Corrigindo o MITO de que a ciência se "autocorrige": NADA MAIS FALSO!!!

terça-feira, abril 04, 2017

Correcting the “self-correcting” mythos of science

Douglas Allchin *


Source/Fonte: Boston University

Abstract: 

In standard characterizations, science is self-correcting. Scientists examine each other’s work skeptically, try to replicate important discoveries, and thereby expose latent errors. Thus, while science is tentative, it also seems to have a system for correcting whatever mistakes arise. It powerfully explains and justifies the authority of science. Self-correction thus often serves emblematically in promoting science as a superior form of knowledge. But errors can and do occur. Some errors remain uncorrected for long periods. I present five sets of historical observations that indicate a need to rethink the widespread mythos of self-correction. First, some errors persist for decades, wholly undetected. Second, many errors seem corrected by independent happenstance, not by any methodical appraisal. Third, some errors have been “corrected” in a cascade of successive errors that did not effectively remedy the ultimate source of the error. Fourth, some errors have fostered further serious errors without the first error being noticed. Finally, some corrections to erroneous theories have themselves been rejected when initially presented. In all these cases, scientists failed to identify and correct the errors in a timely manner, or according to any uniform self-correcting mechanism. These historical perspectives underscore that error correction in science requires epistemic work. We need deeper understanding of errors, through the emerging field of error analytics.

Keywords: scientific error; self-correction; error cascade; compounded error; error analytics

Corrigindo mitos “autocorrigíveis” da ciência

Resumo: 

Em caracterizações padrão, a ciência é autocorrigível. Os cientistas examinam o trabalho uns dos outros ceticamente, tentam repetir descobertas importantes e por isso expõem erros latentes. Assim, embora a ciência seja tentativa, parece também haver um sistema para corrigir quaisquer erros que apareçam. Isso explica poderosamente e justifica a autoridade da ciência. Autocorreção portanto serve em geral emblematicamente para promover a ciência como uma forma superior de conhecimento. Mas erros podem ocorrer e ocorrem. Alguns erros permanecem sem correção por longos períodos. Eu apresento aqui cinco casos de observações históricas que indicam uma necessidade de repensar o mito largamente difundido da autocorreção. Primeiro, alguns erros persistem por décadas, completamente despercebidos. Segundo, muitos erros parecem corrigidos por casualidade independente, não por alguma avaliação metodológica. Terceiro, alguns erros têm sido “corrigidos” em uma cascata de erros sucessivos que não remediam efetivamente a fonte final do erro. Quarto, alguns erros promoveram erros posteriores, mais graves, sem que o primeiro tenha sido notado. Finalmente, algumas correções a teorias erradas foram elas próprias rejeitadas quando inicialmente apresentadas. Em todos esses casos, os cientistas falharam em identificar e corrigir os erros em tempo hábil ou de acordo com algum mecanismo uniforme de autocorreção. Essas perspectivas históricas ressaltam que a correção do erro na ciência requer um trabalho epistêmico. Nós precisamos de uma compreensão mais aprofundada do erros, por meio do campo emergente da analítica do erro.

Palavras-chave: erros científicos; autocorreção; erro em cascata; erro composto; analítica do erro

* The Minnesota Center for the Philosophy of Science and STEM Education Center.
University of Minnesota, Minneapolis, MN, U.S.A, ZIP 55455. 
E-mail: allch001@umn.edu