Ann Gauger acertou
na mosca ontem com a notícia de uma grande retirada de circulação de um
artigo de 2016 de Jack Szostak, laureado com o prêmio Nobel, da Escola de
Medicina de Harvard, no Nature
Chemistry. Ele e sua aluna pós-doc Tivoli Olsen, que
demonstrou que seus resultados não podiam ser duplicados, merecem elogios pela
integridade e autocorreção.
A replicação não enzimática
do RNA é tida como tendo sido um processo crítico necessário para a origem da
vida. Uma dificuldade não resolvida com a replicação não enzimática do RNA é
que a copiagem modelo dirigida do RNA resulta em um produto de cadeia dupla. Após
a separação da cadeia, o rápido anelamento da cadeia sobrepuja a copiagem lenta
do modelo não enzimático, o que torna as múltiplas séries de replicação do RNA impossível.
Aqui nós demonstramos que os peptídeos de oligoarginina reduzem o anelamento de
oligorribonucleotídeos até diversos milhares de vezes; todavia, os iniciadores
curtos e os monômeros ativados podem ainda se ligar às cadeias modelares e a
extensão primária do modelo direcionado pode ainda ocorrer, tudo dentro de um
estado condensado de fase separada ou coacervado. Além disso, nós demonstramos
que dentro desta fase, ocorre a copiagem parcial do modelo mesmo na presença de
cadeias complementares completas. Este método para capacitor mais séries de
replicação sugere um mecanismo pelo qual peptídeos curtos não codificados poderiam ter realçado a aptidão celular
primeva, e potencialmente explica peptídeos codificados mais longos, isto é, as
proteínas, chegaram à prominência na biologia moderna.
Este é o resultado que agora
foi retirado de circulação.
Meyer escreveu no seu livro Signature
in the Cell, seguindo uma análise da pesquisa de Szostak:
Como eu tenho investigado vários
modelos que combinaram o acaso e a necessidade, eu tenho percebido um crescente
sentimento de futilidade e frustração surgindo entre os cientistas que
trabalham na origem da vida. Como eu pesquisei a literatura, tornou-se claro
que esta frustração vem crescendo há muitos anos.
…
Eu comecei a refletir sobre
o fracasso dessas simulações para explicar o enigma do DNA sem a direção dos
cientistas inteligentes. Eu me perguntei se eles não tinham inadvertidamente
fornecido evidência para uma abordagem radicalmente diferente ao problema de
informação biológica. Isso me levou de volta onde eu tinha começado — à ideia
de design inteligente e a uma consideração do caso científico a seu favor.
Foi isso exatamente que
aconteceu com a história de retirada de circulação do artigo. Szostak, por sua própria admissão
estava “incrivelmente animado” pelo resultado de seu trabalho. Mas como o Retraction
Watch noticiou, “a equipe tinha
interpretado mal os dados iniciais.” Foi “definitivamente embaraçoso”, como
Szostak admitiu. “Em retrospecto, nós estávamos totalmente cegos por nossa
crença”. Novamente , como a Dr. Gauger destacou, sua honestidade deve ser louvada.
Mas o que é ser “cego” pela
“crença”? Eu ouço um eco de seu comentário sobre o design inteligente e seu
perigo, ao qual ele adicionou o comentário, “Eu creio que sistemas de crença
baseados na fé são inerentemente perigosos, pois eles deixam o crente suscetível
a manipulação quando o ceticismo e a inquirição são desencorajados”.
Todavia, como agora ele admite,
foi a sua própria equipe que foi enganada pela “crença”.
Entretanto, a comunidade da
origem da vida, o significado do que Meyer chamou de “futilidade e frustração”
persiste. E o livro Signature in the Cell permanence o guia preeminente
em explicar a perplexidade dos cientistas da origem da vida, enquanto propôs
uma abordagem alternativa. Alguém deseja, como
Brian Miller disse hoje, que eles deixassem de lado o viés materialista,
adotem “ceticismo e inquirição” e considerar seriamente aquela alternativa.