O jornalismo científico tupiniquim continua deixando a desejar tamanha a ignorância científica dos nossos jornalistas em teoria da evolução [será que eles sabem a distinção entre teoria especial da evolução e teoria geral da evolução???], o não questionamento dos cientistas, a falta de uma pitada de ceticismo saudável sobre as pesquisas científicas, e o exagerado beija-pé e beija-mão de Darwin como tendo a sua teoria da evolução [qual delas?] a cada dia sendo empiricamente confirmada. Nada mais falso.
Na reportagem "A última evolução", VEJA 1987, 20/12/2006, pp. 112, 114, sobre recente pesquisa genética do "por que entre alguns povos africanos os adultos apresentam boa tolerância ao consumo de leite" que não acontece com a maior parte dos africanos, Leoleli Camargo começa logo com o exagerado beija-pé a Darwin ao afirmar que essa pesquisa "oferece mais uma prova espetacular da acuidade das teorias do naturalista inglês Charles Darwin". Será??? Pela lei da gravidade nós podemos predizer com 'acuidade' onde os planetas estarão daqui a um milhão de anos. Será que a especulação transformista de Darwin é capaz de fazer essa predição com 'acuidade' para daqui a um ano? E para daqui a um milhão de anos? Acuidade da teoria da evolução de Darwin??? Leoleli, menos bobagem científica, por favor.
Ao contrário do estardalhaço do seu título – "A última evolução", como jornalista científico Leoleli deveria saber que isso é tão-somente um mero exemplo de micro-microevolução. O que aconteceu no passado foi uma situação em que o gene responsável pela enzima que processa a lactose foi regulado e ou desligado após o desmame. Agora o gene não é mais regulado e ou desligado. Isso pode ser realizado simplesmente pela quebra do elemento regulador que desliga o gene. É como quebrar a fechadura de uma porta para que alguém possa entrar e sair a qualquer momento.
Um fenômeno semelhante a isso é visto numa resposta dada à doença da célula falciforme chamada de HPFH [Hereditary Persistence of Fetal Hemoglobin – Persistência Hereditária da Hemoglobina Fetal]. Continuando a expressar a HPFH até a idade adulta, tempo depois em que um gene normalmente é desligado, na verdade ajuda a minorar os sintomas da doença da célula falciforme, diluindo a hemoglobina falciforme com a hemoglobina fetal. As regiões reguladoras que desligam o gene fetal são quebradas. Estas coisas são realmente interessantes e um fenômeno muito importante em termos de medicina, mas não são evidências de que processos darwinistas possam fazer qualquer coisa substancial: um peixe se transformar num mamífero terrestre, por exemplo.
Presumindo que não se pode regular algo que ainda não existe, seria razoável presumir que o gene da lactose veio junto antes de qualquer mecanismo controlador. Quebrar o controle seria muito mais fácil do que 'criá-lo', e nós esperaríamos ver o rápido retorno da produção de lactose de toda a vida com relativamente pouca pressão seletiva. A desvantagem da quebra de um mecanismo controlador de lactose parece ser insignificante – gastar um pouco de energia produzindo uma enzima digestiva estranha. O desafio aqui para a evolução, e Leoleli Camargo não destaca para seus leitores não-especializados é surgir primeiro a lactose e depois adicionar um mecanismo regulador que ajuste a sua produção. É aquela velha situação 'quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?
Não sou muito bom em matemática, por favor, alguém me corrija se eu estiver errado, mas consideremos o seguinte:
Taxa de mutação do DNA: ~10^-9/local/ano
Número de locais de DNA Lactose: ~10^3
Janela de tempo: ~10^3 anos
Número de mutações esperadas: 10^-9 * 10^3 * 10^3 = 10^-3
P(uma mutação de lactose confere a digestão de lactose em adultos) =
~10^-3 P(evento observado ocorrendo via evolução) =
10^-3 * 10^-3 = 10^-6
É uma obra maravilhosa cuja chance é de apenas 1 em 1.000.000. Um evento desse tão improvável de acontecer não incomoda nem um pouquinho a(o) jornalista de VEJA, muito menos aos darwinistas ortodoxos. O improvável, desde Darwin, se lhe for dado tempo necessário, torna-se provável reza o dogma do livro vermelho darwinista, mas aqui a janela de tempo é muito pequena: somente alguns milhares de anos.
"A última evolução" de Leoleli Camargo, da VEJA, era apenas micro-microevolução – a pesquisa reforça sim a teoria especial da evolução de Darwin – microevoluções ocorrendo dentro de uma mesma espécie com limitação de variabilidade genética (varejo), e não a teoria geral da evolução - macroevolução gerando novas espécies (atacado). Como sempre, mais uma vez Darwin acertou no varejo, mas errou no atacado.
Ah, mas a evolução e o jornalismo científico tupiniquim são mais inteligentes do que você idiota!!!