Tiago Mali, revista ÉPOCA, e o conluio incestuoso da Grande Mídia com a Nomenklatura científica contra a teoria do Design Inteligente

quarta-feira, novembro 12, 2014

A revista ÉPOCA, edição impressa 868, de 10/11/2014, com a reportagem “Se o homem fosse planejado”, de Tiago Mali, fez um grande mal aos seus leitores com a publicação desse artigo preconceituoso, enviesado e em descompasso com a verdade sobre o caráter científico da teoria do Design Inteligente.

Comecemos a desnudar o folhetim ideológico de mais um inocente útil da Nomenklatura científica. A TDI não tenta unir a biologia e a intervenção divina, e seus defensores devem sim ser levados a sério, pois colocam suas carreiras acadêmicas em risco ao anunciarem em suas palestras que os atuais paradigmas sobre a origem e evolução do universo e da vida são paradigmas colapsantes. É preciso ter cojones para dizer isso, e falta cojones nos editores e jornalistas científicos em colocarem os cientistas na parede e questionarem a robustez de seus paradigmas.

Procede a informação de Mali de que nosso congresso fora anunciado no site da Unicamp, e a reação de Leandro Russovski Tessler, um Torquemada pós-moderno, ateu chique e perfumado a la Dawkins, que culminou com a remoção do aviso do evento. A sandice perversa é tamanha que, desconhecendo o referencial teórico da TDI, Mali afirmou que tentamos ‘aglutinar, numa única tese, conceitos de biologia e a existência de Deus’. TDI 101: sinais de inteligência são detectados na natureza e processos cegos, aleatórios e não guiados como a seleção natural, não são capazes de explicar a origem e evolução do universo e da vida. Mali deve ser cego ou estrábico e enxergou Deus em um conceito científico.

Os adeptos Design Inteligente não combatem um ‘pilar da ciência moderna’ a ‘evolução gradual das espécies pela seleção natural’, pois a TDI é compatível com a evolução, dependendo de qual evolução estamos falando. Se for a evolução definida como mera mudança ao longo do tempo dentro das espécies, ninguém da turma da TDI nega tal evolução é um fato. Todavia, quando se fala em evolução sendo a grande afirmação de que a seleção natural não guiada agindo ao longo do tempo sobre mutações aleatórias é a força motriz que produziu toda a diversidade e complexidade de vida, é essa que combatemos porque tem muitos problemas científicos – Mali, mal sabe biologia, porque tais processos randômicos e não guiados não produzem novas características biológicas complexas. Uma leitura objetiva da literatura especializada demonstra ser a teoria da evolução neodarwinista uma teoria falsificada pelas evidências.

Quando Mali afirma que o fato, Fato, FATO da teoria da evolução foi amplamente testado e é amplamente aceito pela comunidade científica, ele está mais uma vez em descompasso com a verdade. Algumas perguntas bem primárias em biologia evolucionária: a hipótese da ancestralidade comum já foi amplamente testada? A Árvore da Vida de Darwin é uma miragem ou uma realidade comprovada por esses testes? O registro fóssil comprova a hipótese transformista de Darwin ou não? A evolução humana é um assunto científico polêmico e controverso dentro da comunidade? Se sim, por que???

O que os adeptos da TDI fazem com os discípulos de Darwin é apontar as insuficiências fundamentais da teoria da evolução no contexto de justificação teórica (Acho que o Mali, mal sabe o que é isso). São justamente esses buracos e pontos epistêmicos fundamentais obscuros em teorias da origem e evolução da vida que a turma da TDI vem denunciando desde os anos 1990s.

Mali mal sabe que a posição do Papa Francisco – teísmo evolucionista, é rejeitada pela Nomenklatura científica, mas aceita unicamente para servir de Big Stick contra os que rejeitam essa posição, ou para cooptar os ainda em dúvida sobre a questão da evolução darwinista. Por que eles a rejeitam? Porque é péssima teologia e péssima ciência. A Bíblia, como qualquer literatura pode ser lida literalmente ou não, dependendo do que o texto está falando.

Nenhuma novidade, nenhuma mudança de direção na fala do Papa Francisco aos cientistas da Academia de Ciências do Vaticano, contra o que disseram outros papas, que permitiram que a evolução fosse discutida, com o claro entendimento de que a nossa criação é de Deus, e que descendemos todos de Adão e Eva, e que cada um recebe sua alma de Deus (Humani Generis, 1950, Papa Pio XII).

A TDI é uma teoria de detecção de design, e propõe a agência inteligente como um mecanismo que causa a mudança biológica. A TDI permite que expliquemos como surgiram certos aspectos de complexidade biológica observadas, e outras complexidades naturais. E usamos o método científico para fazer isso.

Mali precisa fazer sua tarefa de história sobre a TDI: ela surgiu nos anos 1990s nos Estados Unidos, mais precisamente em Pajaro Dunes, Califórnia, numa reunião liderada por Phillip Johnson. Está correto quanto à TDI no Brasil: um pequeno grupo de alunos e alguns professores de pós-graduação da Unimep, Piracicaba, SP, em 1998 – não cabia mesmo numa Kombi, e hoje somos mais de 300 com mestrado e doutorado. Tivemos que voar abaixo do radar porque a Nomenklatura científica, com representantes como o Leandro Russovski Tessler, era suicídio acadêmico defender abertamente a TDI como hoje fazemos. Tessler é um tigre de papel. Ruge, mas não morde!

O NBDI – Núcleo Brasileiro de Design Inteligente vai dar lugar para a SBDI – Sociedade Brasileira de Design Inteligente. Vai ser considerado um manifesto sobre o ensino da evolução e a TDI nas escolas e universidades públicas. Reitero, sou contra, e serei voto vencido, mas vamos ver o que vai ser considerado.

Causa náuseas ler de um cientista da USP, Mario de Pinna, afirmar que o ensino da TDI vai fazer o Brasil motivo de risos do mundo. Mario, fique tranquilo, relaxe e goze até o dia 16 de novembro: não sei lhe dizer o que resultará do que for referendado em assembleia da SBDI. Agora, Pinna, causa profunda revolta e nojo é você ensinar como verdade científica uma teoria científica que colapsou no seu cinturão epistêmico duro – a seleção natural, e isso no contexto de justificação teórica. E mais, causa espécie os darwinistas se oporem vigorosamente ao ensino de qualquer evidência científica ou ponto de vista que vá contra Darwin. A ciência e a mentira não andam de mãos dadas, mas ultimamente tem andado... Sem falar na arrogância dos discípulos de Darwin...

Mali, seu menino malvado, você é encontrado novamente em descompasso com a verdade sobre o caso de Dover – não foi porque a TDI era ensinada numa escola. Os pais levaram à justiça a escola por causa de uma nota que era para ser lida antes das aulas de ciência de que a teoria da evolução de Darwin era apenas uma teoria e que haviam outras como a TDI. Fomos contra. Chamados para depor, lá fomos, amicus curiae, e o juiz definiu num tribunal que a TDI não é ciência, mas criacionismo disfarçado. Mali, sabe de nada inocente, essa decisão é local e cabe recurso, pois não foi uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos. Não iremos, até onde sei, recorrer, pois entendemos que ciência é corroborada pelas evidências e não é definida em tribunais, muito menos por um juiz que usou 99% dos dados da acusação na sua decisão. Vide

Mali, você mais uma vez é apanhado em descompasso com a verdade sobre a TDI – que seguimos o método científico para concluir que Deus existe! O método científico apenas corrobora as teses da TDI, nada diz sobre a ontologia de Deus. Aliás, se fizesse, não seria uma teoria científica, mas um credo de fé de subjetividades religiosas. Essa questão de quem é o Designer, não é assunto científico, mas filosófico-teológico. Vide


Quanto ao termo ‘design inteligente’ encontrado no livro Of Pandas and People, vide

Mali, mais uma vez apanhado em descompasso com a verdade dos fatos. A resolução da AAAS – American Associationfor the Advancement of Science (a SBPC dos gringos) foi emitida em 18/10/2002 e não em 2013... Vide resposta ao folhetim ideológico da AAAS.

Mali, se os manifestos da Sociedade Brasileira de Genética (vide nossa resposta: Manifesto da SociedadeBrasileira de Genética: uma "estudantada" sobre Ciência, Criacionismoe Design Inteligentee da Sociedade Brasileira de Paleontologia (vide nossa resposta A Sociedade Brasileira de Paleontologia écontra a liberdade acadêmica que questiona paradigmas colapsantes e consideranovas teorias científicasrecuperaram a definição popperiana de ciência – uma teoria, para ser científica, deve fazer previsões que possam ser confirmadas ou refutadas por outros cientistas, se aplicada à teoria da evolução de Darwin passaria ou seria reprovada magna cum laude? Vamos ao teste?

Pergunta 1: Existe mecanismo viável para gerar a sopa primordial?

Pergunta 2: Processos químicos não guiados podem explicar a origem do código genético?

Pergunta 3: Mutações aleatórias podem gerar a informação genética requerida para estruturas irredutivelmente complexas?

Pergunta 4: Por que a seleção natural luta para fixar características vantajosas nas populações?

Pergunta 5: O surgimento abrupto de espécies no registro fóssil (Explosão Cambriana) apoia a evolução preconizada por Darwin?

Pergunta 6: A biologia moderna teve êxito total na produção de uma “Árvore da Vida”?

Pergunta 7: A evolução convergente fortalece o Darwinismo ou destrói a lógica por detrás da ancestralidade comum?

Pergunta 8: As diferenças entre os embriões de vertebrados fortalecem ou contradizem as predições de ancestralidade comum?

Pergunta 9: O neodarwinismo tem êxito em tentar explicar a distribuição biogeográfica de muitas espécies?

Pergunta 10: O neodarwinismo tem uma longa história de predições inexatas sobre os órgãos vestigiais e o DNA “lixo”?

Pergunta extra: Por que os humanos mostram muitos comportamentos e capacidades cognitivas que, aparentemente, não oferecem nenhuma vantagem de sobrevivência?

Mario Pinna, Leandro Russovski Tessler, se não souberem responder, perguntem ao Mali...

Um teste científico para contrapor o teste científico para demonstrar a hipótese da existência de Deus, na maior certeza cartesiana de Mali: existe algum teste científico para demonstrar a hipótese da existência do ancestral comum, em termos moleculares e morfológicos??? Assim - um Australopithecus afarensis se transmutacionar em Antropólogo amazonense...

Neste artigo dourando a pílula para a Nomenklatura, Mali, na sua inocência evangélica, oops jornalística, disse que a dúvida é bem-vinda em ciência, que quando necessário, teorias são melhoradas ou descartadas. Sabe de nada, inocente. Parece que nunca leu A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn – há resistência da parte da Nomenklatura contra aqueles que duvidam dos paradigmas vigentes, e nem sempre as teorias são melhoradas ou descartadas. Quer prova mais recente? Olha só a resistência da Nomenklatura científica contra a turma da TDI – é gratuitamente por que defendemos uma pseudociência? Não, Mali, é porque ousamos dizer – Darwin kaput! Darwin está nu e tem algo de podre na Akademia... 

Quem sempre aborda religião quando a questão é Darwin são os ateus, e fazem isso para desqualificar e demonizar os oponentes tentando silenciá-los! Mas para dourar a pílula de Darwin, ah, a religião vive com esses consensos! Desculpe, mas consenso é coisa de políticos, geralmente acordos feitos à revelia da sociedade... E nas trevas...

Contra Marcelo Gleiser, outro físico ignorante sobre o caráter científico da TDI, ficar sabendo com esta lição de TDI 101:

A TDI é uma teoria de detecção de design, e propõe a agência inteligente como um mecanismo que causa a mudança biológica. A TDI permite que nós expliquemos como surgiram os aspectos observados de complexidade biológica, e outras complexidades naturais, e utiliza o método científico para fazer suas afirmações.

O método científico é geralmente descrito como um processo de quatro etapas envolvendo observações, hipóteses, experimentos, e conclusão:

Observação: agentes inteligentes produzem informação complexa e especificada (ICE).

Hipótese: se um objeto natural for intencionalmente planejado, ele conterá altos níveis de ICE.

Testes experimentais: os objetos naturais são testados para determinar se eles contêm informação complexa e especificada – engenharia reversa de estruturas biológicas através de experimentos de silenciamento para determinar se elas exigem todas as suas partes para funcionar.

Conclusão: sendo descoberta complexidade irredutível em uma estrutura biológica, os cientistas concluem que ela foi intencionalmente planejada.

QED: A TDI é uma teoria científica minimalista sobre a detecção de sinais de inteligência.

A TDI cria problemas para a religião, Marcelo Gleiser? Em que sentido? O Darwinismo sob a ótica da religião é ateísmo. Isso não é destacado por que, Gleiser? Dawkins afirmou que antes de Darwin era possível ser ateu, mas depois de Darwin agora é possível ser um ateu plenamente satisfeito... Gleiser é judeu, mas deve ser ateu...

Quanto à complexidade irredutível de Behe, por mais que Eli Vieira (um mero doutorando de genética) et caterva queiram, a tese de Behe (um Ph. D. e professor com estabilidade na universidade) não foi falsificada. Nem os programas de computadores conseguiram isso. Digital Irreducible Complexity: A Survey of Irreducible Complexity inComputer Simulations

Em ciência, Vieira, o que manda são evidências, e você nem mencionou uma pesquisa, um paper que tenha falsificada a tese de Behe. Que tipo de doutor você vai ser??? Pobre ciência...

Desconheço que o olho humano seja um órgão ao gosto dos defensores do DI por ser complexo demais. O que sei existir na literatura é que, apesar de os cientistas apresentarem seus cenários de como se deu a evolução da visão, falta responder com evidências:

A evolução bioquímica da capacidade fundamental de perceber a luz;

A origem do primeiro “ponto sensível à luz”;

A origem dos caminhos neurológicos para transmitir o sinal óptico para um cérebro;

A origem de uma reação comportamental permitindo sensibilidade à luz para dar alguma vantagem comportamental ao organismo.

A origem das lentes, córnea e íris nos vertebrados;

A origem do olho composto nos artrópodes.

Mali, é fácil admirar a beleza da complexidade e diversidade das formas biológicas aonde as evidências forem dar. Quanto ao olhar da fé, quando fazemos ciência, nós da TDI – non fingo hypotheses! 

É, parece que o ser humano foi mesmo planejado intencionalmente!

P. S.: Só agora reparei - todos os cientistas contatados por Tiago Mali, até onde sei, são ateus! Pobre ciência!