Questão nuclear: EUA preparam retaliação ao Brasil

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

JC e-mail 3950, de 12 de Fevereiro de 2010.

17. Questão nuclear: EUA preparam retaliação ao Brasil

Lobby pró-Israel abandona defesa do etanol brasileiro e alerta que apoio do país ao Irã terá 'consequências'

O apoio do Brasil ao Irã ameaça atrapalhar os interesses econômicos brasileiros nos EUA. O lobby pró-Israel no Congresso americano deixou de apoiar a abertura do mercado americano ao etanol brasileiro. "Estávamos nos esforçando para eliminar a tarifa sobre o etanol brasileiro, mas diante da aproximação do governo Lula com Ahmadinejad, paramos", disse ao Estado Jack Halpern, um dos diretores do Congresso Americano Judaico.

"Não podemos recompensar o Brasil com o vasto mercado americano enquanto seu governo apoia um regime ditatorial, que nega o Holocausto e está enriquecendo urânio", disse Halpern. O Congresso Americano Judaico e outros grupos de pressão judaicos gastam milhões de dólares por ano em lobbies e pesquisas para combustíveis renováveis.

O objetivo é reduzir a dependência dos EUA do petróleo do Oriente Médio e deixar de enriquecer os países da região, que se opõem a Israel. A entidade de Halpern, por exemplo, faz lobby para que os EUA passem a exigir carros flex.

Segundo fontes do Congresso, a relutância do governo brasileiro em endossar novas sanções ao Irã no Conselho de Segurança da ONU foi a gota d"água. Essas organizações tinham se alinhado com o Brasil no lobby para derrubar a tarifa sobre o etanol, mas deixaram tudo em suspenso. "O Brasil precisa entender que o apoio ao Irã traz consequências", diz Halpern.

Erro

O lobby pró-Israel americano foi um dos maiores doadores da campanha eleitoral do presidente Barack Obama, em 2008. "Outros interesses do Brasil também podem ser afetados", diz Bernard Aronson, ex-secretário adjunto de Estado para assuntos interamericanos.

"Foi um enorme erro estratégico, o Brasil está jogando fora toda a boa vontade que havia com o País", disse Aronson. "O Congresso segue a questão do Irã e da aproximação com o Brasil muito de perto. Isso está prejudicando muito a imagem do Brasil aqui."

Segundo Aronson, o Brasil poderia ter seus interesses afetados. No ano passado, por exemplo, o senador Frank Lautenberg bloqueou a permanência do Brasil no Sistema Geral de Preferências, que concede vantagens tarifárias, por causa do caso do garoto Sean Goldman. "Esse é um exemplo de consequência."

Outro que já manifestou repetidas vezes sua insatisfação com a posição brasileira é o deputado democrata Eliot Engel, presidente do subcomitê do Hemisfério Ocidental da Câmara. O Comitê de Relações Públicas Americano-Israelense (Aipac, na sigla em inglês) e outras organizações judaicas gastaram, no ano passado, US$ 4 milhões com lobby para leis como a de sanções contra empresas que vendem petróleo refinado para o Irã, que acaba de ser aprovada no Senado.

(Patrícia Campos Mello)

(O Estado de SP, 12/2)

+++++

NOTA DESTE BLOGGER:

Eu estou com Israel e não abro. Sempre. O Brasil pode esquecer o assento no Conselho de Segurança da ONU. Alguém avise ao ministro Celso Amorim que a política externa 'bolivariana' dele é um fiasco e tem trazido danos para o Brasil como este agora. Lamentar agora o fato de Ahmadinejad enriquecer urânio para fins 'pacíficos' quando vai utilizar para confecção de artefatos atômicos, é querer livrar a cara de quem apoiou e recebeu um negacionista do Holocausto. Israel garante: não vai haver Holocausto II.

Shalom Israel!!!