“Assombrado” pelo Design
Inteligente, um organizador comunica sobre o encontro da Royal Society
26 de maio de 2017, 2:25 AM
Escrevendo no periódico
científico Trends
in Ecology & Evolution, Kevin Laland comunica sobre o encontro em
novembro de 2016 da Royal Society - “New Trends in Evolutionary Biology” [Novos
rumos em biologia evolucionária] Laland, um dos organizadores da conferência,
procura ter a última palavra, fazer um pouco de controle de danos, e colocar em
segurança os céticos da evolução nos seus devidos lugares.
Como o pessoal do Evolution
News noticiou na ocasião, a conferência foi significante pela luz
que lançou sobre as deficiências na teoria darwinista e o quão
distante os darwinistas tradicionalistas ou os mais progressistas defensores da
Síntese Ampliada/Estendida estão de resolver esses problemas.
A nota de Laland não é
mentirosa, mas procura adornar o evento em termos favoráveis para si e os
demais organizadores. Os dois biólogos tradicionalistas que estiveram, e que
que falaram, passaram todo o encontro repudiando a necessidade de qualquer
síntese ampliada/estendida. Bem, Laland vem como se dissesse, “Bem, nós também
nos importamos! Nós trazemos uma nova maneira de considerar as coisas que não é
tão assim genecêntrica”.
Sem ler o artigo, nós
poderíamos lhe dizer o que Laland deveria ter dito. Primeiro e acima de tudo,
ele precisava retratar o evento como um evento bem-sucedido para o lado dele.
O encontro, antecipado com
uma mistura de entusiasmo e temor febril, tinha se esgotado antecipadamente há
meses, e a audiência ansiosa talvez esperando que os evolucionistas radicais tradicionais
fossem se confrontar, em vez do diálogo construtivo entre os biólogos,
cientistas sociais, e pesquisadores nas ciências humanas que as academias anunciaram.
Antes de prosseguir, para
estabelecer seu relato de bona fides, tinha que haver um ataque desnecessário
a nós, tão chamados “criacionistas”:
Todas as partes enfatizaram
que a biologia evolucionária é uma área científica vigorosa e progressiva. Para
desgosto dos criacionistas e alguns jornalistas esperando uma luta, não
foram ouvidas chamadas para revolução. [Ênfase adicionada.]
Bem, de volta ao que
interessa. Teria sido mais útil para Laland se ele pudesse retratar o encontro
como litigioso, testemunhando um “cisma” com os tradicionalistas, mas ainda
assim bem-vindo e produtivo para outros estudiosos:
A discussão assistiu a pouco
consenso. Um cisma separou
aqueles que defenderam a síntese evolutiva ampliada/estendida como um apelo
inocente para um pluralismo científico e aqueles que o descartaram como auto engrandecimento
equivocado.
Agora para a parte sobre ser
bem-vinda e produtiva:
Houve, todavia, um respeito
não trivial no qual o encontro era tanto sintético e uma fonte de alguma
agitação. Seu objetivo original, e na verdade principal — promover o diálogo
entre as ciências biológicas e sociais — parece ter tido sucesso. Enquanto os
biólogos evolucionários inflexíveis não se entusiasmaram às chamadas para
ampliar a síntese, repetidamente os antropólogos biológicos, psicólogos, e arqueólogos
presentes afirmaram que a hipótese de plasticidade primeiro e a construção de
nicho são vitais para seu trabalho. Para esses cientistas sociais, os relatos
padrões selecionistas genecêntricos fornecem explicações menos satisfatórias.
Chega de enrolação. Nós também estávamos
lá — um bom contingente de proponentes do DI — embora nós não tivéssemos a
oportunidade de falar. Qual
foi a realidade?
Bem, desde o começo, os
palestrantes deliberadamente evitaram discutir as falhas mais sérias no neodarwinismo.
Na conferência, a Síntese Ampliada/Estendida foi rotulada como uma “adição” ou o
melhoramento de uma fundação sólida do neodarwinismo em vez de uma substituição
de qualquer aspecto fundamental da teoria. A questão se a mutação aleatória e a
seleção natural podem construir novas características complexas foi minimizada,
como foi no artigo de Laland.
A conferência foi concebida
para minimizar a evidência de uma crise real no pensamento evolucionário. Bem como nós
noticiamos, as rachaduras na fundação dificilmente podem continuar a ser
escondidas:
A apresentação de abertura
na conferência da Royal Society por um daqueles biólogos de renome mundial, o
teórico evolucionário austríaco, Gerd Müller, ressaltou exatamente o ponto do [Stephen]
Meyer. Müller abriu o encontro discutindo diversos “déficits explanatórios”
fundamentais da “síntese moderna”, isto é, a teoria neodarwinista dos livros
texto. (Paul Nelson, do Discovery Institute recontou os destaques de Müller
nesse ponto, sobre o qual, em parte, nós baseamos o seguinte.) Segundo Müller, os
problemas ainda não resolvidos incluem esses por explicar:
- A complexidade fenotípica (a origem dos olhos, ouvidos, os planos corporais, i.e., as características anatômicas e estruturais das criaturas vivas);
- A novidade fenotípica, i.e., a origem de
novas formas através da história da vida (por exemplo, a radiação dos
mamíferos há uns 66 milhões de anos atrás, na qual as principais ordens de
mamíferos, tais como os cetáceos, morcegos, carnívoros, entram no registro
fóssil, ou até mais dramaticamente, a explosão Cambriana, com a maioria
dos planos corporais animais aparecendo mais ou menos sem ancestrais); e
finalmente
- Formas não graduais ou modos de transição,
onde se vê descontinuidades abruptas no registro fóssil entre tipos
diferentes.
Como Müller explicou em obra
previamente publicada (com Stuart Newman), embora “o paradigma neodarwinista
ainda represente o quadro explanatório da evolução, como representado por
livros-texto recentes” ele “não tem teoria geradora.” Em outras palavras, falta
ao mecanismo neodarwinista de mutação e seleção natural o poder criador de
gerar as novas características anatômicas e formas de vida que surgiram durante
a história da vida. Todavia, conforme Müller tinha notado, a teoria neodarwinista
continua a ser apresentada ao público através de livros-texto como o entendimento
canônico de como as novas formas vivas surgiram — refletindo precisamente a
tensão entre o status percebido e atual da teoria que Meyer descreveu no livro Darwin’s
Doubt.
Isso explode bem lá na narrativa
de Laland. Existem falhas sérias e fundamentais no neodarwinismo. Elas não
foram muito discutidas, mas Müller as expôs claramente. Algumas pessoas
realmente veem a Síntese Ampliada/Estendida não como uma “adição” mas com uma
substituição genuína, focalizada no propósito fundamental da teoria neodarwinista
— explicar a origem da adaptação biológica complexa. O encontro da Royal
Society procurou minimizar isso e deixou que apenas um palestrante abordasse os
problemas, e mesmo assim não de modo direto.
Se os problemas existem, por
que o encontro da Royal Society não lidou com eles diretamente? Controle de danos.
Se os problemas existem, por
que Laland não lidou com eles diretamente em seu artigo? Novamente, controle de
danos.
E qual propósito toda essa
enrolação e ocultação artística servem? Kevin Laland mesmo nos disse. Quando ele escreveu na publicação
alguns anos atrás:
Talvez assombrados
pelo espectro dodesign inteligente, os biólogos evolucionistas querem mostrar
uma frente unida àqueles hostis à ciência. Alguém
pode temer que eles receberão menos apoio financeiro e reconhecimento se gente
de fora — tais como fisiologistas ou biólogos do desenvolvimento — invadirem o
seu campo.
(Kevin Laland, Tobias Uller, Marc Feldman, Kim
Sterelny, Gerd B. Müller, Armin Moczek, Eva Jablonka, e John Odling-Smee, “Does
evolutionary theory need a rethink? Yes, urgently,” Nature, Vol.
514:161-164 (October 9, 2014)
Os evolucionistas irão
prosseguir assustados pelo pensamento de
design em biologia até que eles renunciem a auto censura e resolverem enfrentar
seus temores, e a evidência científica, mais totalmente.
+++++
NOTA DESTE BLOGGER:
O título tem muito a ver contra o tipo de jornalismo científico rasteiro e ideológico praticado por Reinaldo José Lopes na Folha de São Paulo quando a questão é Darwin e o Design Inteligente.
Por que seus leitores nunca foram informados dessas dificuldades fundamentais na teoria da evolução de Darwin através da seleção natural e n mecanismos evolucionário de A a Z (vai que um falhe...)?
Por que não noticia eventos assim e faz uma análise dos escritos de seus participantes? Especialmente este aqui em que se observa o controle de danos feito por um dos organizadores para salvar a cara de Darwin?
Seja homem, rapaz, corajoso e mais objetivo na prática do jornalismo científico!
O título tem muito a ver contra o tipo de jornalismo científico rasteiro e ideológico praticado por Reinaldo José Lopes na Folha de São Paulo quando a questão é Darwin e o Design Inteligente.
Por que seus leitores nunca foram informados dessas dificuldades fundamentais na teoria da evolução de Darwin através da seleção natural e n mecanismos evolucionário de A a Z (vai que um falhe...)?
Por que não noticia eventos assim e faz uma análise dos escritos de seus participantes? Especialmente este aqui em que se observa o controle de danos feito por um dos organizadores para salvar a cara de Darwin?
Seja homem, rapaz, corajoso e mais objetivo na prática do jornalismo científico!