Bem-vindo aos 10 Principais Problemas Científicos com a Evolução Química e Biológica
Casey Luskin 2 de janeiro de 2015 12:00 AM | Permalink
Nota do editor: Esta é a Parte 1 de uma série de 10 baseada no capítulo de Casey Luskin, "The Top Ten Scientific Problems with Biological and Chemical Evolution" [Os dez principais problemas científicos com a evolução biológica e química] no volume More than Myth [Mais do que mito] editado por Paul Brown e Robert Stackpole (Chartwell Press, 2014). Quando a série estiver completa, o capítulo inteiro será postado online.
"Não existem pontos fracos na teoria da evolução."1 Assim disse Eugenie Scott, a líder de fato do lobby de Darwin, quando falava à mídia reagindo ao voto do Texas State Board of Education [Conselho de Educação do Estado do Texas] de 2009 que exigia que os alunos aprendessem sobre a evidência científica a favor e contra a evolução neodarwinista.
Para aqueles que acompanham o debate sobre as origens, as palavras da Dra. Scott não são surpreendentes como são familiares. Parece que quase diariamente, nós encontramos o noticiário da mídia citando os cientistas evolucionistas declarando que os relatos materialistas da evolução química e biológica são "fatos." Os estudantes que fazem cursos para entrar na universidade ou cursos universitários sobre a evolução são advertidos que duvidar do Darwinismo beira a se cometer suicídio intelectual – você até pode proclamar que a Terra é plana.2 Tal intimidação basta para convencer a muitos que é muito mais fácil na sua posição acadêmica, sua carreira, e sua reputação em apenas aceitar o Darwinismo. Os poucos resistentes que permanecem são intimidados a ficar em silêncio.
Mas é verdade que “não existem pontos fracos” na teoria da evolução? Aqueles que expressam dúvidas sobre o Darwinismo estão mostrando coragem, ou eles são idiotas que querem nos levar de volta às eras das trevas e da era da Terra plana?3 Felizmente, é muito fácil testar essas questões: tudo que alguém tem que fazer é examinar a literatura técnica e científica e perguntar se há desafios científicos legítimos à evolução química e biológica.
Este capítulo irá rever alguma dessa literatura, e demonstrar que existem diversos desafios científicos legítimos aos princípios fundamentais da teoria darwinista, bem como as teorias predominantes da evolução química. Aqueles que abrigam dúvidas sobre o Darwinismo não precisam ficar aterrorizados pelos rufiões acadêmicos que fingem não existir nenhum debate científico a ser considerado.
Problema 1: Não há mecanismo viável para gerar uma sopa primordial
De acordo com o pensamento convencional entre os teóricos da origem da vida, ela surgiu através de reações químicas não guiadas na Terra cerca de 3 a 4 bilhões de anos atrás. A maioria dos teóricos crê que muitas etapas estiveram envolvidas na origem da vida, mas a primeira etapa estaria envolvida na produção de uma sopa primordial – um mar de moléculas orgânicas simples – do qual surgiu a vida. Embora a existência dessa "sopa" tenha sido aceita como fato inquestionável há décadas, esta primeira etapa na maioria das teorias da origem da vida enfrenta muitas dificuldades científicas.
Em 1953, um estudante de pós-graduação da Universidade de Chicago, chamado Stanley Miller, junto com seu mentor acadêmico Harold Urey, realizou experimentos esperando produzir os blocos construtores da vida sob condições naturais da Terra primeva.4 Esses "experimentos de Miller-Urey" tinham a intenção de simular raios atingindo os gases na atmosfera da Terra primeva. Após realizarem os experimentos e deixando os produtos químicos repousar por um período de tempo, Miller descobriu que aminoácidos – os blocos construtores de proteínas – tinham sido produzidos.
Por décadas, esses experimentos tinham sido aclamados como uma demonstração de que os "blocos construtores" da vida poderiam ter surgido sob condições naturais, realistas, tipo da Terra,5 corroborando a hipótese da sopa primordial. Contudo, também tem sido conhecido há décadas que a atmosfera da Terra primeva era fundamentalmente diferente dos gases usados por Miller e Urey.
A atmosfera usada nos experimentos de Miller-Urey era composta principalmente de gases redutores como metano, amônia, e altos níveis de hidrogênio. Geoquímicos agora acreditam que a atmosfera da Terra primeva não continha quantidades apreciáveis desses componentes. (Gases redutores são aqueles que tendem perder elétrons durante reações químicas.) David Deamer, teórico da origem da vida da Universidade da Califórnia-Santa Cruz, explica isso no Microbiology & Molecular Biology Reviews:
Este quadro otimista começou a mudar no fim dos anos 1970s, quando se tornou cada vez mais claro que a atmosfera primitiva era, provavelmente, vulcânica em sua origem e composição, composta em grande parte de dióxido de carbono e nitrogênio em vez da mistura de gases redutores presumidos pelo modelo de Miller-Urey. O dióxido de carbono não suporta o conjunto rico de vias sintéticas resultando em possíveis monômeros...6
Do mesmo modo, um artigo na revista Science afirmou: "Miller e Urey basearam-se em uma atmosfera 'redutora', uma condição na qual as moléculas estão saturadas com átomos de hidrogênio. Como Miller demonstrou mais tarde, ele não podia fazer orgânicos em uma atmosfera 'oxidante'."7 O artigo foi direto: "a atmosfera primitiva não parecia em nada com a situação de Miller-Urey."8 Consistente com isso, pesquisas geológicas não têm descoberto evidência de que uma sopa primordial existiu uma vez.9
Existem boas razões para se entender por que a atmosfera da Terra primeva não continha altas concentrações de metano, amônia, ou outros gases redutores. Considera-se que a atmosfera da Terra primitiva foi produzida pela liberação de gases vulcânicos, e a composição desses gases vulcânicos está relacionada às propriedades químicas do manto interior da Terra. Pesquisas geoquímicas têm descoberto que as propriedades químicas do manto da Terra teria sido o mesmo no passado como são hoje.10 Mas hoje, os gases vulcânicos não contêm metano ou amônia, e não são redutores.
Um artigo no Earth and Planetary Science Letters descobriu que as propriedades químicas do interior da Terra têm sido essencialmente constantes ao longo da história da Terra, levando à conclusão de que "A vida pode ter achado suas origens em outros ambientes ou por outros mecanismos."11 Tão drástica é a evidência contra a síntese prebiótica dos blocos construtores da vida que em 1990 o Space Studies Board of the National Research Council [Diretoria de Estudos Espaciais do Conselho de Pesquisa Nacional] recomendou que os investigadores da origem da vida empreendessem um "reexame da síntese de monômero biológico sob ambientes tipo Terra primitiva, como revelada em modelos atuais da Terra primeva."12
Por causa de tais dificuldades, alguns teóricos expoentes abandonaram o experimento de Miller-Urey e a teoria da "sopa primordial" que é tida como dando suporte. Em 2010, Nick Lane, bioquímico da University College de Londres, declarou que a teoria da sopa primordial "não se sustenta" e "já passou da data de validade."13 Em vez disso, ele propõe que a vida surgiu em fontes hidrotermais submarinas. Mas tanto as hipóteses de fontes hidrotermais e a sopa primordial enfrentam outro grande problema.
A evolução química está morta na água
Vamos supor por um momento que houve algum modo de se produzir moléculas orgânicas simples na Terra primitiva. Talvez elas formaram uma "sopa primordial", ou talvez essas moléculas surgiram próximas de alguma fonte hidrotermal. De qualquer maneira, os teóricos da origem da vida devem então explicar como que os aminoácidos ou outras moléculas orgânicas principais se conectaram para formar longas cadeias (polímeros) como as proteínas (ou o RNA).
Todavia, quimicamente falando, o ultimo lugar que você gostaria de conectar aminoácidos em cadeias seria um vasto ambiente aquático como a "sopa primordial" ou sob a água próximo a uma fonte hidrotermal. Como reconhece a National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos], "Dois aminoácidos não se juntam espontaneamente na água. Antes, a reação oposta é favorecida termodinamicamente."14 Em outras palavras, a água quebra as cadeias de proteínas transformando-as em aminoácidos (ou outros constituintes), tornando isso muito difícil para produzir proteínas (ou outros polímeros) na sopa primordial.
Aos materialistas faltam boas explicações para essas primeiras simples etapas que são necessárias para a origem da vida. A evolução química está, literalmente, morta na água.
Referências:
[1.] Eugenie Scott, citada in Terrence Stutz, "State Board of Education debates evolution curriculum," Dallas Morning News (January 22, 2009), citada novamente in Ed Stoddard, "Evolution gets added boost in Texas schools," Reuters.com em
[2.] Karl W. Giberson, Saving Darwin: How to be a Christian and Believe in Evolution, p. 53 (HarperOne, 2008) ("biólogos hoje em dia consideram a ancestralidade comum de toda a vida no mesmo nível da esfericidade da Terra").
[3.] De qualquer modo, é um grande mito que um dia a civilização ocidental acreditou numa Terra plana. Vide Jeffrey Burton Russell, "The Myth of the Flat Earth," em http://www.veritas-ucsb.org/library/russell/FlatEarth.html
[4.] Vide Stanley L. Miller, "A Production of Amino Acids under Possible Primitive Earth Conditions, " Science, 117: 528-529 (15 de maio de 1953).
[5.] Vide Jonathan Wells, Icons of Evolution: Why Much of What We Teach About Evolution Is Wrong, (Washington D.C.: Regnery, 2000); Casey Luskin, "Not Making the Grade: An Evaluation of 19 Recent Biology Textbooks and Their Use of Selected Icons of Evolution," Discovery Institute (26 de setembro de 2011), em
[6.] David W. Deamer, "The First Living Systems: a Bioenergetic Perspective," Microbiology & Molecular Biology Reviews, 61:239 (1997).
[7.] Jon Cohen, "Novel Center Seeks to Add Spark to Origins of Life," Science, 270: 1925-1926 (22 de dezembro de 1995).
[8.] Ibid.
[9.] Antonio C. Lasaga, H. D. Holland, and Michael J. Dwyer, "Primordial Oil Slick," Science, 174: 53-55 (1º. de outubro de 1971).
[10.] Kevin Zahnle, Laura Schaefer, e Bruce Fegley, "Earth's Earliest Atmospheres," Cold Spring Harbor Perspectives in Biology, 2(10): a004895 (October, 2010) ("Geochemical evidence in Earth's oldest igneous rocks indicates that the redox state of the Earth's mantle has not changed over the past 3.8 Gyr"); Dante Canil, "Vanadian in peridotites, mantle redox and tectonic environments: Archean to present," Earth and Planetary Science Letters, 195:75-90 (2002).
[11.] Dante Canil, "Vanadian in peridotites, mantle redox and tectonic environments: Archean to present," Earth and Planetary Science Letters, 195:75-90 (2002) (citações internas removidas).
[12.] National Research Council Space Studies Board, The Search for Life's Origins (National Academy Press, 1990).
[13.] Deborah Kelley, "Is It Time To Throw Out 'Primordial Soup' Theory?," NPR (February 7, 2010).
[14.] Committee on the Limits of Organic Life in Planetary Systems, Committee on the Origins and Evolution of Life, National Research Council, The Limits of Organic Life in Planetary Systems, p. 60 (Washington D.C.: National Academy Press, 2007).
[15.] Richard Van Noorden, "RNA world easier to make," Nature news (13 de maio de 2009),