A vinganças das mariposas salpicadas? Contra o ufanismo de Fernando Gewandsznajder

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

A vinganças das mariposas salpicadas? 

Jonathan Wells 12 de fevereiro de 2012 7:49 PM | Permalink

A estória da mariposa salpicada é familiar – até demais familiar – para a maioria dos leitores do site ENV, então aqui eu irei resumi-lo abreviadamente. Antes da revolução industrial, a maioria das mariposas salpicadas na Inglaterra era clara; mas depois que os troncos das árvores pelas cidades foram escurecendo devido à poluição, uma variedade escura (“melânica”) se tornou muito mais comum (um fenômeno conhecido como “melanismo industrial”. Nos anos 1950s, o médico inglês Bernard Kettlewell realizou alguns experimentos que pareciam mostrar que a proporção de mariposas melânicas tinha aumentado porque elas estavam melhor camufladas nos troncos das árvores escurecidas, e assim menos prováveis de serem comidas pelas aves predatórias. 

A evidência de Kettlewell logo se tornou a demonstração clássica dos livros didáticos da seleção natural em ação – comumente ilustrada com fotos das mariposas salpicadas repousando em troncos de árvores claros ou escuros.




Pelos idos de 1990s, todavia, biólogos tinham descoberto diversas discrepâncias na estória clássica – não menos do que foi que as mariposas salpicadas na natureza geralmente não repousam nos troncos de árvores. A maioria das fotos dos livros didáticos foram montadas. 

Nos anos 2000s a estória começou a desaparecer dos livros didáticos. O biólogo britânico Michael Majerus então realizou algumas pesquisas que ele julgou apoiarem a explicação camuflagem-predação. Mas antes dele morrer de câncer em 2009, ele somente conseguiu publicar um relatório de sua pesquisa na publicação científica hospedeira do lobby de Darwin Evolution: Education and Outreach. Agora, quatro outros biólogos britânicos apresentaram seus resultados postumamente na publicação da com revisão por pares, Biology Letters, da Royal Society. Em um suplemento que acompanha o texto principal, os autores apresentaram sua versão do que eles chamam de "o colapso da mariposa salpicada." E um colapso certamente é, mas não do jeito que eles pensam. De acordo com Charles Darwin, a seleção natural tem sido o fator “mais importante” na descendência com modificação de todos os seres vivos a partir de um ou de alguns ancestrais comuns, mas ele não nenhuma evidêncial real a favor disso. Tudo que ele podia oferecer no Origem das Espécies foram “uma ou duas ilustrações imaginárias.” Não foi até quase que um século mais tarde que Kettlewell pareceu fornecer a “evidência de Darwin que faltava” ao marcar e soltar mariposas claras e escuras nas florestas poluídas e não poluídas e recuperando algumas delas no dia seguinte. Consistente com a explicação camuflagem-predação, a proporção das mariposas melhor camufladas aumentou entre a soltura e recaptura.


Através dos anos 1970s e 1980s, contudo, pesquisadores relataram vários problemas com a explicação camuflagem-predação, e em 1998, o biólogo da Universidade de Massachusetts, Theodore Sargent e dois colegas publicaram um artigo no volume 30 do Evolutionary Biology concluindo que “existe pouca evidência persuassiva, na forma de observações rigorosas e experimentos replicados para apoiar esta explicação no tempo presente.” (p. 318)


No mesmo ano, Michael Majerus publicou um livro onde concluiu que a evidência reunida nos quarenta anos desde o trabalho de Kettlewell mostrava que “a história básica da mariposa salpicada está errada, é inexata, ou incompleta, no que diz respeito à maior parte dos componentes da da história.” (p. 116) Numa resenha do livro de Majerus publicada na Nature, o biólogo evolucionista da Universidade de Chicago, Jerry Coyne, escreveu: “De vez em quando, os evolucionistas reexaminam uma pesquisa experimental clássica e descobrem, para seu horror, que ela tem falhas ou está completamente errada.” Segundo Coyne, o fato de as mariposas salpicadas na floresta raramente decansarem nos troncos das árvores, “somente isso invalida os experimentos de soltura e recaptura de Kettlewell, pois as mariposas foram soltas colocando-as diretamente nos troncos das árvores."

Em 1999, eu publiquei um artigo no The Scientist resumindo essas e outras críticas da estória da mariposa salpicada, e em 2000 eu inclui um capítulo sobre as mariposas salpicadas no meu livro Icons of Evolution. Depois, em 2002, a jornalista Judith Hooper publicou um livro sobre a controvérsia, intitulado Of Moths and Men. Hooper acusou Kettlewell de fraude, embora eu nunca o acusei; a minha crítica foi dirigida principalmente aos autores de livros-texto que ignoraram problemas com a estória e continuaram a usar as fotos montadas mesmo após elas serem conhecidas como representando erroneamente as condições naturais.

Naquela ocasião, o que tinha sido previamente uma disputa científica bem limitada sobre a(s) causa(s) do melanismo industrial tinha se tornado um desastre. Sargent e eu fomos demonizados, e Majerus e Coyne foram persuadidos a reafirmar a estória da mariposa salpicada como o principal exemplo da evolução darwinista em ação. Majerus também embarcou numa pesquisa que foi recentemente relatada no Biology Letters.

Naquela pesquisa, conduzida ao longo de um período de sete anos, de 2001 a 2007, Majerus realizou experimentos de soltura-recaptura numa floresta não poluída, próxima de sua casa, com 4.522 mariposas claras e 342 escuras, usando métodos que ele considerava superiores aos de Kettlewell. Ele descobriu que as mariposas escuras (que eram menos camufladas nesta situação) tiveram somente uma taxa de 91% de sobrevivência comparada com as mariposas claras. Ele também observou 135 mariposas em posições de repouso, das quais 35.6% delas repousavam em troncos de árvores.

Mas, durante os sete anos da pesquisa de Majerus, milhares de mariposas salpicadas devem ter passado através da floresta perto de sua casa, sendo assim, 135 mariposas foram uma pequena fração do total. Além disso, como ele próprio reconheceu em uma palestra em 2007 na Suécia, seus resultados podem ter sido de “alguma forma enviesados para as partes mais baixas da árvores devido à técnica de amostragem.”
Realmente. Se as mariposas salpicadas repousam normalmente nos galhos altos, como diversos pesquisadores concluíram nos anos 1980s, então fazer estatística naquelas mariposas visíveis para u observador no chão (até alguém que suba alguma árvores pela metade, como fez Majerus), está fadado a sofrer por causa de preconceito de amostragem. Imagine alguém olhando toda a extensão de um barco e concluir que a maioria dos peixes no mar vive a três metros da superfície.

A pergunta correta a ser feita não é se as mariposas salpicadas repousam em troncos de árvores, mas se as mariposas salpicadas repousam normalmente em troncos de árvores. É possível que elas repousem, mas encontrar 48 mariposas repousando em troncos de árvores ao longo de sete anos não responde aquela pergunta – especialmente quando os troncos de árvores são o local principal onde você está procurando por mariposas.

Majerus intitulou sua palestra de 2007 de “The Peppered Moth: The Proof of Darwinian Evolution.” [A mariposa salpicada: a prova da evolução darwinista]. Ele resumiu os resultados de sua pesquisa de sete anos, mas ele explicou que a prova real de evolução darwinista é a seguinte:

A evolução darwinista é um fato lógico, e tinha de ser lógico mesmo em 1859. Considere as quarto observações de Darwin e as três deduces sobre as quais a teoria da seleção é baseada.

· Os organismos produzem mais descendência do que dão origem a indivíduos maduros.

·         Mas, os tamanhos populacionais permanecem mais ou menos constantes.

·         Portanto, deve existir uma taxa alta de mortalidade.

·         Os indivíduos numa espécie mostram variação.

·    Portanto, alguns variantes terão mais êxito do que outros, e aquelas variants com características benéficas serão naturalmente selecionados para produzir a próxima geração.

·         Há uma semelhança hereditária entre os progenitores e a sua prole.

·      Portanto, as características benéficas serão passadas para as futuras gerações.

Considerando-se esses quatro fatos observados e três deduções lógicas simples, a seleção não pode NÃO acontecer.

Assim, a evidência que Majerus apresentou era definitivamente irrelevante. Embora consistente com a hipótese camuflagem-predação, os resultados de Majerus não podiam “provar” esta, muito menos a evolução darwinista. A “prova” dele era lógica, não era empírica.

De qualquer maneira, a evolução darwinista exige muito mais do que a seleção de características benéficas, e muito mais do que uma mudança nas proporções de mariposas claras e escuras. Ela exige a descendência com modificação de todos os seres vivos a partir de um ancestral comum ou de alguns ancestrais comuns. Darwin não escreveu um livro intitulado Como as proporções de duas variedades de mariposas preexistentes podem mudar através da seleção natural; ele escreveu um livro intitulado A origem das espécies por meio da seleção natural.

Majerus prosseguiu dizendo que “há um grande número de exemplos de seleção darwinista em ação.” E na verdade existem: mudanças de tamanho nos bicos dos tentilhões das ilhas Galápagos, é um exemplo. A seleção natural ocorre; eu nunca encontrei alguém que duvidasse dela. A questão é se a seleção natural pode produzir novas espécies, novos órgãos e novos planos corporais. Esta questão não é respondida pelas mudanças nas proporções [populacionais] de variedades pré-existentes das mesmas espécies. Mesmo que a explicação da camuflagem-predação para o melanismo industrial melanism fosse inconteste, ela nem nos levaria para mais próximo de “provar” a evolução darwinista.

Desde que existem outros exemplos melhores de seleção natural, por que os darwinistas vão aos extremos para defender a estória da mariposa salpicada? E por que eles praticamente se mordem entre si como dois campos vilificante?

A resposta, eu creio, pode ser encontrada na conclusão da palestra de Majerus de 2007. “A ascensão e queda da mariposa salpicada”, disse ele, “é um dos exemplos mais visualmente impactante e facilmente compreendido da evolução darwinista em ação, [de modo que] ela deve ser ensinada. Afinal de contas, ela fornece: A Prova da Evolução”. Não importa que a estória da camuflagem-predação seja cientificamente contestada. Não importa que a estória nem chegue perto de demonstrar a origem de uma nova espécie, muito menos a descendência de todas as espécies a partir de um ancestral comum. O que importa é que o mito da mariposa salpicada é uma ferramenta útil para doutrinar os estudantes na evolução darwinista.

Em 1999, Bob Ritter, autor de livro didático, canadense, que sabia que as fotografias das mariposas tinham sido montadas, mas de qulaquer modo, usou-as, defendou sua prática nas mesmas bases. “Você tem que olhar para a audiência”, ele foi citado na Alberta Report News magazine, edição de 5 de abril de 1999. “Quão complicado você quer fazer para um aprendiz de primeira viagem?” Alunos do ensino médio “ainda são muito concretos no modo como eles aprendem”, disse Ritter. “A vantagem deste exemplo de seleção natural é que ele é extremamente visual.”

Não é à toa que a educação está em apuros!


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NOTA DESTE BLOGGER:

ALUNOS DE BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO ENCOSTEM SEUS PROFESSORES DE BIOLOGIA NA PAREDE, POIS ELES ESTÃO ENSINANDO UMA FRAUDE PARA VOCÊS COMO SE FOSSE UM FATO CIENTÍFICO - NADA MAIS FALSO!!!

Fernando Gewandsznajder é um dos autores de livros didáticos de Biologia do ensino médio com quem trocamos e-mails em 1998 apontando o descompasso com a verdade das evidências encontradas na natureza sobre o fato da evolução.

Sua obra tem sido aprovada pelo MEC/SEMTEC/PNLEM, e foi relacionada na análise crítica que entregamos no MEC em 2003 e 2005 por utilizar duas fraudes a favor do fato da evolução - os embriões de Haeckel, e as mariposas de Manchester (melanismo industrial).

Depois de vários e-mails, Gewandsznajder pediu que eu deletasse seu e-mail, no que atendi prontamente.

Esta postagem é uma resposta à dica dada por Gewandsznajder    que terminou no artigo 
Agora é oficial! O triunfo do melanismo industrial, de Rodrigo Veras. Leia e compare onde está a verdade científica sobre as mariposas de Manchester.

Qual foi a decisão do MEC/SEMTEC/PNLEM? Eles continuam aprovando livros didáticos de Biologia do ensino médio com essas duas fraudes e distorções de evidências científicas a favor do fato, Fato, FATO da ev
olução!!!

Só conheço dois autores renomados que retiraram do seu livro-texto: Amabis e Martho. Tiraram, mas não explicaram aos alunos por que tiraram e por que usaram antes quando isso já era do conhecimento dos biólogos (um autor amigo me confessou isso por e-mail).

E ainda não vi nada disso abordado pela Grande Mídia: a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, VEJA, Época, Galileu, SuperInteressante, Ciência Hoje, Agência FAPESP, JC E-Mail, e outros veículos de divulgação científica. Por que este silêncio? Porque quando a questão é Darwin é tutti cosa nostra, capice???

A ciência e a mentira não podem andar de mãos dadas!!!