UFMG participa de expedição de ciências humanas na Antártica

quinta-feira, janeiro 14, 2010

JC e-mail 3929, de 14 de Janeiro de 2010.

14. UFMG participa de expedição de ciências humanas na Antártica

Instituição vai representar o Brasil no grupo que colherá amostras de sítios arqueológicos na região

A equipe de cinco pesquisadores, coordenada pelo professor Andrés Zarankin, do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), deverá ficar desta sexta-feira, 15 de janeiro, até 20 de fevereiro no continente mais gelado do planeta.

O projeto internacional "Paisagens em branco, arqueologia histórica na Antártica" conta também com a participação do Chile e Argentina e recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto integra a 28ª expedição do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

Segundo o professor Zarankin, que há quatro anos leciona na UFMG, suas pesquisas começaram há 15 anos, quando fazia parte do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet), na Argentina. "Batalhei para trazer o projeto para a Universidade e agora, pelo Laboratório de Arqueologia da UFMG, conto com a participação do professor Carlos Magno Guimarães, dos alunos do mestrado Fernando Soltys e Sarah Hissa, além de Ximena Suarez Villagran, aluna de doutorado da Universidade de São Paulo (USP)", salienta o professor.

Após atraso de dez dias para início das pesquisas por causa de problemas mecânicos ocorridos no navio da Marinha brasileira, o Navio de Apoio Oceanográfico (NapOc) Ary Rongel, a equipe do professor Zarankin dará continuidade à coleta de amostras nos sítios arqueológicos das ilhas Shetland do Sul.

"Vamos colher amostras dos sítios arqueológicos de um dos espaços mais misteriosos da superfície terrestre, descoberto apenas no final do século XVIII e início do XIX, para tentarmos encontrar vestígios de pessoas comuns na história, como os caçadores de focas e baleias que lá estiveram", relata Zankarin.

As amostras coletadas serão trazidas para o Laboratório de Arqueologia da UFMG, que recebeu cerca de R$ 240 mil em investimentos do CNPq.

A equipe, que passou por treinamento obrigatório realizado pela Marinha brasileira, ficará acampada em barraca, onde a temperatura do verão na Antártica varia entre zero e 15 graus negativos. Um alpinista acompanhará a equipe para dar maior suporte.

Proantar

Desde 1982 o Brasil desenvolve um programa de pesquisas científicas, que recebeu R$ 15 milhões do Governo Federal em 2009. Dessa forma, o país garante participação no processo decisório relativo ao futuro do Continente Antártico, região gelada com 14 milhões de km², situada a 550 milhas marítimas do sul da América do Sul e que tem enorme influência sobre o clima e o regime dos mares brasileiros.
(Informações da Assessoria de imprensa da UFMG)