Uma carta aberta aos professores Jerry Coyne e Richard Dawkins sobre a natureza da seleção natural

sábado, agosto 27, 2011

Por Techne 


Aos professores Jerry Coyne e Richard Dawkins, 

O conceito de seleção natural, à primeira vista, parece ser um conceito bem simples de se entender e vocês dois explicaram o conceito em seus respectivos escritos. Eu tenho algumas perguntas sobre seus pontos de vista sobre a natureza da seleção natural, perguntas que eu penso não são respondidas explicitamente respondidas ou abordadas em seus vários escritos. Eu tenho quatro perguntas básicas, cada uma com o seu subconjunto de perguntas: 

1) A seleção natural é um termo prescritivo ou descritivo?

2) A seleção natural é um mecanismo?

3) A seleção natural é uma causa ou uma força?

4) A seleção natural é um processo ou um resultado? 

Pergunta 1: Prescritivo ou Descritivo? 

Vocês consideram a seleção natural como termo prescritivo pelo qual a seleção natural é uma causa ou força que “guia” a interação ou mudança de características de entidades biológicas, que “mantém” a prevalência de mutações benéficas, ou que “limita” ou “favorece” algumas variações em detrimento de outras variações, ou que “conduz” a mudança biológica em direção ao local máximo no “cenário adaptativo”. Neste ponto de vista, a seleção natural é um agente (embora impessoal e cego, como em não-direcional) que causalmente influencia a mudança biológica pela “manutenção” ou “favorecimento” ou pela “produção mais apta” de entidades biológicas, e etc. 

Vocês consideram a seleção natural como um termo descritivo que descreve o que acontece quando você tem indivíduos em uma população que tem algum tipo de variação (e.g. genética) e diferenças de aptidão e que são capazes de transmitir suas características. 


Pergunta 2: A seleção natural é um mecanismo?


Professor Coyne, no seu artigo “The Improbability Pump” [A bomba da improbabilidade] (www.thenation.com) você defende o conceito de seleção natural das críticas de Fodor e Piattelli-Palmarini [F&P] ao afirmar que: 

Mas primeiro, uma vez que a seleção não é tão controversa para Dawkins embora seja tão denegrida por F&P, compete a nós entendermos o que ela é. A princípio, a seleção natural é simples. Não é nem uma “lei” nem “mecanismo”. Ela é, em vez disso, um “processo” – um processo que é inevitável se duas condições comuns forem atendidas. 

Desta afirmação eu entendo que você está dizendo que a seleção natural NÃO É um mecanismo e que É um processo. No seu livro Why Evolution Is True [Por que a evolução é verdade] página 3, você afirma: 

Em essência, a moderna teoria da evolução é fácil de se entender. Ela pode ser resumida em uma única (embora um pouco longa) sentença: A vida na Terra evoluiu gradualmente com uma espécie primitive —talvez uma molécula auto-replicante— que viveu há mais de 3.5 bilhões e anos atrás; depois ela se ramificou ao longo do tempo, lançando muitas espécies novas e diversas; e o mecanismo para a maioria (mas não todas) das mudanças evolucionárias é a seleção natural

Desta afirmação eu entendo que você está dizendo que a seleção natural É um mecanismo. Por favor, você pode definir o seu ponto de vista sobre a seleção natural, e se ela é ou não é um mecanismo. E o que exatamente você quer dizer com “mecanismo”? 

Pergunta 3: A seleção natural é uma causa ou uma força?


Vocês consideram a seleção natural como algum tipo de causa ou força que causa mudança evolucionária ou desempenha um papel causal na mudança evolucionária? Os termos “causa” e “força” são usados metaforicamente? O que vocês querem dizer exatamente com o termo “causa” e “força”? 

Vocês concordam ou discordam com outros biólogos e filósofos que não consideram a seleção natural como algum tipo de força? Biólogos evolucionistas como o Professor Allen MacNeill de Ithaca, Nova York e o Professor John A. Endler não consideram a seleção natural como uma força. O Professor William B. Provine, no Departmento de Ecologia e Biologia Evolucionária, Universidade Cornell, não pensa que a seleção natural seja uma força. Ele afirma no seu livro The Origins of Theoretical Population Genetics [As origens teóricas da genética populacional], citando a Endler: 

Como John Endler argumentou eloquentemente no livro Natural Selection in The Wild [Seleção natural na natureza](1968), a seleção natural não é um mecanismo. A seleção natural não age sobre nada, nem seleciona (a favor ou contra), força, maximiza, cria, modifica, modela, opera, dirige, favorece, mantém, pressionar ou ajustar. A seleção natural não faz nada. A seleção natural como uma força natural pertence à categoria não insubstancial já habitada pelo flogisto de Becker/Stahl (Endler 1986) ou pelo “éter” de Newton. A seleção natural é o resultado necessário de causas discerníveis e frequentemente quantificáveis. 

O filósofo de ciência (biologia), Andre Ariew, e o filósofo de biologia Mohan Matthen, argumentam que a seleção natural não é uma causa. Por sua vez, James Lennox argument que Darwin era um teleologista porque Darwin considerava a seleção natural como algum tipo de força ou causa que influencia a mudança ou evolução biológicas. Andre Ariew, citando Lennox, no seu artigo “Platonic and Aristotelian Roots of Teleological Arguments in Cosmology and Biology” [Raízes platônicas e aristotélicas dos argumentos teleológicos] ele afirma: 

Como que a seleção natural é uma “força” teleológica? Eu percebo vestígios de dois tipos de teleologia operando em Darwin. A chave para se ver os dois está contido no conceito de seleção natural de Darwin que pode ser resumido assim: como resultado de indivíduos possuindo capacidades hereditárias diferentes para sobreviver e reproduzir em ambientes locais, vem uma explicação para as mudanças na composição das características das populações através do tempo. As características se tornam predominantes nas populações porque elas são úteis aos organismos na sua luta pela sobrevivência. A teleologia funcional de Aristóteles é preservada através da ideia de que a existência de um item pode ser explicado em termos de sua utilidade (Lennox 1993). O que faz uma característica ser útil é que ela fornece a certos indivíduos uma vantagem sobre os demais em sua própria luta pela sobrevivência e reprodução. Em segundo lugar, o conceito de indivíduo lutando para sobreviver e reproduzir desempenha o papel fundamental na explicação de Darwin para as origens da diversidade orgânica. O mesmo conceito nos lembra a teleologia formal de Aristóteles – a luta pela autor-preservação. 

Vocês estão cientes das abordagens diferentes para o conceito de teleologia e vocês se opõem a TODAS as abordagens?

Pergunta 4: A seleção natural é um processo ou um resultado?

Alguns biólogos (vide acima) consideram a seleção natural um processo, alguns a consideram como um resultado. Quais são os seus pontos de vista e o que vocês querem dizer por “processo”? 

Se vocês responderam a qualquer uma dessas perguntas EXPLICITAMENTE na sua literatura, por favor me indique o lugar certo. Se não, poderiam ser gentis fornecer respostas apropiadas para as perguntas acimas a fim de que seus pontos de vista sobre a natureza da evolução fiquem claras. 

Muito obrigado 

Desejo o melhor para vocês.

Assinado: Anônimo

Source/Fonte: Telic Thoughts

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Até agora nenhum dos dois luminares darwinistas, especialistas em biologia evolucionária, respondeu as perguntas simples desta carta aberta.

Algum luminar darwinista tupiniquim tem as respostas??? Se tiver, publiquem em algum blog ou site na internet.

Alunos do ensino médio: encostem seus professores de Biologia na parede com essas perguntas sobre o fato, Fato, FATO da evolução através da seleção natural!!! Dou o maior apoio!!!