suas carreiras acadêmicas em risco ao anunciarem
em suas palestras que os atuais paradigmas sobre a origem e evolução do
universo e da vida são paradigmas colapsantes. É preciso ter cojones para dizer
isso, e falta cojones nos editores e jornalistas científicos em colocarem os
cientistas na parede e questionarem a robustez de seus paradigmas.
Procede a informação de Mali
de que nosso congresso fora anunciado no site da Unicamp, e a reação de Leandro
Russovski Tessler, um Torquemada pós-moderno, ateu chique e perfumado a la Dawkins,
que culminou com a remoção do aviso do evento. A sandice perversa é tamanha
que, desconhecendo o referencial teórico da TDI, Mali afirmou que tentamos ‘aglutinar,
numa única tese, conceitos de biologia e a existência de Deus’. TDI 101: sinais
de inteligência são detectados na natureza e processos cegos, aleatórios e não
guiados como a seleção natural, não são capazes de explicar a origem e evolução
do universo e da vida. Mali deve ser cego ou estrábico e enxergou Deus em um
conceito científico.
Os adeptos Design
Inteligente não combatem um ‘pilar da ciência moderna’ a ‘evolução gradual das
espécies pela seleção natural’, pois a TDI é compatível com a evolução,
dependendo de qual evolução estamos falando. Se for a evolução definida como
mera mudança ao longo do tempo dentro das espécies, ninguém da turma da TDI
nega tal evolução é um fato. Todavia, quando se fala em evolução sendo a grande
afirmação de que a seleção natural não guiada agindo ao longo do tempo sobre mutações
aleatórias é a força motriz que produziu toda a diversidade e complexidade de
vida, é essa que combatemos porque tem muitos problemas científicos – Mali, mal
sabe biologia, porque tais processos randômicos e não guiados não produzem
novas características biológicas complexas. Uma leitura objetiva da literatura
especializada demonstra ser a teoria da evolução neodarwinista uma teoria
falsificada pelas evidências.
Quando Mali afirma que o
fato, Fato, FATO da teoria da evolução foi amplamente testado e é amplamente
aceito pela comunidade científica, ele está mais uma vez em descompasso com a
verdade. Algumas perguntas bem primárias em biologia evolucionária: a hipótese
da ancestralidade comum já foi amplamente testada? A Árvore da Vida de Darwin é
uma miragem ou uma realidade comprovada por esses testes? O registro fóssil
comprova a hipótese transformista de Darwin ou não? A evolução humana é um
assunto científico polêmico e controverso dentro da comunidade? Se sim, por
que???
O que os adeptos da TDI fazem com os discípulos de Darwin é apontar as
insuficiências fundamentais da teoria da evolução no contexto de justificação teórica
(Acho que o Mali, mal sabe o que é isso). São justamente esses buracos e pontos
epistêmicos fundamentais obscuros em teorias da origem e evolução da vida que a
turma da TDI vem denunciando desde os anos 1990s.
Mali mal sabe que a posição
do Papa Francisco – teísmo evolucionista, é rejeitada pela Nomenklatura
científica, mas aceita unicamente para servir de Big Stick contra os que rejeitam essa posição, ou para cooptar os
ainda em dúvida sobre a questão da evolução darwinista. Por que eles a
rejeitam? Porque é péssima teologia e péssima ciência. A Bíblia, como qualquer
literatura pode ser lida literalmente ou não, dependendo do que o texto está
falando.
Nenhuma novidade, nenhuma
mudança de direção na fala do Papa Francisco aos cientistas da Academia de
Ciências do Vaticano, contra o que disseram outros papas, que permitiram que a
evolução fosse discutida, com o claro entendimento de que a nossa criação é de
Deus, e que descendemos todos de Adão e Eva, e que cada um recebe sua alma de
Deus (Humani Generis, 1950, Papa Pio XII).
A TDI é uma teoria de detecção
de design, e propõe a agência inteligente como um mecanismo que causa a mudança
biológica. A TDI permite que expliquemos como surgiram certos aspectos de
complexidade biológica observadas, e outras complexidades naturais. E usamos o
método científico para fazer isso.
Mali precisa fazer sua
tarefa de história sobre a TDI: ela surgiu nos anos 1990s nos Estados Unidos,
mais precisamente em Pajaro Dunes, Califórnia, numa reunião liderada por
Phillip Johnson. Está correto quanto à TDI no Brasil: um pequeno grupo de
alunos e alguns professores de pós-graduação da Unimep, Piracicaba, SP, em 1998 – não cabia
mesmo numa Kombi, e hoje somos mais de 300 com mestrado e doutorado. Tivemos
que voar abaixo do radar porque a Nomenklatura científica, com representantes
como o Leandro Russovski Tessler, era suicídio acadêmico defender abertamente a
TDI como hoje fazemos. Tessler é um tigre de papel. Ruge, mas não morde!
O NBDI – Núcleo Brasileiro
de Design Inteligente vai dar lugar para a SBDI – Sociedade Brasileira de
Design Inteligente. Vai ser considerado um manifesto sobre o ensino da evolução
e a TDI nas escolas e universidades públicas. Reitero, sou contra, e serei voto
vencido, mas vamos ver o que vai ser considerado.
Causa náuseas ler de um
cientista da USP, Mario de Pinna, afirmar que o ensino da TDI vai fazer o
Brasil motivo de risos do mundo. Mario, fique tranquilo, relaxe e goze até o
dia 16 de novembro: não sei lhe dizer o que resultará do que for referendado em
assembleia da SBDI. Agora, Pinna, causa profunda revolta e nojo é você ensinar
como verdade científica uma teoria científica que colapsou no seu cinturão
epistêmico duro – a seleção natural, e isso no contexto de justificação
teórica. E mais, causa espécie os darwinistas se oporem vigorosamente ao ensino
de qualquer evidência científica ou ponto de vista que vá contra Darwin. A
ciência e a mentira não andam de mãos dadas, mas ultimamente tem andado... Sem
falar na arrogância dos discípulos de Darwin...
Mali, seu menino malvado,
você é encontrado novamente em descompasso com a verdade sobre o caso de Dover –
não foi porque a TDI era ensinada numa escola. Os pais levaram à justiça a
escola por causa de uma nota que era para ser lida antes das aulas de ciência
de que a teoria da evolução de Darwin era apenas uma teoria e que haviam outras
como a TDI. Fomos contra. Chamados para depor, lá fomos, amicus curiae, e o
juiz definiu num tribunal que a TDI não é ciência, mas criacionismo disfarçado.
Mali, sabe de nada inocente, essa decisão é local e cabe recurso, pois não foi
uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos. Não iremos, até onde sei,
recorrer, pois entendemos que ciência é corroborada pelas evidências e não é
definida em tribunais, muito menos por um juiz que usou 99% dos dados da
acusação na sua decisão. Vide
Mali, você mais uma vez é apanhado
em descompasso com a verdade sobre a TDI – que seguimos o método científico
para concluir que Deus existe! O método científico apenas corrobora as teses da
TDI, nada diz sobre a ontologia de Deus. Aliás, se fizesse, não seria uma
teoria científica, mas um credo de fé de subjetividades religiosas. Essa
questão de quem é o Designer, não é assunto científico, mas
filosófico-teológico. Vide
Quanto ao termo ‘design
inteligente’ encontrado no livro Of Pandas and People, vide
Pergunta 1: Existe mecanismo
viável para gerar a sopa primordial?
Pergunta 2: Processos
químicos não guiados podem explicar a origem do código genético?
Pergunta 3: Mutações
aleatórias podem gerar a informação genética requerida para estruturas
irredutivelmente complexas?
Pergunta 4: Por que a
seleção natural luta para fixar características vantajosas nas populações?
Pergunta 5: O surgimento
abrupto de espécies no registro fóssil (Explosão Cambriana) apoia a evolução
preconizada por Darwin?
Pergunta 6: A biologia
moderna teve êxito total na produção de uma “Árvore da Vida”?
Pergunta 7: A evolução
convergente fortalece o Darwinismo ou destrói a lógica por detrás da ancestralidade
comum?
Pergunta 8: As diferenças
entre os embriões de vertebrados fortalecem ou contradizem as predições de ancestralidade
comum?
Pergunta 9: O neodarwinismo
tem êxito em tentar explicar a distribuição biogeográfica de muitas espécies?
Pergunta 10: O neodarwinismo
tem uma longa história de predições inexatas sobre os órgãos vestigiais e o DNA
“lixo”?
Pergunta extra: Por que os
humanos mostram muitos comportamentos e capacidades cognitivas que,
aparentemente, não oferecem nenhuma vantagem de sobrevivência?
Mario Pinna, Leandro
Russovski Tessler, se não souberem responder, perguntem ao Mali...
Um teste científico para
contrapor o teste científico para demonstrar a hipótese da existência de Deus,
na maior certeza cartesiana de Mali: existe algum teste científico para
demonstrar a hipótese da existência do ancestral comum, em termos moleculares e
morfológicos??? Assim - um Australopithecus afarensis se transmutacionar em Antropólogo amazonense...
Neste artigo dourando a
pílula para a Nomenklatura, Mali, na sua inocência evangélica, oops
jornalística, disse que a dúvida é bem-vinda em ciência, que quando necessário,
teorias são melhoradas ou descartadas. Sabe de nada, inocente. Parece que nunca
leu A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn – há resistência da
parte da Nomenklatura contra aqueles que duvidam dos paradigmas vigentes, e nem
sempre as teorias são melhoradas ou descartadas. Quer prova mais recente? Olha
só a resistência da Nomenklatura científica contra a turma da TDI – é gratuitamente
por que defendemos uma pseudociência? Não, Mali, é porque ousamos dizer – Darwin
kaput! Darwin está nu e tem algo de podre na Akademia...
Quem sempre aborda
religião quando a questão é Darwin são os ateus, e fazem isso para
desqualificar e demonizar os oponentes tentando silenciá-los! Mas para dourar a
pílula de Darwin, ah, a religião vive com esses consensos! Desculpe, mas
consenso é coisa de políticos, geralmente acordos feitos à revelia da
sociedade... E nas trevas...
Contra Marcelo Gleiser,
outro físico ignorante sobre o caráter científico da TDI, ficar sabendo com
esta lição de TDI 101:
A TDI é uma teoria de
detecção de design, e propõe a agência inteligente como um mecanismo que causa
a mudança biológica. A TDI permite que nós expliquemos como surgiram os
aspectos observados de complexidade biológica, e outras complexidades naturais,
e utiliza o método científico para fazer suas afirmações.
O método científico é
geralmente descrito como um processo de quatro etapas envolvendo observações,
hipóteses, experimentos, e conclusão:
Observação: agentes
inteligentes produzem informação complexa e especificada (ICE).
Hipótese: se um objeto
natural for intencionalmente planejado, ele conterá altos níveis de ICE.
Testes experimentais: os
objetos naturais são testados para determinar se eles contêm informação
complexa e especificada – engenharia reversa de estruturas biológicas através
de experimentos de silenciamento para determinar se elas exigem todas as suas
partes para funcionar.
Conclusão: sendo descoberta
complexidade irredutível em uma estrutura biológica, os cientistas concluem que
ela foi intencionalmente planejada.
QED: A TDI é uma teoria
científica minimalista sobre a detecção de sinais de inteligência.
A TDI cria problemas para a
religião, Marcelo Gleiser? Em que sentido? O Darwinismo sob a ótica da religião
é ateísmo. Isso não é destacado por que, Gleiser? Dawkins afirmou que antes de
Darwin era possível ser ateu, mas depois de Darwin agora é possível ser um ateu
plenamente satisfeito... Gleiser é judeu, mas deve ser ateu...
Em ciência, Vieira, o que
manda são evidências, e você nem mencionou uma pesquisa, um paper que tenha
falsificada a tese de Behe. Que tipo de doutor você vai ser??? Pobre ciência...
Desconheço que o olho humano
seja um órgão ao gosto dos defensores do DI por ser complexo demais. O que sei
existir na literatura é que, apesar de os cientistas apresentarem seus cenários
de como se deu a evolução da visão, falta responder com evidências:
A evolução bioquímica da
capacidade fundamental de perceber a luz;
A origem do primeiro “ponto sensível
à luz”;
A origem dos caminhos
neurológicos para transmitir o sinal óptico para um cérebro;
A origem de uma reação comportamental
permitindo sensibilidade à luz para dar alguma vantagem comportamental ao organismo.
A origem das lentes, córnea e
íris nos vertebrados;
A origem do olho composto
nos artrópodes.
Mali, é fácil admirar a
beleza da complexidade e diversidade das formas biológicas aonde as evidências
forem dar. Quanto ao olhar da fé, quando fazemos ciência, nós da TDI – non fingo
hypotheses!
É, parece que o ser humano foi mesmo planejado intencionalmente!
P. S.: Só agora reparei - todos os cientistas contatados por Tiago Mali, até onde sei, são ateus! Pobre ciência!