Quem são os verdadeiros 'negacionistas', caras-pálidas?

terça-feira, maio 25, 2010

Não existe crise sobre o fato, Fato, FATO da evolução, muito embora os cientistas não saibam COMO se deu este fato, Fato, FATO da evolução. Aí vem os céticos e os críticos de Darwin, o homem que teve a maior ideia que toda a humanidade já teve, e botam a boca no trombone: as especulações transformistas de Darwin não fecham as contas em um contexto de justificação teórica. É um Deus, oops é um Darwin que nos acuda. É a turma da KGB da Akademia perseguindo os 'infiéis', e denunciando os críticos  oponentes como gente ignorante, que não entende nada de ciência y otras cositas mais.

Gente, criticar e ser dissidente é o que move a ciência qua ciência. Impedir a discussão e o livre debate de ideias é coisa de inquisição sem fogueiras, que não fica devendo nada para a Inquisição da Idade Média. Por que abordo isso? Por que os céticos, críticos e oponentes do aquecimento global ser antropogenicamente provocado são tratados assim pela Nomenklatura científica e pela Grande Mídia Internacional: são demonizados como 'negacionistas' e de estarem lutando contra a ciência, y otras cositas mais.

Mas quem são os verdadeiros 'negacionistas' caras-pálidas?

A revista científica New Scientist publicou uma série sobre a questão do 'negacionismo' contemporâneo. Interessante o artigo de Michael Fitzpatrick. Ele foi um balde de água fria sobre a questão. O título então deve ter provocado náuseas nos atuais mandarins da Nomenklatura científica: “Living in denial: Questioning science isn’t blasphemy” [Viver negando: questionar a ciência não é blasfêmia]. Isso vai de encontro ao atual comportamento entre os cientistas que favorecem o discurso único de alguns paradigmas queridinhos,e consensuais, e 'imexíveis' da Akademia. Procure por sua carteira epistêmica: ela pode estar sendo roubada! Ironicamente eu chamo de 'síndrome dos soldadinhos de chumbo': todo o mundo pensando igual, e ninguém pensando em nada!



Como Fitzpatrick não é Maria vai com as outras, ele encorajou a dissenção e criticou a rotulação dos críticos e oponentes como “negacionistas”. Razão? “O epíteto ‘negacionista’ está sendo muito usado para atacar quem quer que ouse questionar a ortodoxia. Entre outras coisas, os negacionistas são acusados de subordinar a ciência à ideologia”. Isso, é uma forma chula de ataque ad hominem: “Quão irônico. O conceito de negacionismo é, em si mesmo, inflexível, ideológico e intrinsicamente anticientífico. Ele é usado para encerrar o debate legítimo insinuando deficiência moral naqueles que expressam pontos de vista dissidentes".

Uau! gente! Traduzindo em graúdos: esta tática serve não somente para refutar o seu oponente, mas também para questionar seus motivos. Não é que a pseudociência não seja problema. Longe disso, mas Fitzpatrick insistiu que chamar os críticos e dissidentes de 'negacionistas' não é a solução: “Tais tentativas de combater a pseudociência rotulando-a como sendo uma forma secular de blasfêmia não são liberais e são intolerantes". Além disso, “Elas também são ineficazes, tendendo não somente para reforçar o cinismo sobre a ciência, mas promove também uma desconfiança da autoridade científica e médica que fornecem um ponto de partida para a pseudociência.”

Ah, ia me esquecendo, Edward Skidelsky, filósofo da Universidade de Exeter, Reino Unido, disse que este comportamento da Nomenklatura científica ameaça reverter uma das grandes conquistas do Iluminismo: "a libertação do dogma para a busca histórica e científica".

Fitzpatrick concluiu, e eu estou com ele e não abro: O que nós precisamos é de mais, e não de menos debate!!!

Eu acho que o Fitzpatrick lê o meu blog!!!

Leia mais aqui: New Scientist - Living in Denial

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Fui, nem sei por que, pensando na editoria de ciência da Folha de São Paulo (mas a carapuça serve para toda a Grande Mídia Tupiniquim), especialmente o Marcelo Leite, e a minha doce e amada Galera dos meninos e meninas de Darwin. Este artigo é para vocês!

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